11 de maio de 2010

Ainda João Coucelo e as grandes causas.

João Coucelo foi, de facto, um "todo-o-terreno" nas últimas Assembleias Municipais. Nesta última, em que esteve particularmente inpirado, refere - respondendo ao "nosso" João Coelho -que a (fraca) captação de empresas não é um problema localizado, sendo grandemente potenciado pelas políticas nacionais. Cito: "Este país é um todo, nós não podemos ter todas as empresas em Pombal!".
Não é dificil concordar com a frase. Podemos é tentar distinguir, daquilo que foi dito, aquilo que se pretendeu que fosse ouvido. É que a frase, assim "a seco", parece tão populista, meus caros!
Em primeiro lugar, posso tranquilizar todos os presentes: ainda falta muitíssimo para termos todas as empresas do país em Pombal;
Em segundo lugar, não podermos ter cá todas as empresas não é motivo para não pretendermos ter MAIS empresas em Pombal;
Em terceiro lugar, se a fraca captação de empresas é um problema nacional (europeu até, se quiser), a sua resolução pode ter muito de local. Porque se não conseguimos tão facilmente influenciar uma empresa americana a vir para Pombal em vez de ir para a Índia, já deveríamos ser capazes de influenciar uma empresa portuguesa a vir para Pombal, em vez de ir para Ansião. Ou para Proença-a-Nova. E, pelos vistos, não somos.

27 comentários:

  1. ...esta intervenção faz-me lembrar o discurso dos politicos. Como eu sou um "técnico",custa-me a perceber.Explique-me lá, como é que o senhor,dava a volta à situação e fixava por aqui a tal empresa (ou outras) em detrimento de Proença ou Ansião, mas em poucas palavras...é que isto de dizer mal, não custa, custa é fazer melhor...
    Fico então à espera...

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  2. Bom dia!
    Não consigo entender nada disto! do que empresa se trata? É que vendo as coisas assim a seco o Dr. João até têm razão

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  3. Sérgio, por exemplo com taxas de IMI mais convidativas, ou melhor ainda, havendo DISPONIBILIDADE de lotes no parque industrial. E preços competitivos. Estas sugestões são na ordem do mais básico possivel, há ainda um grande campo de criatividade que quem foi eleito e recebe ordenado para pensar nas coisas devia explorar!
    Já agora, deixe-me dizer-lhe que sou radicalmente contra essa ideia "popularucha" de que é preciso apresentar alternativas para se ter legitimidade na critica. Quer um exemplo? Olhe, o NRAU, por exemplo... é mais ou menos unânime que está mau. Não me diga que, para o criticar, é preciso apresentar um NRAU melhor e alternativo? Essa ideia peregrina faria sucesso há 40 anos atrás, mas neste contexto "democrático" parece-me descabida.

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  4. Caro DBOSS, é evidente que tem razão. Não podemos ter todas as empresas em Pombal! Fiquemos todos felizes com essa constatação, tb não esperava muito mais de boa parte da população de Pombal. Este tipo de frase enquadra-se perfeitamente no nivel intelectual médio desta população!

