31 de dezembro de 2014

Pedro, porque te esqueceste de mim?

Quando soube que enviaste um exemplar cartão de boas festas aos pombalenses fiquei tão orgulhoso por ti, que nem imaginas. Interroguei-me, até: como foi o Pedro lembrar-se disto? E ser assim tão generoso, tão simpático, tão otimista? Conheço-te o suficiente para saber que és um cavalheiro, mas nunca pensei que a tua generosidade fosse tanta. Imagino o que te custou mandar fazer e levar aos habitantes deste vasto concelho tão valiosa mensagem. Bem sei que para ti o material não conta muito; mas, porra, isto sai caro, e os tempos são de vacas magras.
A tua mensagem de boas festas está um “must” – tem lá tudo o que um humilde mortal ambiciona: felicidade, saúde e sucesso. Tudo o que és e tens. É verdade que é um pouco redundante, mas para a humilde criatura, que não distingue muito bem as dimensões da bem-aventurança, está perfeita.
Diria, ainda, mais bem de ti, se não te tivesses esquecido de mim. Não compreendo a discriminação a que votaste este admirador, pombalense, votante, pai de família e bom pagador de impostos. Foi esquecimento? Perdeu-se no correio? Achas que não mereço? Gostava de saber.

Feliz 2015. 

26 de dezembro de 2014

Encontrei a consócia

O associativismo local é peculiar: tem muitas associações e poucos associados. Consequentemente, os associados efetivos - e até os outros – para além de se vangloriarem dessa condição, não perdem uma oportunidade para ostentarem a sua suposta preeminência social. Idiossincrasias.
Há, no entanto, uma dúvida que assalta muita gente: havendo tantas e tão variadas associações, porque há tão poucos associados? É estranho, não é? Conheço o fenómeno só pela rama, mas o suficiente para afirmar que existem dois tipos de associações: as abertas e as fechadas – as que procuram associados e as que os barram.
Neste contexto, é-me difícil corrigir a lacuna social que os meus inimigos de estimação não param de me apontar. Manifesto, de vez em quando, alguma disponibilidade para me associar, mas reconheço que, por uma razão ou por outra, tem sido difícil encontrar consócia interessante. Já recebi alguns assédios, designadamente de uma associação desportiva de renome – da área das minhas preferências – mas o nome e a cor das camisolas falaram mais fortes do que eu, e o coração não deixou.
Mas, depois de alguma análise e na posse desta prestimosa informação, acho que encontrei a consócia ideal: a Associação Florestal sem Nemátodo. Dará, com certeza, o conluio perfeito: eu reúno os requisitos necessários – acabei de herdar uns pinhais - e a associação corresponde totalmente aos meus interesses. Tem tudo para dar certo: eu preciso dos pinhais limpos, a associação de cumprir a sua missão.

23 de dezembro de 2014

Bombeiros falham pagamentos


Adenda: consta que os bombeiros estão pelos cabelos com esta direcção.

Associação florestal sem nemátodo

No passado sábado, 20-12-2014, foram eleitos os órgãos sociais da APFP (Associação dos Produtores Florestais de Pombal), com sede na Guia, continuando Carlos Ferreira da Silva como Presidente da Direção, José Grilo Gonçalves como Presidente da Mesa da Assembleia Geral e Diogo Mateus como Presidente do Concelho Fiscal. Entrou Narciso Mota para vogal da Direção, donde saiu João Pimpão, e entrou Joaquim Branco para 1º secretário da Mesa da Assembleia, donde saiu José Gomes Fernandes.
As críticas de João Pimpão e, sobretudo, de José Gomes Fernandes, durante a penúltima Assembleia Geral, dirigidas à gestão do Presidente da Direção, designadamente sobre o controlo dos interesses de contratos celebrados entre a APFP e os membros dos órgãos sociais, levaram à incompatibilidade de posições.

Depois das questões que foram levantadas, muito se estranha o silêncio e a cumplicidade de pessoas com grandes responsabilidades sociais e institucionais. Os envolvimentos político-partidários não podem alterar ou influenciar os deveres associativos.

22 de dezembro de 2014

Municipal ou quase-igual!

