30 de novembro de 2021

Super Odete



Quem pode, pode. Doutora Odete ficará na história do Partido Socialista local por escrever ela própria a sua história, sem dar abébias. Terminadas as eleições autárquicas com os resultados conhecidos, avança agora para as legislativas, pronta para novos desafios. Na noite passada fez-se indicar na estrutura distrital como escolha da concelhia de Pombal para a lista de deputados por Leiria  - que ainda não está fechada, porque o PS continua o mesmo saco de gatos do costume - passando a perna a Joelito, seu fiel escudeiro. E pergunta o (e)leitor atento: foram os militantes do PS local que a designaram? Pois que não, que desde as eleições não se dignou convocar qualquer plenário. Ora porque há pandemia, ora porque chove, ora porque faz sol. Mais: Odete Alves conseguiu a proeza de marcar uma reunião extraordinária da comissão política concelhia para a próxima sexta-feira, com essa finalidade, a de indicar o representante de Pombal na lista do PS pelo distrito de Leiria. É verdade que a reunião da distrital foi ontem, mas...assim se vê a clarividência e astúcia política da nossa presidente do PS, vereadora e aspirante a deputada: a lista não foi votada e só será na segunda feira. Isto afinal está tudo pensado. como naquela musica dos U2 de que Odete tanto gosta. "Sobreviver, sobreviver, sobreviver".

28 de novembro de 2021

A manha do dia (de ontem)

Um rapazola cá da terra fez-se anunciar deputado eleito…, no dia da disputa da liderança do seu partido!

Nas próximas eleições as listas de deputados do seu partido (PSD) vão levar grande razia… 

O rapazola arrisca-se a ver S. Bento por um canudo.


26 de novembro de 2021

Entre vendilhões e ineptos alguém se deve salvar

A sede da Associação de Indústrias do Concelho de Pombal (AICP) esteve em hasta pública e, pelo que correu, foi arrematada por uma empresa da Batalha, que se dedica à Construção Civil e Obras Públicas, por 350.000 €.



A câmara cedeu gratuitamente (ou lá perto) o terreno e o edifício à AICP, com argumento do sempre badalado interesse público. Fê-lo com tanto facilitismo e promiscuidade que até lá deixou, contra todas as regras da boa administração da coisa pública, uns reservatórios de água que, diz agora, são seus.

Só por estes dois enunciados já os estimados leitores devem ter percebido que estamos perante dois problemas: a defunta AICP, e a desgovernada câmara.

A defunta AICP é um esqueleto já sem carne que ninguém sabe e quer enterrar. Ficará para a história como o exemplo maior do falso associativismo. Nunca foi o que prometeu ser; foi rapidamente tomada por oportunistas e “vendilhões do templo” que a usaram para benefício próprio, carregando-a de dívidas até ao último suspiro. Demos conta, por aqui, da desvergonha, mas toda a gente com responsabilidade fez ouvidos-moucos.   

A câmara – agora transformada em Junta – quer comprar o imóvel, para, dizem aquelas alminhas TODAS, salvaguardar o interesse público e instalar ali um espaço de apoio ao sector empresarial e ao empreendedorismo (a banha-da-cobra da moda para a política económica).

O que não faltam à câmara são imóveis às moscas ou subaproveitados. Tem, até, um Centro de Negócios desocupado que nunca serviu para a finalidade subjacente à sua construção.

Porquê, então, a compra de mais e mais património imobiliário?

Somos - e temos sido - (des)governados por políticos que julgam que basta colocar dinheiro numa ideia tonta para ela se tornar virtuosa. Na área privada, estas aventuras têm perna curta, porque o dinheiro tem dono; na esfera pública são um desastre completo, porque o dinheiro não tem dono e os políticos são incapazes de assumir os logros.


PS: é por estas e por muitas outras que temos que continuar a andar por cá…, a dizer estas coisas feias!

Concurso Jovem Autarca

O Farpas tem a honra de mostrar os candidatos a jovem autarca cá do burgo.

O concurso foi desenhado para decorrer em ambiente harmonioso e familiar. Mas há claramente um favorito…! 




25 de novembro de 2021

Um novo 25 de Novembro


A Câmara Municipal de Pombal decidiu associar-se à campanha promovida pela Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, assinalando, ainda que de forma discreta, o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Ao optar por olhar para o dia de hoje sob esta perspectiva, o novo executivo rompe também com o vergonhoso legado do beato Diogo e seus acólitos, que, ano após ano, faziam questão de nos envergonhar enquanto pombalenses. Muitos parabéns, Pedro Pimpão!

