23 de dezembro de 2010

Leis e salsichas

O CDS anunciou, após a eleição dos seus órgãos concelhios, que está disposto a ser “uma oposição construtiva”. Esperemos que o mote não tenha sido dado pela oferta natalícia do pinheiro. Por muito bem intencionada que tenha sido a iniciativa, do que menos precisamos em Pombal é de aspirantes a Valentim Loureiro.


Segundo uma afirmação atribuída a Otto von Bismark, responsável pela unificação alemã no século XIX, o respeito que temos pelas leis e pelas salsichas é inversamente proporcional ao conhecimento que temos da forma como são feitas. Depois de 20 anos de PSD, já perdemos todo o respeito pela Lei da Laranja. Estou convencido que, com este CDS, vamos deixar de comer salsichas.

7 comentários:

  1. É precisamente a essa a máxima que vinga numa sociedade em que o máximo denominador comum da vida política passou a ser entretecido nos bastidores através da intriga, da calhandrice e da má -língua. Se olhar-mos bem, em geral, aqueles que chegam, ou almejam chegar aos lugares de destaque na política, procuram ter perfis discretos, dificilmente tomam posição pública sobre assuntos controversos, manobrando na sombra para chegar aos seus objectivos. Quando muito, fazem como o Cavaco que foge a tomar uma posição clara seja sobre o que for, ou Manuel Alegre, que se serve da retórica anti-fascista para iludir os problemas verdadeiramente importantes, que são os que dizem respeito ao nosso futuro.

    Ou seja, os políticos fogem à clareza e ao confronto público das suas posições, quer por temerem revelar algumas fragilidades, quer porque o conhecimento das mesmas poderia dar o mesmo resultado que dá em relação ao processo de fabrico das salsichas.
    A genialidade do Bismarck – um dos pais do Estado Social - a este respeito era tanta, que a mesma máxima também se aplica à realidade inversa. Mesmo com segredos, o que se vai sabendo dos bastidores da política, cada vez nos demonstra mais, a venalidade, falta de qualidade intelectual e, até ética, dos agentes políticos, diplomáticos, etc., tornando-se uma realidade que quanto mais conhecemos deles, menos respeito lhes podemos ter. E isso, não augura nada de bom!

    Por isso, a sua dificuldade dos políticos em lidarem com o debate e com a transparência na vida pública, e, daí, que nos defrontemos, cada vez mais vezes, com a dificuldade em aceder aos mecanismos da decisão política e administrativa e à sua documentação. Ainda não chegámos à situação Moçambicana em que foi decretada a obrigação de sigilo para os funcionários públicos, mas lá chegaremos(?).

    Boas-festas!

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  2. O populismo pode (e talvez esteja) deteriorar fatalmente a democracia. Para tudo é preciso medida: noutro post, defendo uma "linguagem mais directa com o povo", mas como é evidente, não pretendo defender posturas puramente populistas. Vejamos se me explico melhor: um partido não pode ser uma realidade fechada, hermeneuta, ciente da sua "verdade e pureza ideológica" como garante da sua vitalidade. Esse foi (e continua a ser), por exemplo, o erro do PCP, e a razão de ter sido ultrapassado, em número de deputados, pelo BE (esse sim, um verdadeiro fenómeno de moda, com laivos de populismo). Por outro lado, o discurso, embora cativante, tem que ter seriedade intelectual, e consubstanciar-se em medidas e posturas condizentes com o "estrato" da acção política.
    Na situação actual... enfim... para quê tentar endireitar a sombra, se a vara está torta? Com maus politicos, dificilmente teremos uma boa acção política. E aí, concordo integralmente com o que o Jorge disse anteriormente. E com o post do Adérito. E com a frase do Bismark, não obstante eu ser um verdadeiro apreciador de salsichas (espero não ser mal interpretado).

