31 de julho de 2013

Escolhas que não lembram ao diabo

Há muito que as estruturas partidárias, nomeadamente as locais, perderam totalmente o respeito pelos eleitores. Soure e Leiria são os exemplos mais próximos e mais recentes.
Por cá não é muito diferente. Propõem-nos o requentado, o plástico, o falso, o obscuro. Mas em Abiúl exageraram. Como diz um amigo meu, que anda nestas lides há trinta anos, o descaramento é tal que parece que querem gozar com os eleitores. Segundo ele, existem em Abiúl 999 eleitores que ganham ao candidato do PSD; no entanto, as apostas da oposição foram para um dos outros.
Havia necessidade?

30 de julho de 2013

Há Bodo no olhar de quem?

Enquanto a procissão recolhia, ao crepúsculo de domingo (um bocadinho desorganizado, esse momento, este ano...), lá fui entusiasmada visitar a exposição "Há Bodo no Olhar", que ocupa ainda os claustros do edifício da Câmara. Imaginei várias coisas, antes de entrar: uma exposição colectiva de fotografias sobre a Festa, ao longo dos anos; uma mostra do espólio de alguns fotógrafos locais; ou ainda uma coisa parecida com aquela que ocupou a galeria do Teatro-Cine, há alguns anos, resultado do convite feito a vários fotógrafos e jornalistas da região. Depois lembrei-me que ao longo dos anos a Câmara sempre contratou fotógrafos exclusivamente para registar os momentos mais importantes do Bodo, e só esse olhar bastaria para prender os olhares de quem gosta da festa, de quem a vive, ou simplesmente de quem nela participa.
Enganei-me.
Percebi mais tarde que a sensação de enjoo com que saí dos claustros perpassou da exposição para a maioria das pessoas. E essa maioria foi visitá-la com o mesmo entusiasmo com que eu fui: à procura de retalhos da nossa festa, das pessoas que a fazem, todos os anos. 
Quem ainda não foi, não perca a oportunidade de constatar como é que se derrete o nosso dinheiro em meia dúzia de painéis de qualidade, com arranjos gráficos cuidados, e cujo conteúdo deveria envergonhar quem o seleccionou. São os convites de inauguração, são os programas de inauguração, são as figuras de proa como Isaltino e Mexia, e é sempre Narciso Mota. Aquilo fez-me lembrar o tempo em que o presidente aqui chegou, no verão de 1993, quando enchia a boca com críticas ferozes o boletim municipal de Armindo Carolino e toda a exposição a que o então chefe do executivo se submetia, nas fotografias. Volvidas duas décadas, está visto que ninguém resiste à tentação da imagem perpetuada. 
Falta ali o povo. A gente da festa, que enche o Cardal todos os anos, o Largo do Arnado, o da Biblioteca, o Estádio noutro tempo. E há dezenas de pombalenses com bons registos desses. Bastava lançar o desafio da partilha. 
Tenho para mim que aquilo deve ser o livro em ponto grande. O tal livro.

Obras bonitas

A maior parte das obras da cidade estão bonitas. Há mérito na sua execução. Em contrapartida, teremos de nos interrogar se proporcionam segurança aos utentes, se estão funcionais e se justificam o dinheiro gasto e o esforço dos contribuintes.
O calcetamento das ruas, com a assimetria das placas de pedra, está mesmo assim bonito.
O açude foi reparado e está bonito. Gastou-se muito dinheiro a corrigir os erros de projeto e ou de execução até à próxima inundação. Não há responsáveis.
O largo do Cardal ficou quase bonito. Ficaria mesmo bonito se alguém arrancasse o mamarracho implantado em frente dos paços do concelho e da igreja e corrigisse as meias ratoeiras de marcos pretos implantados na calçada.
A ponte Dª Maria já estava “bonita”, com aquelas ratoeiras de pedra pontiaguda, onde, durante as festas do bodo, se viam crianças e adolescentes a brincar (com a sorte), fazendo deslizar os pés pela face lisa das pedras, e onde também se viam os desatentos a tropeçar. Não há quem seja responsável e arranque aquelas coisas (pedras).
O centro de negócios está mesmo feio. Haja quem lhe coloque um telhado à antiga portuguesa, à semelhança dos de todos os edifícios da praça Marquês de Pombal. Vejam no que deu a transformação de um projeto de recuperação (falhada) de um edifício histórico para a construção de um edifício novo.  
Se a natureza obrigou a fazer alterações e reparações no açude, a segurança dos cidadãos, a história, a estética e a funcionalidade também deveriam impor alterações das obras executadas ou em execução.