23 de novembro de 2021

O monumento do soldado conhecido


Quando o meu pai tinha a idade do meu filho, cruzava os rios de Angola numa guerra que não era dele. Que não escolheu, que nunca quis, mas como não era livre de escolher, foi lá parar. Ainda assim, teve sorte. Calhou-lhe a Marinha, a parte menos má. Lá em casa dos meus pais os álbuns são feitos de recordações boas desse tempo: o meu pai a sorrir, sempre, ao lado de um amigo da terra, dos amigos que fez a bordo da fragata, dos nativos que posavam para a foto sem expressão, ao lado de um exército que lhes ocupava a terra deles.

Depois há apenas  uma foto do meu tio Germano, de que já aqui falei. Não teve a mesma sorte. Foi parar à Guiné. E de lá nunca regressou, verdadeiramente. Muitos voltaram numa caixa de chumbo. Outros, como ele, em frangalhos. Nunca saberemos o que pensaria da estátua mal-amanhada que a Junta do Louriçal plantou agora na vila, adornada com uma frase: "que a memória não se apague". Como se alguma vez ela se pudesse apagar. Como se fosse possível apagar o dia em que a GNR irrompeu pela Moita do Boi com um batalhão de guardas e cães à procura do meu tio, feito agente da autoridade depois da guerra, em permanente luta com os seus fantasmas, que afogou no fundo de um poço no quintal da minha avó. Andámos dias à procura dele, sem sabermos que era impossível encontrar quem nunca voltara. O rapaz bonito que partiu para a guerra não era o mesmo. Como ele, tantos outros. A Liga dos Combatentes sabe disso muito bem. Muitos psiquiatras também. 

Eu percebo que o presidente da Junta do Louriçal tenha uma certa obsessão em dar continuidade ao plano traçado por Diogo Mateus, de que era o maior discípulo, e por isso tenha planeado uma cerimónia próxima do 25 de Novembro (que este ano ameaça ser menos vigoroso, até que enfim). Mas se quer fazer alguma coisa pelos ex-combatentes, comece por dentro. Por perceber como é que estão estes homens e as famílias deles. Saberá que há ainda feridas abertas que tentam sarar com ansiolíticos e outros solutos? E fazer um protocolo com a Liga? Ou levar um Núcleo para o Louriçal? A não ser que... isto que isto da estátua seja uma ideia peregrina do presidente da Assembleia de Freguesia, Célio Dias, experiente numa guerra que nos tem ceifado muitas vidas, como atesta o cemitério do Louriçal: os acidentes rodoviários. Foi ele, de resto, que veio ao facebook fazer a defesa da estatueta, com toda a autoridade - diga-se. Afinal, ele não é só presidente da Assembleia, nem um louriçalense que gosta muito da terra para ir ao domingo e para reunir. É também um ilustre membro do Conselho Municipal de Segurança, acabado de designar pela Assembleia Municipal. Célio não gostou das críticas que surgiram à volta de tão nobre soldado de pedra, feito à dimensão do biscoito que marca estes mandatos da Junta. E retorquiu. É justo. Eu acho que a coisa merecia um livro. É só uma ideia...

22 de novembro de 2021

Pombal, terra do passado e do além

Uma terra, ou uma criatura, que vive do passado e vive para o além não tem presente. Nem o quer ter. 

Neste concelho vive-se da nostalgia de um passado que de grandioso só teve o desastre. E na esperança – na ilusão - de um além que não existe. Estas duas formas de escapismo são as vias para o desfalecimento e declínio. O desconhecimento do sentido faz o resto.



Fermenta por cá há muito um caldo de cultura ascético, frouxo, servil, deprimente, insalubre, que ganha agora novo fôlego com a ascensão do escuteiro a profeta e depois ao poder supremo.  Já Camões dizia que fraco Rei faz fraca a forte gente. A gente é o que se sabe, mas quando se lhe junta o fraco rei, e se lhe serve este caldo de cultura, o caminho para a decadência fica traçado. 

