28 de fevereiro de 2013

A regeneração ou lá o que isso é

Atentemos, então, no que diz Joaquim Eusébio, obviamente chocado com o que se passa com a cidade que ajudou a erguer, e cuja história ajudou a contar. Ontem mesmo, escrito no Facebook:

"Obras do Cardal

Lamentável a todos os títulos. Estranha a insensibilidade da população de uma cidade multisecular que deixa fazer esta operação a coração aberto. Mas para mim o mais inquietante é a grande possibilidade de uma vez mais NADA de arqueologicamente significativo se encontrar durante os trabalhos. A exemplo do que ocorreu nos trabalhos feitos nas imediações da igreja de Santa Maria do Castelo, no interior das muralhas do castelo (que teriam podido fornecer muita informação sobre o período medieval de Pombal) ou na praça Marquês de Pombal (coração da vila durante a Idade Moderna) será que o cemitério do convento de Santo António do Cardal, o forno do Bodo ou a capela de Nossa Senhora de Jerusalém não terão igualmente deixado qualquer vestígio?"

26 de fevereiro de 2013

Ó meu Pombal...


Ainda sobre a questão da dita regeneração do Largo do Cardal, não posso deixar de constatar o seguinte:

Este link contém uma súmula do projecto (páginas 13 e 14 sobre o Largo do Cardal), tendo sido este que foi apresentado, pelo menos, numa Assembleia de Freguesia, já que a Junta é parceira (no papel) deste projecto.


Este, sobre as alterações ao trânsito, contém uma montagem sobre como ficará o espaço. É neste que aparecem as tais IS (ou lá o que é):


Descubram as diferenças entre projectos. Isto ajuda à seriedade com que se quer que se olhe para a actuação de quem decide "regenerar"? Isto ajuda a que aceitem os argumentos sem desconfiança?


E entendamo-nos: regenerar, em muitos casos, tem servido como pretexto para gastar dinheiro estupidamente, decorando a betão ou a outros elementos, zonas que mereciam outro tratamento. Reaproveitar, redesenhar e repensar espaços públicos é bem-vindo desde que inserido numa estratégia. Infelizmente vê-se o resultado que a Praça Marquês de Pombal deu, ou o Castelo, onde a requalificação deu apenas de bom a Cafetaria e o tratamento à volta do Castelo - sem contar com as vergonhosas escadas tipo maison - ou ao pé do Cemitério. Excepção, claro, ao Parque Verde do Açude (mantendo eu que aquelas "varandas" são uma coisa perigosa - por favor, vão lá e vejam bem como aquilo está, mas que afecta a mais valia do espaço). Desde há anos que se trabalha a forma e não se preocupa com o conteúdo. O Castelo, fechado há anos, terá, pelos vistos, uma apresentação/filme. Mas a ocupação de espaços não é acautelada, o que condena o Celeiro do Marquês (espaço excepcional) a uma utilização espaçada ou o próprio Museu do Marquês (que até teve um prémio para a recuperação), que por ter uma exposição com horários de função pública é incapaz de atrair mais público.


Há 11 anos defendi um debate público alargado quando se enterrou uma fortuna num parque de estacionamento que não é usado e se converteu uma Praça que é o resto da nossa zona histórica, num momento à insipidez e à lógica do empedrar sem tornar o espaço aprazível (que continua sem o ser). Defendi que a autarquia, já que estava naquilo, podia perfeitamente equacionar serviços públicos na Praça ou ter um plano para ter vida. Obviamente, não tive retorno, sendo certo que eram, infelizmente, poucos os que naquela altura se preocupavam com aquela situação ou que criticavam as opções do partido do poder em sede de património, tendo este defendido, acerrimamente, uma intervenção que apenas iria ter placa de inauguração. Aliás, é uma constatação  que as vozes críticas, quando se trata de património, são sempre poucas demais. Que este golpe final, depois de tantos avisos e obra efectuada, sirva de exemplo e de mudança, principalmente com Outubro à porta.

