24 de março de 2009

Castelo de Pombal

SM coloca, em comentário a este post, questões que interessam, e que passo a reproduzir, atendendo à pertinência das mesmas, sobre as obras de valorização da colina do Castelo de Pombal:

Porque razão se vai fazer tal obra sem que antes tenha sido realizado um estudo arqueológico prévio?

Quanto se vai gastar a mais caso apareça algo durante a obra?

E se durante as obras o projecto previsto tiver que ser radicalmente alterado? Quanto custará ao nosso bolso?

É certo que as obras, obrigatoriamente, terão que ser acompanhadas por um arqueólogo, mas tal como aconteceu na Praça Velha, tenho muito receio que se diga no fim, não apareceu lá nada, é terreno estéril!!! Estranho, muito estranho, não?

Será que não interessa saber o que há por ali?

Que pormenores sobre a nossa história esconde?

Que estruturas estão enterradas?

Na igreja de Sta. Maria do Castelo não haverá sepulturas?

E sua hipotética cripta, existe ou não?

Será que se consegue identificar o suposto castro pré-romano que se supõe existir?


Uma coisa é tratar o património a betão, outra é cuidar do património, investigando aquilo que o valorize de facto, como por exemplo, a existência de ruínas únicas ou que contribuam para o espaço (ver Silves, tal como SM refere). Admito as minhas reservas a esta obra (pela sua lógica e eventuais consequências), mas veremos como tudo corre. Parece-me de elementar lógica que uma revitalização sem um levantamento arqueológico sério seja questionado. Não se trata de fundamentalismo, politiquice ou as habituais acusações de quem é alérgico a opiniões diversas: é querer proteger o património. Exactamente pela mesma razão que era bom que se pudesse fazer um levantamento sério do património romano de Pombal (onde não se inclui a Ponte Românica da Redinha).

24 comentários:

  1. Nem é politiquice porque isto é da Câmara PSD e do Governo PS, por isso se houver crítica é abrangente. De resto concordo.

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  2. Ora aqui está um post interessante, João Melo Alvim apresenta sugestões e, não discute a intenção das obras no castelo de Pombal, mas chama a atenção para uma reflexão com as entidades competentes.

    No meu tempo de criança lembro que depois da missa na Igreja Matriz todos nós ou a maioria atacávamos no castelo para brincar, o certo é que as crianças brincavam na mata do castelo, e ao que parece, hoje, o senhor presidente do município tem intenção de recuperar essa alegria.

    Em matéria de utilização de cimento, olhem o que fizeram ao relógio velho.

    Quem conhece o presidente Eng. Narciso Mota, tem a certeza da sua preocupação com o património, sabemos que o trabalho a ser efectuado será digno da nossa cidade, não se deve levantar duvidas sem antes sabermos o que realmente vai ser feito para melhorar o aspecto de toda a área que circunda o castelo de Pombal.

    Pombal orgulha-se de alguns presidentes da sua Câmara, homens que se entregaram á causa pública, que deixaram obra, a esses podemos juntar o actual presidente, vamos pois fazer uma homenagem grandiosa e lamentar o facto do Eng. Narciso Mota por motivos óbvios não continuar nosso presidente após as próximas eleições.

    Outros presidentes Pombal recorda, a torre do relógio velho pode dizer alguma coisa, se quiser.

    Muito atento, venerador e obrigado

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  3. Ao Pombalense que se escandalizou no outro post. As questão é a existência ou não de acompanhamento arqueológico. Se há, óptimo. Se não é grave. O resto não questiona directamente o projecto, mas levanta reservas. Ou apenas se pode ter reservas em relação a projectos nacionais? Termino repetindo: admito as minhas reservas a esta obra (pela sua lógica e eventuais consequências), mas veremos como tudo corre.

