29 de dezembro de 2023

Assobia para o lado


 

As redes sociais andam agitadas com a última novidade da Base.gov, onde a câmara de Pombal é obrigada a revelar tudo o que não consegue esconder, em matéria do que é gastar o nosso dinheiro. Sem rei, mas com muito rock. 

Depois de amanhã há passagem de ano - tão reclamada durante tantos anos - e claro que a grupeta de Pedro Pimpão não fazia por menos: Carlão, um nome sonante da cena musical, é cabeça de cartaz. E mesmo que a atuação aconteça às 22h30 (hora a que a maioria dos pombalenses estará a jantar, em casa ou num restaurante), é noite de reveillon e é caro atuar na província: 34 mil euros é quanto nos vai custar. Depois, quando finalmente a malta sair de casa para fazer a festa no Jardim do Cardal, sobrarão umas migalhas para o Dj Nuno Fernandez e os Bagunçada, dois miúdos simpáticos que já estão habituados a levar com os fins de festa (quem não se lembra de Agosto nas Meirinhas?)

Entretanto, o nosso presidente regressou às redes (depois de mais umas férias) para embandeirar em arco com as notícias sobre o prémio com que a API o distinguiu: Promoção da Imprensa. Se eu não conhecesse tão bem o que está na génese destes prémios (e de quem os idealiza), quase pensava que houve ali um engano no artigo (in)definido, pois que para Pedro Pimpão o prémio faria sentido se fosse Promoção NA Imprensa. 

E eu, que o conheço desde os tempos em que ele andava "lá pelos corredores do jornal" (como gosta de lembrar) não percebo como pode um autarca fazer alarde de um prémio destes, quando a imprensa e a rádio na sua terra chegaram ao que se sabe. Há quanto tempo não se lembra o leitor de uma reportagem, de uma entrevista (a sério, sem ser um guião com deixas para autarcas brilharem), de uma notícia que belisque a beleza da realidade perfeita? Há quanto tempo despareceu a imprensa incómoda, de que foram percussores o pai e o tio do nosso autarca-modelo?

Bem vistas as coisas, é fazer como canta o Carlão: assobia para o lado. 

26 de dezembro de 2023

Orçamento Participativo – uma trapalhada em 3 actos (I)

D. Diogo introduziu o Orçamento Participativo na rotina política pombalense em 2015. Mas como é esperto e mais rigoroso que esta trupe que nos desgoverna, logo percebeu as limitações e conflitos de vontades e administrativas que a modalidade acarretava, bem expostas logo na primeira edição. Mas apesar fragilidades, irregularidades e injustiças bem patentes, em todos os concursos e ao longo de todas as fases do processo, a coisa foi andando porque era preciso mostrar serviço e que a malta conta para alguma coisa.

Actualmente é evidente que o processo nasceu e cresceu torto, está viciado, gera injustiças e irregularidades, que bem exploradas podem trazer grandes chatices, e é um atropelo às boas regras de governação. Mas a coisa anda assim porque, pelos vistos, interessa que ande assim.



O regulamento é vago e pouco claro nos objectivos e nos critérios; a Comissão de Análise Técnica (?), que selecciona as propostas admitidas a concurso, não respeita o regulamento, nem no espírito nem na letra – parece que decide por critérios ad-hoc; o poder político deixa correr a coisa, permitindo que a comissão aprove propostas que violam o regulamento e as leis que regulam a correcta utilização dos dinheiros públicos sejam admitidas à votação, comprometendo, desta forma, a legitimidade e justiça do processo e a execução das propostas.

Este ano a proposta vencedora - Sophia – Projecto Educativo de Combate à Fragilidade Sénior - belas palavras - foi apresentada por uma associação e, pasme-se, pelo Politécnico de Leiria (eles assim o reivindicam!), apesar do regulamento estabelecer que “podem participar todos os cidadãos recenseados no Município de Pombal (com idade igual ou superior a 18 anos)”. Neste reino encantado, do Pedro & C.ª, toda a gente aqui vem bicar… Uns mais que outros. Mas isso fica para outro post.

