19 de novembro de 2021

Minuta da reunião da Junta

O doutor Pimpão reuniu a Junta, hoje. Marcaram presença, para além dele, a doutora Marto, a doutora Gina, o arquitecto Navega, a doutora Odete e o doutor Simões. Faltou a doutora Catarina.


Ao contrário do passado recente, a reunião decorreu de forma cordata e célere. Tão célere que o doutor Pimpão saltava pontos da agenda - tal era a pressa em despachar aquilo -, no que foi prontamente alertado pela atenta secretária.

Nesta nova era, saltaram à vista algumas curiosidades que merecem referência. O novo lay-out, mais grupal; o clima e a postura dos intervenientes – parecia que os que ganharam tinham perdido, e os que perderam tinham ganho -; e a presença da doutora Odete – um cadáver político que, parece, não nos querer deixar – as almas penadas são assim.

No período antes da ordem do dia (PAOD), as doutoras Marto e Gina mantiveram-se caladas – tal como no resto da reunião; e tal como convém. O doutor Simões, da Lapa, levou a Lapa à reunião da Junta. Ficámos a saber da Lapa e que ele é da Lapa. A doutora Odete falou,  mas não vale a pena falar do que ela falou. E o doutor Pimpão informou-nos que foi ele, e não o seu antecessor, que contratou a Floribela. Não era necessário ele informar-nos. Mas assinalamos a coerência.

Dois assuntos da agenda merecem referência: Custos adicionais do Centro Escolar da Pelariga; e o subsídio à Comissão Fabriqueira do Louriçal para a capela da Mota do Boi.

No primeiro, o arquitecto Navega teve dificuldade em justificar o pagamento adicional 95.000 € à empresa construtora do Centro Escolar da Pelariga por trabalhos adicionais devidos a erros de medição, nomeadamente quando esta reivindica 170.000 € – valor acima do permitido por lei (10 % do orçamento). Herda uma pesada herança de obras-tortas e vícios de relacionamento.

No segundo, o doutor Pimpão teve dificuldade em justificar a atribuição de um subsídio de 7.500 €, apresentado pelo seu secretário – ao que nós chegámos! -, para suportar 100% das obras na capela da Mota do Boi. Ficámos a saber que isto é feito sem nenhum critério. Mas logo ali, o doutor Pimpão cortou metade à proposta, e deu-se o negócio por arrematado.

Siga a festa.  

4 comentários:

  1. Por acaso fui assistindo, achei as reuniões muito menos pesadas...Se o trabalho é melhor ou não, ainda não se consegue avaliar. Essa do cortar 50% aos subsídio solicitado é nova. O Profeta está a dar-me uma boa ideia para eu seguir daqui a uns anos, se for Presidente da Junta. Pedir o dobro para receber metade. Muito bom.

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  2. Para primeira Reunião de Câmara televisionada "urbi et orbi" dá uma ideia cordata onde o tempo da mesma é gasto a discutir e resolver assuntos de interesse publico e não aquele ambiente mais crispado a que ultimamente estávamos habituados.
    É normal o estado ainda algo verde e cauteloso dos intervenientes onde, na duvida se recua o possível em vez da imposição do inicialmente proposto só porque fomos nós a fazê-lo.
    A humildade do trato e principalmente do reconhecimento de se ser principiante nestas andanças permite concluir duas coisas: Que não há vontade de impor sem discussão o que vem a decisão de câmara, como deve ser, e que as opiniões da oposição são sempre para refutar só porque foram emitidas daquele lado.
    Para mim aconteceu uma reunião pública onde fomos servidos daquilo que todos gostamos de ver: O exemplo de como nos devemos entender e a urbanidade e respeito no relacionamento institucional. Parabéns a toda a vereação.
    O Presidente e a Câmara demonstraram alguma impreparação? Demonstraram! Mas não é assim em tudo na vida, os principiantes têm de aprender e se ambientar, e até decidirem tudo com mais segurança e experiencia precisam desse tempo de experiência e que é o que está a acontecer, tudo dentro da ordem jurídica vigente, seja em Pombal, seja em Melgaço ou em Vila Real de Stº António.
    A história dos 50% é um episódio onde a vontade de resolver o assunto, tendo em conta a sugestão e alerta da Drª Odete, para ser despachado se aprovou naquele montante tendo para isso tido apoio unânime. Imaginando que se avalia insuficiente o valor mais tarde, há sempre possibilidade de vir a reforçar o mesmo noutra reunião. Pior seria retirar o ponto para ir reavaliar e com isso condicionar a segurança do início dos trabalhos por falta de financiamento.
    Apesar aqui do Farpas ter esta linha de FARPAR a politica local, e que é compreensível, julgo que estamos de acordo que, remetendo mais para a frente o endémico sobressalto dos comentadores por tudo não funcionar sobre carris sob a batuta de decisores com vetusta segurança já, é normal em novos decisores.
    Há que lhes dar tempo a se habituarem, porque para já as primeiras impressões são animadoras. E não julguem os comentadores de café que esta equipa só anda em festas e romarias porque não é verdade. Anda afanosamente a tentar dar andamento a tudo o que importa sem faltarem às festas e romarias que o povo tanto aprecia. Daí talvez a ingénua apresentação da proposta pelo chefe de gabinete à Câmara em vez de ser pelo Presidente, questão de falta de tempo para apor a chancela presidencial.
    Agruras do ofício que o tempo e a experiência irá certamente afagar e todos nós beneficiarmos e aplaudirmos.
    O Sr. Presidente da Câmara está mesmo é de parabéns pela honesta e humilde assunção da condução dos trabalhos, a demonstrar que afinal sabe vestir com distinção a figura "Edílica" agregadora que aqui o amigo Malho insiste em apelidar, erradamente, de Presidente da Junta.

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  3. Oh amigo Serra,
    Como eu o compreendo…; e aprecio até o engenho e a arte que coloca na sua prosa para defender e alindar os actos do seu correligionário, par e amigo.
    Apreciei de sobremaneira a forma imaginosa como justifica e maquilha as trapalhadas do Pedro. Então aquela do subsídio é mesmo de presidente da junta, muito bem outorgada por um ex-presidente de junta, e com sugestão de como desdobrar aquilo no futuro.
    Muito bem. Viva o “modus” presidente da Junta. Viva.

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  4. Pois a mim, que por acaso nasci na Moita do Boi e lá tenho os meus, preocupou-me sobremaneira ( a ser verdade) o tal estado do teto da capela. Se está assim em mau estado, então é um caso sério de Peotecção Civil. Então se calhar...não pode estar aberto ao culto...será? Importa também saber quem é, de facto, o dono do imóvel. Quem arca com as despesas. Quem vai fazer as obras. E quem as fiscaliza.

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