Enquanto no resto do país se discute entre as vantagens e desvantagens da municipalização da educação, em Pombal (nós gostamos de ser pioneiros), parece desejar-se coisa diferente das que se discutem no resto do país.
O nosso modelo parece ser o de uma "faz-de-conta-que-não-é-municipalizada-mas-o-PC-é-que-quer-mandar-na-prática". Não bastava já a farsa que é a situação da ETAP, e vem mais este triste episódio que tem agitado estas páginas nos últimos tempos. Às acusações de sede de poder, de vinganças pessoais, ou de outros mais requintados enredos, vêm os "súbditos de sua majestade" ripostar com alegados pareceres jurídicos em falta.
Quando não se tem vergonha na cara, não há lei que lhes dê guarida. Nem lei, nem falta dela. Fica só o ridículo.
Quanto à questão da municipalização da educação, creio que este é um assunto que exige competência, transparência e seriedade. E como tal, como bem se vê, não deve ficar nas mãos dos municípios.

19 de dezembro de 2014

Câmara Rica em Concelho Pobre

O Estado passa por enormes dificuldades, as empresas privadas sofrem acentuadas quebras na atividade e na receita e muitas entram em insolvência, as famílias sofrem cortes acentuados no rendimento com redução do nível de vida e muitas caem na pobreza. No entanto, apesar deste cenário de enormes dificuldades, a CMP nada em dinheiro – tem 10 M€ em caixa.
A que se deve este milagre? Como foi possível gerar este oásis num deserto tão árido? Quem esteve por detrás do “feito” e quem o consentiu? São boas questões a que é fácil responder após uma breve análise aos instrumentos de gestão emitidos pela câmara.
Isto aconteceu porque, ao longo da última década, a câmara desenvolveu um autêntico saque aos pombalenses - denunciei-o em 2007/08/09.
Esta abundância de dinheiro tem proporcionado muito desperdício (obras inúteis, subsídios e avenças injustificáveis, …) e o agravamento das dificuldades para os pombalenses.
Reparem bem na evolução principais rubricas da receita na última década:
- Impostos Diretos: aumento de 101%;
- Imposto Municipal s/ Imóveis: aumento de 170%;
- Imposto Municipal s/ Transferência Onerosas Imóveis: aumento de 141%;
- Venda de Bens e Serviços Correntes: aumento de 84%;
- Venda de Água: aumento de 41%;
- Venda de Serviços Específicos (Saneamento e Resíduos Sólidos): aumento de 143%;
(este explicado, em parte, pelo alargamento da rede de saneamento)
Reparem, igualmente, na evolução das Transferências de Capital (suportadas indiretamente pelas famílias e empresas):
- Transferências de Capital do Estado: aumento de 116%.
Quem não gostaria que os seus rendimentos evoluído nesta proporção? É isto aceitável, nomeadamente num contexto de profunda crise económica? Não. Isto acontece por duas razões fundamentais: (i) pouco escrutínio dos eleitores; (ii) o poder local tem muita força junto dos partidos do centrão.

Entendam-se

Os dirigentes e o(s) accionista(s) da ETAP defendem a Diversificação da oferta educativa. A JSD defende a Especialização em Mecatrónica (será mais Focalização, mas enfim).

Entendam-se depressa. Senão, dentro de pouco tempo, nem uma coisa nem outra.

18 de dezembro de 2014

Ilegalidades, irregularidades e falsidades

É verdade que o processo de eleição dos representantes dos pais no Conselho Geral está cheio de ilegalidades, irregularidades e falsidades.
A primeira: a maior e a causa de todas as outras, é a existência duma associação de pais que não o é, porque não representa os pais nem os quer representar - é, simplesmente, um instrumento de luta pelo poder; percebi-o neste momento, mas nunca pensei que as criaturas que a dirigem pudessem descer tão baixo.
A segunda: consequência da primeira; foi a eleição - em si - dos representantes dos pais. A direcção da associação de pais fez tudo, junto da mesa da assembleia da associação de pais e do presidente do conselho geral, para impedir a admissão a sufrágio da lista independente, recusando-se a participar na eleição se a lista independente participasse. Isto levou a um atraso, superior a uma hora, no início da eleição (a eleição ocorreu à hora de jantar), levando dezenas de pais a desistir de votar (nomeadamente uma mãe eleita na lista independente).
A terceira: consequência, igualmente da primeira; foi a apresentação de um regulamento eleitoral, no dia da eleição, desconhecido dos pais, não discutido nem aprovado em nenhuma reunião geral de pais, nem – vejam bem – em reunião da associação de pais. O regulamento prevê – contrariando todas as regras de representatividade democrática – que os representantes dos pais devem ser todos da lista mais votada.
A quarta: consequência, igualmente da primeira; foi a presidente da direcção de pais ser apanhada, pelo presidente do Conselho do Agrupamento (virá daqui o ódio que lhe têm?), a votar duplamente (o marido já tinha descarregado os votos a que tinham direito), o que revela o carácter de algumas criaturas.
A quinta: consequência, igualmente da primeira; é a presidente da direcção da associação querer à força substituir a presidente da mesa da associação de pais, e fazê-lo várias vezes, nos actos que estatutariamente são da responsabilidade desta. 
Em resumo: que ética e que moral tem esta gente, e os que a manobram, para falar em ilegalidades, irregularidades e falsidades?
Haja PIEDADE!