28 de julho de 2013

Caciquismo

Há estruturas partidárias que se apropriaram tanto do poder que na altura de escolher  os candidatos e têm de excluir alguém mais desgastado prometem-lhe lugar na próxima rodada.
Ao que isto chegou!

26 de julho de 2013

Obras no Cardal


Aconteceu o que se temia: a CMP não conseguiu terminar as obras antes do início das Festas do Bodo, o que confirma uma tremenda falta de capacidade de planeamento e um profundo desprezo pelos pombalenses e, em particular, pelos comerciantes. 
O mesmo acontece na zona histórica da cidade: transformada num estaleiro abandonado. 
Que péssimo cartão de visita. Não havia necessidade.

25 de julho de 2013

Procura-se candidato


Será que não há por aí ninguém que queira aproveitar a deixa e encabeçar essa candidatura? Alguém com experiência autárquica (de preferência até documentada em livro). Aposto que esta é uma ideia que teria muitos e variados adeptos.

Agora a sério, desejo um bom Bodo a toda a comunidade Farpas. Que se reencontrem e aproveitem a quadra ao seu gosto. E mantenho, o feriado municipal de Pombal devia ser na 2ª feira de Bodo. Fica a proposta.

24 de julho de 2013

DJ Party Fest


Sou dos que considera que um DJ é um artista, um profissional do espectáculo como um actor ou um músico. Mas já me custa aceitar – será da idade? – que a página oficial das Festas do Bodo dê mais destaque ao DJ Kiko ou o DJ Pedro G que à Ana Moura. Afinal a fadista vem fazer a primeira parte do DJ Kiko? Os Expensive Soul vêm aquecer o pessoal para o grande DJ Rui Santoro?

23 de julho de 2013

Aberrações arquitetónicas

As “ratoeiras” de pedra pontiaguda da ponte Dª Maria: boas para apanhar e ferir desprevenidos que nelas tropecem.
O “sarcófago” de betão do Largo S. Sebastião: bom para guardar uma múmia que por ai anda desvairada...
O "bunker" da praça Marquês de Pombal: bom para desconchavar a arquitetura da praça mais histórica de Pombal, para exemplificar o mau gosto na recuperação de um edifício histórico e para mostrar a marca de alguém.
A “cagadeira” do Largo do Cardal, bem no centro do largo, ali em frente aos paços do concelho e à igreja: bom para ser o contraste, para tapar a visão sobre os edifícios históricos, para estragar a estética do local e para defecar.

22 de julho de 2013

Antologia do non sensu (político)

Na sua intervenção, perante cerca de 1.300 apoiantes, Diogo Mateus dirigiu-se aos seus, ainda, colegas de vereação Paula Silva e Michael da Mota António. “A vossa não inclusão na lista à Câmara não é uma expulsão, nem uma repreensão, nem um acto de desagrado, nem de desprezo, nem de antipatia”.
In Noticias do Centro

Candidatos ao lugar de bilheteiro


Como a foto documenta, ambos estão disponíveis. O momento registei-o sábado à tarde, na cafetaria do Castelo, durante a apresentação da candidatura do Carlos Lopes à Junta de Freguesia de Pombal. E assim sossegamos os espíritos inquietos com a última crónica do Daniel Abrunheiro, cá na casa.

21 de julho de 2013

Propostas fabulosas


Os candidatos à CMP têm mimoseado os pombalenses com propostas fabulosas:
- Diogo Mateus promete Investimento na Formação Humana e Competências dos Pombalenses;
 - Adelino Mendes promete mais Emprego.
Entre trufas e caviar, escolho o quê?

