29 de agosto de 2022

A contratação de Ana Gonçalves e a política pela positiva do doutor Pimpão

O processo de contratação de Ana Gonçalves, para administradora-executiva da PMUGest - e de toda a administração -, diz tudo sobre o que é o doutor Pimpão, como regente da coisa pública. Nada diferente do que já tinha mostrado na junta: amiguismo, falta de rigor e de transparência.  Por exemplo: distribuiu prebendas sem critério e sem rigor – nunca explicou aquela trapalhada do subsídio à ADAC e o burlesco extravio do cheque emitido pela junta; escondeu sempre o regime em que exercia o cargo, violando a lei; etc.



Na contratação da Ana Gonçalves o doutor Pimpão confirmou que o amiguismo e a obscuridade são a sua marca-de-água - prevalecem sobre a ética, a decência e a lei. Deu-se ao desplante de contratar para o cargo mais bem remunerado, a seguir ao seu, a pessoa que no executivo anterior desbaratou todas as condições para exercer qualquer cargo político em Pombal e arredores. Mas pior: para esconder o “arranjinho” violou descaradamente a lei, porque não submeteu ao executivo municipal a aprovação do cargo de administrador-executivo remunerado nem a aprovação do respectivo vencimento. 

Agora, o doutor Pimpão vai ter que responder por esta trapalhada; incorrendo em sanção financeira reintegratória (devolver do seu bolso todas as remunerações auferidas por Ana Gonçalves) e possível perda de mandato (já sucedeu aqui perto).

Custa a compreender, e a aceitar, que um político com experiência autárquica e uma licenciatura em Direito cometa irregularidades tão graves e tão pouco abonatórias da honra e da ética. Bem pode o doutor Pimpão apregoar recorrentemente a política “pela positiva” - essa coisa vazia, insossa, inócua e indefinida; a realidade mostra-nos, cada vez melhor, um Pimpão manhoso, impreparado e pouco transparente.  


25 de agosto de 2022

A política ambiental 'de carregar p'la boca'


 

O executivo lá veio, todo pimpão, fazer propaganda de mais um feito: o investimento de meio milhão de euros (isto enquanto houver dinheiro vai ser um fartote, quando se acabar logo se vê...) num autocarro (além de outros quatro veículos ligeiros) todos eles consentâneos com a nova ambição, que - já se sabe - é verde. Ecológica, portanto. Mesmo que os peixes morram no Arunca todos os dias. Mesmo que este contrato já tivesse sido assinado pelo anterior executivo, quem sabe andar nisto é o Pedro. E divulgá-lo bem.

O que pelos vistos ninguém sabe que, como dizem os antigos, os carros não andam com água. Nem os elétricos. Ora, como é sabido, a cidade de Pombal dispõe de apenas um único posto de abastecimento com duas tomadas de carregamento para os carros elétricos (na avenida Heróis do Ultramar). Portanto, ainda bem que a Câmara dá exemplo, e pelo menos a aquisição do autocarro foi aprovada "com o respectivo carregador", segundo o comunicado da autarquia. 

24 de agosto de 2022

Festas do Bodo: o Deve e o Haver, e a mentira anunciada

 Na última reunião da “junta” (aquilo foi pior que as reuniões de algumas juntas), o doutor Pimpão entrou deslumbrado com o “sucesso” das Festas do Bodo. A sonsa “oposição” acompanhou-o no feliz corridinho de loas às festas – valha-lhes a Senhora da Boa-Morte.

Mas numa curta intervenção, a vereadora Gina despejou um tanque de gelo na sala. Docemente, preparou a plateia e a opinião pública para o desastre financeiro que se anuncia. Referiu que a despesa subiu muito; a receita também subiu alguma coisa mas ainda está por apurar. Depois, em jeito de conclusão, afirmou que teremos que repensar o conceito das festas e discutir se se deve introduzir o pagamento de bilhetes. Onde é que já ouvimos isto? No pós-Vila Verde.



Ao contrário do doutor Pimpão, a Gina sabe que neste tipo de realizações há sempre duas colunas, a do “Deve” e do “Haver”, e um “Saldo” a apurar. Fazer festas com o dinheiro dos outros, sem orçamento e sem preocupações de equilíbrio orçamental, pode ser muito bonito, mas alguém as tem que pagar, e alguém tem que responder pelo descontrole - por gastar como se não houvesse amanhã.

