22 de abril de 2009

Demagogia

A qualidade da democracia de uma determinada sociedade não se afere apenas, por exemplo, pela inexistência de um aparelho estatal (ou outro) que reprima o exercício da liberdade de expressão ou de imprensa.

Com efeito, para que um regime democrático atinja o mínimo exigível de qualidade é também necessário que os respectivos intervenientes políticos sejam sérios e capazes.

Ora, o debate sobre as eleições europeias a que assistimos no programa "Prós e Contras" da RTP 1 foi - se dúvidas, claro, ainda houvesse - elucidativo acerca da qualidade dos nossos políticos e, consequentemente, da democracia Portuguesa.

De facto, foi absolutamente confrangedor assistir a um debate pautado pelo insulto pessoal, pela total ausência de ideias e por uma demagogia que já nem sequer se preocupa em ser coerente na aparência.

7 comentários:

  1. Excelencia

    Tive de Vermoil uma notícia particular que me informa da disposição do nosso homem da Redinha aceitar o cargo de administrador da Pombal Viva se a isso for obrigado.
    Não sei que andamento teve a questão, e se já há algum convidado para o posto.
    No caso porém de a solução se lhe tornar difícil, por outro lado, obriga-se o homem a aceitar o cargo nem que seja por algum tempo. Como lhe disse, está velho e já não pode ter uma grande actividade.
    Mas é um elemento do Partido com enorme prestígio no Concelho e enorme experiência no ramo, fez um belíssimo trabalho com o Baile-das-Velhas.
    Se fizer esta troca da Redinha para a Pombal Viva ele terá de dar toda a dedicação que puder porque o regime não pode ser incomodado com outra maçada. Ora, para não deixar-mos o João perder-se, bem o podia-mos colocar no lugar do Carlos na Redinha, que por acaso até é a terra dos pais dele. Com o Ribeiro por perto o rapaz fica controlado.
    Ter indicado o Rocha para o lugar na Bajouca é matar dois coelhos com a mesma paulada, o homem serviu e bem no Estado Novo mas com aquele cabelo e a malinha a tiracolo não é bem aceite nas organizações masculinas da cidade. No domingo depois da santa missa o Diamantino disse-me que devia ser feito alguma coisa. Vai para o lugar certo. Ele gosta muito de olaria e, o cachorro deixa de sujar tanto os jardins. Veja o que convirá fazer e se eu posso ajudar nalguma coisa.

    Ligou-me o Lopes, o homem anda preocupado porque lhe disseram que os Xutos vinham ao Bodo. Disse-lhe que não. O Lopes já vai a algum tempo teve uma destas preocupações com a vinda do Godinho que graças a Deus V.ª Ex.ª não permitiu e em boa hora.

    No domingo estive com o Rosa antes de ele partir para Vila-Nueva-Del-Fresno. Pediu-me para informar V.ª Ex.ª que o tal rapaz perturbador é inofensivo. A gritaria é o resultado das dores do pai.
    Sobre o José Gomes o homem tem sido visto em Carnide á conversa com o Arlindo. Este Arlindo nunca se adaptou á realidade da sua governação. Como o Eusébio é para manter pela dedicação que tem tido a V.ª Ex.ª deve-se mandar o Gouveia acabar com as conversetas. Será útil.

    Creia V.ª Ex.ª na admiração e amizade do discípulo muito atento e obrigado.

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  2. Como é que querem que os portugueses se sintam motivados para votar, quando têm a oportunidade de assistir a trocas de acusações de cariz pessoal em deterimento da discussão de aspectos realmente importantes e que devem constituir os debates políticos. O objectivo não é procurar o melhor para o país e valorizar as opiniões próprias com argumentos viáveis, mas sim desvalorizar ao máximo o outro e os seus raciocínios. Ou seja, em vez de convergir no sentido de um interesse comum, continua a dar uma péssima, mas real, imagem da política em portugal.
    O melhor talvez fosse acabar com essas espécies de debates pois contituem uma verdadeira perda de tempo.
    JA

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  3. Quanto a políticos, só de ouvi-los, sinto logo avaria na boia de nível cosntante e reflexo gastro-cólico criticamente imperioso, por que será? Quanto a eleições (...) tenho mais que fazer ...; colocar-me-ei por longe, para não sofrer dos salpicos das orelhas sujas no maceiro!

