Enquanto a procissão recolhia, ao crepúsculo de domingo (um bocadinho desorganizado, esse momento, este ano...), lá fui entusiasmada visitar a exposição "Há Bodo no Olhar", que ocupa ainda os claustros do edifício da Câmara. Imaginei várias coisas, antes de entrar: uma exposição colectiva de fotografias sobre a Festa, ao longo dos anos; uma mostra do espólio de alguns fotógrafos locais; ou ainda uma coisa parecida com aquela que ocupou a galeria do Teatro-Cine, há alguns anos, resultado do convite feito a vários fotógrafos e jornalistas da região. Depois lembrei-me que ao longo dos anos a Câmara sempre contratou fotógrafos exclusivamente para registar os momentos mais importantes do Bodo, e só esse olhar bastaria para prender os olhares de quem gosta da festa, de quem a vive, ou simplesmente de quem nela participa.
Enganei-me.
Percebi mais tarde que a sensação de enjoo com que saí dos claustros perpassou da exposição para a maioria das pessoas. E essa maioria foi visitá-la com o mesmo entusiasmo com que eu fui: à procura de retalhos da nossa festa, das pessoas que a fazem, todos os anos.
Quem ainda não foi, não perca a oportunidade de constatar como é que se derrete o nosso dinheiro em meia dúzia de painéis de qualidade, com arranjos gráficos cuidados, e cujo conteúdo deveria envergonhar quem o seleccionou. São os convites de inauguração, são os programas de inauguração, são as figuras de proa como Isaltino e Mexia, e é sempre Narciso Mota. Aquilo fez-me lembrar o tempo em que o presidente aqui chegou, no verão de 1993, quando enchia a boca com críticas ferozes o boletim municipal de Armindo Carolino e toda a exposição a que o então chefe do executivo se submetia, nas fotografias. Volvidas duas décadas, está visto que ninguém resiste à tentação da imagem perpetuada.
Falta ali o povo. A gente da festa, que enche o Cardal todos os anos, o Largo do Arnado, o da Biblioteca, o Estádio noutro tempo. E há dezenas de pombalenses com bons registos desses. Bastava lançar o desafio da partilha.
Tenho para mim que aquilo deve ser o livro em ponto grande. O tal livro.
Paula,
ResponderEliminarTambém fui ver a exposição, no Sábado. Uma coisa chocante, ao estilo Kim Jong-un ou Enver Hoxha. É tão exagerada que beneficia unicamente quem a fez e se fez (bem) pagar.
Boas,
AM
Quando vi esta foto fui a correr ... vomitar
ResponderEliminarNesta foto, O Sr. Presidente Narciso estava tão mal acompanhado...Esse Isaltino é o exemplo do Autarca sem escrúpulos e mafioso... tanto que acabou na mesma cadeia que o Vale e Azevedo
ResponderEliminarViva!
EliminarSr. Roque o que sabe sobre o Sr. Isaltino Morais para fazer semelhante afirmação? Foi porque mandou para a Suíssa 5 milhões de euros? Este Sr é um aprendiz de feiticeiro, comparado com os artistas que grassam e vendem o País ao desbarato.
Quantos não defraudaram o Estado Português com transferências duvidosas para as Off shores e continuam a operar livremente?
Tarantola, talvez devêssemos encomendar uma medalha ao senhor, por "mandar para a Suíça" (bonito eufemismo para a nobre arte subtractiva) apenas 5 milhões. Fazendo-o a tão pouco montante, é quase uma virtude!
EliminarOlá!
EliminarCaro SR. Gabriel sou apologista da verdade, não defendo ratos de sacristia, nem medalhas a que, não as merece, punir quem se deve punir!
Apenas não concordei com a adjectivação atribuída pelo Sr. Roque
Olá!
EliminarCaro SR. Gabriel sou apologista da verdade, não defendo ratos de sacristia, nem medalhas a que, não as merece, punir quem se deve punir!
Apenas não concordei com a adjectivação atribuída pelo Sr. Roque
O livro bem que podia ser impresso em rolo de papel de limpar o rabo!
ResponderEliminarEsta fotografia é das que falam (ou gritam) sozinhas. Tudo dito.
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