22 de dezembro de 2023

Reunião da “Junta”, e dos “assessores”

A “Junta” reuniu ontem sem a presença do presidente da “Junta”, novamente de férias – passa mais tempo em férias do que a trabalhar. Mas enfim…; se durante as férias nos dispensar da (sua) propaganda, menos mau.

Mau, mau, foi ver a turma de pseudo-assessores, a quem o dotor Pimpão deu emprego, e o director municipal, ali, entretidos, a assistirem à reunião! E os quatro membros da “Junta” atarantados com duas ou três questões corriqueiras da oposição colaborativa - que não colabora entre si.

Um pouco de decoro, se faz favor.

BOAS FESTAS

 


21 de dezembro de 2023

Redinha: quem nasceu para a forca não morre afogado



Os habitantes da Redinha ainda estão naquela fase em que uma pessoa não sabe se ria ou se chore. À falta de melhor ideia, o (ainda) presidente da junta decidiu criar um motivo de atração na terra: uma forca. Como está bem de ver, o povo é um ingrato e não está a corresponder a tão nobre iniciativa, que evoca qualquer coisa que ele lá saberá, mas ainda não disse. 

O que disse, na última reunião da Assembleia de Freguesia, esta semana, foi que sim, concorreu e foi colocado nas Lajes do Pico. É claro que concorreu porque sim, já que, pasme-se, diz que nunca foi intenção dele aceitar o cargo. Que o seu compromisso é com o povo da Redinha. E por isso, finda a comissão de serviço em Pombal, está de novo no posto de trabalho em...Alcobaça.

Se dúvidas houvessem, saberíamos agora que Paulo Duarte é um rapaz que gosta de testar o sistema, só para ver se funciona. Terá sido essa a razão pela qual indagou, junto de uma figura do PS, o que era preciso para renunciar ao cargo - isto antes de aqui tornarmos pública a colocação nos Açores. Um autarca previdente, é o que é. Ou como diz o povo: "quem nasceu para a forca não morre afogado". 

19 de dezembro de 2023

Um número de contorcionismo

No mandato anterior, as reuniões dos órgãos municipais foram, várias vezes, classificadas como touradas, pelos próprios eleitos. Neste mandato, é um circo insípido, sem arrojo e sem graça, onde, de vez em quando, um malabarista ou um equilibrista voluntarista arrisca um número.

Na última reunião da AM, coube ao dotor Henrique a representação de um número de contorcionismo sobre o malfadado negócio dos terrenos para o Parque Verde. Começou por dizer que, se tivesse participado na reunião anterior, teria votado contra a aquisição dos terrenos, porque, disse ele, nunca compreendeu o fetiche da aquisição daqueles terrenos para aquele fim em concreto. Mas logo rematou que iria votar favoravelmente o novo negócio porque a diferença de preço (de 1.800.000 € para 1.200.000 €), com a dispensa dos artigos em causa, para aquele fim (Parque Verde) o deixava completamente confortável. 

Ficámos a saber que o dotor Henrique não aprecia fetiches caros. Mas aprecia fetiches modestos, de 1.200.000 €! Já o dotor Siopa (& C.ª) prefere os grandes fetiches, que, segundo ele, não têm preço, ou daqui a cem anos ninguém se vai lembrar do preço.



18 de dezembro de 2023

Dotor Pimpão, dois pesos e duas medidas

O processo que corre nos tribunais contra Diogo Mateus e João Pimpão, pela prática de crimes de peculato no exercício das suas funções na câmara, e ausência de consequências políticas, pelos visados e pelas entidades envolvidas, tem feito correr alguma tinta e tem provocado alguma indignação.  

Finalmente, alguém da dita oposição, o dotor Coelho, levantou a questão na AM, perguntando se as regras, de conduta ético-política, que o líder do PSD Luís Montenegro impôs aos candidatos e aos titulares de cargos políticos eleitos pelo partido, também se aplicavam em Pombal; se o presidente da câmara tinha avançado com o Pedido de Indemnização Civil; e se câmara se tinha feito assistente no processo.

