25 de maio de 2010

Maré baixa...na cultura

A fazer fé na notícia avançada pela Rádio Cardal, a manifestação de cultura popular que é o desfile das marchas, por altura do Santo António, pode sucumbir aos efeitos da crise. Ninguém lhe pode levar a mal que venha para a rádio (ficamos sem saber onde e em que contexto afirmou aquela sentença) dizer estas coisas. Ou até que, legitimamente, decida pôr um travão no regabofe dos subsídios (será que se beliscou, depois daquela listagem publicada no jornal?...). Mas entre tanto assessor, adjunto, assistente, sub-assessor ou outras funções que o acompanham por aí, no delicado pelouro da Cultura, ninguém lhe tenha dito que agora é tarde para tirar o chupa da boca dos meninos. Que, de facto, não faz sentido que seja a Câmara a suportar os trajes das marchas populares, mas que foi a Câmara que os habituou a isso. Que estamos, mais uma vez, a confundir a árvore com a floresta: Porque - que eu saiba - os Amigos de Santo António são uma colectividade, ainda autónoma, que não depende da Câmara para existir. Ou será que depende?
Fica-me um amargo de boca se as marchas acabarem, outra vez. Porque cortar-lhes a regularidade é assinar a sentença de morte, de que resssuscitaram nos inícios dos anos 90, pela mão de dois pombalenses dedicados. E ficam-nos a todos memórias de enchentes na cidade, de mobilização. Mesmo que também fiquem registos (escandalosos) de marchas que se transformaram em colectividades para presidente ver, em vez de nascerem de alguma colectividade. Depois finaram-se, claro.

2 comentários:

  1. Aqui no canil fizemos uma pesquisa mas não conseguimos apurar qual o custo para o Município a realização das Marchas de Santo António.
    Mas aqui o rafeiro do lado diz que é atribuído um subsídio a cada marcha participante para comparticipar o custo com os fatos.
    Ora, se tivermos em conta que a agenda de eventos mensal que é distribuída a meio de cada mês nas caixas de correio custa 30 mil euros e o boletim municipal, que é distribuído pelo Bodo e pelo Natal custa 12.500 euros (ambos feitos pela empresa do nosso companheiro blogueiro Rodrigues Marques), não cremos que a decisão seja argumentada com a austeridade de custos.
    Até porque só em 2009 foram atribuídos mais de 2 milhões de euros de subsídios a associações.
    Outro argumento estará por detrás desta decisão. Infelizmente não as conhecemos.
    Por outro lado, o orçamento para 2010 prevê 175 mil euros para outras actividades culturais e recreativas.
    O que podemos dizer é que a decisão vem do pelouro da Cultura. Ou seja, do próprio Eng. que neste mandato é vereador da Cultura. Portanto uma decisão unilateral. E como os seus assessores culturais (quantos são?!) não contra-argumentam, decidido está.
    Vamos ver é se essa austeridade de custos tem reflexo também na feira de artesanato e tasquinhas, anunciado há tanto tempo que seria realizada bianualmente (façam contas para que calhe em anos eleitorais) ou mesmo na feira de coleccionismo.
    Esperamos.

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  2. Eu tenho um problema muito grave, sempre que se fala em vereador da Cultura, engano-me e digo Paula Cardoso em vez de Narciso Mota. É esta minha cabeça que anda a ficar afectada com a velhice, e com a falta de espírito cívico que por aí existe.

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