23 de fevereiro de 2015

Chamem os Bombeiros

Os corpos de bombeiros estão organizados numa estrutura hierárquica típica (tal como as forças de segurança e militar) que visa assegurar unidade absoluta de comando e níveis de autonomia e experiência/especialização claros. Neste tipo de estrutura as promoções são lineares em função da experiência e provas dadas e só em momentos muito conturbados (revoluções), em que a estrutura de topo é deposta, os elementos da estrutura intermédia saltam para o topo. Mesmo assim, nunca se viu um Furriel ser nomeado Chefe do Estado-maior.
Nos Bombeiros Voluntários de Pombal é normal um bombeiro de 3.ª classe! ser nomeado Comandante. Se querem maior exemplo do desnorte que vai naquela casa não procurem mais. O resto, que é muito, é consequência da falta de cultura de serviço público de alguns dirigentes, que ultrapassam sistematicamente os limites que lhe eram autorizados pela educação e pela dignidade que os cargos e a história da organização deveriam impor.

21 de fevereiro de 2015

Sacrifício (in)útil

O presidente da câmara informou a AM que o Diretor-Geral da ETAP pediu desculpa (à sua majestade, à plebe não é necessário) pelo espetáculo realizado para as crianças após o desfile de Carnaval.
Como é lindo o ministro sacrificar-se pelo seu príncipe. Neste nobre ato há uma enorme diferença de posturas: o ministro sabe e age de acordo com o que é o princípio da responsabilidade objetiva; o príncipe ignora-o - está acima disso.

20 de fevereiro de 2015

Criaturas azaradas

Há criaturas de que não se espera nada, porque é perfeitamente inútil esperar. Todos as conhecemos algumas, temo-las até entre os nossos amigos, mas a sua presença põem-nos os cabelos em pé. Quando aparecem lá em casa, no que mexem desarranjam ou estragam. Com eles jogamos frequentemente jogos de perde-perde: se lhes oferecemos um “néctar” num copo de plástico ficamos mal vistos, se usamos um copo de cristal, corremos grande risco de ficar sem o copo e ter que ouvir a patroa porque lá se foi o conjunto. É muito difícil lidar com estas criaturas: por um lado são solícitas e até simpáticas, por outro, são azaradas e atraem o azar. Para além destes traços têm outros que as tornam particularmente perigosas: são voluntariosas e, até, empenhadas, metem-se em muita coisa mas não produzem nada, quietas seriam mais úteis. As associações, cooperativas e entidades públicas deste concelho estão cheias delas, com os resultados conhecidos.
Os Bombeiros Voluntários de Pombal foram, durante muitos anos, uma instituição pacífica e pacificadora. Nos últimos tempos, transformaram-se num foco de “incêndios”. Ainda não apagaram um e já outro eclodiu. Há ali, com certeza, muita fonte de ignição ou pessoas que atraem o azar.
Na verdade, as criaturas azaradas são um perigo, mas as obstinadas não o são menos. Por cá, saem-nos, frequentemente, na rifa, umas e outras. É azar a mais!

19 de fevereiro de 2015

SOCORRO


Problemas circulares de circulação

Há coisas do diabo: o meu carro, que com tanto zelo tem desempenhado as suas funções durante tantos anos, ontem pregou-me uma partida. Deixou-me apeado em Pombal, e foi necessário chamar o reboque, através da assistência em viagem. Coisas da velhice!
Chegado o senhor do reboque, um homem de Pombal que está há muito tempo neste negócio, lá fomos conversando, primeiro para fazer tempo, depois (pelo menos de minha parte) com grande interesse. Começou logo bem, na altura das apresentações:
- Eu era das Cavadas, na Freguesia de Louriçal! - digo eu, como complemento de apresentação. Ao que este me responde:
- Conheço muito bem... vou buscar muitos carros espatifados àquela estrada miserável que lá têm, que liga o Louriçal às Cavadas. Faço muitas vezes esse caminho!
Confirmei prontamente que o senhor conhecia, de facto, a minha terra. Conhecia-a melhor, provavelmente, do que algum executivo camarário alguma vez a conheceu.
Deste ponto, a conversa derivou para os locais "de melhor negócio" para quem está no ramo dos reboques. O entrada para a cidade, junto à Repsol, foi tema obrigatório de conversa, claro! "Por vezes, é preciso ficar muito tempo à espera, as pessoas perdem a paciência, arriscam um bocado, e acontecem as desgraças!", explicava-me o senhor. Depois foi falando de muitos outros pontos negros, alguns com soluções possíveis e relativamente fáceis, onde os acidentes se sucediam há anos, sem que nada se altere que reduza o perigo que o local representa.
Fiquei a pensar para comigo: com tantas avenças pagas pela CMP (por exemplo, as já célebres avenças jurídicas), talvez não fosse mau negócio substituir uma delas por uma avença a pagar a um homem com este conhecimento. É que, embora eu reconheça alguma maledicência em mim, não posso acreditar que a CMP deixe que acidentes continuem a acontecer, repetidamente, por maldade. Não creio que um executivo, com todos os defeitos que possa ter, tenha gosto em ver pessoas a morrer ou a perderem bens (nomeadamente, a viatura) em acidentes que pudessem ser evitados. Donde, tenho que acreditar na teoria menos má, que é a da ignorância: não se faz nada, porque se desconhece que esses sejam pontos críticos em relação a acidentes de viação. Confere?