Ontem, como hoje, é assim que a obra é feita. Mesmo com fundos comunitários na sua maioria, são milhões que não servem para reconciliar os cidadãos com a sua cidade, com algumas honrosas excepções. Lamento, por exemplo, não ter um Parque Verde a sério ou mais corredores verdes (a Junta queria um na Charneca, mas falta capacidade para reivindicar ou capacidade para gerar o dinheiro de outra forma) ou ainda ver a obra do CIMU Sicó começada. (http://noticiasdocentro.wordpress.com/2010/09/15/pombal-constroi-centro-de-interpretacao-e-museu-da-serra-de-sico/cimu-sico/)


Concluindo, fazer obra para placa, qualquer um, desde que tenha dinheiro, faz. Mesmo que sejam pontes que só dão para uma margem ou quase-aeródromos em terras que nem passeios têm. Mas preocupar-se com o retorno, como por exemplo, se tentou (e bem) fazer com a Expocentro, é uma excepção. Aliás, fosse isto um oásis e o poder cessante não desistiria enquanto as palmeiras não fossem abatidas, a água contida dentro de um lago de betão e o verde substituído por granito. E claro, uma placa de inauguração para cada uma destas requalificações.

25 de fevereiro de 2013

E o Cardal foi-se


O Cardal está (e ficará por muito tempo) transformado num enorme estaleiro. Para quê? Para enegrecer o coração da cidade e colocar lá um URINOL.
Eles não sabem o que fazem, coitados! Querem simplesmente fazer, gastar e dar dinheiro a ganhar.
Pelo meio apagam uma parte significativa da memória dos pombalenses e exterminam os poucos comerciantes locais que ainda resistem. Os verdadeiros pombalenses não podem deixar fazer isto.

23 de fevereiro de 2013

Narciso encabeça lista


O presidente da Câmara de Pombal vai encabeçar a lista do PSD à Assembleia Municipal. A tão esperada notícia foi confirmada ontem à noite, em plenário de militantes da família social-democrata, que assim reconhece o trabalho desenvolvido por Narciso ao longo de quase 20 anos. 
Uma sala cheia e uma plateia entusiasta aprovou - por quase unanimidade e aclamação - esta nova era que agora se inicia no nosso Pombal. Num registo de grande dignidade, o presidente de quase todos os pombalenses tinha, como sempre, o coração ao pé da boca. E foi a emoção que o fez explicar à assistência toda a dinâmica do post anterior deste blogue, confirmando, afinal, aquilo que quase sabíamos: a ponte é uma passagem...para a mesma margem.
Está bem de ver que reunião de família que se preze tem sempre alguma tensão. Mas fontes bem colocadas garantem que bastou uma folha voadora para libertar todas as desavenças acumuladas. E foi com lágrimas que os ânimos serenaram, numa noite de emoção como há muito se não via lá para as bandas da Rua dr. Luís Torres.
Ao lado de Narciso, o Farpas inicia também uma nova era, acompanhando a evolução na continuidade. 

19 de fevereiro de 2013

A ponte é uma passagem?

Há uma linha que separa as freguesias de Vermoil e Meirinhas.
Há uma linha que separa o essencial do acessório.
Haverá alguma linha (de acção, supõe-se) que explique a construção de uma ponte para nenhures?


Dão-se alvíssaras a quem no-lo explicar.

16 de fevereiro de 2013

Ideias de fora

(os sublinhados são meus)

Pombal não é Coimbra, como é claro, e sociedade civil aqui é coisa que parece tão estranha como granito na parte histórica, mesmo com os exemplos, de quando em vez, que mostram que há vontade de fazer pela comunidade, sem rótulos, normalmente colados pelos invertebrados do sistema. Fica o apontamento do que se vai passando lá fora (mesmo que, aparentemente, também impulsionada por uma péssima escolha do PS em Coimbra) e o flagrante contraste com a modorra pombalense onde parece (sublinho o parece) que se vai apenas cumprir calendário. Sobre a questão dos partidos, subscrevo, aliás, sempre subscrevi o que é dito. São necessários, mas este sistema é uma democracia não uma partidocacria. São bases essenciais, principalmente numa lógica de representação nacional, mas o próprio sistema eleitoral deveria ser reformado para que as decisões cruciais sobre representação não ficassem nas mãos de alguns. Nesse sentido deixo uma sugestão de leitura sobre a representatividade dos partidos (assinada por dois militantes, note-se).