PS1: Porque andam muitos professores metidos na direcção da associação de pais? Não seria mais ético e transparente deixar a associação de pais, e os lugares para representantes dos pais, para os pais, só pais?

PS2: Há, também, uma irregularidade formal cometida pela lista independente: não assinatura da lista pelos seus membros (que classifico de menor, facilmente corrigível porque as pessoas estavam presentes na momento da submissão da lista, o que diz tudo sobre como ela, na véspera, nasceu).

17 de dezembro de 2014

Continuam as demissões

O príncipe continua a fazer vítimas a um ritmo avassalador. E o delfim vai-as amparando e evitando. O príncipe sabe que quem caminha descalço não deve semear espinhos. Mas a sua natureza trai-o. É, por isso, um homem perigoso que a tudo recorre para escorraçar ou eliminar os que não se submetem à sua tirania, sejam eles opositores ou correligionários.
Os paços do concelho transformaram-se, por estes dias, num verdadeiro pelourinho onde são fustigados desalinhados afim de os converter ou eliminar.
A semana passada foi o correligionário que ousou tomar posse.
Ontem, pela tarde e noite dentro (durante 5 horas) foi a presidente da mesa da associação de pais do agrupamento de escolas de Pombal a fustigada, simplesmente porque não vendeu a alma ao diabo. Não resistiu: demitiu-se hoje (foi mais forçada a demitir-se).
É uma perda para a causa justa; mas é, também, mais uma palma de espinhos para o príncipe.

PS: Conheci a Ana Tenente durante este kafkiano processo. Era a pessoa certa no lugar errado: a pureza no meio da intriga e da maldade. Compreendo e aceito a sua cedência. Mas a luta pela justiça e pela verdade continuará.

As clementinas regressaram

É a época delas. Mas, como o tempo não lhes tem sido propício, vêm engelhadas, desfiguradas, sem brilho. Estão irreconhecíveis, mas os mais atentos reconhecem-nas bem. Fruta deste calibre está proibida de vir para praça. Furaram o bloqueio, arriscam penalizações.

16 de dezembro de 2014

Avença de €40.000,00

Mais uma gorda e pródiga avença atribuída por ajuste direito pela Câmara Municipal, ao mesmo gabinete de advogados, para elaboração de pareceres jurídicos sobre contraordenações e direito administrativo. Os honorários do patrocínio nos processos judiciais serão pagos noutras contas, também gordas.
Outro gabinete jurídico, também da cidade do Lis, entende que menos de metade do valor é caro.
Enquanto a Câmara Municipal cobra altas taxas e créditos prescritos para engordar os cofres, os pareceres em causa são apenas necessários para satisfação dos caprichos de quem os encomenda, para justificar soluções tortas e “fretes” e para justificar a necessidade de gastar os dinheiros dos cofres públicos. Aliás, as poucas necessidades de pareceres podem ser cobertas com o trabalho dos juristas da própria Câmara Municipal.

Perante os factos, parece-me que quem atribui as avenças pode estar a garantir o futuro quando deixar de exercer o poder, como informa o jornalista José Gomes Ferreira nalguns dos seus trabalhos de que dou como exemplo o que pode ser visionado em http://www.youtube.com/watch_popup?v=tJj0H5C-uhc

Radiografia de alguns políticos e pedagogos locais


NO COMMENTS!!!
PS: Porque considero este documento de interesse relevante não só para a comunidade educativa, mas para toda a comunidade.
   

