18 de março de 2024

Feliz é quem diz: quando há dinheiro há palhaços

 



Estava a malta descansada a comemorar Abril como deve ser, este ano, e eis que abre o alçapão para ressuscitar a ditadura da felicidade. Podemos não dar uma para a caixa no que respeita à juventude, à confrangedora feira que se finou no domingo, mas é de pequenino que se ensina aos catraios que o que importa é a felicidade. O resto logo se vê. Atentem, pois, no programa preparado pelo pelouro da dita, para esta tarde de quarta-feira - dando (mais) uso à tenda no Cardal. 

Como as estrelas maiores ficam sempre para o fim, lá se arranjou maneira de tornar orador mais um apóstolo da Felicidade, que atualmente desempenha as funções de chefe de Divisão de Desenvolvimento Social e de Saúde na Câmara de Pombal. Para os que se intrigavam com o papel de 'vereador oficioso' que desempenha em atos oficiais, ao lado do executivo, eis a resposta. 

A 'jornada' termina com o Tochas, longe dos tempos em que usava o seu humor para denunciar como é que o rei ia nu em Pombal. Mudam-se os tempos, os autarcas, as vontades, continua a haver dinheiro e por isso há palhaços.

Sorriam! estão a ser captados :))))))

15 de março de 2024

Pombal - Exposições e Feiras para encher agenda (II)

O cenário em redor da tenda que acolhe a “Feira de Formação e Orientação Vocacional” (belo nome para coisa nenhuma), integrada na Semana da Juventude, mais parece uma exposição das forças de segurança e bombeiros que coisa ligada à juventude. E do recheio (da tenda) pode dizer-se com segurança que é coerente com o embrulho (com a face). É coisa para espantar juventude – autêntico espantalho.

Reconheço que tenho uma certa aversão às polícias (às forças de segurança em geral), que atribuo às memórias de infância - ao medo que os meus avós e vizinhos me transmitiram quando ordenaram reclusão imediata e trancas na porta quando o boca-a-boca anunciava a entrada da GNR a cavalo na aldeia - e ao comportamento autoritário das polícias, mesmo em Democracia. Porventura por estas experiências, mas também pelo sentir de alguns jovens, não vejo sentido e préstimo na presença das Polícias neste tipo de evento,  nenhuma afinidade na associação das polícias à juventude num evento cujo propósito, dizem, é a formação e orientação vocacional dos jovens. Mas o equívoco maior nem será a monopolização do evento pelas forças de segurança e afins, é todo o cenário e enredo do evento: uma mimetização pobre (de mau-gosto) e infrutífera dos eventos organizados pela União Nacional e pela Mocidade Portuguesa, mas sem o rigor, o foco e qualidade cénica que o antigo regime colocava na coisa.  



Lá dentro, encontrei meia dúzia de “gatos-pingados” e “barracas” abandonadas; e uma tentativa, meio-falhada, de interagir com os jovens, em que, a muito pedido, participei por misericórdia. No final, tive uma curta conversa com o jota assalariado na câmara que supervisiona a coisa, onde apontei a obsolescência do modelo, o peso dado às polícias e afins, e a descabida presença da JSD. Ao que ele me respondeu, com uma sinceridade cativante, que os jovens têm mostrado algum interesse e até já tinham várias adesões. 

Não há nada mais enternecedor que a confissão de um bom-cristão tenrinho. Perdoai-lhes Senhor…

14 de março de 2024

Pombal - Exposições e Feiras para encher agenda (I)

Por norma não participo nas iniciativas da câmara. Considero-as desinteressantes – destinadas simplesmente a preencher agenda – e, vezes demais, de grande mau-gosto. Evito, assim, o desprazer pessoal e mais reacções críticas.   



Ontem, alertado por amigos/as e desafiado pelo presidente da “junta”, fui ver a exposição “50 anos, 50+5 rostos – as marcas do tempo”, integrada nas comemorações dos 50 anos do 25 Abril 74, patente nos Claustros dos Paços do Concelho. E, aproveitando a passada, visitei a “Feira de Formação e Orientação Vocacional” (belo nome para coisa nenhuma), integrada na Semana da Juventude, a decorrer no Jardim do Cardal. Com esta dose dupla fiquei imunizado por um longo período. Contava ir a uma palestra que me pareceu interessante e se realiza hoje, integrada nas Comemorações do 25 Abril de 74, mas perdi o interesse - não posso arriscar uma terceira dose seguida.