18 de julho de 2013

Eu é que vou ser o bilheteiro do Estádio Municipal e ninguém mais

Pombal etc e Tal


1. Em e de Pombal, só me falta a circunstância do nascimento físico. Em tudo, sinto-me tão pombalense como os que o são de gema e berço. Isso agrada-me sobremaneira. Uma pessoa pertence deveras e de facto a todo o sítio cuja gente lhe faça falta. É o (meu) caso. De vez em quando, uma espécie de prurido emocional faz-me catar (quase) todo e (quase) tudo. Nessas ocasiões, sei que o único remédio para tal, digamos, “micose” é apontar as biqueiras dos sapatos à ponte sobre o modesto Arunca da nossa vida.
2. Postas assim as coisas (em assertiva sinceridade), julgo não precisar de esclarecer as Vossas boas almas de que quase tudo, se não tudo mesmo, o que pombalense seja me interessa:
os nascimentos como os óbitos;
os casamentos como os desquites;
os baptizados como as bebedeiras (próprias e/ou alheias);
e a Política, p’x-tá-claro.
Escutai-me, por e de favor vo-lo rogo, esta verdade-verdadinha: quando por aí jornalei, diverti-me sempre muito muito muito muito. Sobretudo quando malhava com as nalgas no banco dos réus por causa das queixinhas daquele Senhor-de-Que-se-não-Diz-o-Nome-mas-Todo-o-Bicho-Careta-Sabe-Quem-é. Ai o quanto eu gostava de o ver, por assim dizer, autocoitadinhar-se em frente à sôtôra-juíza!  Ai as lágrimas de riso que eu não tive de sufocar à nascença do esófago! Ai as vezes que quase me não borrei (literalmente) de gozo o mais impuro e mole enquanto ele fazia de virgem ofendida! Ai o caruncho nos meus ossos quando a traça me ratava a naftalina! Bons tempos velhos, esses.
3. Para mal dos meus pecados (mas também para bem dos meus fígados), já Pombal não tem jornais. Os únicos que lá vejo – são os de embrulhar o peixe no mercado das segundas-feiras. Ou então este da campanha do Diogo Mateus – ideal para jogar o scrabble. Sim, o scrabble. Veja-se e prove-se e comprove-se: chamando-se, como se chama e lhe chamam, Mais Pombal, dá assim – Mais Pombal – Jornal;  Mais Pombal – Jornal – das Meirinhas. N’é mêmo? Ora, isto faz-me muita pena. Pena, porque Pombal tem sempre muito de que se (lhe) diga. E escreva. E comente. E opine. É pena. Não falo ressabiadamente: não é o meu estilo. Digo-o porque sim: porque de facto creio na importância de uma imprensa livre para a comunidade. Livre e responsável – atenção. Responsável e ética – atenção. Ética e deontológica – atenção. Em sede de tribunal como em folha impressa, o princípio do contraditório só pode ser bom – porque apura e apara o bem do mal. O unanimismo invertebrado e minhoca e acéfalo que desde Julho de 1993 tomou posse da vida sociopolítica pombalense não é nem nutritivo nem digestivo – é diarreico. Mas não tem de ser vitalício. É por isso que qualquer pessoa tem o direito de esperar que, pelo menos até 5 de Agosto próximo, Diogo nos diga que lista é a dele. Ou então a daquele Senhor-de-Que-se-não-Diz-o-Nome-mas-Todo-o-Bicho-Careta-Sabe-Quem-é.
4. Sisudos ou ridentes, trombudos ou ridículos, o que é preciso é nunca ter medo de nada nem de ninguém. À excepção da saúde dos filhos, nada pode atemorizar-nos. A higiene de carácter, a seriedade moral, a solidariedade pronta – isso sim, são essas as rosas a cultivar em o rosal de cada um sem poupar no estrume. (NB: Eu tenho tido sempre e sempre terei muito sucesso junto das mulheres porque lhes falo assim sem pestanejar e elas acreditam.)