Ficámos ainda a saber que o doutor Pimpão já contratou um estratagema de disfarce da coisa, a legitimação do (seu) despesismo: um “estudo” sobre o impacto das festas na economia local. Acredita, coitado, nestes exercícios fantasiosos que só acrescentam valor a quem os faz.

O Pedro forja mentiras em que posteriormente acredita. Vai-lhe chegar tarde o desengano, sem lhe dar tempo para se emendar. 

23 de agosto de 2022

Requalificação da Zona de Interface de Transportes - do Oitenta ao Oito

A 19 junho de 2020, Diogo Mateus apresentava publicamente o seu mais arrojado e modernaço projecto de requalificação do centro da cidade: a designada Interface Modal de Transportes. O dispendioso projecto pretendia substituir a velhinha e degradada Central de Camionagem por uma Interface Modal de Transportes futurista, que, através de uma passagem superior sobre a linha ferroviária, ligaria as duas zonas da cidade e redesenharia o espaço urbano com elementos icónicos, uma ciclovia, novas zonas verdes e espaços de lazer e ócio, entre outros.



O projecto foi contestado na parte referente à passagem superior sobre a linha férrea. E Diogo Mateus acabou por fazê-lo avançar em duas fases: adjudicou a parte correspondente à zona da Central de Camionagem e deixou para o executivo seguinte a passagem superior sobre a linha férrea. O concurso ficou deserto; e nos seguintes os concorrentes apresentaram propostas com valor superior ao preço-base. O doutor Pimpão recuou.

Em finais de abril do corrente ano, o vereador Navega afirmou, no Região de Leiria, que a câmara não conseguiria cumprir os prazos da candidatura aos fundos comunitários, pelo que teria que reformular o projeto. Na última reunião, submeteu ao executivo municipal uma coisa sofrível que deixa de fora o mais premente: a requalificação da Central de Camionagem.

Na sua primeira intervenção urbanística, o doutor Pimpão mostra uma nova e inovadora forma de fazer obras: primeiro executa os arranjos em redor da casa (Central de Camionagem); depois, se ainda houver dinheiro, faz a casa. 

Com o doutor Pimpão estamos condenados a perder em toda a linha: o mais premente; o dinheiro derretido em projectos e concursos; os fundos comunitários já contratualizados.

Há dias (semanas), um dirigente do PSD local transmitia-me a sua preocupação com a falta capacidade de realização do doutor Pimpão e da sua equipa. Ao que lhe respondi: esquece! Esqueçam! O doutor Pimpão não vai realizar nada de relevante; e tomara ele ser capaz de acabar o que D. Diogo deixou lançado. 

19 de agosto de 2022

Sai mais uma “secretária” para o Né

O executivo municipal, do doutor Pimpão, padece de dois vícios graves: não sabe e não quer trabalhar – junta a preguiça à inépcia. Vai daí decidiram contratar um Director Municipal para lhes fazer o serviço que se comprometerem a fazer; para se libertarem do que não gostam nem sabem fazer, e se dedicarem ao que gostam de fazer: andar na boa-vai-ela - nas festas, excursões e recepções. Não percebem que a primeira parte do desejo não se vai cumprir… Mas contam que o resto compense. No que esta gente acredita!

A situação está a deixar muita gente lúcida preocupada com o desastre que se anuncia. No partido as campainhas já tocaram; e até o novo líder do partido já foi chamado a intervir…

Como sabemos, os vícios e os maus exemplos propagam-se rapidamente. Já não é só o executivo que não quer trabalhar; o pessoal político (chefe de gabinete e assessores) está pelo mesmo! Os dirigentes e os funcionários rapidamente seguirão o exemplo.

O doutor Pimpão foi generoso na distribuição dos tachos políticos pela rapaziada do partido. Mas fê-lo sem olhar a competências e capacidades (de trabalho). Não percebe, coitado, que a câmara não é a junta; que a câmara é o maior prestador de serviços do concelho, cuja capacidade de resposta tende a ficar sempre aquém da procura.

Em 2021 a câmara lançou um concurso para a contratação de 1 (um) Assistente Técnico para a Secção de Obras Particulares, admitido no início do ano.

