22 de julho de 2025

O voo (solitário) do Pimpão




Ia dizer aqui que Pedro Pimpão deu anteontem o pontapé de saída para a campanha eleitoral das autárquicas 2025, mas não é verdade: nem ele deu pontapé nenhum, porque apenas materializou o estado de levitação em que vive (desde sempre), nem a campanha começou agora. 

Nestas eleições, o camião da vitória que o PSD popularizou com Narciso Mota foi destronado pela avioneta. Pimpão levantou voo. Convidou o concelho inteiro para embarcar com ele, mas uns tiveram de abandonar, outros parecem ter uma consulta às 5. Muitos tinham a expectativa de ver apresentada a lista de vereadores que o vai acompanhar, porque adivinha-se uma razia: o único vereador que ele queria manter, o arquitecto Pedro Navega (que salvou a honra do convento tantas vezes, neste mandato) quer outros voos, regressando à vida profissional. 

O Pedro percebeu (!) que com esta equipa não vai a lado nenhum, e quer substituir cada uma das três vereadoras. Ainda não decidiu qual delas vai encaixar na PMU, na dúvida entre Isabel Marto ou Catarina Silva. Sendo assim, estão abertas pelo menos três vagas de emprego para o próximo quadriénio, fora os apêndices, vulgo adjuntos/as ou secretários/as. 

Porém, o que resta do partido não acha muita graça a essa secção de recursos humanos com ligação directa entre a rua Luís Torres e o Largo do Cardal. Um hábito interrompido ao tempo de Diogo Mateus e que o Pedro retomou, a todo o gás. Há desconforto instalado com tamanho à-vontadinha.

Mas voltemos então ao domingo passado, ao jardim das Tílias, à apresentação onde era suposto o povo conhecer a lista à Câmara, e os candidatos às juntas. Da primeira nem sinais, dos segundos…nem todos apareceram. De resto, aconteceu o mesmo com o mandatário, Luís Marques, e com o presidente da Comissão de Honra (que bela maneira de arranjar uma guia de marcha para um presidente da AM incómodo), Paulo Mota Pinto.

Como Pimpão continua a viver nas nuvens, talvez acredite mesmo que os últimos quatro anos foram notáveis e extraordinários. Para quem vive na terra, sabemos que foram quatro anos a fazer de conta que evoluímos e desenvolvemos. 

O Parque Verde? Não temos. Embandeirar em arco por ter "desbloqueado o processo"? Menos, Pedro.

A mobilidade? Era com as bicicletas, que não promoveu, e se tornaram um flop. 

O CIMU Sicó? Há-de tornar-se, um dia, o centro natural das obras que ninguém sabe para que servem mas onde enterramos milhões. 

Mas calma, que vamos ter uma residência para estudantes. Estudantes de quê? E onde? Lá estão vocês com perguntas chatas. “Se faz é porque faz, se não faz é porque não faz”. 

E sim, o Pedro cumpriu o desígnio de sermos uma smart city: já não precisamos de semáforos, o comércio vai encolhendo para a avenida, voltámos a ter os táxis no Cardal…com jeitinho ainda voltamos a ser vila. 

Por agora Pombal voa mais alto. O problema vai ser quando aterrar.


Sem comentários:

Enviar um comentário

O comentário que vai submeter será moderado (rejeitado ou aceite na integra), tão breve quanto possível, por um dos administradores.
Se o comentário não abordar a temática do post ou o fizer de forma injuriosa ou difamatória não será publicado. Neste caso, aconselhamo-lo a corrigir o conteúdo ou a linguagem.
Bons comentários.