4 de maio de 2009

Augusto Boal (1931-2009)


Morreu o encenador e dramaturgo brasileiro Augusto Boal. Para além de eminente homem do teatro, fundador de uma das mais importantes correntes estéticas teatrais do século XX - o Teatro do Oprimido - Augusto Boal era um grande pensador.

Homenageado pela UNESCO no Dia Mundial do Teatro deste ano, a sua mensagem revela bem as suas preocupações a a sua conduta.
Foi a primeira vez que um texto das comemorações do Dia Mundial do Teatro, que existe desde 1961, foi lido em língua portuguesa.

O seu legado, hoje mais do que nunca, continua actual assim como actual se mantém a canção-carta "Meu Caro Amigo" que Chico Buarque lhe dedicou em 1976:

"Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta".

15 comentários:

  1. Caro Adérito,

    lembro-me muito bem do período em que A. Boal esteve exilado em Portugal (1976/1978) e da sua colaboração no Grupo " A BARRACA " de Helder Costa e Maria do Céu Guerra. Foi de facto um dos maiores encenadores de teatro de língua portuguesa.E sempre do mesmo lado da barricada. Presto-lhe daqui a minha homenagem

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  2. Meu caro Adérito,

    È sempre bom lembrar as coisas boas por que vamos tendo oportunidade de passar, umas vezes aproveitando, outras nem por isso, muitas vezes por distracção outras tantas por preguiça.
    Na altura que aí frequentei a escola com o amigo Leitão, nós éramos dos que nos interessávamos pelos fenómenos culturais em geral, e pelo teatro em particular. Evidentemente, para quem tinha de contar todos os tostões, como eu ele tínhamos, não era fácil a quem vivia em Vermoil, ter acesso ao Teatro ao vivo, tirando algumas experiências com o TAP.
    Hoje, custa-me que as pessoas, incluindo os mais jovens, mesmo podendo, não aproveitem esse tipo de manifestações, sendo certo que, por exemplo onde eu vivo a autarquia apoia e subsidia os grupos e os espectáculos, mas os auditórios, quase sempre, estão vazios. É muito dinheiro que se gasta sem o devido aproveitamento.
    Já aqui o afirmei, que, por exemplo, as escolas deviam ser os mobilizadoras dos jovens para estas actividades e isso não sucede. Os professores, infelizmente, por culpas próprias e alheias, “proletarizaram-se”, deixando de ser formadores e mestres para os seus alunos. Limitando-se a cumprir horários e reuniões, esquecendo a formação extra-curricular, como antes era seu mister e que julgo devia caber-lhes, não por dever legal, mas deontológico.
    Acrescento, ainda, que o seu post é muito oportuno. O blogue, demonstrando até que ponto ainda somos uns oprimidos, no caso de nós próprios. Parecendo alguns protagonistas que debate para ser vivo e funcionar como "atracção"o debate tem de funcionar como o “Teatro da Crueldade” com a degradação e o martírio a acontecerem e a serem expostos ao público. Porém, isso não tem, nem deve acontecer! Devido às questões mais “comezinhas” da política local, anda tudo muito em brasa, a precisar de pausa e de arrefecimento. Que é o que espero venha a acontecer com o seu post.

    Um abraço

    J.F.

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  3. Correcção e aditamento,
    ,
    (…) O blogue, nestes últimos dias, vem demonstrando até que ponto ainda somos uns oprimidos, no caso de nós próprios. Parecendo a alguns protagonistas que o debate para ser vivo tem de fazer sangue ou choro e funcionar como o “Teatro da Crueldade” com a degradação e o martírio dos próprios protagonistas a acontecerem e a serem expostos ao público.(…)

    Esquecia-me de referir que o “Teatro do Oprimido” vivia da participação e intervenção do próprio público e da comunhão com autores, actores, e outros protagonistas,num processo de aprendizagem recíproca.
    Era um teatro libertador, começando por combater as nossas opressões interiores, para depois nos mobilizar para libertação colectiva por um processo dialéctico e comunicacional.
    Era, por isso, um teatro, relativamente acessível e compreensível ao homem comum e sem especiais conhecimentos e habilitações. Dramatizavam-se, muito, as experiências da vida e os mitos colectivos de sempre, para mobilizar e ajudar à compreensão e à formação de todos.

    Desculpem

    Um abraço

    J.F.