15 de dezembro de 2014

Mega agrupamentos e mega egos

Não sou um fã do actual Presidente da Câmara de Pombal mas reconheço-lhe grandes qualidades políticas. Ou reconhecia. A vergonhosa novela que tem como cenário o mega agrupamento de escolas de Pombal revelou-nos um político acossado, ansioso, que não consegue admitir que uma instituição onde a autarquia tenha alguma participação, possa ser gerida por quem não lhe preste vassalagem.

A acção da autarquia deveria focar-se no Conselho Municipal de Educação e não em cada escola ou agrupamento. É aí que pode (e deve) ser um parceiro da comunidade escolar, ajudando-a a melhorar a qualidade da sua actividade formativa e a minimizar os números do abandono escolar. Para isso há que entender os exigentes desafios que hoje em dia se colocam às escolas e, lado-a-lado com professores, funcionários, alunos e pais, trabalhar para atingir as metas que todos merecem.

Os egos e mordomias, as tricas políticas e os quezílias mesquinhas são tudo aquilo que as escolas não precisam. Daí o meu apelo: Caro Diogo Mateus,  concentra-te no muito que tens a fazer e faz um esforço por perceber que mesmo os teus inimigos podem fazer o teu trabalho. Neste caso, o trabalho de criar tentar criar no concelho escolas de grande qualidade.

13 de dezembro de 2014

Novos Centros Escolares

As GOP para o triénio 2015-18 prevêem um investimento de 10.235.973 € para a construção dos Centros Escolares da Guia, Vermoil, Santiago de Litém, Vila Cã, Pombal, Mata Mourisca, Louriçal e Meirinhas.
Atendendo a que:
(i)   Se verifica um decréscimo acentuado de novos alunos sem perspectiva de inversão;
(ii)  Se fundiram varias freguesias e outras têm pouca população.
Será que não se justifica reduzir o número de novos Centros Escolares e afirmar novas centralidades?

A crise não toca a todos

A crise é tão longa e profunda que, pensava eu e a esmagadora maioria, tocava a todos. Não, a CMP está rica: tem 10 milhões de Euros em caixa.

O triste fado continua: população pobre e câmara rica!

12 de dezembro de 2014

Notas duma AM morna

No início da sessão o príncipe, apesar de aconselhado pelo senador a temperar a sua excessiva autoridade com alguma prudência e diplomacia, pediu uma assembleia quente para aquecer o ambiente frio. Mas, por opção ou incapacidade dos adversários (ou as duas coisas), não foi correspondido.
Mesmo assim, bem os picou na resposta a uma intervenção mais incisiva, quando relembrou processos eleitorais onde votaram ausentes e mortos. Mas os adversários não lhe deram mais nenhuma oportunidade de aquecer o ambiente. Quem não tem, não pode dar.
Na falta de adversários atacou os correlegionários, acusando o anterior executivo na Junta de Freguesia da Guia de má gestão do erário publico.
Quem tem sangue de escorpião tem que ferroar.

PMUGest – o equívoco continua

A PMUGest não é (bem) uma empresa, é um estratagema para executar um emaranhado de actividades sem complementaridade, que não proporcionam alinhamento de esforços.
Os Resultados dos exercícios dos anos anteriores e Orçamento para 2015 confirmam o equívoco:
- Previsão de Resultados positivos somente nas actividades que geram automaticamente proveitos e não acarretam custos - Publicidade e Estacionamento;
- Previsão de Resultados negativos em todas as outras actividades;
- Previsão de Resultados recorrentemente negativos e subavaliados no Café Concerto (-28.570 €) e Cafetaria do Castelo (-15.124 €) – actividade em concorrência, duplamente, desleal com os bares locais.
Compreende-se, assim, que tenha uma direcção remunerada e em part-time.

PS: o Café Concerto é um espaço de todos mas voltou a não ser para todos.

11 de dezembro de 2014

ETAP – os números que dizem tudo

Em 2014:
- 230 alunos inscritos;
- 10 turmas;
- 43 funcionários
- 25 professores;
- 18 funcionários não docentes;
- 5 alunos por funcionário;
- 9 alunos por professor;
Um organograma com tantas caixas como funcionários.

Para quê, mais palavras?!

