30 de março de 2016

A perversidade do modelo partidário

As estruturas partidárias são modelos piramidais tradicionais de três níveis: Direcção Nacional, Federações e Concelhias (as secções e os grupos sectoriais - trabalhadores, mulheres, etc. - são irrelevantes para esta análise). O modelo tem dois problemas graves: está desfasado da realidade social e, pior do que isso, induz perversidade.
O modelo de organização em pirâmide visa dois propósitos essenciais: controlo “top down” e estímulo do mérito (sobe quem mostrou capacidade). Nos partidos assegura o controlo, mas desincentiva o mérito.
Na Europa, no pós-guerra, e em Portugal, na pós-revolução, as elites (intelectuais, académicos, artistas, quadros técnicos de topo, etc.) estavam bem representadas nos partidos políticos e influenciavam fortemente a estratégia e a acção política. Actualmente não têm espaço nos partidos, porque não o desejam nem são desejados. As máquinas partidárias são controladas pelos apparatchiks, que fazem da vida partidária a sua razão de vida, gente sem méritos reconhecidos interpares ou na comunidade, sem sucessos políticos ou com derrotas esmagadoras, que subiram no partido pelo designado “trabalho partidário”, que, na prática, se resume à intriga política, ao trade-off de apoios internos e a outros processos obscuros. Consequentemente, os partidos, da base ao topo, deixaram de ter pensamento político estruturado, limitam-se a seguir a agenda mediática. As concelhias nem isso fazem, porque não há agenda mediática local nem a sabem criar. As federações fazem o que sempre fizeram: distribuem “tachos” pelos apparatchiks na máquina do estado (deputados, secretários-estados, chefes de gabinete, assessores, dirigentes de CCDR, Segurança Social, Hospitais, etc). Como existem não têm qualquer utilidade para a comunidade e para os partidos, mas são muito disputadas porque os apparatchiks há muito perceberam que o caminho para chegar ao “pote” é mais curto e mais fácil nas federações do que nas concelhias. Este mecanismo gera perversidade e enfraquece os partidos, nomeadamente nas concelhias - o nível essencial para fazer crescer e fortalecer os partidos. E é por isto que, mesmo nos grandes partidos, as concelhias só mantém actividade regular e significativa onde o partido é poder e o presidente da câmara não se posiciona de costas voltadas para a concelhia.
Mas, para além desta enfermidade endémica, outra praga está a destruir os partidos: as sociedades secretas. Tema a abordar noutra altura.

23 de março de 2016

Diogo Mateus superstar


É um desfile de fotos nunca visto, só comparável com as filas do Portugal Fashion para registar o momento em fotografia, quando se encontra uma figura pública. Para compensar a ausência à última hora, no ano passado, que redundou numa baixa de meses por parte de uma funcionária municipal (a culpa é sempre dos outros, já se sabe), este ano o Município de Pombal fez tudo diferente: não confirmou presença na Feira de Nanterre antecipadamente (razão pela qual não aparecia inicialmente nos cartazes, só mais tarde se juntou o brasão) e em vez de convidar as empresas locais a juntarem-se à iniciativa, decidiu inverter os papéis, e tornou-se na atracção principal: Diogo fez-se acompanhar do chefe de gabinete João Pimpão (quem mais poderia fazer a ponte com o povo, chegar a ele, falar a mesma linguagem?) e durante todo o fim-de-semana posou para a fotografia ao lado de todas as famílias que encontrou, naturais de Pombal. Depois foi só distribuir os Roques, os Costa, os Santos, os Silva, os Dias, os Oliveira, e todos os outros pelos diversos grupos regionalizados do Facebook e mostrar como é que o senhor presidente é popular, no meio dos chouriços de Lamego, das alheiras de Mirandela e, vá lá, das cavacas de Pombal.

Aguardo com expectativa a reportagem que nos há-de trazer o Tuga Magazine, publicação portuguesa a cargo de um rapaz aqui do concelho. Foi graças a ele que pudemos visualizar o vídeo com o discurso do senhor presidente, que a assistência ouviu com a atenção que se vê.  Tenho aqui até um espírito-santo-de-orelha a dizer-me que foi graças à insistência dele que Pombal acabou por ir lá parar.
Então e vamos lá saber: essa viagem, espremida, dá o quê? votos dos familiares dos modelos fotográficos?