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  5. O Dr João Coucelo tem assumido, nas assembleias municipais, o papel de líder da oposição à oposição da oposição. Sobretudo,quando da bancada do PS falam jovens, como é o caso do Dr João Coelho.
    Talvez lhe esteja no sangue,não sei.
    Quanto à captação de investimentos para Pombal. O Município talvez não conheça bem o que é um gabinete de apoio ao investidor. Não é necessário muito esforço para ir vender Pombal a possíveis investidores. Só a sua localização geográfica é meio caminho para tal.
    Mas é preciso saber saber vender o que de melhor nós temos. Não só a localização, as boas acessibilidades, mas também bons quadros intermédios. Até porque estamos a meio de uma Universidade de Coimbra e de um Instituto Politécnico de Leiria, para não falar mais.
    Temos em Portugal uma agência de investimentos (não sei bem qual a sua designação). Alguma vez Pombal foi apresentar-se? Alguma vez convidou o Dr Basilio Horta a visitar Pombal?
    Estando a meia distância entre Leiria e Coimbra, já pensaram ter em Pombal uma loja IKEA por exemplo. A loja da região Centro.
    Já pensaram que por vezes teremos de vender lotes de terrenos no Parque Industrial Manuel da Mota a preços simbólicos e não a 15 euros/m2,como tem sido praticado.
    Poderão dizer-nos que se tem instalado empresas em Pombal. Claro que sim. Pequenas empresas, com 10/20 postos de trabalho.
    Pombal precisa de muito mais. Precisa de fixar empresas, de criar riqueza, de desenvolver a economia, de fixar pessoas.
    A Associação de Industriais do Concelho de Pombal terão de desenvolver um papel importante (não é assim Eng Rodrigues Marques?). Tem de se tornar parceira do Município. Tem de fazer marketing territorial, tem de ir vender Pombal.
    Caso contrário,nem conseguimos captar grandes empresas,nem conseguimos ter por cá aquelas que já cá estão. É exemplo disso um grupo empresarial que transferiu a sua sede para o concelho de Figueiró dos Vinhos. É exemplo disso o próprio presidente da Associação Comercial e de Serviços que foi instalar empresas suas em Condeixa-a-Nova e em Ansião.
    Para já não falar do tão famigerado entreposto da cadeia Lidl,que Pombal deixou "fugir" porque não tinha terrenos disponíveis...
    Há mais exemplos, mas já chega.

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  6. Olá
    Caro Rafeiro no Pombal
    Esclareço-o, corrijo-o, segundo informações fidedignas colhidas agora, o Sr. presidente da Associação Comercial instalou em Condeixa uma nova empresa no inicio da década de 80, juntamente com os seus familiares, pai e irmãos, apenas por uma questão de estratégia comercial e a empresa de Ansião foi comprada com dificuldades económicas a um Sr. que emigrou, com acerto de contas entre eles.

    Estes investimentos foram estratégicos e não de deslocação de empresas.

    Estou de acordo que é necessária uma estratégia para cativar investimento, aliás fundamental

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  7. Obrigado, Rafeiro... julgo tratar-se de uma resposta taxativa!

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  8. Sr.Gabriel Oliveira:
    Afinal as suas propostas resumem-se a 2:
    - Taxa de IMI (???), (se fosse a derrama ainda compreendia)e disponibilidade de lotes no parque industrial. Sabe que qualquer empresário, nas suas perfeitas condições mentais, ao escolher entre Ansião/Proença e Pombal, tem fortes argumentos para escolher os primeiros, sabe porquê? Eu vou dizer-lhe:
    1.º - Porque a taxa de IRC naqueles Concelhos é de 15%, em Pombal é de 25% - vantagem Ansião/Proença.
    2.º - Nos primeiros 5 anos de actividade, a taxa de IRC naqueles Concelhos é de 10%, em Pombal 25% - Vantagem Ansião/Proença
    3.º - Em Ansião/Proença as "amortizações" relacionadas com bens de investimento são majoradas em 30%, em Pombal 0% - vantagem Ansião/Proença.
    4.º - Em Ansião/Proença os encargos sociais suportados pela entidade empregadora, para efeitos de dedução fiscal, são majorados em 50%, em Pombal 0% - Vantagem Ansião/Proença.
    5.º - Em Ansião/Proença os prejuízos fiscais podem ser deduzidos aos lucros fiscais, havendo-os, nos sete exercícios posteriores. Em Pombal seis. Vantagem Ansião/Proença....
    Como vê foi uma goleada, mas ainda há mais. Perca um bocadinho e leia alguma coisa sobre estas matérias. Agora andarem por aí uns papagaios a falar constantemente da Derrama, do custo do terreno...já chateia, sinceramente. É que há outros factores para além desses, sobre os quais o Município nada pode fazer, e que para os empresários na hora da decisão, também contam, e muito....