5. Vai longa já esta espécie de confessional exortação aos meus (afinal) conterrâneos e compatrícios e compadres de Pombal. Pois ainda bem que sim: o desemprego, se tem coisa boa, é dar tempo de obra & sobra para escrever dislates e disparates bem intencionados como estes. Sim, eu disse a palavra feia: “desemprego”. Mas se o Adelino Mendes, que não tem dinheiro para jornais de scrabble, recusar o convite do Diogo para bilheteiro do Estádio Municipal, espero bem que o novo edil, filho do meu/nosso saudoso Alves-Mateus, me ofereça o lugar, que eu aceito-o logo sem olhar nem duas vezes para o cu, ou o cós, das calças. As minhas, claro, as mesmas que tantas vezes assentei em vara de réu por causa daquele Senhor-de-Que-se-não-Diz-o-Nome-mas-Todo-o-Bicho-Careta-Sabe-Quem-é.

17 de julho de 2013

Aldeia do Vale, Aldeia do Vereador

Já todos sabemos que o granito substituiu grande parte do calcário na calçada da cidade de Pombal. Mas só os que passam na Aldeia do Vale é que sabem que os caminhos ao redor da casa e do terreno do vereador também foram calcetados com granito de igual aspeto, logo numa encosta duma serra de calcário. Bem, os muros de vedação do prédio foram feitos em pedra de calcário.
Dizem os indiscretos que o custo dos trabalhos da calçada do Vale está incluído no financiamento comunitário e no projeto da obra da cidade. Dizem os moradores do Vale que os trabalhos só foram efetuados nas proximidades da casa do vereador, o que pode ser confirmado por quem quiser visitar o local.
Parece-me que são necessários esclarecimentos sobre a obra do Vale.

15 de julho de 2013

Ele diz que ainda é o presidente

Depois de ler um dos comentários deixados num dos anteriores posts deste blog, fui averiguar. Fiquei a saber que os funcionários comentam que o chefe diz aos vereadores que ainda é o presidente e que em equipa que ganha não se mexe. É o mesmo chefe que perdeu toda a sua primeira equipa, da qual apenas recuperou um elemento para uma relação de amor/ódio.
Aquela pretensão, para além de ser a continuação da linguagem brutal e da brutal falta de respeito pelas liberdades e competências dos outros, revela o velho a querer condicionar o novo, a querer fazer a equipa do novo, a querer que o novo também seja velho e a querer proteger os seus boys, sejam eles bons, medíocres, maus, o 1/2 vereador ou o -1 vereador.
Se a vontade do velho se  concretizasse, seria o novo a perder a credibilidade, sobretudo dentro da instituição que este quer governar… 

13 de julho de 2013

Narciso Mota & C.ª

Distingue 81 trabalhadores do município com a Medalha de Mérito Municipal em prata.
É uma pena não o ter feito aos 810!

PS1: boa armadilha. 
PS2: Até o Victor Leitão vai receber uma Medalha de Mérito Municipal, por que não?

12 de julho de 2013

Nas Asas dos Subsídios (II)

A Ata 13/2013 enumera os 481.000€ de subsídios espalhados ao desbarato, nesta altura, e já aqui glosados.
Realço os 106.000 dados às Comissões Fabriqueiras de Igreja e afins. Triplamente chocante: pelo montante, pelos fins e pela discriminação.
Há outras confissões religiosas em Pombal, porque são discriminadas?
Um estado laico deve financiar atividades religiosas?

11 de julho de 2013

Tarantoladas benignas

Cardal etc e tal



1. Ao contrário de proeminentes figuras como as do Zé Man’el Carraca e do Adelino Leitão, eu não faço falta alguma a Pombal. Verdade seja dita. Mas esta também: Pombal faz-me falta a mim. A qualidade da minha vida, da pessoal à artística, da profissional à excursionística, tem caído a pique desde que deixei a formosa terra que o Arunca banha às pinguinhas. Por falar em “pinguinhas”, nenhumas são tão boas como as que Pombal propicia em seus parlamentares balcões taberneiros. Já tenho sido encontrado a chorar pelas ruas de todos os sítios que habitei depois de Pombal (e Louriçal). As pessoas ficam sempre com muita pena de mim, a ponto de me darem às vezes umas coroas para eu ir dessedentar as mágoas a qualquer tasco com ramo de loureiro à porta. Eu vou, mas depois choro ainda mais porque nem o Leitão nem o Carraca estão lá dentro. A minha é deveras uma vida muito triste.