14 de fevereiro de 2013

As escolhas para Marcelo - carta ao professor que adivinha coisas


Estimado professor Marcelo:

Soube que está tudo organizado para o receber como merece, na próxima sexta-feira. A Associação dos Amigos Social-Democratas de Pombal anda incansável, pois que não é todos os dias que a colectividade tem ocasião de receber tão ilustre personalidade. Além disso, os tempos de austeridade afastaram os associados das jantaradas no Manjar. Já lá vai o tempo em que o "ninho de vitórias" - como lhe chamava Maria Ofélia Moleiro, de quem se lembrará - não tinha mãos a medir com as marcações para isto e para aquilo. Aqui para nós, depois daquela transição para o Expocentro...ao tempo de Marques Marques, nada voltou a ser como dantes.
Por isso a sua vinda se revela de tamanha importância, nesta altura do campeonato. Não é só pelo mediatismo que pode emprestar a Pombal. É também porque está ainda viva na memória de todos aquela premonição que o professor trouxe à família social-democrata, quando era líder, e que se confirmou naquelas autárquicas em que o PSD "limpou" todas as freguesias. Não sei se sabe, professor, mas esse foi aquele ano conturbado, quando Narciso Mota afastou Diogo Mateus das listas, empurrando-a para
uma candidatura à junta de freguesia local, que se sagrou numa vitória mais festejada do que a costumeira cabazada municipal. Coisas da vida.
De então para cá, muita coisa mudou, professor. Até a lei, a maldita lei que nos vai levar daqui esse homem bondoso que nos últimos 20 anos veio trabalhar para o Largo do Cardal. Para consolo colectivo, ficam aqui os seus ramos, semeados um pouco por todos os serviços municipais. Claro que cada um dos seus só trabalha em prol do município pelo extrema competência que lhe é nata. É, de resto, uma característica comum a várias famílias deste concelho, que em conjunto formam a família laboriosa do município. Assim fica tudo em família! Não é bonito, professor? É esse clima de amor e ternura que o espera, amanhã à noite, no jantar da Associação.  E depois da festa,voltaremos a falar. Cá ficamos à espera da boa-nova que, certamente, não vai deixar de anunciar, como é seu apanágio.
Ah...se acaso for sua intenção ofertar um livro ao nosso estimado-ainda-presidente, traga-lhe aquela obra de Irving Wallace, O Todo-Poderoso. É um clássico sobre poder e jornais. E um clássico nunca passa de moda.

13 de fevereiro de 2013

De La Palice


Nem mais…

Ainda o ensino superior em Pombal

Não assisti ao fórum "Como crescer na crise" promovido pela concelhia do PS. Daí que, talvez, não devesse falar sobre ele. O problema é que não consigo deixar de comentar o que li no relato do Orlando Cardoso, jornalista a quem reconheço isenção.

Segundo os empresários presentes, uma das receitas para Pombal "crescer na crise" seria a instalação de um pólo do Ensino Superior na cidade. Assim, sem mais nem menos. Não interessa saber que Ensino Superior, quais as licenciatura a ministrar. O que interessa é ter um barracão qualquer onde alguém coloca uma placa de mármore a dizer “Universidade inaugurada pelo Senhor Fulano de Tal…” e se encha de jovens de capa-e-batina dispostos a queimar a mesada nossos bares a troco de nos derreterem os tímpanos: “a mulher gorda/para mim não me convém/…”.

Esta discussão já não é nova e, como tal, respigo alguns argumentos que usei num artigo que escrevi para O ECO, em Outubro de 2002, e que explicam porque estou em total desacordo com a opinião dos nossos empresários.

"O ensino superior em Portugal, depois da enorme explosão verificada nos anos 90, atingiu um período de estabilização, senão mesmo de recessão. Muitas das universidades existentes não conseguem preencher o número de vagas disponíveis e muitos cursos apenas o fazem pois admitem alunos com médias claramente inferiores às consideradas adequadas. Seria muito pouco crível que uma instituição de ensino superior investisse num curso de sucesso em Pombal podendo fazê-lo na sua cidade de origem, com muito menos custos. Perspectiva-se, assim, a vinda para Pombal de cursos com capacidade para atrair apenas os piores alunos do país.

Uma universidade é uma instituição de ensino que necessita de professores altamente qualificados, alunos motivados, infra-estruturas adequadas, bibliotecas, etc. O investimento envolvido na criação de um pólo universitário de qualidade é muito elevado e dificilmente as instituições que conheço tem capacidade para o fazer."

Se esta era a situação em 2002, imagine-se em 2013!

A Demanda


No próximo sábado, dia 16 de Fevereiro, o Teatro Amador de Pombal (TAP) volta a apresentar “A Demanda”. É mais uma oportunidade para assistir ao aclamado espectáculo encenado por Rui M. Silva e construído a partir do romance “A Demanda de D. Fuas Bragatela” de Paulo Moreiras. E se razões faltassem para ir ao Teatro-Cine, fica a informação que esta apresentação conta com o apoio de “A Casa da Amizade” do Rotary Club de Pombal e tem como fim uma acção de solidariedade a favor das famílias carenciadas do concelho.

