30 de setembro de 2009

Ausência oportuna

Na discussão da polémica proposta, sobre a “Declaração de Interesse Municipal à construção da ETAR da Sumol+Compal, SA”, metida à socapa na Ordem de Trabalhos, o presidente da câmara teve uma enorme dificuldade em responder às questões colocadas e foi metendo os pés pelas mãos confundindo ainda mais os que tinham dúvidas. Tal levou o sempre lúcido presidente da AM a sugerir ao Presidente da Câmara que desse a palavra a um dos seus vereadores. O presidente da câmara recusou a sugestão e aproveitou para censurar a ausência do vereador do Ambiente.
Há ausências oportunas!

Irresponsabilidade (II)

O agendamento e a discussão da proposta do executivo de “Declaração de Interesse Municipal à construção da ETAR da Sumol+Compal, SA” revelaram o superficialismo, o facilitismo e, porque não dizê-lo, a irresponsabilidade como é gerida a coisa pública (independentemente da boa intenção que possa estar por detrás da coisa). A proposta não está minimamente fundamentada porque não esclarece uma questão fundamental: como se vai processar a cedência do terreno público (e ninguém acredita que a questão não esteja definida; se não está, então a coisa é mais grave).
Mas a discussão serviu, pelo menos, para compreendermos melhor o péssimo desempenho da ETAR e a consequente poluição e destruição do rio a jusante da desta. Ficámos a saber que a ETAR Municipal recebe os efluentes industriais sem qualquer tratamento o que compromete o tratamento dos efluentes domésticos para os quais a ETAR foi dimensionada.

Da pobreza da campanha à promessa dos debates

Não tenho memória de tão fraca campanha eleitoral para eleições autárquicas. Afastada por uma distância confortável das miudezas de Pombal, constato-o a cada dia que passa, pelos concelhos onde tenho andado a moderar debates, num distrito real, do país mais duro que puro. Foi quando percebi que o mal é geral, embora se note mais nalguns locais que noutros. Depende muito da geografia. Do ADN. Da mentalidade. Mas disso falarei mais tarde, quando lavarmos os cestos desta vindima.
O que interessa agora é que hoje à noite Pombal recebe o primeiro de três debates entre os quatro candidatos à Câmara. Não há fome que não dê em fartura, lá diz o povo. Por razões suspeitas apelo à vossa presença no debate de sexta-feira, sem prejuízo dos (e)leitores assistirem a todos. Além do mais, o Teatro-Cine está a precisar de algum uso. A ver se isto anima.

29 de setembro de 2009

Irresponsabilidade?

Decorreu hoje a última AM deste mandato. Fui lá por obrigação e para me despedir. Anunciei na minha intervenção no período de antes da Ordem do Dia que iria fazer a minha última intervenção, na qual faria um pequeno balanço do mandato. Tinha decidido que na última assembleia, e com uma agenda sem assuntos polémicos, deveria primar pela descrição. Não foi possível. Porque, à última da hora, foi introduzido um ponto à Ordem de Trabalhos que continha uma proposta “irresponsável” (foi assim que um vereador da maioria a classificou numa conversa no final da reunião) e, consequentemente, o caldo entornou-se.
Na gestão da coisa pública as coisas têm que ser transparentes, tem que haver regras, temos que saber o que estamos a aprovar e não se passam cheques em branco. Por isso votei contra. Fui o único. O resto do pessoal já está em campanha, o que interessa são os votos.

28 de setembro de 2009

A derrota da CDU

Como toda a gente afirma, a CDU perdeu as eleições de Domingo. Deixou de ser a terceira força política do país para passar a ser a quinta. Este facto parece estar assente numa lógica irrepreensível, apesar de ter havido mais 15 000 eleitores que confiaram o seu voto nessa coligação.