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  4. Não tenho opinião formada sobre esta questão, porque não conheço os seus contornos. Claro que intervir no castelo requer cautelas, é património sensível, e não parece dificil "estragar" tesouros arqueológicos (erros esses que, em geral, são irreparáveis).
    Contudo, também é inegável que o castelo precisa MESMO de uma intervenção, bem como a sua mata. Aquele que devia ser um baluarte da cidade (talvez o maior baluarte arquológico e até turístico do concelho), está claramente sub-aproveitado, não serve a ninguém, nem sequer está bonito. Ou seja... cuidado sim, mas não a ponto de se "castrar" uma intervenção que, clara e urgentemente, o castelo precisa.
    P.S. - Aquela mata podia ser um espaço agradável, mesmo sem a intervenção de um arqueólogo. Cortar silvas, arranjar uns caminhos pedonais ou podar umas àrvores não coloca nada em perigo.

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  5. Gabriel, penso que se fala da necessidade do arqueólogo não na mata, mas na zona adjacente ao Castelo e à Igreja. Mesmo que não se prevejam "buracos", seria sempre interessante saber o que lá anda.

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  6. Melo Alvim, mais uma vez, coloca uma questão com o enfoque que ela merece.
    Dá o exemplo de Silves, seguramente, poderia ter referido também o de Mértola e de outros locais. Falo destes porque os conheço razoavelmente bem. A meu ver, são casos exemplares no que respeita ao levantamento do património arqueológico existente, à sua preservação e valorização. Seja no próprio local, seja em museus ou em instalações semelhantes. Sei, também, que num e noutro caso, tem sido trabalhos de dezenas de anos, com equipas dirigidas por Arqueólogos de mérito reconhecido, como é o caso de Cláudio Torres e de Mário e Rosa Varela Gomes. São casos que, além do valor patrimonial em si mesmo, são fontes de valorização das localidades, atraem milhares de visitantes, sejam de turismo cultural (Ex. colóquios, palestras, seminários), sejam de turismo comum. Mesmo dando o benefício da dúvida a quem tem de decidir, é sempre importante alertar, não vá mesmo acontecer o que se quer não aconteça. Ao contrário de que sucede no exemplo de Silves, que tem levado dezenas de anos e, mesmo assim, continuam a ser feitos levantamentos e trabalhos de campo. Em algumas Câmaras, incluindo a onde vivo, é ao contrário. Com a voracidade de apresentarem obras, contratam empreitadas com tudo incluído (sondagens, levantamentos arqueológicos, etc.) com prazos a terminar para cima das eleições. Como é sabido, quando aparecem vestígios arqueológicos, é sempre uma chatice para o empreiteiro e para as Câmaras. Por isso, e para não terem muitas despesas, contratam alguns arqueólogos recém Licenciados para dirigir os trabalhos de campo que são feitos, habitualmente, por serventes de pedreiro (dizem aqui, que os negros e brasileiros são os mais adequados para o efeito, porque são mais lentos e meticulosos) (*). Algumas vezes quando aparece alguma coisa de relevo e que empate a obra, a tendência é para esconder. Se o arqueólogo é mais escrupuloso, vê muitas vezes dispensado o seu trabalho.
    Quando alguém reclama, o vulgo diz : sim senhor, pedras velhas, para quê?
    Até pode ser que Presidente venha a ser cuidadoso. Não interessa, insista sempre, há maior possiblidade de isso acontecer.
    J.F.(*) Não existe nenhum racismo da minha parte. É a informação que me dão os que trabalham no ramo e conhecem os estaleiros.

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  7. Tenho de concordar com o que é dito, pois se a ideia é atrair turismo, é bom que não se destrua património... Quanto à obra em si, a utilidade é inquestionável.

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  8. -> A Mata esconde ou não vestígios?

    Obviamente que sim!

    Certamente deslocalizados por movimentos de terras ao longo dos séculos, tenham sido eles de origem natural (escorregamento na vertente por exemplo por acção das águas de escorrência) ou por obra humana (ex: plantação da mata e/ou outras intervenções).

    Até temos provas disto. Basta passear um pouco pela mata e olhar para o chão. Conheço nela 2 ou 3 sítios com material arqueológico.

    Não falo de pseudo-achados do João Faria e muito menos do seu vulcão extinto.
    Estórias que a imprensa local gosta de publicar, não percebo se são para gozar com ele ou connosco?
    NOTA:Estas publicações semanais incentivam o João a praticar ainda mais ilegalidades. Sim, porque acham que é legal aquilo que ele faz? Literalmente esgravata terra atrás da capela do castelo em plena área de protecção do monumento nacional.

