Realizou-se ontem a última sessão da AM (deste mandato) num ambiente de despedidas envergonhadas com várias ausências. A sessão serviu para o que estas sessões habitualmente servem: auto-elogios, um ou outro elogio e algumas notas de balanço.
O elogio da meritória dedicação à dita causa-pública, de que algumas daquelas risíveis figuras se acham imbuídas e empossadas, derrama um pedantismo bacoco, típico do provinciano com tiques aristocratas. Mas compreende-se: se não fosse assim, como é que a generalidade daquelas criaturas seria alguma vez tocada pelo elogio público? Já o unânime elogio ao desempenho do Professor, mesmo por aqueles que logo de início, de forma precipitada e tonta, o elegeram como adversário, nos parece justo e inevitável. Bastaram os primeiros acordes para percebermos que estávamos perante um regente de batuta recto e distinto. Não nos enganou. Mas ao contrário do que foi dito na sessão, não estamos nada convencidos que o seu exemplo perdure e frutifique nesta terra.
No que se refere às intervenções de fundo, só merece nota o risível “sermão” que o bom-cristão doutor Coelho deu aqueles peixes, sempre preocupado com os pecadores mas ignorando os seus pecados e realidade que o rodeia, mostrando até à náusea uma confrangedora dissonância cognitiva consigo e com a realidade de que ele é o principal artífice.
Já a verdadeira síntese do mandato do doutor Pimpão saiu, em poucas palavras e quase a pedir desculpa, da boca do doutor Couto: prejuízo nunca visto, muitas actividades (festas) e poucas obras. E não é opinião, é Relatório de Gestão.
Foi o primeiro mandato do Pedro. Pela amostra da sondagem no Jornal de Leiria, o povo quer mais mandatos assim. Muita festa, pouco trabalho. Quando se acabar o dinheiro para a festa, será certamente outro timoneiro a pagar a factura. Estou afastado desde 2017 de actividade politica e sinceramente não tenho saudades nenhumas. Neste mundo da politica encontra-se pouca gente realmente com boa indole. Cada vez mais estou convencido que não voltarei.
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