11 de fevereiro de 2013

Ilusionismo


Em ano de eleições os partidos ficam mais ativos. O PS também, e começa a mostra-se com a realização de uns fóruns. O primeiro foi sobre a Saúde, o segundo sobre "Pombal - como crescer em tempo de crise". A ideia é em si mesmo um paradoxo e uma ilusão. Mas os portugueses - e PS local em particular - tendem a embarcar em ilusões.
Há uns tempos atrás Miguel Esteves Cardoso definia os portugueses como o povo manso e lunático. Manso porque refila, refila mas é inconsequente e acaba, normalmente, por aguentar tudo. Lunático porque ilude-se facilmente, e, nessa ilusão néscia, acha que tem solução para todos os problemas, dos outros!
O PS de Pombal confirma plenamente o estereótipo: tem (ou procura) soluções para os problemas dos outros (mas nunca para os seus) e ilude-se ou procura iludir os outros com propostas fantasiosas.
"Pombal - como crescer em crise" é em si mesmo um paradoxo e uma ilusão. Ao formular o problema desta forma, o PS, estranhamente, não se limita a propor o crescimento de Pombal (o que já por si é uma ilusão tremenda), mas a fazer crescer Pombal em contexto de crise. Ou seja, o PS quer fazer passar a ilusão de que, liderando o executivo, fará de Pombal um oásis no deserto.
Para quê tanto ilusionismo?

10 de fevereiro de 2013

Assimetria preocupante


Em Pedrogão Grande, dois militantes do PS guerreiam-se para serem candidatos à câmara municipal: um aprovado pela concelhia (o seu presidente), outro aprovado pela distrital.
Fartura por lá, escassez por cá.

7 de fevereiro de 2013

É pau, é pedra, é o fim do caminho

(Por “encomenda” da minha mui querida Amiga Paula Sofia Luz, escrevo agora e aqui uma diatribe anti-Narciso da Câmara de Pombal, a publicar nas Farpas Pombalinas, sítio internáutico de apreciável concorrência pombalense.)

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Em jeito de proémio, aviso desde já os eventuais leitores internautas meus que a idade me tem acrescentado em anos o mesmo que me tem sumido em paciência. O mesmo vale por dizer que nem palpos-de-aranha, nem papas-na-língua. Quem tiver medo de se assoar em público, que corte o nariz em privado.

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Quer-se então dizer que a Câmara Municipal de Pombal odeia Pombal. Quer, quer, Man’el Rodrigues Marques – quer, quer. As duas décadas narcisistas aí estão para no-lo demonstrar – à saciedade como à sociedade.
Vinte anos são muito ano. É muito bafio a sacristia menos autárquica que autocrática. É muita canga jungindo o mesmo cachaço.
Que vai arrancar a calçada para tudo lajear, em seu lugar, de granito. Granito! Supina parolice: que temos nós, sicó-arunquenses, a ver com granito? Nada. Nada – a não ser a reiterada asneira de reeleger sucessivamente uma figura da idade… da pedra.
Que vai arrancar os plátanos. Cuidado: isto já não é só e tão-só parolice. É crime. A dendroclastia é uma tara intolerável. E é uma burrice mineral própria de quem for de miolo mais dado à substância do calhau do que à circunvolutiva prega neural da noz cerebral que às vezes distingue o homem da alimária. A não ser que se seja das Meirinhas, essa charneira do pato-bravismo mais corneamente obtuso, caso em que tudo fica (quase) explicado.
Que vai fazer um urinol público em frente aos, ou perto dos, Paços. Isso já acho bem: consagrar-se-á o mija-depressa-que-vem-lá-gente em monumento vivo à cagada dos últimos dois decénios.
Aos moradores e aos comerciantes do centro histórico não foi pedida qualquer opinião. Pelo contrário, o projecto e a aberração foram-lhes apresentados como facto consumado. É normal: é característico de qualquer aleivoso e histriónico tiranete o rancor e a alergia à opinião livre, assertiva e construtiva. Suponho que o edil com nome de velocípede até deve sonhar com elas, as bichas das opiniões, as mostrengas manifestações de raciocínio não acarneirado. Deve, deve, Man’el Rodrigues Marques – you know what I mean, como dizem os ugandeses que andaram no colégio. Antes sonhasse, pobre homem, com as boazonas que o Cristiano Ronaldo engata a torto e a direito – enquanto nós homens do Arunca népias.
Népias por surrépias, temos portanto que Narciso, o Arboricida, se prepara para deixar em sua infeliz memória um urinol, uma saudade plátana e um chão de granito em que o escarro gordo há-de ter estrelada pontuação. Muito bem. A gente, amigo doutor Rocha Quaresma, também não tem feito por merecer mais. Tem? Não tem. Menos é que era difícil.