18 de fevereiro de 2015

Associação de freguesia para a ETAP

Em 21-01-2015, deixámos aqui o post com o título “dinheiro das freguesias para a ETAP”, onde alertámos para a ilegalidade de tal solução.
Logo aumentaram as dúvidas e a resistência dos presidentes de junta não proponentes.
Também logo os promotores trataram de engendrar um esquema que pudesse convencer os presidentes de junta de que era possível contornar a lei: constituir uma associação de freguesias para as juntas injetarem dinheiro na ETAP.

Porém, se estudarem bem a lei, verão que esta solução não é legal ou, então, estarão a pensar que a atividade política é governar a coisa pública em benefício pessoal.

15 de fevereiro de 2015

A ETAP no seu melhor

Consta que foi a ETAP que organizou a animação para as crianças, após o desfile de Carnaval. O espetáculo foi uma oportunidade para a ETAP mostrar as suas competências na área da animação. Estamos esclarecidos.
O espetáculo está a ser fortemente criticado nas redes sociais e no boca-à-boca. Convenhamos: a ideia – se de uma ideia se tratou – é ousada e provocatória; mistura o fogo e a dança, com laivos de erotismo e até de sadomasoquismo.

Pelos relatos, as crianças ficaram indiferentes e os pais (des)coincidentes. Mas, para uma sexta-feira 13, véspera do dia de S. Valentim, não está nada mau. Foi até uma novidade em relação ao que se vai fazendo por cá. Até porque já estávamos fartos dos espetáculos pimba do padre Vaz.

Video em: https://www.facebook.com/video.php?v=797709523599904

14 de fevereiro de 2015

Pim!

Depois de tão eloquente apologia, Pombal pode esperar para breve uma estátua de prata por um ourives do Porto em homenagem ao Eng. Narciso Mota, e uma exposição das maquetes p'ró seu monumento erecto por subscrição municipal do "Pombal Jornal", e o Largo do Cardal mudado em Largo Eng. Narciso Mota, e as festas da cidade p'los seus aniversários, e sabonetes em conta "Narciso Mota" e pasta Narciso prós dentes, e graxa Narciso p'rás botas e Niveína Narciso, e comprimidos Narciso, e autoclismos Narciso e Narciso, Narciso, Narciso, Narciso... E limonadas Narciso- Magnésia.

Viva o Narciso, viva! Pim!

13 de fevereiro de 2015

Subsídios de €300.000,00.

A notícia recentemente divulgada, sobre a distribuição pela Câmara Municipal do nosso concelho de cerca de €300.000,00 em apoios às associações para fomento do desporto, é tratada como se o ato de gestão municipal fosse um ato de mera generosidade e como se aquele dinheiro nascesse nos cofres municipais. €300.000,00 é muito dinheiro, sobretudo em tempo de crise. Se for utilmente gasto, teremos ainda mesmo assim de perguntar, antes e depois, se o esforço dos contribuintes comporta aquela despesa.
Porém, sabemos que, quando alguma autarquia distribui os nossos impostos, o faz pomposamente como se entregasse coisa sua e dos respetivos autarcas e nunca aborda a relação entre a utilidade do investimento e o sacrifício de quem o paga. Por outro lado, não faz um controle efetivo, prévio, simultâneo e posterior, da regularidade do funcionamento e organização da entidade beneficiária, da utilidade da atividade a que se destina e da execução dos objetivos. Ora, comenta-se junto às fontes do poder que, em algumas ou várias associações beneficiadas, não são efetuadas eleições desde há vários anos, não existe regularidade no processo de admissão de sócios, não são apresentados e aprovados planos de atividades, relatórios e contas, as obras são executadas sem faturação e sem comprovativo dos gastos, etc, etc.