22 de março de 2016

Sai mais uma avença para o Teófilo

A CMP adjudicou mais uma avença a Teófilo Santos, de prestação de serviços jurídicos, no valor de 39.810 €, mais IVA. Uma “brilhante” forma de reconhecer os serviços prestados pela dupla Teófilo & Michael António no processo das 35 horas.
A lei das 35 horas semanais aplicava-se a todas as câmaras municipais. Mas a única que perdeu um processo em tribunal, e vai ter que entrar com mais de 100.000 €, é a de Pombal.
É obra! E paga o Zé!

21 de março de 2016

No dia da Poesia

Por mal dar, por mal ter, viram cerradas
Do céu as portas; penam nesta lida
Com mágoas, que não podem ser contadas.

Vês quanto é de vaidade iludida
A ambição, de que os homens a porfiam,
Da fortuna anelando os bens da vida.

A pujança de um povo é grande ou escassa
Segundo o seu querer, que, se escondendo
Qual serpe em erva triunfante passa.

Contra ela o saber vosso não valendo
No seu reino ela tem poder e mando
Como os outros o seu, estão regendo.

Ora no lodo ainda mais tristes somos –
Com voz cortada assim gargarejavam
De palavras somente havendo assomos.

Essa alma, que de orgulho ainda esbraveja,
Avessa ao bem, de raiva possuída,
Deixou em si memoria, que negreja.

Quantos reis, grandes na terrena vida,
Virão, quais cedros, se atascar no lodo,
Fama de si deixando poluída.

Que há povo infindo para o bem avaro!
             Do vadio e genial Dante Alighieri - Divina Comédia

17 de março de 2016

Porque é o príncipe tão incauto?

Maquiavel explicou-nos que “O príncipe vela não pela felicidade do povo, mas pela sua própria”. Mas por cá, nem pela própria - na sua ânsia de se tornar poderoso, tem desbaratado aquilo que a fortuna lhe pôs no regaço: um reino dócil, submisso e rico. Surpreende que alguém que teve todo o tempo para aprender a arte de reinar, tenha, em pouco tempo, perdido tão rapidamente a confiança dos súbditos.
O príncipe tem cometido demasiados erros, e não os tem sabido conter os estragos: armadilhou laços (em vez de os evitar) e caiu neles, desgastou-se em guerras infrutíferas, fez inimigos nos fracos e não cuidou dos poderosos, foi leão quando deveria ser raposa e raposa quando deveria ter sido leão. É da sua natureza!
O processo das 35 horas é um tratado de inabilidade política, que poderia ter feito tropeçar trezentos e tal príncipes, mas onde só o de cá se espalhou.
O príncipe parece ter perdido o norte: procura passar o odioso da decisão inicial para o seu antecessor, ajudando a juntar a matilha de lobos, e, ao mesmo tempo, prossegue a afronta aos súbditos, não cumpre a sentença, pede (hipocritamente) desculpa aos trabalhadores - que há muito atribuíram a culpa da contínua afronta - mas não paga as horas extraordinárias a todos os trabalhadores (todos as fizeram), paga-as somente aos trabalhadores sindicalizados do sindicato que interpôs a acção.

O príncipe padece de dois males: não tem (por opção sua) ministros que o protejam e não tem bons fundamentos. E como disse Maquiavel: “um príncipe que não tem bons fundamentos, necessariamente cairá em ruína”.

15 de março de 2016

Ajudem a câmara, sff

Mesmo fazendo muita obra inútil e outras que não são da sua competência, a CMP (ainda) dispõe de 11,640 milhões de Euros em caixa.

Apelo: ajude a câmara a encontrar destino para o (seu) dinheiro.