2. Triste deve andar também, e se calhar bem mais do que eu, o nosso Cavácuo local, Aníbal Narciso Silva Mota de seu nome. Obriga a lei a que tombe do poleiro que durante duas longas décadas engalinhou sem descanso. Tenho muita pena dele. Chego a achar que, indo embora o Mota, quem deveria subir a edil máximo era o Zé Mouco, que esse é que sabe tudo de motas. Eu, é mais de lambretas.

3. É público e notório que os animadores de serviço destas Farpas são os notáveis (e notados) Man’el Rodrigues Marques e Zé Gomes Fernandes. Mas atenção: quando lhes chamo “animadores”, faço-o no sentido etimológico. Este aqui: do latim “anima”, que, encurtado em “an’ma”, acabou resultando na portuguesíssima palavra “alma”. É o que eles deveras me parecem: a alma do sítio, se bem que aqui e ali algo desalmada. Outra figura é o Tarantola, que desde sempre me pareceu “Tarântula” mal escrita. Não percebo o porquê do pseudónimo. Pombal tem certa vocação para estes disfarces de tapa-cara – e já desde os tempos do famigerado e infame O Abutre. Lembram-se dele?

4. Apesar de longe, estou a ficar um bocadito menos desinfeliz: já aqui falei de pessoas que me são caras, do Carraca ao Leitão e do Man’el de Albergaria ao Zé Gomes das bicicletas. É gente de que sempre gostei, sobretudo, dentre estes quatro, dos dois que anos a fio levaram a água do Narciso ao moinho do Poder. Do Man’el de Albergaria (Albergaria dos Seis + Seis, não dos Doze, que aquilo sempre foi tipo raia Cima contra Baixo), aprecio particularmente a tonitruância. Pedir-lhe que fale alto é como pedir ao Toninho Varela que toque baixo: é escusado, que a coisa é certa como a chuva chamar caracóis. Do Zé Gomes Fernandes, gosto do perfil mourisco, da tez sarracena, da barba de Mafoma, dos olhos de corsário. Se eu fosse mulher ou, digamos, tipo Baião ou Goucha, ele não me escaparia.

5. O dicionário da nossa Língua emparelha como sinónimos os termos “freguesia” e “clientela”. Mas a política autárquica não deveria fazer o mesmo. O mal é que não tem feito outra coisa. Em Pombal como alhures. Sempre quero ver que nos trará Outubro próximo. Narciso deve aguentar para aí um mesito como presidente da Assembleia Municipal. O Michael, apeado do gabinete, só se o meu amigo Calvete lhe der emprego ou, em alternativa, horas extraordinárias no Manjar do Marquês, sítio onde a única coisa de Graça é o Paulo. O nosso Parreira, não sei não. Aulas outra vez? Mas onde? O Instituto D. João V já só emprega estagiários por seis meses. As escolas de condução não vendem uma carta desde Outubro de 2005. E os centros nóvóportunidades deram o berro que nem ginjas. O cenário é agreste. Resta o Diogo. Figura macha, soube suportar o deserto e o ostracismo. Ei-lo por cima. Como o PS vai acabar por não eleger qualquer vereador, o bravo Mateus vai acabar por empregar o nosso Adelino Mendes na bilheteira do Estádio Municipal, nicho perfeito para ele, Adelino, avaliar ao que se reduziu o PS/Pombal que Deus tem e o Diabo não quer.

6. Prontinho, por hoje já “tarantolei” o meu bocadito. Agora vou-lh’amandar com uma punheta de bacalhau e uns decilitros do maduro, que só de pensar nele me faz agravo das saudades do Leitão e do Carraca. Até para a semana, ó boa gente, ó bons Pombalenses!

Descubra as diferenças

E as semelhanças...