    A própria história do monumento, diz-nos que esta antiga fortaleza templária terá sido quase destruída pelo exército francês em 1811 que a dinamitou. Isto terá catapultado dezenas, centenas ou milhares de pedaços do(s) edifício(s), espalhando-os pelas encostas. Logo toda a área envolvente à fortaleza é susceptível de conter vestígios.


    - A mata deve ser "destruída" por causa de vestígios arqueológicos?

    Não, na minha opinião deve sim ser reforçado o seu coberto vegetal e até ampliado, adquirindo terrenos em volta (isto sim serviço público!!!). Isto sem nunca esquecer que esse potencial arqueológico existe, basta realizar alguma prospecção arqueológica, até com recurso a sondagem, nas encostas do monte do castelo assinalando todos os possíveis pontos de interesse.

    SM

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  9. Dr. João Alvim, boa noite.
    A colina do castelo, quando eu andava de cueiros, não tinha quaisquer árvores.
    Não sei qual foi o Presidente da Câmara que a arborizou. Gostaria de saber.
    O castelo é propriedade das Finanças que, por definição legislativa, recolhe fundos e nada investe.
    O Engº Narciso Mota resolveu um problema de parte da encosta do castelo.
    Os IPARs têm regras próprias que, muitas vezes, ninguém entende.
    Vejamos a Torre do Relógio Velho, como refere o "Nobre Povo".
    Eu era o Presidente da Direcção da Associação de Defesa do Património de Pombal (reuniamos nas escadas da Torre) quando o IPAR fez lá uma intervenção.
    Mandou cobrir as paredes de pedra calcária, supostamente de Ança (?), ou da Sicó, com reboco de areia e cimento.
    Choramos baba e ranho. Mas de nada valeu. Quem sabe, sabe.
    É bom recordar que aquela Torre servia para os cidadãos, ao tempo, saberem, pelo toque do sino, quando fechava o castelo.
    Abraço.

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  10. Sr. Engº Rodrigues Marques,
    Tanto quanto sei, e sei pouco, existem duas ou três grandes correntes de pensamento no que toca ao restauro e conservação de monumentos. Uma entende que se deve ir em busca do original e do seu contexto histórico. Outra, propõe o diálogo entre o velho e novo, incluindo a mudança de funcionalidades. E outra, entende que se deve proceder ao restauro conforme uma certa memória e ideia de monumentalidade e da história que traduza uma mitica grandeza do passado. No primeiro dos casos, temos muitos exemplos. O restauro procura a recuperação, tanto quanto possível do original, é o caso das muralhas e baluartes da terra onde vivo. Foram recuperadas e feito um reboco de cal, areia e cimento. Na altura toda a gente “chorou baba e ranho”. Tinha-se sedimentado a ideia de que muralhas e baluartes têm de ser de pedra à vista (é bonito, assim!), Porém, a verdade é que foram construídas e mantidas com reboco de argamassa de cal e areia, que era um isolante e evitava a sua degradação. No sul, em tempos de maior riqueza, até eram caiadas. Passados cinco anos, mesmo sem serem caiadas, o cinzento do cimento amareleceu, e hoje, é como se tivessem sido sempre assim. Ninguém nota, o salitre ataca menos e deixou de se ver as pedras a cair. Possivelmente, ao - contrário da moda nas casas novas aí em Pombal, e aqui também, todas revestidas a pedra - os senhores do IPAR optaram por esta solução, rebocaram a pedra. Na verdade, tirando na serra, as casas e igrejas eram rebocadas e caiadas. A segunda, é a que sucedeu em muitos monumentos transformados em Pousadas, como sucede na Flor da Rosa (Carrilho da Graça) e Santa Maria do Bouro (Souto Moura). Pode não ser um verdadeiro restauro, mas a qualidade das intervenções, salvo os saudosistas, nota-se e atrai. As novas funcionalidades são a melhor garantia da sua preservação. Finalmente, a última das soluções, foi a da política dos Monumentos Nacionais do Estado Novo, na qual todos os castelos medievais tinham de ter torreões e ameias. Tinham de ser um reduto de invencibilidade e de austeridade (a metáfora do regime) inspirada na arte “novecento” de Mossolini. Agora que sei que os sacanas dos franceses não se limitaram a matar as pessoas e profanar templos, também dinamitaram o nosso Castelo. Acredito que foi essa a solução usada em Guimarães, como o foi no Castelo de Pombal. Com ou sem M. Portuguesa pelo meio, gostamos dele. Todas as soluções apresentadas têm as suas valias e a sua racionalidade. Agora, não acreditem que a solução pode ser só a de Presidentes da Câmara com boa-vontade. É um bom começo, nada se faz sem boa-vontade. Mas peça-se o apoio de quem sabe e não de patos bravos e ideólogos do B. armado. De contrário, pode até ser obra vistosa no momento, mas sem critério e sem valia. Há que fazer com que mais gostem e tenham mais boas razões para gostar! Não há memória de Pombal sem o “nosso castelo altaneiro”.
    Desculpem lá o tamanho.
    J.F