O presidente da concelhia do PSD não deu resposta às inevitáveis perguntas – é uma existência que não existe – um duende desta época. 

O dotor Pimpão disfarçou mal o incómodo, e também procurou fugir às perguntas. Respondeu a parte; o suficiente para revelar a sua dupla faceta. Sobre a retirada de consequências políticas, de acordo com as regras determinadas pela direcção do seu partido e dos elementares imperativos de decência ético-política, nada disse. Sobre os passos dados pela câmara, no processo, percebeu-se que também não queria falar; mas, a muito custo, lá disse que a câmara tinha avançado com o Pedido de Indemnização Civil, mas não se tinha feito assistente no processo. No final da resposta, fez um ataque pessoal ao adversário.

Convém aqui dizer, porque vem claramente a propósito, que o dotor Pimpão presidente atoptou postura completamente diferente no processo-crime que correu nos tribunais contra funcionários do município. Neste, litigou de forma compulsiva e discriminatória, recorrendo a interpretações jurídicas e a argumentos que roçam a indigência, depois de sentença em 2.ª instância! 

É esta criatura terrivelmente insegura e impreparada, dissimulada de bom-cristão, que vê na mais óbvia pergunta ou na observação mais corriqueira uma ofensa ou uma alusão aviltante, mas é incapaz de destrinçar a honra da torpeza ético-moral, e pratica levianamente a política dos dois pesos e das duas medidas.



17 de dezembro de 2023

Os negócios da “Junta”

Tenho por aqui afirmado regularmente que não temos um verdadeiro executivo municipal mas uma simples “Junta” - sem presidente de “junta”! Mas com o passar do tempo, tenho que reconhecer que a comparação é injusta para os executivos e os presidentes de junta. Na verdade, a trupe que está na câmara está mais próxima do típico “Grupo de Finalistas”, que informalmente organiza uns convívios e umas viagens, que de uma verdadeira junta.



Organizam festas sem orçamento. Não se preocupam com a despesa e muito menos com a receita. Não prestam contas porque não são de contas, só de festas. 

Contratam serviços mas não exigem nem cumprem. Ninguém os respeita nem se dão muito ao respeito. O fornecedor da iluminação deste Natal deixou-os com as calças na mão. Mas com o anterior a coisa poderia ter sido muito pior…

Agora, fizeram um negócio de milhões, aquisição dos terrenos para o dito Parque Verde, e fizeram-no aprovar na AM. Mas logo de seguida tiveram que o desfazer/emendar porque foi tudo feito em cima do joelho. Parte dos terrenos estava arrendada e o arrendatário tem direito de preferência, que exerceu. Mas o caso, não vai ficar por aqui. O dotor Navega, responsável maior por esta enorme trapalhada, informou que vai ser preciso fazer uma permuta com o outro adquirente, para arranjar terreno que permita melhorar os acessos.

A trapalhada segue dentro de momentos. 

15 de dezembro de 2023

Orçamento Municipal – um exercício de fantasia com números

O dotor Pimpão, sempre ávido a prestar homenagem catita, aproveitou a reunião da AM para assinalar os 30 anos de governação PSD na CMP, na pessoa do seu actual adorno no roteio pelas festas e capelinhas  – Narciso Mota - tudo lhe serve para celebração. Não celebrou grande coisa porque os mandatos de N. Mota e de D. Mateus não deixaram boa memória nem bom desempenho (resultados). Mas dele, do dotor Pimpão, só se pode esperar pior.

Os mandatos de N. Mota e D. Mateus não deixaram boa memória, bom desempenho, porque aplicaram mal os avultados recursos financeiros ao seu dispor. Mas uma importante faceta das suas governações lhe ser creditada: a sustentabilidade da económico-financeira da câmara. Uma gestão cautelosa e responsável, na adequação da estrutura de pessoal e no equilíbrio financeiro, procurou e conseguiu sempre libertar uma boa parcela dos recursos financeiros para investimento. Com o dotor Pimpão quebrou-se definitivamente esta praxis; é gastar como se não houvesse amanhã, em festas, eventos e romarias, em planos e programas, em tachos, avenças e contratos para os amigos.