Como temos visto e ouvido, o Né, chefe de gabinete e amigo do doutor Pimpão, de imediato alcandorado a político (nem ao outro foram permitidas tais veleidades), não consegue dar conta do recado e já deve achar que boa parte das tarefas não são para pessoa com o seu estatuto. Vai daí resolveu pedir reforços ao doutor Pimpão. E o que é que passou pela cabeça do doutor Pimpão e da doutora Catarina (pelouro do RH)? Accionar duas reservas de recrutamento, da lista de candidatos aprovados no concurso para Assistente Técnico para Secção de Obras Particulares, e colocá-las a secretariar o Né!



Resultado: cometeram uma irregularidade grave que dá quebra de vínculo e sanção financeira reintegratória sobre quem praticou o acto (o executivo).

O caso já está a ser tratado … Mas há mais casos. E mais graves.

18 de agosto de 2022

Concurso para Director Municipal – um hino à ignorância

Foi publicado recentemente o concurso para o anunciado Director Municipal da CMP, disponível aqui.  



A contratação de um Director Municipal é a assunção de um vazio organizacional e de uma incapacidade gritante de o suprir. É sobejamente conhecida, e reconhecida, a dificuldade de articulação da esfera política (executivo) com a estrutura dirigente, nos municípios. É dos livros que a introdução de mais um nível hierárquico, numa estrutura já muito hierarquizada, não ajuda, antes pelo contrário, tende a agravar as dificuldades de articulação entre os dois patamares e as duas legitimidades. 

Do concurso faz obrigatoriamente parte a “Missão do Director Municipal”. Reparem bem na “pérola” que o doutor Pimpão rubricou:

“Superentender, de forma integrada, a generalidade dos serviços municipais e associadas áreas funcionais, reforçando a capacidade de resposta orgânico-funcional, consubstanciada, nomeadamente, em agregar, articular e alinhar, estrategicamente e transversalmente, as disseminadas dependências hierárquico-funcionais, dos serviços municipais, efetuando o seu robustecimento técnico e chefia / direção, dando prossecução a objetivos de eficácia, eficiência e economia ao todo organizacional municipal. Constitui, ainda, missão da Direção Municipal de Gestão Integrada atentar, proactivamente, aos desafios associados, entre outros, à gestão inteligente, à governança pública e ao desenvolvimento sustentável, bem assim atender prospectivamente, às oportunidades de financiamento, determinantes para a prossecução do interesse público…” 

Nesta fuga para a frente, o doutor Pimpão desconhece o trajecto, os factores críticos de sucesso e o resultado. Só assim se compreende que discorra esta monomania de sublimidade retórica que roça o patológico, expõe uma pavorosa esterilidade ignara, e uma falta de senso (de pragmatismo) que assusta. Porque, coitado, não tem ninguém que o chame à razão, que lhe ponha travão e o faça descer à terra.

Ao contrário do que o doutor Pimpão e seus ajudantes pensam, um chorrilho de léxico palavroso e desconexo não disfarça a ignorância de quem o produz, expõe-na até às entranhas. Só faltou dizer que o Diretor Municipal tem que executar todos os números e truques de circo; fazer a quadratura do círculo; descobrir e distribuir a poção do elixir da felicidade por todos os munícipes, pelo menos uma vez por ano.

Dos “objectivos a prosseguir” nem vale a pena falar (muito). São um exercício anedótico de intenções absurdas*. 

Dizem os sábios que os profetas e as aranhas são os únicos entes que podem tirar de si mesmo os recursos da sua existência. O Pedro acredita que a sua profecia se vai cumprir – que ele será o primeiro político-profeta a atingir o paraíso na Terra. No que este Pedro não acredita…! 

PS: * O Diário da Republica não deveria publicar documentos atentatórios do conhecimento ministrado e da inteligência colectiva. 

15 de agosto de 2022

No adeus ao Pimpão dos Santos



Faleceu o José Ferreira Pimpão dos Santos. Muitos já sabem da notícia (porque era pai do presidente da Câmara e o anúncio de falecimento foi divulgado). Mas a maioria não sabe quem foi para Pombal Pimpão dos Santos - e importa saber. 

