11 de abril de 2009

Sim, ainda o Bodo

A 3 de Outubro de 2008 escrevi: "O facto de ter gostado do meu Bodo (leia-se dos concertos) não me impede de, perante os números, de achar que o Bodo, naqueles moldes, não correu bem. Aliás, "não correr bem" acaba por pecar por defeito. Não se conseguiu atrair o número de pessoas que tornaria a festa auto-sustentável, que é a fasquia no mínimo exigível, e a desculpa do 1º ano não vale para tudo. Voltar ao modelo anterior? Não. Reequacionar este, tornando-o sustentável, isto é, evitando o prejuízo (..)".

Escrevi o texto acima com base nos 100 mil euros de prejuízo. Demasiado, sempre, mas ainda passíveis de, no futuro, com cortes na "gordura" e mais racionalidade, virem a ser reduzidos procurando a sua sustentabilidade. Recentemente, numa conversa pública, na Rádio Cardal, com João Vilaverde, perante a admissão de quem nem tudo teria corrido bem, assumindo que se procuraria um investimento semelhante desde que gerasse menos custos, admiti a possibilidade (lógica) do Bodo poder caminhar para a sua auto-sustentação, o que seria o seu patamar óptimo e desejável. E a única solução lógica e racional.

É claro que para esses raciocínios partia-se sempre do quadro apresentado, aquele que tinha por base os números apresentados em Setembro e agora completamente desacreditados pois o prejuízo, afinal, era 2 vezes superior ao anunciado. Por isso impõe-se naturalmente uma questão:

Por que motivo é que a derrapagem só foi assumida depois de se ter apresentado o Bodo para 2009?

Só me ocorre uma resposta: é que assim continua a garantir-se uma festa que, apesar de não andar minimamente perto de se conseguir sustentar, ainda é em "grande", voltando ao normal para o ano, já bem depois das eleições.

E, com todo o respeito por opinião contrária, nomeadamente do meu amigo Eng. Rodrigues Marques, promover Pombal é sempre um bom princípio, sempre tendo em conta o custo/benefício. Use-se, para lógicas de promoção, o Euro 2004 como exemplo: promoveu Portugal, mas o que deixou depois? Veja-se a nossa capital de Distrito, por exemplo. Não fosse o desperdício e, se calhar, não se torcia o nariz ao Mundial 2018. Isto para dizer que, com prejuízos destes, festas do Bodo serão sempre custo e nunca investimento. Haja um modelo que consiga ser mais equilibrado (e isso dá outra discussão) e talvez depois se fale em investimento.

E isto porque gastar sim, quando se assume, de forma sustentada, um retorno satisfatório. Admite-se a insistência quando, apesar de nem tudo correr bem, se adopta o princípio de aprender com os erros e aprimorar processos, desperdiçando menos dinheiro. Mas qualquer benefício da dúvida se evapora quando os processos são tudo menos transparentes como, afinal, se veio a revelar ser caso presente. Afinal, a derrapagem em causa (200%) mina qualquer pretensão de credibilidade.

Acrescente-se que não se pode exigir transparência e responsabilização quando a côr é uma e esquecer isso quando a côr é outra. Há uma derrapagem grave, censurável e que implica a responsabilização dos responsáveis, passe o pleonasmo. Que, acrescente-se, não se reduzirão apenas ao administrador-executivo da PombalViva mas inclui também o próprio Presidente da Câmara que, enquanto vocifera violentamente contra desperdícios e incompetência de outros, não pode esperar passar agora por entre os pingos da chuva quando, na hora da verdade, a responsabilidade política é sua.

12 comentários:

  1. O que está em causa é sobretudo a gestão da Pombal Viva. A tal empresa que há seis anos, quando foi criada, começou a ser um "alvo de ataque" e que desde então o senhor administrador-executivo se vitimizou. Aliás, sempre se vitimizou, perante as críticas que lhe ao longo dos anos lhe têm sido feitas. E vai continuar a vitimizar-se, vão ver.

    Enquanto isso o senhor presidente da Câmara Municipal, que é também o primeiro responsável pela empresa municipal revela que, afinal não é tão bom gestor, como apregoa. Reconheça. O senhor que diz gostar tanto de dar oportunidade aos jovens, tem aí a prova. E, como afirmei, numa outro comentário, o senhor que diz que neste país "premeia-se a mediocridade e a incompetência" está a fazer o mesmo. Haja coerência.