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  9. Caríssimo Sérgio, conheço muito bem essas temáticas, por motivos semelhantes aos seus (profissionais). Tem aí algumas imprecisões técnicas, mas por elegância não as vou corrigir (aceito que me chame papagaio, mas espero que também não coloque em causa a minha competência profissional, e eu farei o mesmo em relação a si). Mas isso é o que não se pode mudar - em suma, as vantagens fiscais de o governo lhes reconhecer um estatuto de interioridade. O que motiva algumas empresas de maior dimensão, de facto. Mas as pequenas empresas, Sérgio? Falo-lhe de casos concreto, que conheço. Pessoal e profisionalmente. Que queriam construir a sua unidade em Pombal, e tal lhes foi vedado. Não foi uma opção de racionalidade fiscal, mas de DISPONIBILIDADE E PREÇO DE TERRENO. E foram para Ansião. Uma delas, com cerca de 35 funcionários, outra com 12 ou 13... essas empresas não fazem falta em Pombal?
    Agradeço que em futuros comentários (a menos que faça questão de tornar o comentário insultuoso) evite expressões como "leia alguma coisa sobre a matéria". Não precisa ofender para dar força ao seu argumento.

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  10. Caro Gabriel,
    Se conhece não parece...Você estava aqui a referir-se a uma situação em concreto, abordada na última A.Municipal, que ambos sabemos qual foi. Só lhe quis mostrar que existem uma série de outros argumentos para além daqueles que os senhores referem. As imprecisões técnicas que refere, se tiver alguma duvida leia o art.43.º dos EBF.

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  11. Conheço-o, ainda do antigo 39º-B (desconhecia que com as alterações, tinha passado a 43º).
    Essas imprecisões são de pouca monta, mas alteram um pouco os números. A questão do diferencial de taxa de IRC, é menos relevante quando temos parte do lucro tributável taxado a 12,5%, como concordará. E há o limite do benefício (200.000 € em 3 anos), que para empresas muito grandes, em que o custo do terreno ou a localização representem uma fatiasignificativa, perde algum impacto.
    Mas as questões meramente técnicas parecem-me as menos "temperadas" desta trama. Até porque sei que não terá dúvidas nelas. Interessam-me os casos concretos, e a percepção de que se procura alterar uma realidade que é a que temos, que nos é prejdicial em certos aspectos (enquadramento fiscal, principalmente), mas que nos favorece noutros (localização/acessibilidades, centralidade, por exemplo). Depois, para "desempatar" (porque a situação de cada um não é uma fatalidade irrevogável), fica aquilo que cada um (concelho) é capaz de fazer, fruto da sua boa gestão, da sua criatividade, da sua estratégia. E é nesse domínio que quero fazer incidir este post!

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  12. Ok..estamos conversados...são pontos de vista um bocadinho diferentes...gostei da troca de argumentos. Peço-lhe desculpa se em alguma situação o ofendi...

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  13. Sem ressentimentos, tb gostei dos argumentos trocados! Foi uma boadiscussão!

