16 de setembro de 2011

Saltar a tampa

Dificilmente se repetirão em Portugal situações exactamente iguais às da Grécia. Basta analisar um bocado a História de ambos os países e perceber que há diferenças culturais e de expectativas políticas que permitem umas coisas num sítio e tornam menos prováveis noutro. Mas isso não quer dizer que Portugal esteja imune a convulsão social e a protestos mais exaltados. Mas aposto que, para além do umbigo centralista lisboeta, muitos dos problemas se localizarão fora da capital. Começarão, a fazer fé nas palavras de Miguel Relvas, que o Gabriel lembrouquando a "rede" autárquica começar a ser desmantelada e os que se calam em público porque devem algo ou temem algo, se lembrarem de que, afinal, a opinião deles conta. Mas pior será quando as freguesias forem mexidas e reorganizadas. Aí, até pelas amostras recentes em Pombal, pode-se temer que as reacções serão demasiado visíveis. Com inevitáveis consequências para 2013, claro.

8 comentários:

  1. Dr Joao Alvim
    ...2013 !!
    Não guarde rancores de 2009!

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  2. Meu caro/cara

    Agradeço a sua preocupação, mas asseguro-lhe que não há motivos para tal.

    Posso ter boa memória, mas não sou de rancores, como saberá se me conhecer. E se não me conhecer, fica a saber (e por favor deixe cair o Dr). E muito menos ainda no que toca a respeitar a vontade dos eleitores.

    Mas seguramente que concordará que qualquer mudança de mapas/reorganização poderá ser uma bomba para algumas aspirações politicas. É que assim é difícil dizer que sim a tudo.

    O meu post não visa mais que sublinhar isso.

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  3. "2013 - o ano de mudança" - bem poderá ser o paradigma da reformulação do mapa concelhio. Estou muito à vontade neste assunto pois já o defendi e sugeri à discussão.
    Pombal podia ser um concelho de charneira nesse ponto em particular, seja isso o que for entendido.
    Proponho três grandes zonas, OESTE, SERRA e INTERIOR.

    OESTE - Carriço, Guia, Louriçal, Ilha, Mata Mourisca e Almagreira.

    SERRA - Abiul, Vila Cã, Redinha e Pelariga.

    INTERIOR - Albergaria dos Doze, Santiago de Litém, S. Simão de Litém, Vermoil, Meirinhas e Carnide.

    Das originais dezassete freguesias teriamos agora três grandes zonas e com estruturas lestas em cada uma delas.
    E Pombal? Bem,questiono mesmo, será necessário uma freguesia com toda a sua estrutura e despesas num local onde a Câmara está instalada? Fica a grosso modo e por assim dizer, tudo na sede concelho entregue à Câmara. Assim como assim, já quase que é assim que se faz.Pontualmente uma ou outra coisa mas muito pouco.

    Já estou mesmo a ver e a vislumbrar as confusões que podem estar estabelecidas mas como a pratica nos tem mostrado, o povo primeiro estranha mas depois entranha e, daqui a nada já ninguém se lembra.
    O beneficio/custo de um tal plano em médio/longo prazo, para o concelho, será certamente muito proveitoso e no aproveitar dos recursos, na força de reivindicação, no desenvolvimento local economico é que vai estar o ganho.
    Tema para as discussões? Certamente, e eu estou disponivel a tal, desde que seriamente e honestamente, com argumentos e opiniões validas.
    Com esta proposta não estou com isso a desvalorizar o trabalho dos autarcas locais dos ultimos 35 anos, procuro é evolução no sistema de governação local em prol de todos os fregueses, quer seja economico, social e cultural.
    Se defendo esta minha ideia? Com unhas e dentes até que me provem que assim como apresento a ideia, é mais caro, menos exequivel e pior para a população em geral do que o actual sistema.

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  4. Carolino

    Bem metida a discussão. No que toca à "minha" freguesia, atento facto de ser membro da Assembleia de Freguesia terei uma opinião "suspeita". Mas uma opinião.

    Não o escondi, nem escondo, que uma Junta, e em especial esta, pode ser mais. Temos, por isso, poder e oposição, uma visão estrutural diferente que convergindo no reconhecimento do papel das competências delegadas, diverge depois quanto ao que a Junta pode e deve ser.

    Mas como é óbvio, os eleitores optaram por uma visão que não é a da minha equipa, pelo que me cabe representar e tentar aquilo que o nosso eleitorado quis que fizéssemos. Admito, contudo que numa reorganização todas as condicionantes mudem, seja para freguesias muito pequenas, seja para freguesias que albergam a sede de Concelho.
    Aguardo por isso, para saber qual a ideia do Governo.

    Mas se ela passar por racionalização de estruturas, admito que uma Junta, se se quiser viabilizar à luz da população tem que mostrar que é parte da procura da solução (repara que já coloco a palavra procura) e que não faz aquilo que outros, não delegando ou reestruturando serviços, podem fazer.