Também não percebo isto

Apenas para dizer que, no seguimento do post anterior, se não percebo umas coisas, também não percebo coisas semelhantes/análogas, evitáveis até por todas as leituras que se fazem directa ou indirectamente. Uma coisa é fora de campanhas e de períodos pré-eleitorais, pedir a colaboração de políticos para acções como vendas de jornais para determinadas causas ou galas ou afins. Isto, parece-me, é misturar planos que não devem ser misturados. Mas pode ser de mim. Irrevogável também já significou uma coisa e agora, aparentemente, é outra.

10 de julho de 2013

Coisas que não se percebem

Sinceramente, da primeira vez que vi, nem reparei. Afinal, era uma fotografia normalíssima de campanha. Mas depois, numa rede social, houve quem reparasse no lado esquerdo da fotografia. E por motivos perfeitamente dispensáveis. É que sinceramente, isto é dos livros: não basta ser, tem que se parecer. Pensava eu que era uma lição aprendida em Pombal.

Eleições – liderança a três ou a uma cabeça

Enquanto o PSD local apresenta publicamente a cúpula da organização da campanha eleitoral a funcionar em triunvirato (à moda da Roma clássica), com Pedro Pimpão, Diogo Mateus e Narciso Mota, o PS apresenta apenas um único ator, Adelino Mendes.
No caso do PSD, todos os ex-líderes locais sentem-se comprometidos no projeto e na organização, pelo menos com dois dos três membros do triunvirato. Em contraposição, todos ou quase todos os ex-líderes locais do PS estão (foram) afastados da organização partidária e da das eleições, sentindo-se excluídos.
Iremos ver se, na organização do triunvirato, algum dos membros vai ditar a solução para a casa dos outros membros e se, na organização adversária, o ator único vai deixar de ditar todas as regras e escolhas e passa a receber apoio e colaboração dos que representaram o partido.

9 de julho de 2013

Braço-de-ferro

Consta que é a actividade mais praticada no Largo do Cardal. Há outra, que fará concorrência com a actividade situada no topo do Jardim do Cardal, mas do outro lado da Igreja. Voltando ao braço-de-ferro, o desfecho terá naturais influências no que há-de ser, se Setembro se confirmar de laranja. Mas, sobretudo, mostra bem a pior face daquilo que têm sido estes 20 anos. Mas nisto, parece-me que estarei a ensinar a missa ao padre. Quem quer fazer diferente sabe bem. E tem dois combates importantes. Mas se perder este, mesmo que ganhe o segundo (confirmando-se, repito), terá 4 anos complicados devido a uma tutela que não quer largar. Terá? Teremos.

8 de julho de 2013

Nós, por cá...é mais barulho

Quem foi ao Teatro-Cine de Pombal neste último fim-de-semana teve o prazer de assistir a qualquer das quatro sessões de um espectáculo magnífico, pela mão da academia de dança da Filarmónica Artística Pombalense. Na verdade, desde os tempos dos (saudosos) musicais do Colégio João de Barros que não me recordo de ter assistido a coisa parecida, tal o nível ali vincado. "Nanny, uma ama perfeita" e "Grand Hotel" tiveram a assinatura da pombalense Patrícia Valente (que todos conhecem por Ticha) e de Kelly Lisboa, que ensinou gerações de pombalenses a dançar.
Quem dançou foram crianças, jovens e adultos de cá, para um público de cá, entusiasmado até à medula. Mas ficaram praticamente vazias as cadeiras da fila da frente, reservada a essa classe que em Pombal respira cultura, como se sabe: as entidades oficiais. À excepção do omnipresente Pedro Pimpão, os quatro espectáculos de sexta, sábado e domingo não mereceram a atenção dos autarcas do costume. É claro que assim é difícil perceberem o que se faz por cá. É óbvio que, assim, não admira que estes espectáculos não cheguem, por exemplo, ao palco das festas do Bodo (a Fap Dança e a Dance Spirit, outra academia da cidade). Nós, por cá, pelos vistos preferimos encher a noite de quinta - que há anos estava reservada às bandas de Pombal - com um espectáculo de...tunas académicas. Que estão para Pombal como as placas de granito para as ruas do centro histórico. 
E para essa organização não vai nada, nada, nada?...