Oposição

Vive-se, por aqui, uma paz indolente, uma vida comunitária adormecida com o terço do consenso. É tanto assim que o presidente da câmara pode emitir um Edital onde divulga a aprovação de tudo por unanimidade. 
Toda a unanimidade é burra e nefasta. No céu pode fazer as almas felizes; mas na Terra provoca um enorme tédio e um enorme marasmo.
Procura-se: alguém que faça oposição nesta terra - que questione, que pense diferente, que critique, que tenha ideias, que se bata por elas, etc.

13 de março de 2016

Para memória futura

Sexta-feira, 11 de Março de de 2016.
Passam agora dois anos desde aquele dia em que os poderes instituídos declararam guerra às peças soltas da engrenagem, naquele que se haveria de tornar o mais famoso conselho geral de sempre num agrupamento escolar, por nunca ter sido empossado. Há momentos em que uma pessoa quase se cansa de dar murros em pontas de faca, há que dizê-lo. Mas depois vem a realidade e percebemos que não há alternativa: é isso ou o costume. Contei a história tantas vezes a tanta gente - incluindo aos nossos deputados da nação, eleitos por Leiria, que da esquerda à direita mexeram zero palhas para desbloquear o imbróglio - que me convenci estar a relatar qualquer coisa do imaginário.
Dois anos depois, a senhora directora regional de Educação é a mesma. Mas precisou desses dois anos e - quiçá - de uma mudança de governo para mandar fazer aquilo que devia ter sido feito de imediato: convocar uma assembleia geral de pais, eleger uma mesa eleitoral e uma comissão que elabore um regulamento, com regras claras e definidas, que garanta a qualquer pai/mãe/encarregado de educação a liberdade de encabeçar uma lista, sem estar preso a qualquer associação - por mais real que ela fosse, ou se existisse. O que se espera, agora, é que seja reposta a ordem natural das coisas. 
Dos cerca de três mil encarregados de educação, apenas uns 50 responderam à chamada do Agrupamento, na sexta-feira. É mais fácil destilar queixas no facebook do que sair do sofá e ir à escola, perceber em que mundo vivem os nossos filhos. Mas isso é o que temos, ou talvez seja o que sobrou. Nunca me hei-de esquecer do átrio cheio de pais para votar naquele 17 de janeiro de 2013, de como foram abandonando o local à medida que passavam as horas e aumentava a pressão para não se aceitarem listas "independentes", de "pais iluminados".
O tempo passou. A associação de pais declarou-se inactiva, em comunicado afixado. O vereador da educação da época renunciou ao mandato. Os estudantes que representavam os alunos já deixaram a escola, alguns professores também. O presidente da Câmara cumpriu o prometido: nunca tomou posse, vieram as inspecções. Amarfanhou-se a pessoa do presidente do conselho-geral cessante, obrigou-se a presidente da assembleia geral da associação de pais a demitir-se, numa noite de inverno, no edifício da Câmara. Nos tribunais corre ainda uma acção alusiva a um ilegítimo acto eleitoral, tentado há um ano atrás, noutro espaço municipal - a Biblioteca. Ora, se isto é assim quando a Escola ainda é do Estado, imagine-se o que seria se a municipalização da educação fosse assumida e implementada neste concelho...
O que aconteceu com este processo é o que se passa em todo o lado, habitualmente, neste Pombal: há um controlo implícito, que assegura o funcionamento da máquina, sem peças soltas na engrenagem. Se mais vezes ousássemos agitar essas águas paradas, respirava-se muito melhor. É sabido que isso tem custos, desgasta, cria tantos inimigos como ter opinião. Mas liberta.
Nem eu nem a Odete Alves (as duas mães que o poder não quis no conselho geral) tencionamos candidatar-nos no acto eleitoral que aí vem. Mas vamos ajudar a concluir esse processo e abrir caminho a quem vier. Para memória futura.



7 de março de 2016

Coisa de mulheres, parte II

Minutos depois de publicado este post aqui no Farpas, o cartaz desapareceu do facebook de quem o postara e foi disparada uma mensagem de e-mail "resgatando a mensagem anterior". 
Dias depois, foi massivamente distribuído pela cidade um novo cartaz, já sem o Movimento das Mulheres Social-Democratas na "organização". Não custa nada fazer as coisas bem feitas. Às vezes basta pensar. É claro que - como são as mesmas - as mulheres continuam a ser social-democratas. Mas à mulher de César não basta ser séria...
Adenda: 

A mentira tem perna curta. Ora vejam só como é que a oradora Teresa Morais anuncia a sua vinda a Pombal: 
Está tudo dito. 