Nos tempos que correm, exige-se o controlo da legalidade do funcionamento das instituições beneficiárias e da execução dos objetivos e exigem-se explicações sobre a justificação da despesa suportada com os impostos depois transformados em subsídios. É o mínimo que é devido a quem (contribuinte) é obrigado a pagar mesmo que esteja em dificuldades económicas…

12 de fevereiro de 2015

Viva o nosso comendador!


Zeinal Bava foi condecorado pelo presidente da República, Cavaco Silva, em 10 de Junho de 2014, com a grã-cruz da Ordem de Mérito Empresarial. Amanhã, o mesmo Cavaco, irá agraciar Narciso Mota (e mais 14 antigos presidentes de câmaras municipais) com o grau de comendador da Ordem do Mérito. Reconheçamos: o nosso presidente - que nunca se engana e raramente tem dúvidas - é exímio a identificar o mérito! 

11 de fevereiro de 2015

Almagreira esventrada

Almagreira é uma daquelas terras de onde raramente vêm notícias; e, quando vêm, não o são ou são más noticias. Nos últimos tempos, tem sido notícia por más razões: a concessão desenfreada de exploração de caulinos. Os almagreiros dispensavam bem este presente envenenado, que lhes vai infernizar a vida - destruir os solos, o ar e a água e uma paisagem já de si pouco atrativa. E vão sofrer tudo isto a troco de nada, porque a exploração de caulinos nunca trouxe nada de válido às populações.

Neste processo, os almagreiros têm sido abandonados pelos poderes locais que se têm limitado a assobiar para o lado, enquanto a realidade se vai impondo. É verdade que a principal responsabilidade pelo infindável martírio não é do poder local; mas, se deste não se espera tudo ou quase tudo, espera-se todavia alguma coisa.

7 de fevereiro de 2015

Joana Benzinho dixit

"Pombal foi uma grande vila, foi uma referência no panorama nacional como uma localidade dinâmica, empreendedora. Hoje é uma pequena cidade a esvaziar-se do seu tecido industrial e comercial, dos seus jovens quadros que partem em busca de melhores oportunidades. É urgente desenhar novas politicas e oportunidades para que se possam fixar no concelho."
Uma análise certeira e incisiva. Só não vê quem não quer!