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  4. Amigo e companheiro anónimo, boa noite.
    O salpico das orelhas não é no maceiro. Esse serve para levedar o pão. E o pão é para os humanos.
    É na pia.
    Para o meu enrequecimento antropólogo agradecia-lhe que me desse uma boa razão para se auto-mutilar.
    Só os loucos é que o fazem.
    Os direitos e os deveres de cidadania são inversamente proporcionais à produção de legislação.
    Diga-me, então, por que é que renúncia aos seus direitos de cidadania?
    Não votando?
    Tendo mais que fazer?
    Deixa o seu futuro e o dos seus (?) nas mãos de outrens?
    Que raio de País é este que tem cidadãos (?) a pensar desta maneira?
    Fico triste. Muito triste, mesmo.

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  5. Votar não é um direito, é um dever. Tem que ser um acto consciente e informado. Que legitimidade têm certas pessoas para criticar e culpabilizar os eleitos, quando nem sequer repondem quando são chamados de modo oficial a expressar a sua opinião.
    É um acto que mostra descontentamento? Não. É um acto de cobardia.
    JA

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  6. Meu caro Daniel,
    Concordo, mas o formato do programa não propicia o debate sereno, e ponderado, dos assuntos que trata. Pôe-nos todos à bulha, e eles gostam. Aqueles políticos não desempenharam o papel que lhes competia.
    De "burro", o Nobre Povo nada tem. E escreve bem.

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  7. Não vi o debate, mas não era difícil adivinhar que isso iria acontecer, porque, no fundo, é a continuação dos episódios das anteriores campanhas para as europeias. Os candidatos falam de tudo, menos de política europeia. Aproveitam o espaço mediático para terem tempo de antena para fazer campanha interna, puxam assuntos nada relacionados com a União Europeia.
    Podia aproveitar-se o momento para discutir o rumo futuro da Europa, o Tratado de Lisboa, as alterações que traz no modo de participação de cada país nos processos de decisão institucional da União, as consequências concretas que traz para Portugal, qual o papel que o país deve ter na Europa, o que quer dela e como pode contribuir para uma Europa solidária e igualitária, como aspiravam os pais fundadores do Tratado de Roma.
    Porque Portugal, pode ser pequenino, mas tem uma posição geográfica única na Europa, tem relações históricas e privilegiadas com outros continentes, relativamente a outros países, e deve por isso reflectir para criar a sua estratégia política no espaço europeu, e difundi-la e aplicá-la para que não ande meramente a mercê dos grandes. Mas não, enquanto os candidatos deviam estar a lançar esta discussão, andam às turras com outros assuntos e depois um dia, quando já não estiverem nas cadeiras de Bruxelas, virão com aquele cliché discursivo criticar quem na altura lá estiver, pela situação submissa de Portugal, blá, blá, esquecendo-se que há um legado histórico.
    Se muitos feitos e qualidades de Mário Soares são discutíveis, há um mérito que ninguém lhe pode tirar: o de ter sido um político sempre consciente da causa da Europa, que tem contribuído para este debate, e continua a contribuir e a apelar a ele.

    Mas se o debate se resumiu a essa troca de insultos, isso também não deixa de ser o reflexo da falta de especialização no jornalismo português, principalmente no televisivo. Em televisão, continua a imperar o papel do “jornalista estrela”, detentor do super-conhecimento, e que conduz debates sobre qualquer assunto, o que contribuir para estes efeitos. Por mais assessores que o jornalista tenha, há assuntos nos quais é preciso especialização, estudo, pura e simplesmente!
    E assim, a informação se vai convertendo, cada vez mais, em mera comunicação!
    Dina Sebastião

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