O problema é que a força da CDU não é visível apenas no Parlamento. Contrariamente ao CDS e ao BE, que esgotam a sua intervenção política no Parlamento e na comunicação social, a CDU tem uma forte implantação social, visível, por exemplo, nos sindicatos. Num cenário de maioria relativa, este facto deveria preocupar o PS. Se fosse eu que mandasse, tentaria um diálogo à esquerda, por muito que isso custe ao eng. Sócrates e aos socialistas que ainda não fugiram para o Bloco (e foram muitos nestas eleições).

Por isso, camaradas e amigos, apesar de "grande derrota" da CDU, anunciada pelos seus adversários em todas as eleições, fica a certeza de esta continuar a ser uma força política em crescimento, não só em percentagem, mas tembém em número de votos e de deputados.

Day after

Dizes tu, Paula, que "não vejo aqui (resultados das legislativas) os resultados das autárquicas, embora neles leia alguns sinais". E concordo absolutamente contigo. Porque convém não fazer como muitos fazem, que vêem vitórias onde há derrotas ou que comparam resultados entre duas eleições tão díspares. Para mim, a luta de dia 11 pouco retira do que se passou ontem. Tratam-se de dois boletins de voto diferentes, onde as ligações locais (mais) e a escolha reduzida a 4 partidos (menos) terão o seu peso. Isto porque ainda acho que não basta aparecer no boletim para se conseguir levar centenas de votos. Quanto a isso, a partir de amanhã, abertura oficial da candidatura, vamos ver o que acontece.

Quanto a ontem, abre-se agora a dúvida sobre qual o formato do Governo. Por muito que eu gostasse de expôr o Bloco de Esquerda, o que é certo é que mesmo dividindo os votos dos círculos da emigração, PS+BE contarão com 114 votos (a 2 da maioria absoluta). Com o BE no Governo, rapidamente a sua base de apoio evaporará, e não passaria muito tempo até que fosse inevitável surgir uma nova coligação ou mesmo novas eleições. A solução PS+PSD parece naturalmente excluída (e convenhamos, que de todas as combinações, é francamente a pior por ser a mais propensa ao atrofio da actuação política), sobrando a solução PS+PP. Excluo a hipótese PS+BE+CDU, porque os tempos das Frentes Populares já lá foram. Como estaremos em campanha nas próximas duas semanas, ficará por aí a sombra a pairar.

Sobre vencedores e vencidos, José Sócrates vence, sem sombra de dúvida, mas é Paulo Portas aquele que tem mais razões de satisfação. Louçã não consegue tornar o BE na 3ª força, mas os votos e deputados obtidos geram uma vitória com sabor amargo. Já Manuela Ferreira Leite perde (e assume, sem ambiguidades, o que é sempre de registar) e Jerónimo de Sousa também (mesmo que insistam, como sempre, na tese contrária), apesar de ter mais 1 deputado que em 2005. E venha o Governo que se segue.

Eu voto, tu votas, ele não aprende

Agora que já é outro dia, que já deixei para trás uma noite eleitoral, que por conjugação do destino dividi o mesmo espaço físico que Pedro Pimpão e não lhe pude ouvir qualquer declaração de vitória, porque o PSD perdeu um deputado no distrito e ele não foi eleito, percebi que Sócrates que não aprendeu nada com estas eleições. Bastou-me vê-lo, num filme da noite que as televisões fizeram o favor de voltar a passar, para ter essa certeza. É um tipo de sorte, ele. A coisa correu-lhe melhor que do poderia esperar: uma adversária que não conseguiu enganar toda a gente durante todo o tempo, revelando a fobia ao povo (muito visível nas arruadas), mais o tiroteio nos pés disparado por Cavaco.
Agora, que a noite caminha para o dia, podemos sempre concluir que em Pombal nem tudo está na mesma: O PS ganhou na freguesia/cidade (por apenas cinco votos, mas ganhou), mais na Redinha. É claro que este é e será, enquanto houver PSD, um laranjal. Mas ali na Rua Alexandre Herculano haverá quem fez contas estas noite, talvez até esperançado em ver estes resultados repetirem-se daqui a 15 dias. E na Luís Torres também se devem ter feito contas. O CDS há-de roer até as unhas dos pés por não apresentar candidato em Pombal. E o BE ainda não deve ter percebido bem como é que em política é possível fazer castelos no ar e ter gente a acreditar que são reais. Apraz-me também ver a subida da CDU, naturalmente. Porque o meu país caminha para a esquerda e o meu concelho ainda é Portugal.
Eu, que acredito cada vez menos nos políticos e me desencanto todos os dias com mais um ou outro, não vejo aqui os resultados das autárquicas, embora neles leia alguns sinais. E por isso faço votos para que o povo (pelo menos) vote. Já é bom sinal.