O Orçamento para o próximo ano espelha bem a desgovernação do dotor Pimpão & C.ª. Pela primeira vez, nos últimos 30 anos, a parcela da despesa corrente (pessoal e consumíveis) suplanta a das despesas de capital (investimento no concelho). Mas, como já aqui tínhamos dito, a situação vai agravar-se porque os erros que o dotor Pimpão tem cometido produzirão efeitos nefastos nos próximos 30 anos. 

Pode custar muito ouvir isto, mas tem que ser dito: não se pode entregar uma câmara com a dimensão de Pombal a um inepto como o dotor Pimpão, nem meter-lhe nas mãos umas largas dezenas de milhões de euros e outras tantas de capacidade de endividamento. Tal como não se pode entregar a administração e as finanças da câmara a um (ex-)insolvente como o dotor Agostinho. Há muita gente que não se importa com estas coisas, prefere as festas e romarias, mas isto tem que ser denunciado continuamente porque o dinheiro é nosso e é escasso.

O orçamento para 2024 traduz bem o dotor Pimpão e a sua trupe: fantasia e despesismo. Derrete o dinheiro no que não devia (tachos, festas e planos) e falta-lhe dinheiro para o essencial (para investir no que é necessário). Colocado perante esta dificuldade, que ele próprio criou, atira-se para os braços dos bancos e endivida a câmara movido pela necessidade de mostrar obra, muita dela desnecessária e que só vai sobrecarregar a despesa corrente da câmara.

O dotor Pimpão é uma criatura fantasiosa que enquistou com a mania do notável e do extraordinário. Acredita que os euros se multiplicam com um truque de magia, o orçamento se engrandece com suposições e dinheiro alheio, e as realizações acontecem por desejo. Não tem perdão, nem culpa, coitado.




PS: o dotor Coelho e o dotor Couto fizeram boas intervenções sobre o Orçamento (principal instrumento de governação autárquica) mas infelizmente não suscitaram discussão.   Do executivo saiu uma infinidade de nadas; e da bancada da maioria, depenada de saber e definitivamente entregue ao facilitador de negócios, saiu a habitual ladainha retórica cheia de farfalhice juvenil.

14 de dezembro de 2023

Secos & molhados: o Natal às escuras

 


Chegados a meio de Dezembro, a maioria das ruas da cidade ainda está agora a vestir-se de Natal. Podemos dar todas as voltas que quisermos ao texto, mas  é a iluminação que faz a diferença numa terra, seja ela de que dimensão for. E aqui já todos percebemos que este ano a coisa correu mal. Anda agora a ser remediada, aos remendos, e foi preciso um jornal de Leiria trazer a notícia para sabermos que, alegadamente, a empresa contratada pelo Município não cumpriu o contrato. Depois, outro jornal de Leiria fez o favor de passar a mensagem da autarquia: na última reunião do executivo, à porta fechada, a vereadora do pelouro pediu desculpa aos pombalenses. 

Não sou daquelas para quem as desculpas se evitam. Os erros acontecem. Lá diz o povo que errar é humano, mas persistir no erro é burrice. Desde que chegou à Câmara, Pedro Pimpão estendeu a passadeira vermelha a JVV, arrastando com ele tudo o que é adorno. Está bem de ver que, no final das contas, esta é a segunda empresa pouco recomendada para os trabalhos, envolvida numa trapalhada qualquer. Mas esse não é o problema. O problema é mesmo uma Câmara que colecciona prémios e se desfaz em publicações e toda a espécie de comunicação não ter arranjado tempo e espaço para esse pedido de desculpas. Nem era preciso tanto...bastava uma explicação. Mas ali no Largo do Cardal o executivo está tão ego-centrado em citar-se, em mostrar-se, em promover-se, que depois falta o essencial: tempo para os munícipes. Respeito. Consideração. Estou certa que a maioria dos comerciantes, se fosse chamada a isso, estaria disponível para colaborar numa solução qualquer. E outros agentes também. Há municípios que desenham assim as festividades, envolvendo a comunidade. 