7 de julho de 2013

Diogo segundo João Paulo Pedrosa do PS

Na apresentação da candidatura de Adelino Mendes, João Paulo Pedrosa, seu ex-inimigo, abriu as hostilidades políticas para as próximas eleições autárquicas. Não se bastando com o elogio do seu candidato, urgiu um ataque a Diogo Mateus. Comparou-o a Paulo Portas, quando foi candidato (vencedor) a Presidente de Junta da Freguesia de Pombal, e terá dito que nada mais fez que política e sem obra.
Tal intervenção parece ter sido um motivo de mobilização nas hostes do PSD, mesmo para alguns que pareciam estar desinteressados, criando um sentimento de injustiça, não tanto por ser um ataque pessoal mas principalmente por entenderem que as afirmações não correspondem à verdade. Muitos dos membros ou simpatizantes do PSD local dizem saber que Diogo Mateus sabe o que é vida dura, pois já “comeu o pão que o diabo amassou”, já passou grandes dificuldades económicas na sua juventude, de que não faz alarde, já foi carteiro, dizem saber que já foi organizador e “trabalhador” de campanhas eleitorais para outros candidatos (carregador de pianos), que já organizou e instruiu várias candidaturas de várias entidades locais a fundos comunitários ou outros, que foi e é dirigente de várias associações, que fez um trabalho inovador e profundo na Junta de Freguesia de Pombal, que é competente…
Veremos como vão os principais candidatos do PS mostrar os seus atributos morais, as suas competências a sua participação social, nomeadamente se se interessaram muito, pouco ou nada pelas causas públicas fora das épocas eleitorais ou fora do âmbito da atividade política. Vamos ver como corre este verão escaldante… 

5 de julho de 2013

A Macaca no Governo

No país dos bonobos, há uma macaca, dita centrista, que tem acasalado com cada chimpanzé que seja líder da comunidade nacional. Quando lhe parece que o companheiro está a perder o poder, passa a cortejar outro chimpanzé que revele poder ser o novo chefe da selva da macacada. Já sobreviveu a pelo menos quatro chimpanzés que foram para a cova.
Para estar sempre no poder a comandar cada líder, a macaca tudo exige e tudo justifica negativamente com a moral e os costumes dos que perdem a liderança.
A macaca, esperta em terra de cegos, já foi universitária independente e agente submarina. Para os seus detratores, ela é uma meretriz. Para os seus admiradores ela é casta, até santa…

4 de julho de 2013

Cardaladas das Rijas - I

Cardal etc e Tal

Eu de Pombal não sei grande coisa.
Sei é muitas coisitas. Geralmente das miúdas, por grossas. E grosseiras, por miudinhas.
É verdade que ao saber se me ajuntam, por igual, boas coisas, factos bons de boa gente – mas essas e esses e esta valem menos às crónicas no plano capitoso, tanto no da retórica como no da leitura.
Parece que a partir desta quinta-feira aqui nos reencontramos. Eu deste lado, de onde, deveras e de facto, nunca saí senão geograficamente; e Vós desse, que é o de Pombal, essa castelã “charneira” de certo poder local com “h” a seguir ao “p”.
Por ser esta a primeira crónica do nosso reencontro (não, infelizmente, em papel de jornal mas em modernaço espaço internáutico, aproveitando a boleia e a caridade anfitriã das Farpas Pombalinas), sinto a necessidade de deixar alguns avisos a Vós e à navegação. Estes aqui:

1 - Escrever-vos-ei com a ortografia que aprendi, cursei, venero e pratico sem fadiga nem cedência. Recuso o abortês acordográfico do infame “simplex” em má hora herdado. Se, por absurdo ou masoquismo, ou por impura ignorância, eu Vos escrevesse como agora se desescreve, não Vos pareceria eu assim uma espécie de Joaquim Branco a falar ou, pior, o já quase extinto Dinossauro de ali perto da Ranha a assimilar uma crítica construtiva em legítima sede pública de assembleia? Pareceria.