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Termino com um giro e bonito slogan de minha mesma lavra, do qual faço graciosa oferta à edilidade mata-árvores. Tem a ver com o tal urinol (será ele, pergunto-me eu, daqueles de meter moedinhas e que, depois de utilizado e aberta a porta, um gajo dá por si na Austrália?). O slogan é este:

Quando fores ao urinol do Narciso, no fim sacode-a, que é preciso.

Daniel Abrunheiro

2013 tarda em aquecer

Houve alturas em que estando o CDS no boletim de voto, sobretudo em Pombal, ajudou a determinados resultados. E agora um CDS-PP que, aparentemente, está organizado e a trabalhar, apresentará Mota Carvalho para candidato a Presidente da Câmara. É uma prova de vida que carece, como tudo, de demonstração. Mas que faz pensar na capacidade de outras oposições que não a habitual, especialmente numa cidade onde a sociedade civil apenas aparece de quando em vez. Para mais quando do PSD não sai fumo branco (talvez andem facas no ar, agora que o poder vai deixar de ser de charneira). E o PS ainda não passou das conferências para o nome, que, quer se queira quer não, é que determina ou não a mobilização, embora se reconhecendo esta como mais lógica nas suas premissas que a anterior, tendo ainda o bónus de contar com a presença do "D. Sebastião" do PS/Pombal.

Mas agora, numa altura em que pelo país se vão confirmando os nomes, a modorra pombalense deixa que seja legítimo assumir que passando anos, continuem lições por ser aprendidas: as eleições não se ganham num ano (e eu que o diga) e que se há pessoas que valem mais que uma sigla, há outras que não valem tanto. Porque até Outubro são uns dias. E os próximos 4 anos são decisivos, esteja lá quem estiver. Não apenas pelos buracos que se vão herdar (falo de obras), mas pela absoluta e imperiosa necessidade de ter uma estratégia para Pombal, aproveitando o que de bom se fez nos últimos anos e erradicando os vícios e a rede que se foi impondo e constragendo o mérito e o relacionamento normal entre poder e cidadãos. Tarefa difícil? Claro, mas há cargos que fazem os homems e homens que fazem o cargo. Está na altura da última opção.

6 de fevereiro de 2013

Os sanitários, ou o ex-libris da regeneração urbana


A notícia bem que podia ser a manchete desse periódico que sai hoje à rua pela primeira vez. Não sendo, está tratada aqui, no sítio do costume.
Antes de ir embora, Narciso Mota está apostado em não deixar pedra sobre pedra no centro da cidade. Vão arrancá-las todas, as da calçada portuguesa, e substituí-las pelo granito, tão típico da nossa região, como sabemos.
Na semana passada o presidente, mais o vereador do pelouro e um arquitecto que sabe muito chamaram ao salão nobre os moradores e os comerciantes que restam. Não, não era para discutir ideias nem chamar os intervenientes a pronunciarem-se. Era mesmo para mostrar o facto consumado: O Cardal e todo o centro da cidade vão ser virados do avesso, ao preço de três milhões de euros. No centro, o nosso cartão de visitas passará a ser um sanitário público. Até pode ser dourado. É um sanitário. E vão arrancar os plátanos.
O que chegou ao Farpas nos dias que se seguiram foi um lamento constante e uma revolta incontida. Quem aqui nasceu e escolheu esta terra para viver não pode ficar sentado a aplaudir que nos arranquem o passado, a troco de qualquer coisa que ainda não percebemos que proveito terá. Mas a avaliar pela amostra do que tem sido a intervenção urbana desta gente, está-se mesmo a ver o que será o centro de Pombal em breve. Basta pôr os olhos na zona histórica: uma Praça às moscas, um parque de estacionamento subterrâneo cuja rentabilidade é nula, um comércio que sucumbiu ao fim do estacionamento, primeiro, e ao resto.
É claro que a fava sobrará para quem  suceder, no poder, a este presidente. Daqui até Outubro a cidade ficará transformada em estaleiro, a fazer lembrar os tempos de Joaquim de Almeida, de má memória para o PSD. Se ao menos houvesse oposição, sempre haveria esperança.