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  3. Amigo e companheiro Adérito Araújo, boa tarde.
    Antes de mais… Um Bom Natal, para ti e para os teus.
    Afirmas:
    “- Depois de 20 anos de PSD, já perdemos todo o respeito pela Lei da Laranja.”
    Se bem entendo, aceito que tenhas perdido o respeito, mas está patente na tua escrita que reconheces o mérito do trabalho realizado nos mandatos do Engº Narciso Mota.
    E foram-no um pouco por todas as Freguesias e não só na cidade.
    Vê só que a bandeira que os nossos socialistas não quiseram agarrar - saneamento básico - vai ter uma cobertura invejada pelos restantes concelhos nossos vizinhos.
    Pergunta-se o que falta fazer ao Engº Narciso Mota?
    Rasgar! Diria eu.
    Mas o rasgar tem que ter o apoio do poder central.
    Desde 1989 que está em cima da mesa o rasgar da zona Oeste do nosso concelho com novas e melhores acessibilidades rodoviárias.
    Hoje estão em fase de conclusão.
    Falta rasgar a cidade com a sua cintura externa. Mas lá chegaremos.
    E chegaremos contra a vontade e o empenho dos nossos ilustres socialistas de Pombal.
    Falta rasgar a parte Sul do nosso concelho.
    Mas lá chegaremos mesmo sem o empenho dos nossos autarcas socialistas.
    O saudoso Comendador Menezes Falcão, enquanto Presidente da Câmara, levou a electricidade a quase todas as casas.
    Rasgou a então Vila de Pombal para o lado da Serra. Hospital, Bombeiros, Escola Comercial e Industrial.
    Teve apoios locais? Teve. O saudoso Comendador Manuel da Mota, foi um dos grandes empreendedores que esteve ao seu lado.
    O saudoso Dr. Luís Torres, enquanto Presidente da Comissão Administrativa, segurou as pontas mesmo com o contra vapor do saudoso Manuel Pimentel.
    O saudoso Engº Joaquim de Almeida, enquanto Presidente da Câmara, desencadeou o processo de ir buscar água ao Ourão para abastecer a cidade, ligou as Freguesias por estradas e dotou a Câmara com um bom parque de máquinas.
    O saudoso Engº Guilherme Santos, enquanto Presidente da Câmara, fez obra polémica e que ainda tem algumas feridas abertas. Centro de Saúde, APEPI, passagem inferior à Linha do Norte no Largo do Cardal.
    O Dr. Armindo Carolino, enquanto Presidente da Câmara, geriu a crise.
    O Engº Narciso Mota, enquanto Presidente da Câmara, fez tudo o que havia para fazer.
    O próximo Presidente da Câmara terá condições para passar a outro patamar.
    Agora se o CDS pretende ajudar nestes desideratos, por omissão do PS, dará uma grande ajuda.
    Ficaremos expectantes.
    Abraço.

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  4. Boa dia!
    Marques não podemos esquecer que o Sr. Engº Joaquim de Almeida desventrou a cidade toda, naquela época vila, para fazer canalização nova para a água e esgotos, saneamento básico. Como as obras atrasaram, o dito saneamento não foi acabado antes das eleições, razão pela qual o Sr, Engº perdeu as eleições por 160 votos para o Sr. Engº Guilherme Santos

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  5. Tal como o Eng. Guilherme Santos hipotecou o espaço público, com as obras citadas, às gerações vindouras, também o Eng. Narciso Mota ficará na História por erros crassos que hipotecaram, não tanto o espaço físico, mas o espaço Histórico e de Património Natural do concelho de Pombal. A maior parte das suas intervenções no solo da cidade são irreversíveis e isso, os cultores da História Local não poderão perdoar-lhe nunca.

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  6. Queria lembrar ao amigo DBOSS que o seu elogiado Eng. Joaquim de Almeida (sempre os engenheiros) desventrou sim, urbanisticamente a cidade, com aqueles dois mamarrachos de oito andares. Creio que nem os bombeiros têm carros de escadas que alcancem acima do quarto piso, nem os prédios têm escadas de salvação de incêndios exteriores, etc., que eu nunca soube bem como é que a Protecção Civil na nossa terra funciona em termos de eficácia preventiva...
    Mas as cheias de 2006 revelaram bastante incúria.

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  7. Boa noite!
    Caro amigo professor só não erra quem não trabalha, nunca fui grande admirador do Sr. Engº Joaquim de Almeida, pessoa com quem tive desconversas sérias e com muito respeito mas, o seu a seu dono!

    Ele governou a Câmara em tempo de vacas magras, não havia dinheiro comunitário!
    Um abraço

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