10 de dezembro de 2014

ETAP – a deriva continua

O Plano Estratégico da ETAP é um recital teórico que procura embelezar o quadro negro que é a realidade da escola. É, no entanto, um exercício falhado. Compreende-se o esforço do seu director, mas o resultado é mais um prospecto seu, do que da escola. Existem muitas técnicas para embelezar um cadáver; mas, por muito que se use e abuse delas, um cadáver será sempre um cadáver.
O guião utilizado é sobejamente conhecido e ajustado ás circunstâncias recentes: pintar o passado recente em tons muito negros (resultados de 2013: -419.482 €), prometer uma ligeira recuperação e, no futuro, comparar o enegrecido passado com o cinzento do momento. Pelo meio faz-se um aumento de capital de 300.000 € para poder respirar por mais uns tempos.
O problema é que o quadro não suporta cores vivas. Em 2014, mais prejuízo (resultados líquidos de -124.676 €) e uma prometida estabilização da situação económico-financeira que não acontecerá porque o ligeiro aumento da atividade é improvável.
A escola precisa de um posicionamento claro e de uma reestruturação de profunda. Não vai lá com frases feitas destituídas de conteúdo. Que interessa afirmar uma estratégia corporativa de diversificação se a escola, nos últimos anos, diversificou por tudo o que havia por onde diversificar com os resultados conhecidos?
Que interessa afirmar uma estratégia competitiva de diferenciação se a escola se diferenciou (meteu-se) em tudo e não é reconhecida como especializada em nada?
Os responsáveis da escola continuam a empurrar com a barriga para a frente, adiando o problema, porque sabem que podem recorrer ao dinheiro dos contribuintes. Mas não se esqueçam: a escola, para existir e poder continuar a distribuir dinheiro, tem que atrair alunos.

7 de dezembro de 2014

A palhaçada dos concursos “opacos”

Nos tempos que correm, a administração pública pede pareceres para tudo e para nada. Muitas vezes parece pedi-los apenas para satisfazer clientelas e “fazer fretes” a amigos, sempre com o nosso dinheiro.
Vem isto a propósito do convite da Câmara Municipal de Pombal efetuado a 3 empresas para, no âmbito de um concurso público, apresentarem propostas para elaboração de estudos de viabilidade económica e financeira com vista à execução, pelo Município, de abastecimento de água, rede de tratamento de drenagem de águas, rede de saneamento e remodelação de ETAR. Surpreendentemente, os membros da equipa técnica da empresa vencedora são os mesmos das equipas técnicas das outras duas empresas que apresentaram as propostas que não foram consideradas. Caramba, parece trapaça. Até o PS até votou contra…

Criticar a administração pública é um direito e um dever para evitar abusos, promiscuidades, corrupção e impostos e gastos excessivos.

6 de dezembro de 2014

O príncipe está a perder as estribeiras

Não consegue controlar a sua excessiva autoridade; cria e empola conflitos por tudo e por nada; neste caso é por nada: as eleições e a tomada de posse do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas. A triste história já deve cansar os nossos leitores, mas está longe do seu epílogo e a tomar novas proporções e enredos.
O príncipe, na sua ânsia de afirmação da autoridade, parece determinado a cilindrar adversários e correligionários. A mais recente vítima é o seu correligionário Nascimento Lopes, que ousou tomar posse no órgão para onde tinha sido designado – Conselho Geral do Agrupamento de Escolas – contra a sua vontade. Hoje, quando deveria estar a gozar o merecido fim-de-semana (a que todos têm direito e por maioria de razões um provecto cidadão) tem que se apresentar nos passos do concelho, com toda a sua equipa, para ser fustigado pela deslealdade praticada; não contra a lei, os regulamentos, os bons costumes ou os deveres de cidadão; mas tão somente à vontade do príncipe. 
Estamos em Democracia ou em Aristocracia?

Adenda: Afinal a zurzidela foi hoje (11/12). E forte.
 

5 de dezembro de 2014

A RTP aqui tão perto!

Os episódios sucedem-se nesta triste novela que envolve a RTP. Façamos um breve resumo:
- O Governo mostrou "dores de corno" (a expressão é a que melhor define o sentimento manifestado) em relação à questão dos jogos da champions na RTP.
- Depois, fez de conta que não era nada com ele, e que as consequências seriam as que o CGI (talvez acrónimo de "Conselho Geral de muito duvidosa Independência") definisse. Mas lá foi avisando que haveriam, seguramente, consequências;
- Sem qualquer espanto, o CGI propõe ao Governo aquilo que o Governo queria (e indiciava) que o CGI propusesse;
- A ERC, provavelmente com mais independência, faz um ponto de ordem que é arrasador para Governo e CGI, mas este é pouco ou nada vinculativo.