E durante muito tempo há-de martelar-me na cabeça a frase de Sócrates, no Altis, dirigindo-se aos fotógrafos: "façam o favor de se baixarem, que eu gostaria de falar às pessoas". Diz ele que "o povo falou bem claro". Só é pena que ele não tenha entendido.

27 de setembro de 2009

Legislativas: vitórias e derrotas

Logo à noite os resultados eleitorais ditarão algumas surpresas. No entanto, cada partido reivindicará a sua vitória: vitória propriamente dita, perda da maioria absoluta pelo PS, mais votos, mais deputados, etc. Mas, nas semanas seguintes, a poeira assentará e nessa altura os derrotados sentirão na pele a diminuição da sua capacidade política e as naturais convulsões internas. A dimensão da vitória e da derrota deve ser feita em função das expectativas e da responsabilidade de cada partido. Assim:
Para o PS:
Grande vitória: maioria absoluta (improvável);
Vitória: 6 pp acima do PSD;
Derrota: vitória tangencial;
Grande derrota: perder as eleições.
Para o PSD:
Grande vitória: ganhar com um score que permita maioria na AR com o CDS;
Vitória: maior número de votos
Derrota: ficar atrás do PS;
Grande derrota: ficar 6 ou mais pp atrás do PS.
Para o BE:
Grande vitória: mais de 15 % e terceira força política (sem maioria absoluta do PS);
Vitória: terceira força política e sem maioria absoluta do PS;
Derrota: menos de 10% ou maioria absoluta do PS;
Grande derrota: quarta ou quinta força política ou maioria absoluta do PS.
Para o PCP:
Grande vitória: mais de 10 % ou terceira força política, sem maioria absoluta do PS;
Vitória: terceira força política ou quarta à frente do BE, sem maioria absoluta do PS;
Derrota: maioria absoluta do PS ou quarta política sem possibilidade de fazer maioria com PS;
Grande derrota: maioria absoluta do PS ou quinta força política sem possibilidade de fazer maioria com PS.
Para o CDS:
Grande vitória: mais de 10 % e maioria com o PSD;
Vitória: terceira ou quarta força política e score que permita maioria com vencedor;
Derrota: maioria absoluta do PS ou sem score que permita fazer maioria com o vencedor;
Grande derrota: maioria absoluta do PS ou sem score para fazer maioria com o PS.
Adenda: Pelos meus critérios deu: PS - Vitória; PSD - Grande derrota; BE - Derrota; PCP - Grande derrota e CDS - Vitória

25 de setembro de 2009

Desarranjo

Aquele arranjo (ou requalificação, como agora está na moda dizer-se) feito à rotunda na Urb. Senhora de Belém serve exactamente para quê? Sei bem, enquanto pessoa que por lá passa vezes sem conta que urgia fazer algo. Do género semáforos e lombas, mas não sendo tal possível, porque não alargar a rotunda não só no centro, mas também na parte exterior, por uma questão de segurança?

O que se lá fez - alargando a alegada placa central com uma diferença de altura quase imperceptível em relação à estrada - serve exactamente para quê, excepto para os carros passarem por cima, porque também não percebem o objectivo? É que não havendo sinalização, com as fitinhas de obras na rotunda (que belo aspecto) e com o facto dos carros que vêm das ruas que dão acesso à Avenida terem que se chegar bem à frente porque não têm visibilidade, não houve ali mais que um desarranjo que, em bom rigor, disfarça mas não resolve.

Sei também que a falta de civismo é uma parte determinante, mas em vez de invenções que tal soluções?