6 de março de 2016

A unanimidade, segundo o PSD de Pombal

Pedro Pimpão foi ontem eleito presidente da comissão política do PSD local. Foi-o pela terceira vez, sem oposição. Não se sabe por quantos votos (a comunicação do partido é boa, mas filtra, como é função das agências e/ou dos assessores), apenas que foi por unanimidade. 
Ao olhar para o resultado das eleições e ao mesmo tempo para a lista que compõe a "nova" comissão política, temos aquela estranha sensação de calmaria, típica dos momentos que antecedem um tsunami. E Pedro Pimpão sabe-o bem. Lendo o desabafo que escreveu na sua página oficial de facebook, em fim de noite, percebe-se a escolha das palavras: "(...)o que me assusta dada a enorme responsabilidade que assim recai sobre os meus ombros, mas que está em perfeita consonância com o objectivo de unir o PSD/Pombal.

Agradeço este (excesso) de confiança e prometo que me vou empenhar para não desiludir aqueles que acreditam no nosso trabalho, assim como, tudo farei para que os Pombalenses se revejam cada vez mais nos nossos projectos, ideias e candidatos que devem ter como principal objectivo Afirmar Pombal!"
Ora acontece que 2017 é já para o ano. E a comissão política que vai decidir sobre elas é constituída por esta mistura explosiva que a foto documenta. Nota positiva para a quantidade (e a qualidade, sobretudo) de mulheres na equipa de Pedro.


ps1: Narciso Mota ficou como presidente da mesa do plenário.
ps2: José Grilo preside ao conselho consultivo.
Ps3: o que é que fizeram a Rodrigues Marques?

Assim se compra o céu

… e o resto. 
A CMP deliberou, por unanimidade, atribuir (mais) um subsídio de 5.000 € à Fábrica da Igreja Paroquial de Pombal e (mais) um subsídio de 1800 € à Fábrica da Igreja Paroquial de Vila Cã.

5 de março de 2016

Diogo e amigos promovem-se em Lisboa


Leio no Pombal Jornal que "o Município de Pombal participa na edição 2016 da Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre no espaço da Feira Internacional de Lisboa, de 2 a 6 de Março". Para além do Marquês (dispenso comentar) e da doçaria tradicional local, a nossa autarquia também convidou o operador turístico DTravel a juntar-se à comitiva. Eu não conheço a empresa (e, provavelmente irei ser tremendamente injusto), mas se o objectivo do convite era o de promover "o território pombalense como destino turístico", porque se convida uma empresa que ostensivamente omite o nome da cidade na sua página web? E não foi por falta de oportunidade! No espaço que dedicam ao Centro de Portugal, referem Batalha, Alcobaça, Coimbra, Tomar, Óbidos, Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aldeias de Xisto, Serras da Estrela, Caramulo e Lousã. Pombal e o seu território é que nada. 

4 de março de 2016

A guerra das rosas

O médico António Sales ganhou hoje a Federação de Leiria do PS, naquela que foi a segunda tentativa para liderar os socialistas deste distrito. Ganhou com 665 votos contra os 514 de Odete João. São ambos deputados eleitos por Leiria na Assembleia da República. Ele de novo, ela de há muitos anos.
O que se espera de um ortopedista é que consiga sarar as fracturas na estrutura óssea. Não há melhor imagem para o momento que se vive no PS distrital. 
- E Pombal?, perguntam vocês.
Pombal fez jus à sua condição de fenómeno: 83 votos para a lista derrotada, 14 na lista vencedora.