Ontem morreu o Pimpão. O homem que entre o final dos anos 80 e princípio dos anos 90 deixou uma marca importante na rádio e na imprensa desta terra, primeiro no departamento de informação do Rádio Clube de Pombal, depois quando fundou O Correio de Pombal. Quem chegou há poucos anos ao espaço público talvez não imagine o que foi essa revolução feita por ele, e da qual tive a sorte de participar. O Pimpão dos Santos rompeu com décadas de quinzenários em tom morno e arriscou criar um semanário, que ainda por cima confrontava o poder - o que até então nunca acontecera. Fez o melhor que sabia, foi muitas vezes além do que podia, com (muito) prejuízo da sua vida pessoal. Desentendemo-nos algumas vezes, como acontecia nas Redacções. Mas saldámos sempre todas as nossas contas. 

O Rodrigues Marques costumava dizer que ele vivia a meio metro do chão. Sei hoje que foi esse lado sonhador que lhe permitiu oferecer à terra um jornal livre, durante uns anos. Guardo um milhão de histórias vividas com ele a partir do 3º andar da Rua de Ansião, primeiro, e do 1º andar da avenida Heróis do Ultramar. Das reportagens que eram quase sempre aventuras. Da amizade que ficou para sempre. Percebi que já cá não estava há semanas, quando o vi, depois dos incêndios, e não me reconheceu. Para mim, será inesquecível. 

Obrigada por tudo, Pimpão.

Ao João, ao Pedro e ao Nando, um sentido abraço.

12 de agosto de 2022

O verdadeiro artista

 

Segundo essa referência do jornalismo local e regional que dá pelo nome de "Notícias da Sua Terra", esta é "a dupla do momento". Nada menos que o conhecido organista, cantor e compositor Graciano Ricardo, e o presidente da Câmara, Pedro Pimpão.

E não há muito que se possa dizer sobre um momento destes. Talvez seja esta a deixa para o Município aproveitar a ideia de negócio daquele munícipe que há dias sugeria no Facebook uma adaptação dos livros da Anita. No momento Silly Season, o Pedro está como peixe na água. "Pimpas vai às festas" já seria um êxito garantido. Mas a partir daqui vale tudo. Temos o nosso Marcelo à escala. 

Confiem. Vai correr bem, malta. 

9 de agosto de 2022

Linguagem de guerra

É comummente aceite que a linguagem e a arte antecipam os movimentos sociais, nomeadamente os grandes conflitos.

No conflito a Oeste a linguagem já é de guerra. Já se passou da agregação para a anexação (de freguesias).

Já agora: quem é que quer anexar quem?



7 de agosto de 2022

Discurso de pregador

O Pedro é um genuíno pregador. Um genuíno pregador só faz duas coisas: peregrina e prega. É o que o Pedro faz, a toda a hora, de dia e de noite, durante a semana e ao fim-de-semana, no facebook, nos pasquins, na rádio, na tv; e agora na revista municipal, entretanto criada!

Na pregação que fez para a revista municipal, expõe de forma insensata e sem nenhuma reflexão a empolgação e o messianismo que vai naquela cabeça. O Pedro reúne todas as debilidades do político do nosso tempo; mas combina-as muito bem. Nada nele destoa. Expressa-se com belas palavras e frases feitas que significam nada. Enfatiza uma enfiada de regozijos públicos sem uma ideia estruturada e sem um propósito mobilizador. Prega uma doutrina que é ao mesmo tempo o efeito e a causa de si mesma. E com isto ilude uns quantos incautos.

Durante a campanha, o Pedro prometeu um Plano Estratégico para Pombal, que, segundo ele, iria transformar o concelho num território dinâmico e inovador; a cidade numa smart city futurista; e a vida dos pombalenses no paraíso da felicidade plena. Quando perguntado, na reunião do executivo, se o prometido plano já estava pronto, ou se estava a ser concebido interna ou externamente, gaguejou.

Ficámos agora a saber, num destaque que não está na tal espécie de “entrevista” à revista municipal, que, diz ele, “Quando digo que temos um plano estratégico para a próxima década é um plano de acão, com medidas concretas no concelho, não é um plano bonito mas que nunca sai do papel.”

O Pedro não diz o que sabe (porque não sabe) nem sabe o que diz. No cargo em que está empossado, usa e abusa do termo “estratégia”. Costuma-se dizer, nos meios académicos e da alta governance, que quando um político ou um gestor usa muitas vezes o termo “estratégia” (ou “plano estratégico”) se pode dar como certo que não tem estratégia e provavelmente nem sabe o que é “Estratégia”.