O povo, coitado, embarca nisto. E o poder lança-lhe a rede, e aproveita-se dele: chama-o para cerimónias e honrarias que tresandam a ranço e incenso; serve-lhe um caldo insípido e delambido, que não fortalece, enfraquece, que não alegra, deprime, que não liberta, oprime. Pelo meio ou no final do repasto, louva-lhe as memórias ressequidas e ressentidas e reza-lhe o catecismo da compaixão até os corações doridos e os espíritos sacrificados derramarem a lágrima contida. Serve-lhe, assim, a felicidade prometida…

Já Aristóteles via na compaixão um estado mental mórbido e perigoso. Esta insalubre união entre política e sacerdócio não pressagia nada de bom. 

Deus nos acuda!

PS: Usufrui desta felicidade tola, Pedro, enquanto ela durar, que o infortúnio para ti chegará mais depressa e mais intenso que para os outros.

19 de novembro de 2021

Minuta da reunião da Junta

O doutor Pimpão reuniu a Junta, hoje. Marcaram presença, para além dele, a doutora Marto, a doutora Gina, o arquitecto Navega, a doutora Odete e o doutor Simões. Faltou a doutora Catarina.


Ao contrário do passado recente, a reunião decorreu de forma cordata e célere. Tão célere que o doutor Pimpão saltava pontos da agenda - tal era a pressa em despachar aquilo -, no que foi prontamente alertado pela atenta secretária.

Nesta nova era, saltaram à vista algumas curiosidades que merecem referência. O novo lay-out, mais grupal; o clima e a postura dos intervenientes – parecia que os que ganharam tinham perdido, e os que perderam tinham ganho -; e a presença da doutora Odete – um cadáver político que, parece, não nos querer deixar – as almas penadas são assim.

No período antes da ordem do dia (PAOD), as doutoras Marto e Gina mantiveram-se caladas – tal como no resto da reunião; e tal como convém. O doutor Simões, da Lapa, levou a Lapa à reunião da Junta. Ficámos a saber da Lapa e que ele é da Lapa. A doutora Odete falou,  mas não vale a pena falar do que ela falou. E o doutor Pimpão informou-nos que foi ele, e não o seu antecessor, que contratou a Floribela. Não era necessário ele informar-nos. Mas assinalamos a coerência.

Dois assuntos da agenda merecem referência: Custos adicionais do Centro Escolar da Pelariga; e o subsídio à Comissão Fabriqueira do Louriçal para a capela da Mota do Boi.

No primeiro, o arquitecto Navega teve dificuldade em justificar o pagamento adicional 95.000 € à empresa construtora do Centro Escolar da Pelariga por trabalhos adicionais devidos a erros de medição, nomeadamente quando esta reivindica 170.000 € – valor acima do permitido por lei (10 % do orçamento). Herda uma pesada herança de obras-tortas e vícios de relacionamento.

No segundo, o doutor Pimpão teve dificuldade em justificar a atribuição de um subsídio de 7.500 €, apresentado pelo seu secretário – ao que nós chegámos! -, para suportar 100% das obras na capela da Mota do Boi. Ficámos a saber que isto é feito sem nenhum critério. Mas logo ali, o doutor Pimpão cortou metade à proposta, e deu-se o negócio por arrematado.

Siga a festa.  

17 de novembro de 2021

Orçamento Camarário 2022

As decisões orçamentais para 2022, as Grandes Opções do Plano e o Plano Plurianual de Investimento, bem como o PAM são as principais ferramentas que permitirão avaliar se o que foi defendido na campanha eleitoral pelo novo executivo será cumprido ou não. 


A menos de um mês da sua votação, não se conhecem reuniões de trabalho sobre este assunto com as juntas. Há uma incerteza crescente nos novos executivos, que precisam saber que orçamentos podem levar a votação nas 13 Assembleias de Freguesia. Está no ar a dúvida: vão poder contar com orçamento, por exemplo para se candidatarem a fundos comunitários, ou vão ficar dependentes da “benevolência” do executivo e interesses partidários, como tem sido prática nas últimas décadas. Pior será que iniba a iniciativa daqueles executivos que já começam a recorrer a candidaturas comunitárias. 


Não se conhecem linhas orientadoras e, portanto, não há ainda documentos previsionais para que possam ser analisados.


A primeira medida, apregoada e prometida na campanha, chamada de “plano estratégico”, que poderia funcionar como a linha orientadora, está ausente de qualquer comunicação e assume agora um caracter urgente. 