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  11. Digo, Benito Mussolini.
    J.F.

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  12. O IPAR ou lá como é que aquilo se chama agora é um excelente exemplo do desperdício estatal. É raro encontrar intervenções com lógica.

    Uma coisa é certa: ou se inova, alterando o aspecto, mas valorizando o mesmo ou se deixa na mesma, apostando num aspecto clássico (note-se que a "grande reconstrução" de 1940, a propósito do centenário da fundação de Portugal tomou muitas liberdades criativas que de históricas tinham muito pouco - em especial no ex-libris que é o Castelo de Guimarães).

    Qualquer alteração, desde que seja para melhor, recomenda-se. Tornar o Castelo um ponto de atracção, a sério, para Pombal seria óptimo. Já nem vou para a ideia da Pousada, mas um espaço museológico (dedicado à História: Romanos e Templários como "cabeças de cartaz") e espaços de lazer - uma esplanada, por exemplo, seriam elementos pertinentes. Tenho dúvidas quanto aos equipamentos lúdicos (lembram-se de há uns anos), mas podem estar lançadas as condições para as pessoas usufruírem do espaço.

    No fundo como J.F. diz, e bem, todos gostamos do nosso símbolo altaneiro. Por isso é que discutimos méritos e deméritos. Note-se, por exemplo, o que aconteceu ontem na Linha do Corgo e do Tamega: apesar de pitorescas e atractivas foram fechadas, numa lógica de opacidade que pessoas de bem não podem defender. É legítimo, por isso, toda e qualquer discussão com sugestões.

    Admitamos, por momentos, que o Go Shopping verá a luz do dia naquele sítio, imediatamente adjacente ao Castelo: serão concorrentes ou poderão apoiar-se um no outro? Sabemos bem dos impactos paisagísticos que desaconselham essa solução e adivinhamos até um certo antagonismo (quantos exemplos se conseguem dar de um monumento nacional adjacente a um espaço comercial de raiz sem integração pensada?), mas há um conjunto de opções que têm de ser planeadas e bem pensadas.

    Dou outro exemplo: a praça Marquês de Pombal. Continuo na minha de que lhe faltam árvores e não percebo o embirranço dos srs arquitectos com o verde, mas ainda assim ganhou-se um espaço nobre que tarda em ser aproveitado em pleno. Há uns anos defendi a concentração de serviços públicos e fui criticado (o ano passado confirmava-se essa opção), mas é inegável que é preciso iniciativa privada: espaços de lazer que atraiam pessoas, que criem uma centralidade (antigamente ainda usava o termo "nova") naquela zona que tem todas as condições para isso. E que se retire a casa mortuária, por uma questão de dignidade. A Praça tem sido aproveitada, aqui e ali, para iniciativas, desde a música ao cinema e mesmo, mais recentemente, a uma bem regressada festa popular, o que se louva, mas o que se queria era que, especialmente no Verão, ela vivesse. Eu, se mandasse, sempre tentava ver como a "averdejar" um bocado mais e procurava a possibilidade de a abrir aos privados, com equipamentos que a animassem. O que implicava concursos exigentes para a ou as esplanadas a adjudicar, por exemplo ou a utilização de fundos comunitários para questões de reabilitação urbana (embora admita que seja essa a intenção de um projecto já existente, o que louvo).

