Ontem assisti de enfiada a dois ajuntamentos políticos: tomada de posse dos titulares dos órgãos municipais e plenário de militantes do partido socialista. Às vezes fazemos coisas por fazer - por mera curiosidade ou pela simples necessidade de ocupar o tempo. Do primeiro evento ainda vieram dois croquetes e um copo de espumante mole; do segundo só náusea*. As coisas são o que aparentam. E o nada é uma existência como outra qualquer.
A pompa colocada pelos figurões locais na instalação dos órgãos municipais já ultrapassa em muito a da tomada de posse dos órgãos da Républica. Mas isto vai em crescendo. E não se admirem que a próxima seja na Expocentro com festa rija, antes e depois. O paroquialismo tem destas coisas - enche de artificialidade a vacuidade reinante.
O doutor Pimpão recitou um belo sermão, onde prometeu “trabalho” (os convidados e o público presente comportaram-se com muita dignidade, não se riram), humildade e esperança. Quem não tem nada para oferecer faz bem prometer esperança – o mais “belo” e mais triste sentimento cristão.
O doutor Matos formalizou a posse, …, e pôs-se a andar…
E o doutor Coucelo (presidente da AM) ainda teve tempo para cometer uma “gaffe” imperdoável em figura tão experiente na matéria: na eleição de listas, nomeadamente quando há lista única (o habitual por aqui) não há “votos a favor”, “votos contra” e “abstenção”.
O doutor Matos formalizou a posse, …, e pôs-se a andar…
• NR: sobre o plenário do partido socialista talvez diga mais alguma coisa…