PS- foi notada a ausência da nova Vice-Presidente do executivo camarário, Isabel Marto, na primeira Assembleia Municipal do mandato. Considerando o seu currículo, é expectável que seja a principal “driver” deste processo.

16 de novembro de 2021

Sinais

Reuniu ontem, pela primeira vez, a AM eleita para o mandato 2022-25.

A reunião serviu essencialmente para eleger os seus representantes num vasto conjunto de entidades e aprovar/cumprir uma ou outra formalidade irrelevante. Ficou marcada pelo pequeno incidente de ter aparecido um voto a mais na urna de uma votação.

O Professor resolveu o incidente de forma segura - mandou repetir a eleição e avisou que seria novamente repetida se o incidente se repetisse.

Pela forma como resolveu o incidente e conduziu os trabalhos deu para perceber que o Professor vai exercer o cargo com a autoridade que se impõe (firme e discreta).

Da assembleia propriamente dita, deu para notar que nalgumas cabeças vai uma sofreguidão pelos holofotes que não augura nada de bom - nomeadamente para essas cabeças.

Seguimos atentos.

14 de novembro de 2021

E nós...pimba.



De repente, parecíamos regressados aos anos 80, e das entranhas de uma rua qualquer podia saltar um marialva a entoar a célebre quadra "sou da vila de Pombal/não nego a minha nação/ eu não sou como você/que é de lá e diz que não". O camião da SIC  - que alimenta grande parte do programa televisivo Domingão, - não arrastou apenas para a rua o povo à espera de um pouco de festa e farra, desembocando no Cardal e entupindo uma cidade junto a uma barraca de farturas. Arrastou-nos para o nível zero da cultura popular, para aquele ponto rasteiro que faz corar de vergonha quem tinha alguma esperança de ver Pombal como a tal cidade do futuro, a tal da smart city, sustentável, digital. Ao invés, hoje derretemos uma pipa de massa (que é preciso saber quanto é que isto nos custou) brejeirice de silicone, estupidificando as massas, a rodar pelas estradas do concelho, fazendo crer a Portugal que inteiro que Pombal é uma vila. Que a Ilha é um lugarejo anexo à Guia (!). 
É esta a nova ambição, Pedro? Ou isto era só um sonho de menino, trazer aqui a Floribella? Se foi isso, ok, estás perdoado. Mas agora vê lá se atinas. 

13 de novembro de 2021

O desconsolo do Professor

O Professor Doutor Mota Pinto quis retribuir a  ligação umbilical e afectuosa que existe entre esta pobre comunidade e o ilustre conterrâneo. Vai daí, deixou que o fizessem candidato a presidente da AM. Até aqui, tudo certo, tudo muito cordato e distinto.



O problema é que enganaram o Professor. Disseram ao Professor que isto era uma grande terra, uma câmara modelo e gente bem preparada (não ao nível do Professor, mas gente com muitos estudos – pós-graduações, MBA, e outros que tais).  

Se o Professor tivesse tido a humildade de tomar conselho com o Farpas, tínhamos-lhe dito, de graça e sem cobrar favor, que não se devia meter nisto, porque isto – como diz um amigo meu - é só tropa de “carregar-pela-boca”. 

O Professor é um distinto pedagogo de leis e formalidades, na mais distinta Universidade da Lusitânia; sabemos que faz e gosta de fazer tudo onde se mete e que mete leis e formalidades com o maior rigor e elevação. Sabendo que está em vésperas de conduzir a primeira assembleia municipal, quis – e quis muito bem – reunir com os coordenadores das bancadas para acertar os pormenores da dita. Quis, mas não conseguiu. E não conseguiu porquê? Porque o coordenador da bancada do seu partido (PSD) não apareceu. E não apareceu, porquê? Porque ainda não existe. E ainda não existe, porquê? Porque o doutor Pimpão não é capaz de decidir!

Professor: volte para a terra dos Doutores. Isto da Junta não é para o Senhor.  

11 de novembro de 2021

Medalhas - Última hora

Como erradamente - em parte - afirmei no post abaixo, o “Presidente da Junta” – doutor Pimpão – não recuou na atribuição da Medalha de Ouro a D. Diogo. O doutor Pimpão teve que recuar, porque D. Diogo, colocado perante o presente, disse que “desse senhor não recebia nada”.


PS1: já cá andamos há muitos anos, mas nunca assistimos a processo de atribuição das medalhas, no Dia do Município, tão atribulado, tão obscuro e tão irregular como este.

