Quando o executivo camarário começou, no anterior mandato,
a sobrecarregar com impostos as famílias e as empresas, alertei, aqui, aqui, aqui e
na Assembleia Municipal, para um quadro socioeconómico insustentável: uma
câmara rica num concelho pobre. A realidade impôs-se.
Uma das faces da realidade há muito que é conhecida e
sentida: as famílias e as empresas têm enorme dificuldade em pagar os impostos municipais.
É verdade que a câmara, percebendo-o, foi aliviando a carga. Mas o mal estava
feito.
A outra face da realidade manifesta-se agora em todo o seu
esplendor: gastar, gastar, gastar: 600.000 € por uma quinta (terreno rústico a
12 €/m2), ± 500.000 de
subsídios, compra de terrenos, compra de prédios abandonados, construção de
edifícios públicos de utilidade duvidosa, construção de estádio de futebol junto
a outro praticamente inativo, obras do regime no Cardal e no centro histórico, sarcófago
de S. Sebastião (bem batizado pelo JGF), estradas em granito na aldeia do vale
(aldeia do calcário), …
Uma pergunta se impõe: o povo tem o governo que
merece, ou o governo não merece melhor povo?
Adelino. O povo não se esclarece e na hora de votar . Vota em quem faz a campanha mais ruidosa e com mais comes e bebes.O povo ainda pensa que todo o dinheiro que a Câmara distribui em obras e subsídios é do Orçamento geral do estado e portanto quanto mais se gastar no nosso Concelho melhor. O problema esta mesmo na falta de formação cívica e politica do povo do nosso Concelho. Só assim se compreende o porquê de o autarca mais popular do Distrito de Leiria consegue os resultados que se viram. Narciso Mota sempre teve essa virtude de conseguir falar para o povo e de ter a empatia desse povo. Narciso Mota é mesmo um caso de estudo académico.
ResponderEliminarcoitado do zé que vai pagando para estas estrabagancias !diz-me uma coisa a estatua do DR.ANIBAL PAIVA que estava rodeada de jardim ? agora vao homenagear os calceteiros de Pombal! ou o Narciso com uma estatua em granito !
ResponderEliminarBom dia
ResponderEliminarO Sr. Paiva era o médico dos pobres, ia visitar os seus doentes a cavalo num burro e de graça é esta mensagem que devemos passar às gerações vindouras que a estátua será mais uma menos uma.
so que os erros ambientais , e nao so ,devem ser assumidos.E nao empourrados para a tal geraçao que vem depois , para sofrer com os erros acoumoulados , em que todos vao pagar a fatura
EliminarEsse comentário do "o povo tem o que merece" deve ser tão valioso quanto "os políticos são todos iguais".
ResponderEliminarO povo tem o que tem, dentro disso tem os políticos que tem. É um património do povo, criado pelo próprio povo: o político é uma aceitação por este povo dum preceito filosófico antiquíssimo (o da representatividade), o sistema democrático idem, a figura do líder deste ou doutro tipo é uma emanação cultural localizada no tempo e no espaço sempre advinda do próprio povo, etc. O político eleito é uma projecção do "nós" na cadeira do poder, nele vemos o que somos "quando lá estivéssemos" (perdoem-me a calinada).
Não gostamos do que vemos mas não admitimos o que seríamos, da mesma forma que dizemos o que não queremos mas não dizemos o que queremos (com medo da responsabilidade).
Não se trata de merecer, trata-se de ser. Porque o merecimento funciona num sistema de recompensas que não existe na democracia, não elegemos para sermos recompensados, elegemos para sermos representados na tomada de decisões. A confusão com a recompensa é a confusão com a ideia de que tem que haver sempre um ganho na comunidade, quando o que a evolução do homem mostra que muitas vezes a comunidade tem que ceder um pouco para não perder tudo.
P.S.: Este comentário conta com o perfil da maioria, bem sei que muitos dos que aqui comentam não são assim.