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  14. Caros e Caro Sérgio,
    Pelo menos numa coisa, penso que estaremos todos de acordo: a captação de investimento, nomeadamente industrial (reprodutivo), é, juntamente com uma boa rede de infra-estruturas, um dos factores que mais contribui para o nível de vida de uma terra.
    As questões que nos dividem (e ainda bem) são como se faz e quem faz. Há os que pensam que estas decisões são tomadas pelos investidores privados e que as entidades públicas pouco podem fazer nesta matéria; há os outros que pensam que as entidades públicas têm um papel dinamizador e captador desse investimento. Eu incluo-me nos segundos, logo acho que o João Coelho fez muito bem em levar o caso da Derovo à AM afim de (tentar) perceber o que fez a CM para evitar a deslocalização do investimento (partindo do principio que a Derovo é uma empresa Pombalense) para outro concelho.
    Caro Sergio; perguntas: como se pode evitar a deslocalização/captação de investimento?
    Primeiro: nunca pensar que temos empresas demais ou suficientes, nomeadamente quando temos poucas;
    Segundo: não há uma via única para o conseguir, nem isso se faz através de uma ou outra acção, por exemplo impostos (e já lá vou), mas através de uma acção concertada que permita evidenciar as nossas atractividades, que as há.
    Sergio, estranho (ou nem tanto descontando a tua natural deformação profissional), que para ti a competitividade das cidades/regiões se resuma às politicas fiscais. É muito mais do que isso como deves saber. Se assim não fosse já outros concelhos limítrofes tinham perdido as empresas e, como sabes, continuam, a captá-las (exemplos: M. Grande e Leiria).
    Mas, mesmo no que se refere aos impostos, a CMP tem sido pouco amiga do investimento e foi várias vezes alertada para a importância destes para a captação de investimento.
    Assim, no que se refere aos impostos municipais, nomeadamente a Derrama, deveria ter mantido a vantagem comparativa que tinha em relação a concelhos limítrofes sem derrama. Introduziu a Derrama quando muitos concelhos a estavam a abandonar ou nunca a tiveram e agora a acenam com a vantagem de não a cobrarem Derrama.
    No que se refere ao IRC deverias ter feito aquilo que recomendaste ao Gabriel: estudar a matéria. E bastava ler as actas da AM de há cerca de seis anos atrás, quando a questão estava na ordem do dia. Nessa altura a CM foi desleixada, e o Armando Portela alertou-a em devido tempo para a necessidade de exigir que Pombal fosse considerado concelho desfavorecido. Tinha condições para isso: fazia fronteira com concelhos desfavorecidos (norte do distrito) e tinha (e ainda tem) um rendimento per capita de concelho desfavorecido.
    Infelizmente a nossa câmara não é sensível a estas temáticas, por isso não podemos ficar surpreendidos quando perdemos investimento para concelhos desfavorecidos e/ou para concelhos com industrias competitivas.
    Uns dizem que é a sina, outros que é falta de tino.
    Boas,
    AM

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  15. Boa tarde!
    Caro Gabriel: o nível intelectual médio da população está a subir hein, hein!

    Só não sabia que os empresários menosprezavam a majoração dos encargos sociais em 50% assim como o diferencial das taxas de IRC.

    As empresas, devido aos custos de instalação e amortizações, nos primeiros anos de actividade, têm prejuízos o que não é de ignorar e o acréscimo de tempo para a dedução dos prejuízos pode tornar-se de grande relevância.

    Uma empresa com 35 funcionários:
    35 func. x14 meses x média 550,00 Eur mês dá a modica quantia anual de 269,500,00 Eur
    269,500,00 Eur anuais x 23,75%=64.006,25 custo 64.006,25 Euros que majorado em 50% acresce um custo fiscal de 32.003,13 anuais.

    Nos tempos que correm e comparado com os submarinos são uns trocados, direi mesmo uma ninharia.

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  16. Não são trocados, DBOSS. Mas também não são o único argumento. Se fosse, teríamos que concluir que Pombal só tinha aqui os empresários burros, que não sabem fazer contas. E não é o caso... há empresários que sabem fazer muito bem as contas, e preferiram Pombal. Acho é que esse ritmo não se tem vindo a manter, e que podíamos aumentá-lo.

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  17. E já agora, caro DBOSS... as suas contas estão correctas, se nenhum dos funcionários estiver no regime de 1º emprego. E essa majoração, no caso em concreto (mesmo sem 1ºs empregos) corresponde a uma poupança efectiva de 3.200,31 €. É bom dinheiro, não digo que não... mas não chega para se tomarem decisões. Paga-se mais, muitas vezes, numa licença de contrução. Claro, não desvalorizando o peso que 3.200,31 € terão para cada um de nós!

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  18. Pombal tem um tecido empresarial assinalável, até pela sua localização geográfica que assim o permite. Proença-a-Nova não tem essas condições, é normal que tenha outro tipo de estímulos de que Pombal não necessita. Acho especial piada a que a EXPANSÃO de um empresa POMBALENSE seja motivo de crítica.