A exposição “50 anos, 50+5 rostos – as marcas do tempo”, é coisa sem critério e sem trambelhos, sem propósito e sem lógica que se perceba, mais digna do 24 Abril que do 25 Abril, com rostos do passado (alguns já desaparecidos) e sem passado ligado ao 25 Abril – salvo raríssimas excepções.

O curador – desconhecido! - diz-nos que a amostra “é um exercício que nos mostra o passado, o presente e o futuro através do olhar dos pombalenses e pela objectiva de Victor Freitas”. Do passado vá-que-não-vá, mas do presente e do futuro cruzes canhoto e Deus nos livre destes apóstolos e destas apologias.

Custa a aceitar que o comissário das comemorações, Luís Marques (pessoa culta e com forte vivência do período), tenha dado aval a isto! Agora, já só se pede que não levem pela frente a ideia peregrina de distribuir o vídeo realizado pelas escolas, para ser utilizado como instrumento formativo sobre tão importante período da nossa História recente.  

11 de março de 2024

Eleições Legislativas – resultados e consequências

1 – A AD (o PSD) ganhou

A AD ganhou porque tinha de ganhar… Os astros (PSD, PR, PGR, PS, Media, e CDS…) alinharam-se para esse fim. Não é uma vitória com sabor a derrota porque sabe bem à maioria conjuntural o afastamento do PS do poder. Mas é uma vitória forçada, arrancada-a-ferros, que pelas suas contradições e frágeis condições políticas dificilmente corporizará uma alteração significativa dos status e responderá às expectativas dos descontentes.


 

2 – O PS perdeu

O PS perdeu porque tinha de perder… - cumpriu-se o que estava escrito nas estrelas. Mas no final da noite eleitoral chegou a pairar o improvável: a vitória do PS. Teria sido um mau fim para este ciclo político, tanto para o PS como para o Regime. O PS precisa de uma cura de oposição, de fazer mea-culpa dos seus erros e a síntese dos seus importantes sucessos, a fim de reassumir rapidamente o seu preponderante papel na política nacional.

3 – O Chega triunfou

O Chega triunfou, e provocou um pequeno terramoto que abalou todos, de uma ponta a outra do Regime, com fortes ondas de choque no centro-direita, e na esquerda.

Ao contrário do que muitos afirmam, o Chega não é um verdadeiro partido de extrema-direita, falta-lhe substrato ideológico, é essencialmente um partido populista, de protesto, que é muito eficaz a aglutinar descontentamento, mas sem perfil de poder – é de contra-poder. Até há pouco, foi um problema eleitoral e de poder para o centro-direita; nestas eleições foi um problema eleitoral para a esquerda, comeu eleitorado tradicional da esquerda a sul. Enquanto for liderado por A. Ventura – um demagogo extremo -, e a conjuntura lhe for favorável, vai ter sucesso eleitoral e mediático. 

4 – A IL e o BE falharam

Dois opostos que, numa conjuntura que lhes era favorável, falharam: a IL falhou a afirmação; o BE falhou o renascimento. Enfrentarão ambos tempos difíceis. Nos próximos tempos, a IL jogará a sua sobrevivência, tenderá para a desagregação. O BE resumir-se-á ao nicho onde se acantonou (Ideologia de Género e LGBT).

5 – O PCP mumificou  

O PCP secou e mumificou, por erros próprios e pelos ventos dos novos tempos. Custa ver o partido de Cunhal entregue a estas fracas figuras. Mas as coisas são como são: o igualitarismo levado ao extremo leva à mediocridade completa.

6 – O Livre brotou

O Livre é um epifenómeno metropolitano programaticamente inócuo que não resistirá à próxima intempérie.

7 – O PAN

O PAN não adianta nem atrasa - irrelevante.