O infeliz destaque confirma três coisas: o Pedro prometeu o que desconhece; a sua equipa nunca será capaz de apresentar uma coisa digna desse nome (Plano Estratégico para Pombal); o Pedro já procura a fuga à promessa.



5 de agosto de 2022

Pombal de realidade alternativa





A 24 de abril a CIM Região de Coimbra promoveu uma caminhada que percorreu,  entre outras zonas, o Vale dos Poios.

Sempre que os nossos pés percorriam territórios geridos pela Câmara Municipal de Soure ou de Condeixa-a-Nova, os nossos sentidos sentiam-se reconfortados e tranquilos pela preparação dos espaços e pela adequação das indicações aos caminhantes. Todavia, a entrada em território do concelho de Pombal era facilmente identificada como se pode comprovar na imagem.

Um dos aspetos marcantes desta caminhada é a possibilidade de contacto direto com a Natureza, sentido os cheiros, escutando a fauna e observando a vida natural que ali prolifera, sem interferências tecnológicas. Nem poderia ser de outro pois pois, em grande parte do percurso, nem existe rede 2G, 3G ou 4G.
Mas eis que, com pompa e circunstância, se anuncia que Pombal é uma cidade 5G (e bem), com destaque para a realidade aumentada da Serra de Sicó. Esta é a imagem de Pombal nestes tempos: tudo é virtual, baseada em realidade aumentada, quiçá, realidade alternativa. Só para quem queira ver, claro.

Luís Gonçalves
professor

4 de agosto de 2022

Altruísmo ou egoísmo?

Nesta madrasta terra, cultiva-se uma espécie de altruísmo, aparentemente alegre e confiante, que justifica todas coisas e fá-las parecer boas porque desperta “belos sentimentos” de compaixão nos sofredores. 

Porque não há actos absolutamente “desinteressados”, a generalidade dos filósofos tem muito pouca estima pela compaixão (uma coisa muito cristã). Na bondade e na compaixão há por vezes uma insolência que parece malícia, no aproveitamento dos sentimentos mais básicos para benefício próprio. 

O apelo sistemático às emoções conduz a um hipersentimentalismo que, no lugar de fortalecer, debilita e deprime. Lá se vai a felicidade.

«Não havia ‘nexexidade’!». 


2 de agosto de 2022

A doutora Catarina em Champigny



 Em junho passado, ficámos a saber da história de um munícipe - por acaso morador de um bairro social da terra - que não sabe ler nem escrever e (des)espera por ajuda burocrática para coisas tão básicas como ajuda das senhoras assistentes sociais da autarquia para tratar das receitas médicas, ou das idas às finanças, etc e tal. Nesse dia, em plena Assembleia Municipal, Pedro Pimpão rasgou as vestes, levantou o plano para a igualdade e quase virou ali o jogo a seu favor, colocando-se ele no papel de vítima, pois como é que alguém ousava pôr em causa o trabalho de tantos doutores naquele documento. Não interessa que não sirva para para nada: está lá. Deu trabalho e emprego a uma catrefada deles. 

Volvido este tempo todo, o vereador Luís Simões perguntou, na última reunião de Câmara, se por acaso já alguém tinha resolvido o problema do senhor. Eis que a vereadora Catarina andou atarefada com a festa da sardinha ali para os lados de Champigny, e perante a resposta que lhe deu, percebe-se que não só não teve tempo de tratar do assunto como não sabe de nada. De que valem pelouros às molhadas, com nomes modernos, desdobrados em coesão e inovação social; integração e inclusão, se depois não resolvemos os problemas básicos às pessoas no dia a dia? 

Nesse meio tempo, entre a reunião da Assembleia Municipal em que o caso foi denunciado [e era obrigação da vereadora do pelouro ter resolvido o caso no dia a seguir, ou pelo menos saber o que se passa] e a festa da diáspora, perdão, de certa emigração em França, que acontece hoje no castelo, a doutora Catarina lá foi à festa da sardinha, não percebemos bem fazer o quê. Pelo vistos ela também não. Aliás, de tão baralhada que estava, até pensou que o doutor Coiso ainda era vereador...como se ouve na sua intervenção, pois refere-se "ao meu colega Micael", por certo intermediário nesta viagem, na festa da Sardinha em Champigny, e no Dia da Diáspora, organizado pela associação Les Amis du Plateau. É uma malta que já teve a sua dose de bairros sociais, por isso agora é justo que se lhe abram as portas do castelo.