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  19. Eu acho a expansão de uma empresa pombalense um acto assinalável, e muito positivo, Nuno!

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  20. Caro Adelino Malho,
    1-Obviamente que nunca poderemos equacionar apenas as questões fiscais, estávamos mal se assim fosse, mas não tenho dúvidas que estas muitas vezes fazem a diferença...e quase que apostava que no caso em apreço fez mesmo...
    2 - Que o assunto fosse levado à AM, nada tenho a opor. Agora que lá fosse 2 vezes, se calhar é demais...mas é a minha opinião....
    3 - Quanto à Derrama, acho que é uma falsa questão. Como sabes, as empresas com VN até 150 mil euros estão dispensadas de a pagar (em Pombal)e seguramente que são muitas. Uma empresa que tenha um lucro tributável de 100 mil euros (não serão muitas!!!)paga de derrama 1.500 euros. É significativo? Parece-me que não.
    4 - Quanto a ler as Actas da AM de há 6 anos, axas que não tenho mais nada para fazer? Nem que seja dar umas voltas de bicicleta, para te dar umas calças ao domingo (esta foi a brincar:)).
    5 - Pombal, concelho desfavorecido? Sinceramente não me parece, mas fica a tua opinião, também não conheço todos os indicadores...
    Boas,
    S.G

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  21. Meus amigos, na minha opinião a questão pertinente não é a "Expansão" da "Derovo" para Proença-a-Nova, mas sim o facto de Pombal não ter condições atractivas para que sejam implantadas empresas, que porventura também estejam em "expansão" e ainda não tenham nenhuma unidade no nosso concelho.
    A "Derovo" e os argumentos enunciados pelo presidente desta empresa, são apenas um exemplo que deve ser usado para reflectir sobre a necessidade de tomar medidas urgentes.
    As intervenções do Dr. João Coucelo e do Eng. Narciso Mota em Assembleia foram no sentido de descartar responsabilidades, e pior do que isso, foi o facto de transmitir uma ideia de que não só não é possível fazer nada, como também não há preocupação por parte do município com essa situação.
    Ao menos que houvesse coragem para responder à questão: "Que decisões efectivas o Presidente da Câmara está a pensar tomar para responder às necessidades dos empresários?"...Pelos vistos, nenhumas, pelo menos não houve qualquer indicação do contrário.
    Calma, o Presidente referiu que a "Derovo" tem sido muito apoiada pela CMP e serviços técnicos (suponho mesmo que esta empresa tivesse um colaborador que fosse autor de um blogue com críticas ao executivo, os apoios seriam exactamente os mesmos), e que não pode ser feito o impossível para a empresa abrir mais uma unidade em Pombal.
    Volto à situação inicial, a preocupação não é a "Derovo", mas o facto de não sermos minimamente competitivos, para cativar outras empresas. O presidente disse que "não se fazem omeletas sem ovos", tal como não há desenvolvimento nem crescimento industrial, sem empresas.

    Uma grande parte da última AM passou pelo executivo a descartar responsabilidades das questões que foram colocadas. O PDM foi incompetência da "Progitap" durante 11 anos; a captação de empresas é um problema nacional que não é possível solucionar pelo poder local; a diminuição da taxa de natalidade é um problema de responsabilidade nacional, que deve ser solucionado apenas com políticas a nível nacional; os problemas relacionados com obras públicas, acontecem porque Pombal é excluído e as influências dos cartões político-partidários prevalecem; o mau estado das estradas e não existência de vias alternativas correctamente assinaladas em caso de obras, são responsabilidades da Junta Autónoma das estradas e do empreiteiro, respectivamente; o desemprego, problema nacional; o rio está poluído, a culpa é somente das pessoas que fazem descargas clandestinas durante a noite e não tem nada a ver com necessidade de fiscalização; as pedreiras são um atentado ao ambiente, mas precisamos delas; a câmara também não tem nada a ver com a fiscalização de sucateiras; o presidente até quer responder e trabalhar, mas não o deixam!