No final das contas, há nisto um paradoxo: a Câmara que mais passa a vida em festas não consegue organizá-las como era preciso. Dos tempos do coaching Pedro Pimpão poderia ter retirado aquele ensinamento do foco. É isso que lhe falta. É claro que entre as idas à Covilhã e a Lisboa (lá foi mais uma excursão, desta vez a convite de Paulo Mota Pinto, para a Assembleia da República) gasta-se muito tempo. Que é, como sabemos, essencial para fazer coisas. 


13 de dezembro de 2023

Episódio da burlesca ilusão

A Associação Portuguesa de Imprensa atribuiu ao Município de Pombal – ao dotor Pimpão - o Prémio Promoção da Imprensa. No caso, Promoção na Imprensa. 

No mundo da burlesca ilusão (da mentira) tudo o que a serve vende-se (e compra-se) sem freio. Mas não há nada mais enternecedor que um náufrago agarrado a uma bóia furada em águas revoltosas.

6 de dezembro de 2023

Obrigado Sérgio.


 *foto no jantar do 10º aniversário do Farpas, 25 de Abril de 2018

O Sérgio Medeiros foi-se embora ontem, subitamente, com a mesma discrição com que passou pela vida, contrastando com o impacto da sua existência na terra. Na terra que o viu nascer, crescer (e morrer), onde deixa a sua marca tão vincada. Na terra que queria compreender, descendo-lhe às entranhas. Foi por isso que há tantos anos criou, com alguns amigos, o Grupo Protecção Sicó. O Sérgio fez de tudo para proteger a serra, sempre. E a terra também. 

Numa noite fria de Janeiro de 2018, ele o o Hugo Neves sentaram-se connosco a explicar tudo o que não sabíamos, ajudando a preparar o debate mais participado de toda a série "um café e uma farpa", sobre o CIMU Sicó. O Sérgio era de uma generosidade intelectual acima da média, mesmo que travada pela timidez. Pela vida fora, foi a ele que recorri quando precisava de juntar uma opinião conhecedora em artigos que envolvessem a terra e a serra. Porque ele era um cavaleiro andante da natureza. Que vagueava silenciosamente, sem se fazer notar. 

Obrigada Sérgio, pela marca que nos deixas. 

Um abraço à Cláudia, ao Afonso e ao Miguel, e também à Manuela e ao Arlindo Medeiros, ao Gustavo, e a todos os que lhe sentirão para sempre a falta. 

4 de dezembro de 2023

GOP e Orçamento mais ou menos compromissados

Quem não conhecesse nada da política pombalense, e das criaturas que nela vegetam, e, por mero acaso, assistisse à "discussão" e votação das Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento, realizada na última sexta-feira, ficaria estupefacto com a mediocridade reinante. Mas o problema maior já nem é esse; é meter-se nas mãos destas criaturas tanto dinheiro. E pior: estarem todos empenhados na contratação de mais aos bancos! 

Já houve um tempo, recente, em que a apresentação e discussão das GOP e Orçamento era um momento alto da política pombalense, com discussão acesa, esclarecida e esclarecedora. Actualmente, no registo "junta", é uma mera formalidade, onde cada parte faz a sua declaraçãozinha, e ala que se faz tarde e a festa não se pode perder.

Pela sua conhecida aversão aos números e por aparentar sintomas de urticária, o dotor Pimpão limitou-se a introduzir o assunto com as habituais expressões pomposas, que só ele entende, entrecortadas com muita mímica de mãos, e passou o assunto à dotora Marto, que se limitou a ler a apresentação preparada, e a acrescentar uns comentários... - saía melhor daquilo se se tivesse limitado a ler. 