Recorde-se que a CGI foi criada como um "meio-termo" entre a privatização e a não-privatização. Dizia-se então que, embora não fosse privatizada, a RTP deixaria de depender do Governo.
Puro engano!
A situação criada é de completa falta de transparência e responsabilidade. O Governo continua a mandar e a condicionar a RTP, mas não o assume formalmente, e faz de conta que não é assim.
A RTP, obediente, chega mesmo a entrevistar o presidente demitido há poucas horas, em directo, sem lhe fazer a obrigatória pergunta (um péssimo serviço à informação, diga-se).

Nem sequer me vou debruçar sobre a questão das tais transmissões (serão serviço público ou não? Recordo que a RTP comprar estes direitos de transmissão não é uma novidade em Portugal, e não sei sequer se não será um negócio lucrativo para a RTP).

Eu quero uma RTP livre. Não a quero manipulada por uma classe política que, não raras vezes, faz um uso desonesto do poder que lhe foi confiado nas mãos.

Agora Pombal, porque era esse o objectivo principal deste post: isto é ou não é exactamente o que se passa entre a CMP e a ETAP? A CMP manda ou não manda (na prática) na ETAP? Faz ou não faz de conta que não manda, e que como tal não interfere na vida da escola?

Para se ser politico e assumir responsabilidades públicas, deveria ser necessário clareza, "tê-los no sítio", e um gosto pela transparência, que infelizmente vão faltando a quem nos governa. 

4 de dezembro de 2014

Ilustríssimo Senhor Presidente do Município, Dr…

Raios, agora atribuem-se ao Presidente da Câmara Municipal mais adjetivos e títulos do que os usados pelo Papa (Sua Santidade) ou pelo Bispo (Reverendíssimo). Atribuem-se e consentem-se, como comprova o conteúdo do texto que passou a estar gravado e publicado na placa de inauguração do piso sintético do campo de futebol de Almagreira: Ilustríssimo Senhor Presidente do Município, Dr.
Em contraponto, o Presidente da Direção do Clube não autoatribuiu o superlativo absoluto sintético “Ilustríssimo" nem o grau académico de “Engº” e não atribuiu ao pobre Presidente da Junta de Freguesia mais do que o respetivo nome despido e seco, o que é revelador da nossa herança feudal.
A “inteligência emocional” de Narciso Mota teria reagido, censurando a discriminação e o erro de protocolo e mandando retirar da placa o excesso e o ridículo e corrigir a expressão “Presidente do Município” para “Presidente da Câmara” (órgão).

3 de dezembro de 2014

O concelho charneira, no seu pior

Como os dados do ranking das escolas atestam, o estado da Educação, em Pombal, é desastroso. Infelizmente, não é só na Educação; abrange todas as dimensões da realidade socioeconómica. A situação não é nova. Será, até, o padrão de vida secular desta terra. Se excetuarmos o período do novo-riquismo reinante na década de 90 do século passado, ligado à bolha da construção, a terra pouco teve para oferecer aos seus naturais. Por isso, quem quis melhorar o nível de vida teve que sair. Muitos o fizeram, muitos o estão a fazer e muitos o terão que fazer.
Pombal continuará a ser uma terra com futuro adiado, por muito tempo. Nunca teve e não tem políticos com visão. Pior: está entregue a seitas e a dirigentes mal preparados. E tem uma gente virada para o ter, que desvaloriza o ser e o saber, para quem a escola é para tirar o 9.º ano e este para tirar a carta de condução. Uma gente que se emproa quando se sente menos-mal que o vizinho ou se realiza na produção de caridade.
Talvez esta crise, longa e profunda, proporcione alguma mudança cultural, reduzindo os tiques do novo-riquismo, mostrando que, salvo raras excessões, estamos muito vulneráveis e desfavorecidos (comparativamente aos nosso pares).
Sinceramente, o que mais me chocou nos dados do ranking das escolas locais não foram os péssimos resultados dos alunos nas provas nacionais (apesar de não esperar que pudéssemos descer tão fundo), foi existirem escolas com mais 30% e até mais de 40% de alunos carenciados num ou mais ciclos escolares.
A realidade é, mesmo, muito abusadora.

2 de dezembro de 2014

Educação: um desastre

Em Pombal, o estado da Educação é um desastre. Infelizmente não é só na Educação, mas é nesta área que as consequências são mais gravosas e de longo prazo.
Há um ano assinalei, aqui, os maus resultados das escolas locais no ranking nacional. Nunca imaginei que os resultados de 2014 pudessem ser muito piores: são um verdadeiro desastre.