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  22. Amigos e companheiros, boa noite.
    Não só porque fui desafiado a entrar nesta discussão mas, também, porque quero dar o meu contributo neste importante assunto, permitam-me dizer o seguinte:
    A questão levantada na Assembleia Municipal e da forma como foi, penso que foi um mau serviço prestado ao tecido industrial já que se politizou uma estratégia empresarial. Não se deve. Não se pode.
    O conceito de “por amor à terra” pode ser um factor a ter em conta num investimento mas é-o tão somente quanto o peso que tem esta componente intangível.
    Por outro lado não se pode duvidar da relação entre o Município e a AICP. Estamos em perfeita sintonia, com muitas acções em conjunto de forma a criarmos sinergias e massa crítica.
    Temos estado, sempre, ao lado da Câmara e, particularmente, do seu Presidente na implantação de parques industriais, quer sejam privados, quer sejam municipais.
    Da mesma forma que estamos com as autarquias quando se trata de criar condições para que as decisões de investimento sejam tomadas com base em estudos credíveis, nos centros do saber e nos equipamentos públicos quer locais, quer regionais, com os quais temos uma relação próxima.
    Mas temos que ter presente que a nossa cultura passa por centrar no Gabinete do Presidente da Câmara toda a informação e é aqui que são tomadas as grandes decisões.
    Mas, também, é bom que se diga que o tecido empresarial instalado no Município de Pombal tem conseguido ultrapassar a turbulência dos mercados mercê de vários factores.
    Destes destaco, a diversidade de sectores de actividade, a dimensão das empresas, o não haver investimentos políticos.
    Deixem-me, todavia, dizer que o primeiro investimento previsto para o agora Parque Industrial Manuel da Mota era uma fábrica de automóveis que abrangia os 94 hectares inicialmente destinados ao parque. Ainda lá está a cabina para instalar, com esse fim, um posto de transformação. O investimento foi para Cacia.
    Não sei se foi bom ou se foi mau. Sei que prefiro ver o parque com todas aquelas indústrias do que ter lá uma mono industria.
    Relativamente ao lobby que se possa fazer para canalizar investimento para Pombal é bom, também, que se diga que a Associação Industrial, assim como a Comercial, fazem parte do CEC/CCIC (Conselho Empresarial do Centro/Câmara do Comércio e Industria do Centro) que abrange os seis distritos da nossa Região Plano.
    O CEC/CCIC foi criado com o objectivo de termos, no centro de Portugal, massa crítica de forma a contrariar as macrocefalias de Lisboa e Porto.
    Não tem sido fácil e a própria Região Norte tem perdido muito para a Região de Lisboa e Val do Tejo.
    Um Estado centralizador e ávido de mostrar ao mundo uma grande capital em prejuízo do todo nacional.
    O facto do Concelho de Pombal estar no meio, à luz dos rácios usados, da classificação de desenvolvido versus desfavorecido acarreta-nos dificuldades acrescidas mas, por outro lado, dá-nos a imagem de que conseguimos fazer a transição do rural para o urbano. Basta analisar a migração, ao longo dos anos, no mercado de trabalho, do sector primário para o secundário e, mais, para o terciário.
    Também não sei se a discriminação positiva nos faria inclinar o prato da balança a nosso favor.
    Por último estou certo de que a estratégia da Câmara de criar parques industriais em cada freguesia é o caminho correcto, apesar de poder, nalguns casos, aumentar os custos de produção.
    Mas voltamos sempre à mesma. Sem se criar riqueza não há nada para distribuir.
    Abraços.

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  23. Pagar as despesas a 20 dias também é estimular a fixação de empresas. Muitas das empresas do concelho andam asfixiadas com dívidas de outras Câmaras.
    Agora há 2 caminhos, ou continuamos a discutir o sexo dos anjos e a fingir que Pombal não tem empresas e que precisa de oferecer terrenos ou então passamos a ser sérios e discutir mesmo coisas importantes. Na Assembleia Municipal ganhou a 1ªhipótese, aparentemente por aqui também.