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  4. fernando daniel carolino4 de maio de 2009 às 18:12

    Caro Amigo Adérito,
    Com o devido respeito quero também aqui recordar alguém que não sendo um Augusto Boal, será sempre um "plantador de sonhos" do imaginário infantil de muitos de nós que agora estamos quarentões.
    Com a devida vénia aqui vai:
    Lisboa, 04 Mai (Lusa) - Vasco Granja ficou conhecido pelo programa televisivo que juntava o melhor de dois mundos da animação, da Disney e da produção independente da Europa, mas o amor pela BD e pelo cinema surgiu-lhe na infância.
    Iniciando as emissões com um saudoso "Olá amiguinhos", Vasco Granja gravou cerca de mil programas entre 1974 e 1990, onde apresentou personagens como Bugs Bunny e a Pantera Cor-de-Rosa, mas também a animação que havia para lá das portas do castelo de Walt Disney. A maioria destes programas, intitulados "Cinema de Animação, terá sido apagada dos arquivops da televisão pública.
    Através do programa, o público juvenil, agora adulto, tinha oportunidade de ver, por vezes sem compreender, histórias de bonecos de plasticina, sombras chinesas ou com ursos de peluche animados.
    A televisão deu-lhe um maior reconhecimento público mas o interesse pelas "histórias aos quadradinhos" surgiu muito tempo antes, quando Vasco Granja lia as revistas "O Mosquito" e "Tic-Tac" e passava horas nos cineclubes.
    Autodidacta e curioso, Vasco Granja passou a frequentar os festivais de BD no estrangeiro e organizou ciclos de cinema de animação, dois dos quais para os detidos na Cadeia do Linhó.
    Integrou por duas vezes o júri do festival de Angôuleme, em França, e em 1960 participou no primeiro Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy.
    "Cinéfilo impenitente" e militante do Partido Comunista, Vasco Granja foi detido duas vezes pela PIDE por organizar sessões de cinema, muitas delas com filmes que ia buscar por conta própria às embaixadas em Lisboa.
    Teve vários empregos que alimentavam o vício da banda desenhada, numa casa de fotografia, numa tabacaria ou Armazéns do Chiado e, finalmente, na livraria Bertrand, onde permaneceu quase trinta anos e dirigiu a revista "Tintin".
    É a Vasco Granja que se deve a publicação de "Corto Maltese", de Hugo Pratt pela Bertrand.
    Vasco Granja foi ainda determinante no arranque do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, que o homenageou com um troféu de honra em 1996.
    Vasco Granja, que durante muitos anos ficou conhecido como "o pai da pantera cor-de-rosa", nasceu a 10 de Julho de 1925, em Campo de Ourique, lisboa, fez apenas o ensino primário, casou e teve uma filha.
    Dizia que o seu herói era o Bugs Bunny.

    SS.

    Fonte: Agência LUSA

    As minhas homenagens e agradecientos a este Homem que me fez criar o gosto pelos desenhos animados de todos os tempos e feitios - Americanos e tchecos...

    Fernando Daniel Carolino

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  5. Caro J.F, tenha paciência mas dei para esse peditório. Estes temas são interessantes mas de barriga vazia não e sobre opressão também não. O que se torna necessário é uma discussão viva e acesa sobre os problemas que preocupa as pessoas no seu dia a dia. Vamos pombalenses discutam com energia e vivacidade, é isso que é necessário!

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  6. Meu caro F. D. Carolino e anónimo,

    Obrigado por lembrar também essa figura e esse Democrata valente que era o Vasco Granja. Lembro-me dele, ainda do tempo da televisão preto e branco, que só se podia ver no café, pois os nossos pais não tinham dinheiro para mais.
    Meu caro anónimo, se quiser ir um pouco mais além, verá que me dá razão.
    Em Pombal, felizmente, tirando pequenas franjas da população, não haverá fome!?... De mais cultura, sim! Como, aliás, por todo o país.
    Opressões, hoje, felizmente, são mais as do nosso interior, do nosso egoísmo, e da nossa falta de frontalidade ( Ex.: sem ofensa, o anonimato) do que as opressões institucionais ou institucionalizadas.
    Fica o senhor, se não sabe, a saber, que o movimento dito de "Teatro do Oprimido" de Augusto Boal, se fez, e se inspirou, em grande parte junto de pessoas pobres e realmente esfomeadas no sentido literal do termo (“Favelados”, “Sem Terra”), a quem se procurou dar os mais elementares rudimentos de cultura para, eles próprios, poderem discutir vivamente os seus problemas e encontrar, dessa forma, as suas próprias soluções. Fazendo com que essas pessoas alienadas e desprovidas de tudo se sentissem Gente, lutarem e se libertarem de todo o tipo de opressões e violências. Fazendo com que eles próprios descobrissem o seu próprio caminho e encontrassem o seu destino individual e colectivo. Os princípios desse teatro ainda hoje são usados em escolas e igrejas de todo o mundo, sobretudo as que lidam directamente com a maior miséria e o analfabetismo.
    As considerações que fiz a respeito nada vão contra a sua pretensão. Pelo contrário. Concordará pois, que, como o Senhor., também quero que os Pombalense discutam com vivacidade todos os assuntos que lhes digam respeito e os interessem. Por isso, venho aqui e dou as minhas informações e pontos de vista. Agora, parece-me que ao debate vivo importa, no mínimo, o seguinte:
    - LEALDADE;
    - FRONTALIDADE;
    - RESPEITO PELO ADEVERSÁRIO;
    - CONFRONTO DE IDEIAS, NÃO DE PESSOAS.
    Ora, a meu ver, no blogue, por exemplo no post “Fait Diver” e noutros, estava-se a entrar pele caminho dos ataques pessoais que envergonham, a todos. Sem moralidades, para mim, que estou longe não conheço os assuntos nem as pessoas envolvidas, estavam a ser feitos comentarios e tratados assuntos desprovidos de sentido, e a resolver pelos envolvidos em privado.
    Se comungar deste espírito, venham lá os debates interessantes e vivos. É disso que eu gosto! se puder, e souber, darei uma achega.