O homem já voltou aos cartazes


3 de março de 2016

Tanta falta de bom-senso

Com o bom-senso passa-se um paradoxo engraçado: é uma das qualidades humanas mais mal distribuídas, mas todos acham que têm o suficiente.
Repare-se neste (triste) exemplo: a CMP de Pombal resolver espalhar pinos rasteiros e pontiagudos pelo Cardal e pela ponte D. Maria. Os munícipes mais atentos – e o Farpas em particular – fartaram-se de criticar a opção e exigiram a sua remoção. Depois de muitas críticas e alguns acidentes, a câmara assumiu o erro e mandou arrancar os pinos. Mas pelo meio, umas quantas pessoas caíram e magoaram-se, e uma delas pediu uma pequena indemnização à câmara para cobrir os danos patrimoniais decorrentes da quebra dos óculos aquando da queda.  
A câmara assumiu a responsabilidade? Não! Decidiu que “após uma análise cuidada do pedido formulado pela lesada, das informações facultadas pelos Serviços Técnicos do Município, bem como do parecer jurídico anexo, conclui-se que a responsabilidade pelos danos causados não é imputável ao Município de Pombal”.
Não o faz por falta de dinheiro - tem-no demais e aplica-o onde não tem responsabilidades, substituindo o Estado e prejudicando os munícipes. Fá-lo com a insensatez própria dos arrogantes.
Há mais falta de bom-senso (político)?

Contas a ajustar

Tudo está bem quando acaba bem. 
Consta que houve pranto e ranger de dentes, nos últimos dias. Mas foi um presidente dócil que esta manhã se penitenciou perante os funcionários sindicalizados, quando lhes anunciou a reposição da legalidade e pagamento das horas extraordinárias. Muniu-se de todo o bom senso para explicar, em palavras, aquilo que alguns súbditos quiseram impedir, em actos e à força, esta manhã: a presença de um dirigente sindical na reunião com os trabalhadores.

O braço de ferro partiu

Os políticos experimentados evitam afrontar os trabalhadores e os sindicatos porque sabem que os custos políticos são elevados. Por cá a armadilha virou-se contra o armadilhas.
A afronta já tinha tido dois rounds, que só não terminaram em derrota porque os sindicatos tiveram o bom senso que o príncipe parece não ter. Na câmara o desfecho é conhecido: estrondosa derrota política, com a condenação da câmara ao pagamento do trabalho extraordinário e à reposição das 35 horas semanais.
Bem pode o príncipe responsabilizar o responsável dos Recursos Humanos por não ter ouvido os trabalhadores, os juristas da câmara por não terem assessorado bem a câmara e os advogados pela estratégia de defesa seguida e pelos erros cometidos. Nada apagará o odioso da questão, o falhanço da afronta.
O problema não é tanto de quem executa e de quem assessora - decidem pouco. É de quem decide. E é, também, de quem decide fazer obras de Estado com dinheiro dos munícipes. Serão, também, os chefes de serviço os responsáveis por estes dislates?
O príncipe pode achar-se possuído de todo o poder, mas isto (ainda) não é uma monarquia – Dura Lex, Sed Lex.  

E nesta Republica, que mais parece uma Monarquia, paga é o Zé: aos trabalhadores, aos funcionários e aos advogados. 

1 de março de 2016

Gabinete de Propaganda

Neste mandato, o gabinete de comunicação da CMP nunca funcionou bem. Na primeira fase percebia-se: de aprendizes voluntaristas não se podia esperar grande coisa. Mas com a contratação de uma especialista esperavam-se melhorias. Puro engano. A evolução foi no pior sentido. Temos agora um gabinete de imprensa especializado em propaganda, em que o método é a inversão dos factores, a inversão dos valores, no âmbito da qual não existe mentira - meia-verdade ou meia-mentira - que não mereça ser difundida. A tudo se recorre para fazer de uma natureza morta um quadro vivo e colorido. As notas de imprensa são prospetos risíveis, que procuram, de forma despudorada, beneficiar o emissor e não o destinatário; são palha dada aos seguidores acríticos e aos distribuidores que as divulgam.
Mas a falta de decoro atinge o condenável quando se confunde a câmara com o partido  e o partido com a câmara. Ao que nós chegámos!


Adenda: Gastem o tempo livre para preparar e a publicar as actas atempadamente - também é comunicação, e imposta por lei.