    Em suma, a postura do costume que é não discutir não se encontra aqui. A crítica pela crítica também não. Agora não se limitem a querer que o máximo de opinião que os pombalenses têm sejam fazer três cruzes de 4 em 4 anos.

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  13. Aquilo a que chamam erroneamente IPAR é IPPAR - Instituto Português do Património Arquitectónico, este foi extinto e por sua vez criado o IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que resultou da fusão do Instituto
    Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e do Instituto Português de
    Arqueologia (IPA) e da incorporação de parte das atribuições da extinta Direcção-Geral
    dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN).

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  14. Obrigado pela nota. Então "o lá como é que se chama agora" é mesmo IGESPAR que, tendo em conta a mais recente bronca (antena no Castelo de Évoramonte), continua a sua magnífica senda de proteger o património.

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  15. João Melo Alvim, concordo com quase tudo.
    De facto é inegável a necessidade de remodelar o castelo e de o tornar atractivo. O espaço museológico é uma boa ideia, a Pousada é necessária em Pombal, mas não opino sobre localização. Não posso é deixar de concordar também com a necessidade de proteger o património arqueológico e espero que esse trabalho seja feito com rigor ao longo da obra. É bom que se descubra mais da nossa história, que se preserve e se mostre àqueles que nos visitam.
    Quanto à Praça Marquês de Pombal, não percebi se concordou ou não com a remodelação. Eu concordo com o que foi feito, acho que o tal "averdejamento" terá outros locais prioritários na cidade além da Praça. Concordo que devia ser bem mais dinamizada e que tem potencial para isso. As iniciativas do Viver a Praça que surgiram no Verão foram boas, mas não se pode ficar por aqui.
    Ficou-me no pensamento aquela ideia de pensar o GO! Shopping e o castelo de raiz numa perspectiva integrada. Não me parece que tenha sugerido isso intencionalmente, mas a verdade é que me parece uma ideia com muito potencial e que poderia ser uma verdadeira atracção turística. Infelizmente não foi feito, até porque teria requerido mudar muitos projectos, o que atrasaria ainda mais as obras e tornaria ainda mais remota a hipótese de o GO! Shopping poder vir a ser construído.

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  16. Nuno

    Em relação ao Castelo/Go Shopping: Admitamos, por momentos, que o Go Shopping verá a luz do dia naquele sítio, imediatamente adjacente ao Castelo: "serão concorrentes ou poderão apoiar-se um no outro? (...) (quantos exemplos se conseguem dar de um monumento nacional adjacente a um espaço comercial de raiz sem integração pensada?), mas há um conjunto de opções que têm de ser planeadas e bem pensadas."

    Isto para dizer que duvido que dê para articular e mais, se não me apareceu intencionalmente, seguramente que a quem planeou ambas as obras também não apareceu, por muito que se dê a ideia contrária. Convenhamos que não há exemplos de articulação, mas nunca se sabe. Veremos.

    Praça Marquês de Pombal:
    "Continuo na minha de que lhe faltam árvores (...) mas ainda assim ganhou-se um espaço nobre que tarda em ser aproveitado em pleno." Ou seja, mais-valia sem dúvida que, pessoalmente, acho que ficava melhor com mais verde.
    Quanto a dinamizar, defendo privados "ao ataque", ainda que sobre estruturas assentes pela autarquia (Centro Cultural, por exemplo), que esta assim ainda pode recolher alguma receita.

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  17. Sem dúvida que o GO! Shopping e a reestruturação do castelo são neste momento incompatíveis. E também é verdade que não há exemplos de articulações deste género. O que não invalida que pudesse ter sido uma boa opção e não nos podemos prender só aos exemplos que já há. Mas a verdade é que a articulação não foi pensada e, como tal, mantenho a discordância quanto à localização do GO! Shoppng.

