8 de janeiro de 2021

Abre o jogo, Pedro.

De hoje a oito dias o PSD de Pombal reúne em plenário de militantes. É nesse dia que a concelhia designa o candidato à Câmara para as autárquicas que acontecem daqui por meses, lá para o outono. Até há um ano, o processo encaminhava-se para seguir pacífico, quando Diogo Mateus fez aquilo que mais tarde designou por "agitar as águas", ao anunciar que não tencionava recandidatar-se a um terceiro mandato. Duraria pouco tempo essa paz podre no reino laranja: "os mandatos são como os cafés, é um de cada vez" - sentenciou depois.

Enquanto isso, Pedro Pimpão - o segundo na fila do partido - foi reunindo tropas. Voltou a assumir [oficialmente] a presidência da concelhia (depois da demissão de Manuel António), e depois de um erro de cálculo que o deixou de fora da lista de deputados à Assembleia da República, lá se manteve à tona como pôde, na Junta de Freguesia. No verão, quando partiu à conquista dos caminhos de Santiago, ia convencido de que Diogo estava fora do caminho. Só que as decisões do maior profissional da política mudam ao sabor dos cafés, já se sabe. E quando regressou, Pimpão tinha à sua espera um balde água fria. Apesar de continuar a comportar-se amiúde como o puto da Jota a quem não se pede grande responsabilidade, ele bem sabe que já não vai para novo. Que 8 anos em política é uma eternidade. E que por isso não podia arriscar continuar apagado na Junta - pois que a pandemia impediu as festas e festinhas e torna tudo mais difícil na sobrevivência política.

E eis que - por vontade própria ou impelido por outros - fez a fuga para a frente: anunciou, no final do ano, na reunião da Assembleia de Freguesia, aquilo que aqui no Farpas já tínhamos adivinhado no vídeo de boas-festas, que cheirava a despedida: este era o primeiro e único mandato na Junta. Seguiram-se, nas redes sociais, lençóis de palavras envoltas em esperança e felicidade, criando uma cortina de fumo à volta do futuro. 

Ninguém no seu perfeito juízo acreditou que ia embora da Junta para se dedicar a uma profissão, como o comum dos mortais, por mais melosa que seja a conversa. Aqui chegados, um dos 6 pontos da reunião magna do PSD integra uma moção da comissão política que o defende como candidato. Ainda bem que o palco é o salão dos Bombeiros. Para simulacro, é o ideal. 

Da mesma maneira, ninguém acredita que Diogo vai entregar o poder ao Pedro, de mão beijada. Mesmo que Pedro tenha aprendido a não escorregar em certas cascas de banana, no último ano...

Abre o jogo com o teu povo, Pedro. Ou abre os olhos.

1 comentário:

  1. Sinceramente amiga (de longa data)eu quero acreditar que o Pedro vai honrar a palavra e não fazer estas duas opções: Opção 1 - Voltar a Candidatar-se a Presidente de Junta...invocando tretas; Opção 2 -Ir na Lista de Diogo Mateus, engolindo um elefante e invocando tretas... ele está na DEAD LINE...ou tem coragem e arrisca ou então que vá trabalhar com o sogro, que sabe muito mais que ele.

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