Já todos sabíamos que os documentos tinham o destino traçado: aprovação pela maioria. Mas faltava saber o que iria dizer deles a dita “oposição”. Este ano teria sido fácil evitar a má-figura. Bastava optar pela abstenção, que não compromete muito, e remeterem-se ao silêncio aproveitando a falha regimental do dotor Pimpão - entregou os documentos fora de prazo. Mas a atração pelo micro falou mais alto. Falaram tanto, e disseram tantas banalidades e tontices que o micro entupiu! Mostraram-nos o que já sabíamos: que não têm ideias - ou melhor, que subscrevem as intenções  da maioria -; que tem pouca ou nenhuma noção do que é a administração autárquica e as  atribuições dos municípios; e nenhum tino sobre o que é a ação política e o seu papel.

Do que faz avançar uma terra falta-nos quase tudo: não temos governo, nem poder, nem oposição, nem exigência colectiva. Entrámos definitivamente numa espiral de declínio, onde umas quantas criaturas foram feitas e juntaram-se para se ampararem reciprocamente.



1 de dezembro de 2023

“Junta” reuniu em espírito natalício

Ainda não estávamos – e estamos - em período natalício, as luzes e as músicas da época ainda não chegaram nem se sabe quando chegam, mas os membros da “junta” já estão no espírito da época. Foi lindo vê-los trocar sorrisos e amabilidades na última reunião, ontem, em Vermoil.



A “junta" trazia a “lição” bem preparada, com o dotor Pimpão a entrar comedido deixando espaço e tempo para as segundas figuras brilharem. A “oposição" alinhou no alinhamento, fornecendo as “deixas” convenientes. O dotor Simões ainda destoou querendo saber como ia o trabalho de recolha do cancioneiro popular local “acordado” com o Tiago Pereira, mas foi coisa insuficiente para comprometer o espírito de concórdia e de profícua colaboração.

A dotora Odete forneceu uma excelente “deixa” à dotora Catarina – aquele caderninho nunca a deixa ficar mal. Mas a dotora Catarina, ontem, não precisava do jeitinho: trazia a “lição” bem preparada. Brindou-nos com um rodízio variadíssimo de prémios e distinções, já conquistadas e a concretizar até ao final do ano. A cereja no topo do bolo foi quando ela anunciou que Pombal é candidato a “Concelho Taurino”, e está bem posicionado para obter tão distinta Consagração. Nestas coisas esta malta - Pimpão & C.ª - nunca falha.

O dotor Navega foi obrigado a falar de obras. Perguntaram-lhe pela concretização do Orçamento Participativo de 2017 (Cobertura dos campos do Clube de Ténis). Assumiu que a obra é muito mais cara do que o prometido, e (ainda) não tem dinheiro para obra. Mas para as festas nunca falta dinheiro, diríamos nós, mas não o diz a dita "oposição". O dotor Navega era um homem das obras, respeitado e respeitador, e num ápice, coitado, rendeu-se às festas - o que fazem as más companhias! Agora, o homem nem os campos, para ele e os amigos jogarem Padel, arranja! Já se diz que faz lembrar o engenheiro Almeida, de quem diziam que era tão incapz que nem a estrada para a sua casa arranjava!

Quem esteve muito bem foi a dotora Gina – a varredora da cultura, como lhe chamou o Salvador Sobral no espectáculo que aqui realizou recentemente, e vai repetir! Nota-se que está mais solta e mais afirmativa; leu muito bem o relatório das festas e espectáculos que lhe prepararam, e anunciou um Natal de arromba com um orçamento de 280.000 € - Orçamento...! À “partida” que o dotor Simões lhe pregou respondeu que o assunto deveria estar com a direcção da Cultura, onde se diz que ela não risca nada – a sua especialidade são as festas e os trail.

A dotora Marto, sempre discreta, não quis ficar atrás: anunciou uma grande gala de apresentação das propostas do Orçamento Participativo no Café Concerto e on-line. De eventos e anúncios estamos fartos, dotora Marto. Do que a malta gostava era de uma obrazita!