    Bem hajam todos,

    Um grande abraço.

    J.F.

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  7. Quere o senhor J.F dizer!?, digam e falem tudo desde que não ponham em causa o poder instituido?. NAAAAAAAAOOOOOOOOO! isso NAO!!!!

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  8. Oh Anónimo,

    Farpear, o poder instituído, sempre!... Farpear as mentalidades e moralidades instituídas, sempre!...Farpear o politicamente correcto, sempre!...Sempreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
    Aliás, julgo ser essa a filosofia ou linha editorial da casa.
    Atacar e ofender pessoas a coberto do anonimato é que não! Não, porque é cobardia!... Não, porque é desleal! E, não por muitos outros motivos!...Nessas situações é preciso adiantar factos para facultar defesa e dar a cara para se conhecer ou se correr o risco levar uns estalos.
    No mais, sou alérgico a moralismos convenientes e a censuras de oportunidade!... Como já o demonstrei em outra ocasião.
    Os anónimos, a meu ver, nestas circunstâncias, têm de ser exigentes consigo mesmos, pois sabem ter uma protecção e uma vantagem que os que dão a cara não têm, usando assim, de armas desiguais. Por isso, exige-se-lhes mais “honor” e parcimónia nas contendas. No fundo, sou contra os Dantas, os Eusébiosinhos, os Palma Cavalão e contra outras criaturas similares que povoam este mundo.

    Um grande abraço
    J.F.

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  9. Sr. Jorge ( para mim anonimo pois por este nome conheço centenas), pode identificar-se de forma a podermos saber que realmente é?. Se não o fizer não passa por ser um dos milhares ou milhoes de Jorge(s) que povoam o nosso portugal!. Diga quem realmente é e depois fale e critique, ...estamos entendidos!!!!

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  10. Já agora, caro anonimo J.F, alguem aqui ofendeu ou insultou alguem?. É só conversa fiada da sua parte. fale nos problemas da sua terra!. Não precisamos de falsos moralismos, já temos na camara que chegue!. Obrigado, o concelho agradece.

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  11. JORZE, dá-lhes na cabeçorra! Estes gajos não sabem o que é a vida ( do antigamente ). VAI-TE A ELES!!!!!

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  12. Ó anónimo das 23.44, então não insultou ? O Malho insultou o Luís Costa, este insultou o Malho. Acho bem. Só assim é que democracia. Mai nada !!!!

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  13. O sujeito do comentário das 23.19 pretende conhecer a "facies" ( acho eu ) daquele Jorge. Para quê?
    Acho que deve ser, para saber se é giro: É giro e um gigante.

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  14. E o anonimo das 23.58 deve de pegar de marcha a tráz.

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  15. Meus caros anónimos,

    Tirando o São Jorge - santo protector das bestas e outras criaturas de Deus que, antigamente, se deslocavam à Capela da Ranha de São João para a procissão e benzedura - devo ser o Jorge mais conhecido do mundo, do blogue, claro.
    Conversa fiada não! Tanto que não, que os senhores anónimos se amofinaram e retribuiram. Se acharem pouco, aceitam-se comendas e louvores. Saberei estornar e agradecer, o que, desde já aqui faço. Muito grato!... Muito obrigado!
    Para não haver dúvidas aqui vai o número do meu B.I. que é o 4365919, pessoal e intransmissível.

    Tratem do post e não de mim, que não mereço tanta honra!

    J.F.

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