PS2: o descrédito desce, assim, a um ponto tal que no futuro talvez venha a ser necessário fazer um levantamento inicial sobre quem é que as quer receber.

Medalhas & Medalhados: quem os (en)comendou?

Foto: Rádio Cardal 

Decorreu esta manhã a sessão solene comemorativa do Dia do Município, com a tradicional entrega de medalhas de mérito. Pouco mais de três mãos cheias de medalhados (vários a título póstumo) subiram ao palco do Teatro Cine para receber as comendas de bronze, prata ou ouro. 

A rapariga que que fazia as honras da casa e lia o guião repetiu várias vezes que as medalhas foram aprovadas "por unanimidade". 

A nós, aqui no Farpas - e presumimos que a muito comum mortal munícipe deste concelho - sobra-nos apenas duas dúvidas:

1. Foram aprovadas quando, por quem, e em qual reunião de câmara?

2. Por que razão não foram divulgadas antecipadamente antes da cerimónia?

Porque morreu na casca a medalha de Ouro para D. Diogo?

Nota prévia: Pombal e o Pedro não mereciam que se publicasse este post, hoje. Mas há coisas que não se devem adiar.

A Medalha de Ouro que o “Presidente da Junta” – doutor Pimpão - quis entregar a D. Diogo morreu na casca; não chegou a ser formalmente aprovada, como nenhuma das outras que são hoje distribuídas. Porquê? Porque o doutor Pimpão é inepto, e fraco (medroso); fez o que não devia ter feito - propor tão insensata condecoração -; sentiu algumas resistências; teve medo das consequências do acto; recuou quando o Farpas tornou a coisa pública. Pelo meio, há outros pormenores, ou por maiores, que por agora é melhor não revelar.

Em pouco tempo o doutor Pimpão já confirmou que não estava minimamente preparado para o cargo. À trapalhada com a Medalha de Ouro a D. Diogo soma-se a trapalhada geral que tem sido a atribuição das medalhas, ainda não aprovadas pelo executivo; as decisões ad-hoc; e, pior, o caos já instalado na câmara. Pelo meio, o doutor Pimpão tem-se dedicado, alegremente, à cosmética e à propaganda, possuído pela embriaguez da vontade e da festa. O doutor Pimpão não é um político, é um semi-teólogo, um escravo da acção que reage somente a impulsos e impressões exteriores na busca de emoções, sensações e de uma existência meramente epidérmica. É uma criatura que não tem consciência das suas debilidades nem das enormes responsabilidades que lhe foram atribuídas. 

O Pedro é boa pessoa. Quis o destino, ele e as pessoas, que ascendesse ao cargo que ocupa. Tenho pena do Pedro. As ascensões são um prémio para quem está bem preparado e tem condições para exercer o cargo condignamente. Para os outros é castigo. Infelizmente, para o Pedro será castigo. O Pedro não tem culpa. Na tragédia não há culpa, só destino.

Vamos ter tragico-comédia.

10 de novembro de 2021

Última hora - ou o jornalismo de paróquia


Sabemos que baixámos ao nível zero - ou abaixo dele - quando os órgãos de informação chamam 'última hora' e fazem directos nas redes sociais com o regresso de uma estatueta a um lago - ou um charco, para sermos mais rigorosos. O 'menino do peixe', uma espécie de Manneken Pis dos pobres, regressou esta manhã ao Jardim do Cardal, depois de "desaparecido" nas obras do mesmo. É claro que há temas que não interessam aos media locais. Por exemplo: a mega operação policial que decorreu durante a madrugada de domingo numa rua do centro da cidade (e levou à detenção de várias pessoas); o clima de insegurança que assola as imediações da Escola Secundária de Pombal e tem obrigado à intervenção policial quase diária; a situação periclitante do Centro Escolar de Pombal (corta, não convém alarmar os pais nem a comunidade e aquilo era uma parede exterior); a medalha que afinal Diogo Mateus não vai receber porque não aceitou  o convite ou nem sequer o recebeu - depois de aprovada a comenda e tornada pública aqui no Farpas (voltaremos ao caso mais mais logo, com detalhes). Este sim, revela-se muito mais fracturante.