8 – O Regime

Nestas eleições, todo o Regime foi a jogo e saiu combalido. Diria, até, que foi derrotado pelo povo. Os partidos de poder (PS e PSD) perderam influência e poder. A Presidência da República perdeu poder e legitimidade (se Marcelo tivesse a dignidade de Sampaio, perante a situação política criada, renunciava). A Justiça fragilizou-se ainda mais… O dito quarto poder (media) perdeu por simpatia e má figura.

9 – O populismo

O populismo medrou muito, mais à direita que à esquerda. E vai continuar a medrar porque a realidade socioeconómica de toda a EU é terreno fértil para o discurso demagógico e de protesto.

10 – Líderes partidários – vencedores e perdedores

Destas eleições (só) saiu um vencedor: André Ventura (facto que não carece de explicação). A globalidade perdeu. Uns mais que outros, uns pelos resultados (em termos absolutos ou em função das expectativas), outros pelo enfraquecimento das suas condições políticas.

Luís Montenegro conseguiu uma vitória tangencial, mas o resultado e o quadro parlamentar saído das eleições deixam-no com poucos graus de liberdade para exercer os cargos de primeiro-ministro e de presidente do PSD. Em princípio, é líder a prazo. O “não é não” foi a sua mais ousada cartada política, que, ao contrário do que muitos laranjas pensam, pode ser muito valiosa para ele e para a coesão do próprio partido.

Pedro Nunes Santos perdeu, mas manteve intactas as condições políticas para liderar o PS e a oposição. Tem o perfil apropriado para líder da oposição - na noite eleitoral já o mostrou.

Rui Rocha perdeu nas urnas (em função das expectativas e circunstâncias) e perdeu capital político para se afirmar. Abusou no discurso neoliberal. E pior: levou uma cabazada do discurso conservador e corporativista. É líder a prazo.  

Mariana Mortágua perdeu nas urnas (em função das expectativas e circunstâncias) mas não perdeu as poucas condições políticas que dispõe para fazer crescer o partido. Manter-se-á à frente do Bloco.

Rui Tavares ganhou nas urnas mais três deputados, mas não passará de grilo falante de uma sociedade unipessoal inócua. 

Paulo Raimundo perdeu nas urnas e perdeu as condições para fazer política no parlamento – na verdade o PCP já as tinha perdido no último mandato com aquela fraquíssima bancada.   

Nuno Melo ganhou um balão de oxigénio para se manter ligado à máquina mais uns meses.

Inês Sousa Real não ganhou nem perdeu nada. Manteve o que tinha: o ordenado e as respectivas mordomias.

As eleições em que o PS foi ultrapassado pelo Chega



Quando as televisões avançaram ontem à noite com projeções distritais, os primeiros dados apontavam o Chega em segundo lugar no distrito de Leiria. Não aconteceu. Foi o PS o segundo partido mais votado. Mas em Pombal, onde a realidade consegue sempre superar a ficção, já não tivemos essa sorte. 

Os números finais mostram que o PSD se mantém na liderança - como sempre, como dantes - e que o PS fica remetido a humilhantes 18,28% de votantes, numa eleição em que a abstenção acompanhou, também aqui, (e ao contrário do que é hábito) o retrato nacional: o voto de protesto, dos que são anti-sistema, e que por isso nunca votavam, foi arrebanhado pelo populismo. Conheço muitos dos que votaram ontem neles, e que esperam (coitados) alguma coisa dali.

Mas é preciso olhar melhor para o que nos dizem os números relativamente ao concelho de Pombal, que já não está no topo da lista dos municípios onde a coligação da AD faz brilharetes. Os possíveis, diga-se, no meio deste estado de sítio. No que toca à vitória do PSD/CDS no distrito, estão à frente de Pombal concelhos como Alvaiázere (50,56%), Ansião (43,27%), Pedrógão Grande (41,42%) e Batalha (42,61%). 

Aqui, o Chega só não ultrapassou o PS nas freguesia de Pombal, Redinha, e União de Santiago de Litém, São Simão de Litém e Albergaria dos Doze. A AD consegue o seu melhor resultado em Abiul (51,63%), Carnide (52,43%) e  por fim das irmãs desavindas de Vermoil e Meirinhas, ambas na casa dos 48%. E é precisamente em Carnide e Meirinhas que o Chega consegue resultados quase nos 25% de votação. Acima dos 20% são várias. Em suma, o PS consegue o seu resultado menos mau na Redinha e em Pombal, e o pior em Carnide e Meirinhas, na casa dos 8%. 

