11 de outubro de 2012

Quem tem medo de Diogo Mateus?

Quem acompanha de perto o percurso de Narciso Mota na política - que é o mesmo que dizer na Câmara de Pombal - sabe que Diogo Mateus sempre foi o seu calcanhar de Aquiles. Em 2002 (o ano das eleições mais aguerridas de todo o seu reinado) empurrou-o mesmo borda fora. Mas o tiro haveria de lhe sair pela culatra, já que o vereador avançou para uma candidatura à Junta de Freguesia de Pombal, que ganhou, provando-lhe que a monarquia também ensina a travar duelos. E então, quatro anos mais tarde, o presidente  haveria de ver-se "obrigado" a aceitar-lhe o regresso, por pressão da própria comissão política e de alguns notáveis - no tempo em que os havia e ainda estavam para se chatear com isto.
Nos últimos tempos tem sido o que se sabe: Narciso vai embora daqui a um ano, e tudo fará para evitar que Diogo Mateus lhe suceda. Se dúvidas restassem, a entrevista que dá esta semana ao Jornal de Leiria vem dissipá-las. Mas afinal, de que tem medo o engenheiro?


Diogo Mateus é quem se perfila para seu sucessor ou poderá apostar-se num candidato mais jovem?
Fala-se em muita gente, porque muitos gostavam de ser presidente de câmara. Para presidente da junta é que, se calhar, qualquer dia não temos candidatos à altura. Já temos de pressionar e convencer homens e mulheres para se disponibilizarem. Os presidentes de junta são aqueles que estão mais próximos dos munícipes e não são compensados financeiramente pelo esforço que fazem no dia-a-dia. Gostaria que fosse um candidato com experiência de vida, que não fosse muito partidário – em termos de convicção política –, que fosse um homem que procurasse fazer melhor e me desse a garantia que o destino deste concelho estará salvaguardado, sem ceder a clientelas nem fizesse elefantes brancos só para ganhar eleições de quatro em quatro anos.
Vê alguém com esse perfil?
Vejo, mas não quero tornar público. Quero que a comissão política do meu partido saiba seleccionar três pessoas e que faça uma sondagem para ver qual é a melhor solução. Aquela que o povo mais considera para ser eleita democraticamente e para seguir a minha gestão social democrata, que considero das melhores, imodéstia à parte.
A Câmara de Pombal é das poucas que apresenta uma situação financeira confortável. Considera--se um bom gestor?
Considero-me um médio gestor, mas um gestor responsável que não tira partido das funções que desempenha. Tenho tudo centralizado e nada é adquirido sem preço de comparação, nomeadamente em valores superiores a 500 euros. A situação financeira da câmara é de tal modo positiva que até permitiu um roubo. A nossa gestão está devidamente estruturada, foi certificada e não foi preciso alienar património ou privatizar qualquer tipo de serviço. Não tenho elefantes brancos: não fizemos nenhuma escola, centro de dia, piscina ou lar sem necessidade.
excerto da entrevista, que pode ser lida aqui. Cheia de pérolas. http://www.jornaldeleiria.pt/portal/index.php?id=8175

2 comentários:

  1. A grande questão é que Diogo Mateus nunca conseguiu ser o YES MAN , que Narciso pretendia, por isso ao longo de todos estes anos foi engolindo sapo atraz de sapo, Temos de admitir que é preciso estômago para isso. Narciso Mota teve que aguentar este Vereador algo incomodo pois ao voltar a afasta-lo poderia colocar o partido contra si,logo teve tambem de engolir o sapo vivo... Em 2013 vamos la a ver que sapo é que temos de engolir...

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  2. Como diz o Roque, não é medo, é orgulho ferido. Eu é que tenho medo, do que aí vem se não for o Diogo.

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