Em resumo, #seguimos juntos e felizes, lado a lado, poder político e aquele que em tempos foi chamado de quarto poder. Lembrem-se: não há almoços grátis

Poder de Compra – evolução de uma década

O INE divulgou recentemente o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC) que integra informação estatística reportada ao ano de 2019, relativo à população residente em 31 de dezembro de 2019.

A partir de 16 variáveis socioeconómicas o estudo disponibiliza três indicadores: o IpC, Indicador per Capita do poder de compra (primeiro fator extraído da análise), que pretende traduzir o poder de compra manifestado quotidianamente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor nacional; a PPC, Percentagem de Poder de Compra (indicador derivado do primeiro fator), que reflete a importância do poder de compra manifestado quotidianamente em cada município ou região no total do país para o qual a PPC assume o valor de 100%; o FDR, Fator Dinamismo Relativo, que pretende refletir o poder de compra, de manifestação irregular e, geralmente, sazonal, associado à dinâmica que persiste na informação de base para além da refletida no Indicador per Capita, relacionada com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística.

O estudo revela que Área Metropolitana de Lisboa (121,8) e o Algarve (100,8) constituíam as duas regiões com valor de IpC acima do nacional. As três restantes regiões do Continente — Norte, Alentejo e Centro— registavam IpC relativamente próximos: 93,0 para a região Norte, 90,8 para a região Alentejo e 88,7 para a região Centro

A região de Leiria registava IpC de 91,98, abaixo da média nacional mas acima do valor da Região Centro (88,7).

Dentro da região de Leiria, Pombal registava o valor de 82,72, abaixo da Região Centro e ainda bastante abaixo da Região de Leiria. Contudo, regista uma recuperação significativa (9,29 pp), tal como Porto de Mós (12,47 pp), Pedrogão Grande (9,87 pp), Ansião (9,13 pp), Alvaiázere (9,09 pp), Figueiró dos Vinhos (8.94) ou mesmo Castanheira de Pêra (6,65). No entanto, convém referir que a recuperação é mais fácil quando se parte de um valor baixo.

No que se refere ao PPC, Pombal não regista nenhuma melhoria. Já no que se refere ao FDR evidencia uma melhoria significativa (de -0,152 em 2009 para 0,169 em 2019) que estará relacionado com algum incremento da actividade turística.   

4 de novembro de 2021

Pimpão de latão

O “Presidente da Junta” – doutor Pimpão - reuniu a “junta” para acordarem a atribuição de medalhas no Dia do Município. Não vale a pena aqui relatar como decorreram as reuniões - preparatória e decisória - porque há algo de muito mais risível para contar. Deixo só uma nota: aquilo já está abaixo do nível de “reunião da junta” - já está ao nível de “reunião da comissão de festas”, com o ajudante a dar bitaites e a participar nas decisões.


De tudo aquilo que se passou e decidiu nas ditas reuniões ressalta, como o inverosímil dos inverosímeis, a proposta do “presidente da junta” de atribuição da “Medalha de Ouro” do município ao ex-presidente da câmara Diogo Mateus, aprovada por unanimidade.

Perante este delírio colectivo, onde a toleima é tanta que faz rir pelo cómico e chorar pelo trágico, só nos resta que D. Diogo tenha um mínimo de decoro, de memória e de dignidade, e que não aceite tão hipócrita homenagem, que em vez de o engrandecer, o diminui, e zomba dos seus concidadãos.

Perante tamanha hipocrisia, já nem falo do mérito do homenageado ou da falta dele, nem dos seus actos e medidas mais polémicas; relembro tão só todo o processo de afastamento de D. Diogo, e o mínimo de decoro e de nojo que deve existir nestas circunstâncias. Só nos filmes infantis é que o carrasco se reconcilia com vítima com esta ainda a sangrar da estocada. Por isso, esta (proposta de) medalha tem tanto hipócrita como de infantil e patético. 

É conhecida a correlação entre o risível e o patético e a felicidade (tola), mas na vida pública convém não ultrapassar certos limites. 

2 de novembro de 2021

Centro Escolar de Vila Cã – história de uma negociata

Quando, em 17 de Junho de 2020, aqui postei o escândalo da construção do Centro Escolar de Vila Cã, que vai desde a aquisição do terreno, e todo o processo que se seguiu, passa pela localização do edifício e vai até à sua utilidade, poucos acreditaram em tamanha trapalhada. 