    Por outro lado, há estruturas que foram sendo construídas (obviamente para justificar serviços) e que depois, num cenário minimalista terão que ser aproveitadas.

    No fundo, sendo prematura uma discussão profunda até por falta de enquadramento legal, não vejo porque não se há-de discutir os princípios. E mantenho que isto, mais do que qualquer outra coisa (até na linha do que Manuel Vilaverde Cabral defendia a semana passada), pode ser a ignição para discussões bem complicadas. E falando apenas de questões territoriais. Veja-se o que já se passou com Carnide, por exemplo.

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  5. Bom dia
    Caríssimos;
    Quando se questiona a existência da Junta de Freguesia de Pombal estão a esquecer que os fregueses da junta também as populações das aldeias que circundam a cidade de Pombal.
    O mapa desenhado pelo Sr. Carolino pode ser um ponto de partida mas, em meu entender carece de alguns ajustes:

    SERRA - Redinha, Abiul, Vila Cã e Pelariga
    OESTE - Carnide, Ilha, Mata Mourisca e Guia
    LITORAL - Alamgreira, Louriçal e Carriço ( atendendo à área e população de Almagreira e Louriçal)
    INTERIOR Albergaria, S. Simão, Santiago Vermoil e Meirinhas

    Esta seria outro outra base de discussão.

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  6. Socialmente seria um erro colosal, juntar a Guia ao Louriçal. Louriçal esteve sempre muito mais ligado á Almagreira e ao Carriço ( Concelho de Pombal) e á Borda do Campo ( Concelho da Figueira)

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  7. "Amigos e companheiros, boa tarde.
    Sabem a minha posição relativamente a este assunto.
    É fazer o percurso ao contrário.
    S. Simão de Litém saiu de Santiago de Litém.
    Albergaria saiu de S. Simão.
    Quando isso aconteceu, em 1923, para ir a S. Simão era necessário meio dia para percorrer os quatro ou cinco quilómetros.
    Hoje são cinco minutos, de carro.
    O nosso companheiro Fernando Carolino está inquinado com o ar condicionado dos Gabinetes do Terreiro do Paço quando faz a proposta que faz.
    Esqueceu-se de um dado fundamental que é a componente cultural.
    Estas três freguesias têm uma identidade cultural, comungam os mesmos valores, frequentam as mesmas igrejas, apesar de pertencerem a Dioceses diferentes, frequentam os mesmos cafés e as mesmas associações onde convivem.
    Isto confere-lhes uma força de coesão cultural.
    Não foi por acaso que foi constituída a Associação de Freguesias Alitém.
    Agora, num futuro próximo, será a Freguesia de Alitém.
    Abraço.
    Rodrigues Marques"

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  8. Meu caro Eng. Rodrigues Marques (ERM),
    Não não me esqueci da componente cultural e da identidade de cada freguesia, nem dos lugares que a compoem. Mas bem vistas as coisas o que eu proponho é uma discussão franca e aberta para procurar uma solução piloto como aquela que há em Lisboa. Jamais na minha ideia colocar ou impor limites e marcações nas freguesias existentes. Alias se se chegar à conclusão que nada disto é viavel... que seja. Por consequencia e na leitura de outros comentários aqui colocados se calhar a proposta do DBOSS é muito mais viavel e exequivel que aquela que aqui coloquei em analise. Covenhamos que se cada qual se mantiver na sua não saimos da cepa torta. Abiul não se dá com Vila Cã, os Ramalhaus querem ser freguesia, o Louriçal quer a "independência", a Redinha vai para Soure, Carnide e Ilha iniciam uma "guerra marcal" e assim sucessivamente até nada restar. Pois não será isto que se procura. Procuramos é consenso e bom senso na discussão franca e leal. Se há necessidade de ir até ao histórico de cada freguesia que seja mas com parcimonia e visão de futuro alicercado no presente e nas mais valias apresentadas. Exemplo? A Guia, Mata Mourisca e Ilha. A primeira e ultima "filhas" da do meio e hoje quem é que mais representa uma evolução e uma mais valia para o concelho? Talvez por aqui se vá lá, não sei. Mas os critérios devem ser ajustados às realidades e mais convertidos às necessidades da autarquia maior - Pombal - em relação ao "natural" funcionamento orçamental do país. Sim eu sei que o PS é responsabilizado por tal que o PSDe o CDS andam a tentar salvar a Patria, enfim tudo aquilo que se queira dizer e passar mensagem, contudo neste momento para mim é a alegoria do "leite derramado", aquee que caiu no chão ardeu, resta o que está no vaso e esse tem de ser aproveitado. Se o ar condicionado dos gabinetes do Terreiro do Paço inquinou o pensamento de alguém, não foi o meu certamente. Continuo muito lucido e transparente com a convicção de quer o melhor para o meu concelho, distrito e país. Se o entendimento é diferente? Peço desculpa por estar a equivocar gentes.
    Vai por si ERM,

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