24 de setembro de 2009

A questão da esquerda

No Domingo o PS vai ganhar as eleições sem maioria absoluta. Este resultado, que vai de encontro ao cenário mais comum nos restantes países europeus (as maiorias absolutas são um fenómemo quase tipicamente português), é óptimo. Não é que eu grame o Sócrates ou considere o PS substancialmente diferente do PSD. A questão é que este resultado obriga o PS a olhar para a esquerda.

Durante a campanha extremaram-se posições, o que é normal. Mas, se os partidos políticos tiverem sentido de responsabilidade, como espero, terão que saber interpretar o sentido do nosso voto: queremos um governo do PS que consiga entender-se com os partidos à sua esquerda.

Mas o desafio não é só para o PS; é também para a CDU e para o Bloco. Quanto a mim, este é talvez o maior desafio político, stricto sensu, que se coloca à esquerda portuguesa desde a nossa adesão à Europa.

23 de setembro de 2009

A CERCIPOM DESCENTRALIZA

A Cercipom de Pombal, na minha modesta opinião, é uma das instituições do nosso concelho com maior prestígio. A actual direcção presidida pelo Senhor Manuel Santos irá descentralizar os serviços com a criação de um centro de actividades ocupacionais e um lar residencial na freguesia da Guia. Segundo as notícias, tal iniciativa pressupõe um investimento de 1,065 milhões de euros. A Câmara Municipal irá ceder o terreno e apoiará a construção. Muito bem. Eis um exemplo, em que os dinheiros públicos/municipais são bem utilizados. Pena é que, muitas centenas de milhar de euros, anualmente, sejam desperdiçados em subsidiar associações recreativas sem qualquer actividade de relevo, sem qualquer critério, casuisticamente, sem lei nem roque.

21 de setembro de 2009

CRISES ECONÓMICAS E O DESEMPREGO



As crises económicas são inerentes ao funcionamento do sistema capitalista, como nos ensinam os doutos economistas de formação liberal ou marxista. O desemprego é um dos maiores flagelos sociais, cuja a existência é natural ao sistema económico actualmente existente em Portugal e na Europa, como todos sabemos, ou quase . O que se fez de concreto, para além do propagandeado pelo nosso 1º ministro, para dinamizar a economia e combater o desemprego? Veja-se a este propósito o escrito de Eugénio Rosa em http://resistir.info/e_rosa/utilizacao_fundos_qren.html. Vale a pena a sua leitura atenta.

Diga lá em que dia é

O senhor presidente foi à aldeia onde eu nasci no sábado à noite, a uma festa do candidato/amigo dele, à Junta do Louriçal. (O homem percebeu que foram sobretudo os jovens que o derrotaram, há quatro anos, e então agora dá-lhe com festas para a malta jovem, pá, em tudo quanto é colectividade).
Chegou tarde, mas em forma. E então anunciou uma sessão qualquer, no Expocentro, onde serão apresentados todos os candidatos a todos os orgãos autárquicos, pelo mesmo PSD. Contaram-me as minhas 333 fontes que lá estavam, que o homem convidou dali toda a gente: "Comunistas e tudo", pois que "haverá lá quem asse uns churrascos". Isso, sim, é ser presidente de todos os pombalenses. De uns mais do que outros, é certo, mas não deixa de lhe ficar bem esta atitude. Estou a modos que...sensibilizada. Vai-se a ver e ainda me amolece este meu duro coraçãozinho, que corre o risco de ficar tão humanista e solidário...a pontos de deixar de ser vermelho.

18 de setembro de 2009

VAMOS ELEGER OS NOSSOS DEPUTADOS!











