8 de abril de 2016

Sai um Panteão

Os deputados da região têm andado numa azáfama mediática. Na última semana o Pedro sobressaiu com um bom número: conceder ao Mosteiro da Batalha o estatuto de Panteão Nacional. Desta vez, sejamos justos, o nosso deputado foi imaginativo - já estávamos fartos da lengalenga à volta do Aeroporto de Monte-Real e da transformação do IPL em Universidade. Poucos se lembrariam de utilizar o mosteiro para sepultar os famosos cá da terra - Narciso Mota, Lemos Proença, Fernando Costa, por exemplo - mas o Pedro tem este feeling político, adquirido no prolongado estágio na Jota, que lhe permite ver em antecipação aquilo que os outros não enxergam. Hoje, a política faz-se destes números que não requerem grande elaboração ou fundamentação, mas têm uma enorme capacidade de atrair “likes” e daí saltarem rapidamente para as páginas dos jornais e os noticiários das rádios e televisões.
Há muito tempo que a acção política abandonou o terreno do concreto, a busca do “bem comum”, a racionalização das relações sociais, para se centrar no fantasioso, no virtual, no efémero, no megalómano ou até no bizarro. Neste terreno, a aptidão do político consiste em saber quais são as paixões que podem ser despertadas com mais facilidade e que mais benefício mediático pode trazer, no imediato, ao mentor.
A coisa vai avançar? Claro que não. Mas isso pouco importa. O número está feito e capitalizado. Se avançasse, lá teriam as nossas criancinhas de fazer visitas de estudo ao mosteiro para conhecer os grandiosos cá da terra.

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