26 de julho de 2025

Sobre o candidato a candidato

Por norma não ligo a coisas sem importância ou que ainda não o são. Mas há circunstâncias e desejos (não meus) em que a excepção se impõe. 

Hoje, por mero acaso - quando me encontrava na fila do peixeiro - cruzei-me com o candidato a candidato independente à câmara – Luis Couto. Deixámos de falar, ou melhor ele deixou de me falar, quando abandonou repentinamente esta “Casa”, sem dizer sequer um simples adeus, por uma simples divergência de opinião sobre um investimento privado. 



Hoje, quando me dirigi à fila do peixeiro no mercado municipal, reparei que o candidato a candidato andava na rotina de pedidos se subscrição da sua candidatura à câmara. Estranhamente, dirigiu-me cumprimento e eu estendi-lhe a mão – não de deixa uma pessoa sem resposta ao cumprimento em público, a não ser que seja uma criatura muito desprezível, o que não é claramente o caso. Depois, a seco, pediu-me que subscrevesse a sua candidatura à câmara. Respondi ‘Não”. Condidero o poder de encaixe à crítica, e consequente capacidade de separação da esfera política da esfera pessoal um atributo essencial de um político ou candidato a político. Por isso, jamais subscreveria uma candidatura que, para além de revelar uma total falta de poder de encaixe à crítica - e temos muitos nesta terra, senão a esmagadora maioria - vai mais longe: não suporta opiniões contrárias, e até sobre assuntos meramente políticos e tão banais como a localização de um investimento privado.

Os que me lêem conhecem bem a minha opinião sobre o presidente e candidato Pedro Pimpão. Mas por uma questão de honestidade intelectual, aproveito este insólito episódio para dizer uma coisa que, neste momento de pré-campanha autárquica, tem que ser dita: em poder de encaixe à crítica, e na consequente separação da esfera política da esfera pessoal, o Pedro dá dez-a-zero à generalidade dos seus adversários políticos, e em baixa rotação.

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