2 – Não tecerei nem considerações nem desconsiderações sobre essa espécie de Twilight Zone a que chamamos Sporting. (NB: nem sobre o de Alvalade, nem sobre o nosso de Pombal.) Esta nossa é uma terra esmagadoramente verde-branca, à excepção de alguns dois ou três infelizes que fazem das tripas (tripeiras) coração e de uma pouca dúzia e meia de gente séria (como por exemplo eu) que assimila por Benfica a verdade sinonímia da Grei Lusitana.

3 – Por 500 paus dos antigos (meros €2,5 dos modernos), tergiversarei aqui, a pedido pagante de alguém interesseiro e interessado, sobre qualquer tema. (Menos o Sporting.) Se tiver o texto a pedido de meter insultos os mais soezes & mais duradouros, daqueles que doem até na bílis, digamos, narcísica, então a coisa terá de ser paga, ao negro e por debaixo da mesa, a 750 paus (em euros, “é só fazer as contas”, para citar o inefável Guterres, que anda lá fora a fazer de bonzinho à guisa de Madre Teresa de Calcutá.

4 e Última – Encontramo-nos depois

a) na Cervejália
ou
b) em tribunal.

Saudações viperinas do

Daniel Abrunheiro

3 de julho de 2013

Câmara cobra créditos prescritos

Já sabíamos que a Câmara Municipal de Pombal cobra o preço dos “serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos” também relativamente às casas de habitação a que não presta tais serviços. Cobra aos munícipes ricos, remediados, pobres, insolventes ou miseráveis, quer habitem ou não a casa de habitação. Cobra aos que não têm fornecimento de água, mesmo aos que não tenham recursos para pagar e aos ausentes (emigrantes, internados em hospitais ou lares de idosos, detidos em prisões, etc). Todos pagam, quer tenham ou não contratado o serviço e dele beneficiem ou não. O que importa é cobrar.
Pior ainda, exige o pagamento dos “serviços” relativamente a créditos de faturas com mais de seis meses. O artigo 1º, nº 2, al g) da Lei 23/96 de 26 de Julho, diz que os “serviços de gestão de resíduos sólidos urbanos” estão abrangidos pelas regras consagradas na restante lei a que devem obedecer, as de prestação de serviços públicos.
Ora, nos termos do disposto no artigo 10º, nº 1 da citada lei, “o direito ao recebimento do preço do serviço prestado prescreve no prazo de seis meses”.
Porém, o executivo continua a exigir o pagamento e até paga o custo do registo com aviso de receção de cartas que envia para o efeito relativamente faturas prescritas de valor de €4,28.

2 de julho de 2013

Câmara rica em concelho pobre

Quando o executivo camarário começou, no anterior mandato, a sobrecarregar com impostos as famílias e as empresas, alertei, aqui, aqui, aqui e na Assembleia Municipal, para um quadro socioeconómico insustentável: uma câmara rica num concelho pobre. A realidade impôs-se.
Uma das faces da realidade há muito que é conhecida e sentida: as famílias e as empresas têm enorme dificuldade em pagar os impostos municipais. É verdade que a câmara, percebendo-o, foi aliviando a carga. Mas o mal estava feito.
A outra face da realidade manifesta-se agora em todo o seu esplendor: gastar, gastar, gastar: 600.000 € por uma quinta (terreno rústico a 12 €/m2), ± 500.000 de subsídios, compra de terrenos, compra de prédios abandonados, construção de edifícios públicos de utilidade duvidosa, construção de estádio de futebol junto a outro praticamente inativo, obras do regime no Cardal e no centro histórico, sarcófago de S. Sebastião (bem batizado pelo JGF), estradas em granito na aldeia do vale (aldeia do calcário), …

Uma pergunta se impõe: o povo tem o governo que merece, ou o governo não merece melhor povo? 

1 de julho de 2013

Daniel Abrunheiro chega quinta-feira

A partir desta semana o Farpas ganha uma crónica semanal, em cada quinta-feira. 
Vai chamar-se "Cardal etc e tal" e tem a assinatura do incomparável Daniel Abrunheiro (jornalista, cronista e escritor).
Naquele que promete ser um verão quente, Julho não podia começar de melhor maneira cá por casa ;)