Carta Aberta

Excelência Reverendíssima 
Dom Virgílio Antunes, Bispo de Coimbra

Tendo chegado ao nosso conhecimento que V.ª Ex.ª irá realizar, na próxima semana, uma visita pastoral ao Arciprestado de Pombal e que a mesma está a suscitar grande entusiasmo em toda a comunidade, crente e não crente, aristocratas e plebeus, teólogos e leigos, ricos e mendigos; vimos, por este meio, solicitar a V.ª Ex.ª que conceda ao Farpas, também, uma pequena audiência. Bem sabemos que a agenda de V.ª Ex.ª, por estas terras, vai ser muito variada e intensa, que o seu tempo é sagrado, e que continua a receber pedidos, iguais ao nosso, das mais variadas entidades (organismos públicos, associações, escolas e personalidades locais); mas esperamos uma pequena atenção da sua parte e um rasgo de ousadia na senda dos novos ares de abertura que sopram do Vaticano.
Não conhecerá, com certeza, V.ª Ex.ª, o Farpas. Estranhará o nosso interesse na audiência que, agora, lhe pedimos. Compreendemos. Até nós o estranhamos, e não saberemos explicar muito bem, o que levou um grupo de pouca fé em Deus e, porque não dizê-lo, na Humanidade a pedir uma audiência a V.ª Ex.ª. Intuirá, com a sua sapiência, que só circunstancias muito especiais levariam um grupo de tresmalhados, conhecidos na igreja, por maldizentes comunistas, a requerer seus bons ofícios de V.ª Ex.ª para afastar os demónios que se apoderaram de muita alma piedosa nesta malfadada terra.
Se nos receber (ou ler), perceberá V.ª Ex.ª que somos gente simples, que herdou sem querer a cultura grega, a ordem romana, a moral cristã e todas as mais ilusões que formam a nossa civilização, que apesar de não ser muito temente a Deus e aos seus representantes na terra, respeita os credos e os seus difusores, quando estes são exemplos de cidadania; mas farpeamos os poderes instalados, os oportunistas e os manhosos, a hipocrisia e o servilismo, a obscenidade e o desperdício.
Se nos receber, ficará V.ª Ex.ª a conhecer muito melhor o seu rebanho e os seus ajudantes: as suas maneiras, os seus vícios e as suas misérias. Queira V.ª Ex.ª saber que nesta terra há almas sobre quem pesa como uma maldição o não lhes ser possível ser hoje gente da idade média, que se dizem muito piedosas, mas cometem todo o tipo e sacrilégios em nome de Deus.
Por tudo isto, esperamos que V.ª Ex.ª não tenha receio de se encontrar com estes pobres “pecadores”, quais ovelhas tresmalhados do seu grande rebanho; e, tal como Jesus, enfrente os fariseus e os escribas e faça descer sobre eles o Divino Espirito Santo

Atenta e respeitosamente,

6 de fevereiro de 2015

Há opiniões mais brilhantes que outras

Mais uma vez, o Pombal Jornal!
Quem é a Letícia Marques? Não a conheço, mas gostava de conhecer. Na secção "Pombal Leitores", responde a Pedro Brilhante com inteligência e "tino". Começa por dizer, no primeiro parágrafo, que "...uma pessoa de sucesso não deve dar erros ortográficos, ainda mais se se trata de uma pessoa muito opinativa". Concordo, e acrescento: os méritos que contribuem para que um jovem se faça politico, estão completamente desvirtuados. Os maus políticos que temos, resultam em boa parte de um processo perverso de selecção natural. Saber escrever com alguma correcção, por exemplo, não faz um politico. Mas ajuda! 
Igualmente do meu agrado foi o desmontar da análise (também ela turva, a meu ver) que Pedro Brilhante fez, na edição anterior, ao comparar os governos de Sócrates e Coelho. Claro que Brilhante tem legitimidade para a fazer, e é de bom tom que defenda a sua dama - isso é o normal quando se assume uma posição, e eu também não sou isento nas apreciações politicas que faço -, mas com a mesma legitimidade me é dado discordar. E discordo, principalmente, do que parece ser a conclusão de que o governo de Passos é bom, por ser "menos mau" que o de Sócrates. Um governo "menos mau" só pode alegrar uma voz amplamente partidarizada. Para o comum cidadão, como eu, não traz grande conforto comparar a m%&a com o c@§(#)%ão, ainda que uma cheire menos mal que a outra.
O meu cumprimento, Letícia!

Je suis Pombal Jornal

Ponto prévio: ter imprensa local é SEMPRE melhor do que não a ter. Por aí, desejo longa e próspera vida ao Pombal Jornal.
Agora que está este ponto esclarecido, deixem-me perguntar: mas o que é isto, meus amigos?
Noticiar coisas como esta é patético, na minha opinião. Desadequado, no mínimo. Mas enfim...
Uma noticia sobre "o amor que a cor não separou" é, a meu ver, profundamente racista, pois parte do princípio que seria expectável que uma mulher branca e um homem preto tivessem que estar separados por esse facto.
Mas o topo do mau gosto é publicar uma fotografia (não a reproduzo aqui por pudor) de uma mulher vestida de preto, e com a seguinte legenda: "Lucília Bregieiro junto ao saco com as ossadas do pai que ficaram esquecidas na cozinha onde deflagrou o incêndio". Não sei como rotular este momento jornalístico. Também não sei se a senhora fez pose junto ao saco com as ossadas do pai, ou se a fotografia foi tirada sem preparação. E não sei qual das duas hipóteses me escandaliza mais.
Muitas (mas nem todas são boas) razões para comprar o Pombal Jornal. Tantas que voltarei a este tema nos próximos dias, com mais apontamentos.