No próximo acto eleitoral os portugueses irão eleger a nova A.R., isto é, escolherão os novos(?) deputados da Nação. Contudo, publica-se e diz-se por aí, que nas próximas eleições os portugueses irão eleger o próximo primeiro ministro, como se o nosso sistema político-constitucional admitisse tal eleição. Ora, é necessário ter em especial atenção, que em Pombal, quando votamos, estamos a eleger deputados do círculo eleitoral do distrito de Leiria. Dirão, os caros leitores, que estou a afirmar uma evidência. Estarei? Quantos eleitores do PSD, PS, CDU, CDS/PP, B.E, do nosso distrito saberão que com o seu voto estarão a contribuir para a eleição para a A.R. de Teresa Morais, Luis Amado, Ana Rita, Assunção Cristas, Heitor Sousa? E já agora, quantos eleitores saberão quais as actividades políticas desenvolvidas pelos cabeças de lista supra referenciados, em prol dos interesses do nosso distrito/concelho/freguesia? Responda quem souber!

O presidente, os jornais, e os assessores dele(s)

Perante tamanha vergonha, só emigrando.

16 de setembro de 2009

Serviço ao Munícipe ou Propaganda?

Ontem recebi em casa uma carta da CMP, assinada pelo Presidente da Câmara, a informar-me que hoje iriam ser iniciadas os trabalhos dos Arranjos Urbanísticos do acesso à minha urbanização (São Cristóvão). Foi, tenho que o dizer, uma boa notícia. Senti-me, até, lisonjeado com a distinção. Sim, não é todos os dias que um munícipe é informado, por carta, que a sua rua ou praça vai ser arranjada e lhe é explicado, detalhadamente, o que vai ser feito, como, por quem e o prazo de execução das obras. É verdade que a obra foi várias vezes prometida e outras tantas adiada, ao longo dos últimos 16 anos, mas isso agora pouco importa, com a carta na mão acredito que a coisa agora vai.
Só gostava de saber uma coisa: isto é um novo serviço ao munícipe ou propaganda política? A ver vamos…

O síndroma da inauguração

O solícito gabinete de imprensa da Câmara de Pombal (a propósito...o que será feito do Ganibete de Imagem?) emitou uma nota alusiva à "Inauguração da Valência de Educação Pré-Escolar no Travasso". Tenho impressão de que estamos a falar daquela creche onde o Governo de Sócrates investiu umas coroas. Quererá isto dizer que o Estado fechou a torneira e agora a Câmara encontra nesta "inauguração a calhar" uma compensação para a verba investida? Ou Adelino Mendes anda distraído?
Perante a primeira hipótese, parece-me justo. Mesmo que eu tenha sempre alguma dificuldade em perceber a diferença entre dinheiro da Câmara e do Governo, já que ninguém me tira da ideia que é tudo nosso, pago por nós.
Se a resposta estiver na segunda possibilidade, significa que continuaremos em apuros.

15 de setembro de 2009

Coreto ou Barraca?


O coreto é, normalmente, um elemento distintivo e simbólico, que qualifica e enriquece o espaço público de uma determinada localidade. Mesmo nas localidades mais descaracterizadas, sob o ponto de vista arquitectónico, o coreto é, normalmente, um elemento atractivo e bem preservado. Em Abiúl não, a Junta utiliza-o como barraca de arrumações e painel de publicidade. Opções…

14 de setembro de 2009

Choremos todos

João Tordo é um rapaz bem criado. Filho de um "trovador", escreve com uma lucidez tal que parece adivinhar o pensamento. Este post diz tudo aquilo que me vai na alma, por estes dias.
É claro que o rapaz não faz ideia do que é Pombal, nesta matéria. Se fizesse, desconfio de que o post não se chamaria "choradeira", mas antes "depressão profunda", que é o estado em que ficamos quando nos parece que nada tem remédio.