O Edifício, já inaugurado, está lá e diz tudo sobre o tipo de (des)governação que por cá vamos tendo. Mostra até à saciedade a incompetência, o desleixo e a falta de senso da classe política local (poder e “oposição”).


Convém, no entanto, relembrar que a câmara adquiriu o terreno, através da junta de freguesia, a um particular, contando que este tinha 6540 m2, quando, na verdade, só tinha 2920 m2. Quando precisou de implantar o edifício e os equipamentos anexos reparou que não possuía área suficiente. Vai daí procurou de forma ostensiva e ordinária ocupar o terreno do vizinho, obrigando este a chamar a GNR e a recorrer aos tribunais para defender o que é seu – o que sempre foi seu. Gente com princípios - com um mínimo de rectidão e respeito pelo seu semelhante - não se comporta como se comportou o ex-presidente da câmara e o ex-vereador das Obras Públicas. Mas os nossos bons-cristãos são assim…

Entretanto as partes foram chamadas a tribunal. E o juiz, perante os factos, deu como provado que a parte do terreno que a câmara reivindicava, com base no contrato e na matriz (posteriormente corrigida), pertence – sempre pertenceu - ao vizinho (ao queixoso). O novo vereador das Obras Particulares – Pedro Navega –, com certeza instruído pelo ex-titular do cargo (o Obras Tortas), ainda se esforçou por defender a posse de 6540 m2 adquiridos e pagos pela câmara; mas logo ali, perante as evidências (nomeadamente as cartas militares da zona), Pedro Pimpão o desautorizou, ao reconhecer razão ao queixoso e ao firmar acordo em que assume que a câmara comprou e pagou o que, em boa parte, não existia.

Estou convencido - porventura erradamente - que se o vereador Navega tivesse ido ao local observar a geometria e os limites dos terrenos jamais defenderia em tribunal ou fora dele que metade do quintal do vizinho pertencia à câmara. Se não foi ao local antes de ir depor ao tribunal é, com certeza, tão insensato e/ou desonesto como o Obras-tortas.

Terminada esta litigância com o dito acordo, logo o presidente Pimpão anunciou que vai comparar mais terreno para concluir a obra e apresentar queixa contra o vendedor do terreno, exigindo-lhe indemnização. Talvez uma boa oportunidade para se saber quem enganou quem, ou se ninguém foi enganado.

Assim segue a nossa (des)governação: de trapalhada em trapalhada e de processo em processo. Com a “oposição” a assistir, à espera de rebotalhos ou de cumprir a sua agenda pessoal. 

Adenda:

O vereador Pedro Navega fez-me chegar o seu desacordo em relação ao que afirmei sobre a sua participação no acordo com os queixosos.

A bem da verdade aqui ficam os esclarecimentos/correcções que se impõem. Assim, o acordo firmado em tribunal teve três actos:

Primeiro acto: uma reunião na câmara, na antevéspera da sessão no tribunal, entre os queixosos, o vereador e o presidente, na qual o vereador defendeu, com base nos papéis, e com os mesmos argumentos do seu antecessor a anterior posição da câmara.

Segundo acto: uma reunião no local, sugerida pelos queixosos, com o vereador, onde este percebeu e mostrou anuência em relação à posição dos queixosos.

Terceiro acto: formalização do acordo depois de esclarecidas as últimas dúvidas com a apresentação das cartas militares autenticadas.

Depois de melhor conhecida a cronologia e conteúdo dos factos alguns comentários (a maioria colocada de forma condicional) continuam a fazer sentido e outros não.

O que não fez sentido nenhum foi litigância com o vizinho/queixoso. Foi sempre esta a minha posição neste absurdo litígio.  

Um dia a parede veio abaixo



Não é uma casa devoluta nem um edifício em ruínas. É o Centro Escolar de Pombal, construído há quatro anos, Um mandato autárquico. Desde o princípio que alertámos aqui para o que estava a acontecer. Mas o Farpas é maldizente, o Farpas só aponta os defeitos, o Farpas não vê as maravilhas da terra, morra o Farpas, pim. Neste post, e neste, e neste , está contada a história desta obra torta.

Esta manhã, depois das fortes chuvadas do fim de semana, uma parede lateral ruiu. Por sorte, ninguém se magoou. Desta vez. Mas talvez seja melhor não confiarmos muito e sempre no além, nas energias e nos unicórnios. 

É preciso por mãos naquilo, rapidamente, antes que não dê para remediar.