    Quanto ao verde da praça, não tenho nada contra, ainda que goste da forma como está neste momento. Relativamente a privados ou não, acho que tinha de se ter cuidado com os contratos de concessão, mas seria uma boa hipótese. A outra alternativa é algo de que vocês tanto discordam, PombalViva.

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  18. Concordo com o cuidado nos contratos de concessão, nomeadamente em definir objectivos, modos de exploração, manutenção de equipamentos, garantia de mais-valia cultural (eventualmente), etc. Transparência, pois claro.

    Quanto à Pombalviva, não falo pelo "vocês" (que um blog colectivo dificilmente terá linha oficial sobre assuntos), mas por mim falo: entregar uma concessão à PV e outra a privados (hipoteticamente) não concordo, já que seria criar uma situação de concorrência desleal. Entregar apenas à PV poderia ser uma solução se mais nenhuma se chegasse à frente. Pessoalmente, preferia sempre que fossem privados devido à possibilidade da oferta ser diferente. Isto porque não se pode estar sempre à espera do sector público (e a PV é pública, com roupagens diferentes).

    Quanto aos méritos e deméritos da PV, uma coisa é o subjectivo que, por princípio não discuto. Não me revejo naquela programação, mas isso é uma questão de gosto. Não é por ser má ou boa ou deixar de ser, não é a minha onda. Quanto ao Bodo, também aqui, nesta casa, deixei o que penso. Quanto ao objectivo, leia-se a confusão de áreas, a forma de actuar e a justificação da existência da empresa tenho as minhas reservas.

    Por princípio, preferia uma afectação de competências a cada pelouro respectivo e a exploração de espaços culturais entregues a uma concessão.

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  19. As concessões a privados têm de ter exactamente os cuidados que referiu, em qualquer espaço municipal. É que concessionar a privados que depois não dinamizem ou não dinamizem como pretendido, não é uma solução aceitável.
    Quanto à PV, eu estava a falar das concessões todas e não de apenas uma, mas no caso da Praça estou mais de acordo com os privados mesmo.
    Concordo com a existência da PV desde que seja auto-suficiente (não sei se o é na realidade ou se o é apenas nas palavras dos responsáveis), pois duvido que algum pelouro consiga manter o bom nível de organização que a PV tem mantido no Bodo e no Café Concerto. Sei que os gostos são subjectivos, mas os resultados alcançados não são e têm sido bons.
    Não tiro mérito ao pelouro da cultura, que embora por vezes pareça não existir, de vez em quando até tem boas iniciativas. Mas muito dificilmente seja que Câmara for, mantém um programa cultural ao nível do da PV.

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  20. Discordo da avaliação de que os resultados alcançados sejam objectivamente bons. Gostos à parte, quer-se resultados e esses duvido que sejam os reais (aliás, não serei o único). Programação cultural da PV apenas em termos de música (seja no CC ou no Bodo), já que de resto é o pelouro da cultura.

    Um exemplo de excelência? Alcobaça, câmara do PSD com uma programação cultural excepcional. Pudera, têm um programador alheio a politiquices.

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  21. A verdade é que mesmo com o prejuízo do Bodo a PV equilibrou as contas semo empréstimo que tinha previsto.
    Já agora, que é feito da Expocentro? Também não devia ser dinamizada pela PV?
    O pelouro da cultura cá tem uma programação superior à de muitos concelhos, mas ainda assim parece-me que fica muito aquém do que se podia esperar. O Teatro-Cine podia ser mais aproveitado (ainda que também haja bons eventos lá) e a cidade em si podia ser mais "animada". Já falei no exemplo, mas a verdade é que Espanha é um exemplo na arte de rua, que é um conceito que eu pessoalmente gosto. De qualquer forma, estes ciclos de cinema são uma iniciativa que me parece interessante...

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  22. Que tem isto a ver o o proj. do Castelo?

    Não divaguem s.f.f.

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  23. As obras no Castelo de Pombal vão tornar o monumento mais actual, mais moderno, suponho que com aqueles bonitos caixotes apresentados no projecto divulgado há muitos meses no Boletim Municipal. E serão motivo da visita de parte dos mais de cinco milhões que anualmente vão frequentar o GO!Shopping. Ou serão mais???

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