13 de setembro de 2009

Centro Educativo de Carnide

Foi hoje inaugurado, com alguma pompa e circunstância (ou não estivéssemos nós em campanha eleitoral), o Centro Educativo de Carnide (CEC). É um equipamento moderno, com várias valências e excelentes condições para as crianças e para os profissionais ligados ao processo educativo.
Fico feliz por o meu País estar a proporcionar às crianças, desde tenra idade, todas as condições para se desenvolverem e serem felizes. E valorizo-o ainda mais porque sei o que a escola antiga fez, logo na escola primária, à minha geração. Bem sei que hoje é fácil estarmos de acordo acerca da importância destes equipamentos, mas recordo com alguma mágoa os discursos inflamados e ferozes contra o governo e a ministra da educação por causa do encerramento das velhas escolhas, sem condições e sem crianças, que tanto contribuíam para o insucesso escolar.
Espero que alguns dos políticos que assistiram aquela inauguração (e outros) tenham feito um mea culpa e iniciado o acerto do passo com o progresso
.
Adenda: Pelos vistos, apesar de eu ter recebido um convite, formal, não era suposto, e conveniente, ter aparecido. Como eu os compreendo: afinal aquilo era, acima de tudo, uma acção de campanha, paga com o nosso dinheiro. Manhosos…!

11 de setembro de 2009

história do tenor desafinado

A história que hoje aqui trago foi contada por Plácido Domingo no meio de políticos, durante um banquete oferecido pelo Presidente da Republica há época da sua (1.ª) passagem por cá, e relatada na revista Actual pelo J.M. Santos, assim:
“Numa pequena cidade de província, em Itália, havia um pequeno teatro com uma grande tradição. O público, embora modesto de condição económica, era sabedor e exigente de gosto musical. Uma noite houve em que se representava uma ópera, na qual, num dos actos, se sucedem duas árias: uma cantada por um tenor; outra, cantada por uma soprano. Os cantores daquela companhia eram todos muito maus e o publico estava furioso com isso. À medida que a récita decorria, as reacções dos que a ela assistiam tornavam-se mais impacientes, mais hostis e mais ruidosas. Quando chegou a altura das duas árias sucessivas o tenor entrou em palco e começou a cantar. Cantava e desafinava. Mas habituado ao desastre que era, não se intimidava. Cheio de desfaçatez, continuava a cantar com um à-vontade e uma arrogância que nem o melhor cantor do mundo. O público agitava-se, aguardando o fim com ar feroz e ameaçador. Mal foi dada a última nota (até essa desafinada) desatou a patear furiosamente. O tenor fitava com ar desafiador aqueles que uivavam e batiam freneticamente os pés. Essa atitude insolente ainda os enfurecia mais e a vaia aumentava de intensidade e vigor. Parecia que a sala vinha abaixo. Então, o cantor começou a fazer gestos, sacudindo as mãos lentamente. Quando os espectadores perceberam que ele estava a pedir-lhes que se acalmassem, a pateada ainda se tornou mais agressiva. Mas o cantor continuava a mover as mãos, agora com uma humildade forçada ou fingida, pedindo que escutassem o que tinha para dizer. Pouco a pouco, com contrariedade e desconfiança, o publico lá foi diminuindo a fúria sonora. Quando o silêncio era total, o tenor fez o seu olhar viajar da plateia aos camarotes e dos camarotes à plateia, encarando o rosto dos que o fitavam. Tossiu para aclarar a voz e, nesse momento solene, disse, alto e bom som: “Não pateiam já tudo. É que o soprano que canta a seguir ainda é muito pior do que eu!...””
Por ser intemporal e por a política se ter transformado num espectáculo, todas as similitudes com a realidade política actual são legítimas.

O senhor engenheiro ao natural



Irrita-me este ar dengoso.
Cada vez lhe encontro mais semelhanças com o outro engenheiro. Só lhe falta dizer mais vezes "hã..."

10 de setembro de 2009

A falácia da asfixia democrática

Ando asfixiada com o tema. Muitos dos meus camaradas têm memória curta, outros não têm memória. O que nos vale é que há a Madeira, onde todos nos vamos refugiar quando o Sócrates soltar definitivamente as garras, ou a tia Manela despir esta pele de avozinha que faz bolinhos para os netos e sabe bem quanto gastou nos ingredientes e se armar em dama-de-ferro à portuguesa.

8 de setembro de 2009

Novo Centro de Saúde

Segundo o NC, Narciso Mota, na cerimónia de encerramento da I Mostra da FisioSaúde, reivindicou novo Centro de Saúde para Pombal.
Reivindicou? Mas ele já o prometeu em 1997, 2001 e 2005.
Engana-me, que eu quero...