Do resto, o que dizer? A IL mantém-se como quarta força política, crescendo em votos e percentagem (5,22%), e o BE manteve-se mais ou menos estável no concelho de Pombal, enquanto quinta força política, com menos de 4% dos votos. Se já em 2022 notámos a descida da CDU no concelho, desta vez ficou-se na 9ª posição, com  apenas 1,22% dos votos. Uma nota ainda para o Livre, que vai crescendo, também no concelho de Pombal: mais do que duplicou das últimas eleições. 

Feitas as contas, duas notas apenas como rodapé deste quadro: 

1. João Antunes dos Santos foi eleito deputado da AD, devolvendo a Pombal um lugar no parlamento, valha isso o que valer, já que a vitória de pirro da coligação precisará de muito jogo de cintura para se conseguir aguentar no Governo. Não, ninguém quereria estar na pele de Montenegro. 

2. Ao contrário do que acontece no todo nacional, aqui, como em algumas geografias, o Chega poderá ser um problema nas autárquicas, mordendo os calcanhares do PSD. Esta seria mais uma oportunidade para o PS perceber que é preciso ser oposição, combativa, sem medos, e sem paninhos quentes. Porque o ruído chegará, para ocupar um espaço vazio. 

De resto, amparemo-nos na poesia de Manuel António Pina: "ainda não é o fim nem o princípio do mundo. Calma, é apenas um pouco tarde". 


Resultados do concelho de Pombal aqui.

4 de março de 2024

Sobre os “políticos” da Pedra Seca

Estamos rodeados por todos os lados por políticos da pedra seca – criaturas de pensamentos atávicos, aspirações vagas, desejos fúteis, sentimentos envelhecidos e actos falhados, que agem para se entreter e vêm méritos nas tolices que praticam.

O dotor Pimpão é o maior exemplar desta espécie. Mas os seus colegas da Associação Terras de Sicó não lhe ficam nada atrás. Sem saberem ao que se dedicar, mas desejosos de mostrar serviço, atiraram-se aos chamados muros em pedra seca, lançando a sua candidatura a Património Imaterial da Humanidade – pobre Humanidade. Arranjaram, assim, uma empreitada para se entreterem por muitos anos, e um pretexto para muitas “notícias” encomendadas sobre a matéria. 



Basta ir uma vez à Serra da Sicó para se perceber a origem e necessidade daquelas toscas edificações, que acima de tudo serviam para arrumo das pedras que cobriam o solo e era necessário retirar para aproveitar todo e qualquer pedaço de terra para a economia de subsistência. Agora, uns quantos (poucos) teóricos do mundo rural, herdeiros de um surrealismo retardado eivado de romantismo bucólico, vêm ali arte e valor.

Para nossa desgraça, esta tontaria afecta tanto os protagonistas do poder como da oposição. Por exemplo, a dotora Odete, coitada, na ausência de melhor assunto – daquela cabeça nunca saiu nem sairá uma ideia – e desejosa de mostrar serviço, agarra-se a estas coisas, segue as suas anotações no caderninho, e farta-se de questionar e colocar pressão no dotor Pimpão. 

É por estas e por outras que estas terras não conseguem progredir mais rápido. Estamos manietados pelos políticos da pedra seca. Melhor dizendo: de cabeça seca.

3 de março de 2024

Câmara deixou de disponibilizar os vídeos das reuniões

A câmara deixou de disponibilizar o vídeo da reunião aberta à participação do público (a última de cada mês), como era da praxe. 

O dotor Pimpão procura, com certeza, proteger-se e livra-nos do mal – das figuras tristes.

Faz bem – aquilo não tem interesse nenhum e de más figuras já estamos fartos.