No 4.º ano: os resultados de 2013 foram péssimos; os de 2014 são um desastre: descida geral e abrupta. Inimaginável!

Escola
Rank Geral
Rank +50 provas
Média 2014
N.º Provas
Tipo
% Alunos carenciados
Médias 2013
Var 2014/2013
Esc. Básica de Fonte Nova
1462
497
3.25
76
Públ.
37.1
3.35
-1084
Esc. Básica de Pombal
2422
851
3
98
Públ.
17.3
2.78
-180
Esc. Básica Gualdim Pais
2662
906
2.97
62
Públ.
37.1
2.81
-558
Esc. Básica de Louriçal
3513
1203
2.7
60
Públ.
17.3
2.69
-824

No 6.º ano: os resultados de 2013 foram maus; os de 2014 são, ainda, piores: há escolas que sobem, mas as descidas são mais significativas (lugares/alunos). 

Escola
Rank Geral
Rank +50 provas
Média 2014
N.º Provas
Tipo
% Alunos carenciados
Médias 2013
Var 2014/2013
Ext. Liceal de Alb. dos Doze
174
136
3.27
70
Priv.
--
3.07
25
Instituto D. João V
326
263
3.05
162
Priv.
--
2.59
443
Colégio Cidade Roda
353
285
3.03
74
Priv.
--
2.83
52
Esc. Bás. & Sec. da Guia
445
375
2.96
166
Públ.
42.7
2.62
269
Esc. Bás. Marquês de Pombal
470
385
2.95
302
Públ.
17.3
2.95
-192
Colégio João de Barros
580
508
2.88
182
Priv.
--
2.84
-193
Esc. Básica Gualdim Pais
725
631
2.79
114
Públ.
37.1
2.96
-454

No 9.º ano: os resultados de 2013 foram maus; os de 2014 são péssimos: descida geral e a maioria das escolas dá um grande trambolhão. Inimaginável.

Escola
Rank Geral
Rank +50 provas
Média 2014
N.º Provas
Tipo
% Alunos carenciados
Médias 2013
Var 2014/2013
Ext. Liceal de Alb. dos Doze
229
177
3.19
90
Priv.
--
3.03
-80
Esc. Gualdim Pais
317
257
3.09
94
Públ.
37.1
2.81
-29
Esc. Bás. Marquês de Pombal
323
259
3.08
244
Públ.
17.3
3.03
-175
Colégio João de Barros
717
624
2.81
154
Priv.
--
2.67
-274
Instituto D. João V
796
694
2.76
210
Priv.
--
2.66
-342
Esc. Bás. & Sec. da Guia
860
750
2.73
142
Públ.
42.7
2.45
-50
Esc. Secundária de Pombal
902
800
2.7
74
Públ.
17.3
2.47
-141
Colégio Cidade Roda
925
824
2.68
72
Priv.
--
2.57
-322

No 11/12.º ano: os resultados de 2013 foram maus; os de 2014 são, ainda, piores. Há escolas que sobem, mas as descidas são mais significativas (lugares/alunos). 

Escola
Rank Geral
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Média 2014
N.º Provas
Tipo
% Alunos carenciados
Médias 2013
Var. 2014/2013
Esc. Secundária de Pombal
220
181
10.61
571
Públ.
13.1
10.1
-81
Instituto D. João V
351
290
10.09
197
Priv.
--
8.88
38
Colégio João de Barros
381
314
9.95
136
Priv.
--
9.46
-115
Esc. Bás. &  Sec. da Guia
389
322
9.91
128
Públ.
28.8
8.75
25

As causas deste desastre são múltiplas e são vários os responsáveis. Mas há causas e responsáveis preponderantes. O poder executivo na câmara municipal será, com certeza, um deles ou até o maior; pelas suas responsabilidades de mobilizador, apontando objetivos e metas; de facilitador, assegurando recursos e meios; de aglutinador de vontades e de avaliador de resultados. Mas quando alguém que deveria de ser o primeiro agente na busca de soluções é a principal fonte dos problemas - impedindo o regular funcionamento dos órgãos, boicotando o funcionamento das escolas, fomentando conflitos estéreis e guerrilhas intestinas - o caminho para o desastre fica curto. Já lá estamos. E agora?