5 de setembro de 2009

Atentado ambiental e paisagístico


Em Pousadas Vedras, o vale que vai dar a Olhos de Água (nascente do Rio Anços e local próximo de captação de água pela CMP) está transformado em grande vazadouro de todo o tipo de detritos e lixo.
Um atentado ambiental e paisagístico que está à vista de toda a gente. Tanta conivência, porquê?

4 de setembro de 2009

mouraguedesgate, tão longe e tão perto

Não gosto do estilo nem da figura, mas mexe sempre comigo este tipo de coisa, este tique silenciador que desta vez acabou com o jornal de sexta, na TVI.
Sabendo à partida que não há anjinhos no Governo, que Sócrates lida mal com quem assume opinião contrária (já escrevi noutros tempos que ele e o "nosso" engenheiro têm muito mais em comum do que se imagina), há uma verdade absoluta que importa lembrar: Quem manda nas empresas são os administradores. Por saber do que falo, fico sempre triste quando vejo uma administração baixar-se até rastejar de língua no soalho, polindo o caminho. Temos por cá exemplos potentes, como muitos sabemos. Por isso, a "sorte" de um qualquer jornalista nos tempos que correm chama-se mesmo entidade patronal e reveste-se da firmeza e da índole de quem nos gere, percebendo que todos ganham muito mais se forem árvores, que morrem de pé, em vez de arbustos que secam mal acaba a primavera. Porque não haja ilusões: Hoje temos sócrates como tivemos santana. E antes disso tudo houve Cavaco, esse "mestre" na arte de silenciar, que agora já não come bolo-rei nem faz chamadas à polícia de intervenção. Agora já não se mete nos assuntos da Ponte nem da Pereira Roldão.
E depois agora temos blogues, como este, numa terra onde por causa de um blog ficou uma história dessas para contar. A diferença é que Moura Guedes não sai dos saltos nem consta que ande a contar os trocos do salário para as contas de supermercado. A nós, o que nos vale, é que vivemos num concelho charneira, humanista e solidário. E quem perceber este chavão nunca tem chatices na vida. Nem precisa de ter sorte com os patrões.

Espuma dos dias

A propósito do caso do Jornal Nacional da TVI, para além do que tenho dito na minha outra casa, repito que Portugal é um país com uma incipiente maturidade democrática (cada vez mais em remissão) e uma Justiça ineficaz, pelo que aqui a liberdade de imprensa nunca é um pilar de um Estado de Direito, mas sim uma arma de arremesso que se utiliza ao sabor do vento.

3 de setembro de 2009

BLOCO DE ESQUERDA


Agostinho Silva, candidato do B.E. à Câmara Municipal de Pombal, deu uma entrevista ao mensário O Eco na edição 1 de Setembro de 2009. Questionado sobre qual o seu político de referência respondeu: Sá Carneiro e Paulo Portas. Surpresa? Admito que nunca imaginei que um indíviduo da área política do Bloco pudesse ter como políticos de referência S. Carneiro e P.Portas, mas pensando bem tal afirmação não me espanta por aí além, uma vez que vem confirmar as dúvidas sobre a real natureza política daquele movimento. Mas afinal o que é o Bloco de Esquerda? Um albergue espanhol? *


* Albergue espanhol: na gíria francesa significa o lugar onde várias culturas se misturam, onde não há regras e onde tudo pode acontecer.

2 de setembro de 2009

As Obras do Regime (II)

Em Pousadas Vedras, Redinha, jaz ao abandono mais uma obra do regime. Apesar de inacabada, foi inaugurada, teve direito a discursos e placa.
Está na altura de gastar lá mais uns cobres na recuperação e requalificação da obra (como costuma dizer o Presidente Narciso Mota). E, como os trabalhos não são de grande monta, a coisa, se acelerada, ainda se (re)inaugura antes das eleições. Não podem perder muito tempo…