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  24. Parece-me, Nuno, é que há um meio termo. Pombal tem empresas, é evidente que tem. Mais que a Figueira, ou mesmo que Coimbra. Menos que Leiria ou Marinha Grande. Mas tem, de facto. Não me parece é falta de seriedade ponderar a fixação de MAIS empresas. Algumas (de algum relevo) têm saído, e começa a ver-se níveis elevados de desemprego no nosso concelho. Que tem fama de "industrializado". Não te parece que podemos continuar a fazer jús ao estatuto?
    Os casos que citei atrás, são dois casos CONCRETOS, que conheço. Muitos outros existirão. Não é necessário dar terrenos (e se fosse, não vinha mal ao mundo... preferia que a camara desse 300.000 € em terreno a empresários que criam emprego, do que para um buraco nas festas do Bodo... mas isso é outra conversa). Mas ao menos, que os tenha dsponíveis, a preços não-especulativos. Fala-se agora em parques industriais nas freguesias, e parece-me bem. Já se perderam oportunidades por não existirem no passado. Só isso! Não será o assunto mais sério do mundo (eheh temos os célebres "donde vimos? para onde vamos?"), mas não me parece desprovido de seriedade, nem vantajoso que se passe por ele sem o discutir.

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  25. Sinceramente neste momento acho que Pombal poderia focar mais as suas atenções noutros assuntos, como sejam a sua promoção turística. Aí também há muito a pensar, aproveitando o património histórico e natural e repensando a forma como este é intervencionado.
    Poderia também pensar-se no ensino e na hipótese de apostar ainda mais no Ensino Profissional. A ETAP foi pioneira e está na hora de voltar a sê-lo e assumir-se como uma referência nacional numa altura em que o Ensino Profissional ganha terreno ao Ensino Superior. Não afasto para já o Ensino Superior de Pombal, mas se calhar ganhamos mais com o profissional. E qualquer um deles ajudaria as empresas. Bem como o turismo...
    Mas se vamos falar de empresas, parece-me que em Pombal era mais urgente apoios ao empreendedorismo jovem, em termos não só (nem essencialmente) financeiros, mas principalmente estimulando o espírito empreendedor e dando apoio também a nível burocrático e logístico. A famosa incubadora de empresas que há tanto se fala mas nunca se viu seria bem vinda. Eu pessoalmente se neste momento quisesse e tivesse condições financeiras para criar uma empresa não ia saber todos os passos para tal.

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  26. Caro Nuno Carrasqueira, "condições financeiras" é exactamente o que falta aos jovens e não propriamente o espirito empreendedor. Para empreender é necessário correr riscos, além de ter uma boa ideia de negócio, e estamos num período em que já é difícil garantir as satisfação das necessidades básicas, quanto mais fazer apostas arriscadas.

    Com isto tudo, acabo de descobrir que o nosso executivo é muito caridoso, e como já temos empresas em Pombal, não vale a penar estar a competir com outros concelhos porque é importante que também eles tenham grandes empresas! No fundo o que eles pretendem é igualdade para todos. Nesse caso, também é importante que haja igualdade por exemplo a nível cultural.
    Ah, desculpem, esqueci-me que afinal as preocupações são a nível nacional, a Câmara não tem culpa nem obrigações nesta área!

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  27. Vamos lá ver se dá para ter uma conversa séria. Obviamente cada concelho tem as suas prioridades. Não me parece que a grande prioridade de Lisboa ou que a de Coimbra seja um novo hospital, da mesma forma que a de Pombal não é atrair mais empresas a todo o custo (não que não as queiramos, simplesmente não estamos desesperados por elas). Sejamos realistas, cada concelho terá as suas prioridades e a nossa não é de certeza andar a oferecer terrenos para cá fixar empresas a todo o custo.
    Mas claro que há discussões que não vale a pena ter, porque a quem não quer perceber, pouco se pode explicar.

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