1 de março de 2024

A pergunta que ficou sem resposta em Abiul – um berbicacho

A presidente da junta de Abiul (Sandra Barros), para além de ter recebido bem os membros da AM, dizem eles, fez, logo na abertura, no seu estilo discreto e oportuno, uma boa intervenção. Para além de, como é da praxe, agradecer alguns investimentos e apoios fez também os inevitáveis pedidos… E obteve as habituais respostas. 

Até aqui tudo bem – tudo como é da praxe.



Mas para o final da sua intervenção, a presidente guardou a pergunta maldita, que muitos membros da assembleia conhecem e deveriam fazer, mas não fazem. Perguntou se os contratos de arrendamento das antigas escolas primárias, para exploração turística privada, realizados há mais de dois anos, ainda estavam em vigor, porque ainda nada foi concretizado e as escolas estão abandonadas, com muito arvoredo, os residentes a reclamar e a junta nada pode fazer! E deu o exemplo da escola de Almezinha, um edifício com três salas e bom espaço adjacente com valor para os residentes. Não obteve resposta!

O dotor Pimpão fala muito, e muito alto, porque não é verdadeiramente questionado - só lhe dão deixas (compreensíveis se vindas da bancada da maioria, mas indesculpáveis se “deixadas” pela dita oposição).

Aos que nos rotulam de só criticar por criticar, relembro que na altura da adjudicação tracei, aqui, o destino desta tola ilusão – a conversão das antigas escolas primárias para Alojamento Turístico. Não me enganei. O resultado está à vista. Às vezes até tenho pena de acertar tantas vezes no prognóstico destas tolices camarárias. Mas enfim – de onde não há não se pode tirar. 

Os estragos desta tolice não se ficam só pelo abandono destes imóveis – já assim estavam – e pelos custos administrativos do processo de adjudicação. Como era previsível, esta hasta pública só atrairia um ou outro oportunista, um ou outro falso empreendedor, sempre pronto a colar-se e a medrar à custa do Estado. Quando viram que isso não era viável abandonaram as ideias e os imóveis. Uns não mexeram uma palha porque queriam que a câmara fizesse o investimento inicial na requalificação dos imóveis, obrigação que nunca esteve no contrato, para eles depois cobrarem as rendas se algum perdido por ali aparecesse. Outro, consta, converteu ou quer converter o edifício para habitação particular, em total violação do contrato. Como a câmara faz algumas coisas só para mostrar que faz (alguma coisa), não controla as coisas nem se dá ao respeito, não exigiu obras no prazo e não cobrou as rendas devidas. Resultado: em vez de resolver um problema menor arranjou dois ou três - meteu-se num berbicacho financeiro e jurídico!

Estamos neste ponto. Cantemos o refrão dos Deolinda:

“Ai, ai, ai, Viriato, queremos ver, 

Como é que vai resolver o berbicacho”.  

29 de fevereiro de 2024

Política pombalense – uma dor de alma

Os abiulenses ignoraram a reunião da Assembleia Municipal (AM) na sua terra; só se deve dar importância ao que a tem. E na verdade, estes “números” só interessam aos pimpões desta vida.



Nesta terra - e não só - a política deixou de ser um desígnio nobre para se tornar simples obrigação rotineira. Mas nunca esta veracidade se expressou como na última reunião da AM, realizada em Abiul. Perpassava por aquelas caras, por aquela espécie de bonecos ali sentados, uma resignação e um estupor apático gritantes, só quebrados pelos trovões, risadas e irritantes apartes dos pimpões.

Nesta nova realidade, a bancada da maioria, mais lúcida, já interiorizou a sua obsolescência, excepto o João Pimpão. A da dita oposição ainda esbraceja, despedaçada entre os seus êxtases e os seus tormentos, por uma salvação que sabe(?) não chegará. A descrença e o desnorte são tão grandes que já quase abdicam do PAOD, sacrificando tudo na imolação final com as malditas Recomendações. Agora acompanhados, também, pelo Oportunista do Oeste; arrumado sem levantar garupa por dois coices do João Pimpão.

Este PS não aprende nem ganha juízo, definha lentamente, meio-deprimido, numa agonia dolorosa cheia de traições e contradições. No ponto mais importante da reunião – Alteração do Orçamento e GOP – os representantes do partido no executivo aprovaram, os membros da bancada na AM rejeitaram!