    Ainda o Bodo. Como é que é possível que no dia da apresentação das festas do senhor administrador-executivo da Pombal Viva tenha passado o dia a dar entrevistas na Rádio Cardal e a falar num Bodo "grandioso" sem consciência das contas que viria a apresentar dias depois. O mesmo aconteceu durante a tal festa de lançamento do Bodo 2009. À grande e à francesa, destinada a "amigos e barões". "Começámos mal", disse o Eng. Narciso Mota. Com toda a razão.

    Quanto à gestão da Pombal Viva. Claro que tem os seus méritos. Mas não tem rigor. Senão vejamos: na mesma reunião de Câmara onde o senhor administrador esteve cerca de uma hora a apresentar as suas contas, foi aprovado um plano de actividades e orçamento para 2009. Mas, não é o plano real. É que, segundo disse aquando da sua análise, o mesmo iria sofrer algumas alterações porque a estratégia da empresa tinha sido repensada e reorientada "na última reunião do Conselho de Administração"! Então, desde a realização dessa reunião até à reunião de Câmara não houve tempo de refazer o tal plano de actividades, tornando-o real e verdadeiro.

    O que, no meu entender, começa a revelar algumas falhas. É preciso que sejam feitos esclarecimentos e muitos. Como por exemplo, a anunciada saída do Revisor Oficial de Contas da Pombal Viva. Porque é que o Eng. Narciso Mota disse que o iria afastar? O papel do ROC é de fiscalizar e certificar as contas. Será que não exerceu devidamente esse papel? Será que foi conveniente em alguma situação? Quem é o senhor, quem o propôs? Tem alguma relação (mesmo antiga) com o Dr. João Vila Verde?

    Gostava ainda que fossem tornadas públicas todas as contas da Pombal Viva, nomeadamente as referentes às Festas do Bodo 2008. Era bom que os pombalenses conhecessem todos os fornecedores e prestadores de serviços e os montantes pagos a cada um deles. Isso é que era transparência e rigor.

    o.

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  2. Espero sinceramente que não volte ao normal. Espero que, tal como João Melo Alvim propôs, se saiba rever este e aprender com os erros. Mesmo sendo um ano experimental, a verdade é que a derrapagem foi grande de mais. Mas até podemos aceitar, no fundo a diferença para 2007 não é abismal e em 2008 a projecção que se deu a Pombal foi outra. O que não podemos aceitar é a apresentação tardia destas contas, quando tudo indica que em 2009 tudo se repita.
    Há que saber assumir atempadamente os erros e corrigi-los. Toda a gente comete erros e neste caso a intenção até era boa, mas a verdadeira virtude está em assumir as consequências e evoluir. Infelizmente não existiu tal virtude e 2009 pode condenar o Bodo a voltar ao arraial, como dizia Manuel Gonçalves. Esperemos que assim não seja e que Narciso Mota saiba gerir adequadamente a situação.
    E que, como se disse num comentário num outro post, estes 200 mil euros sejam investidos, mas ao longo do ano, porque Pombal tem potencial para se dinamizar culturalmente.

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  3. Meus amigos, como querem que as festas de 2009 venham a ser um sucesso. com tanta mentira e incompetencia. O presidente da camar deveria tirar consequencias proprias desta situação vergonhosa. Não podemos apreguar uma coisa e fazer outra, ou seja ou somos verdadeiramente competentes, ou então somos mentirosos, quando apreguamos estas qualidades que não temos.

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  4. Já algumas vezes aqui manifestei a minha opinião, e "contestei" por vezes a forma como a oposição, nomeadamente do PS, é feita, quanto a mim, de forma demagógica e sem consistência.
    No entanto, quero aqui prestar o meu apreço ao dr. João Melo Alvim, pela lúcidez com que elaborou o texto deste post.
    Sou do PSD, mas sempre consegui distinguir o essencial do acessório.
    Isto sim, é oposição credível e construtiva. Queira o sr. presidente Narciso, trilhar outro caminho, relativamente à Pombal viva, e ao seu presidente executivo, que depois desta situação, não tem condições para continuar a gerir aquela empresa municipal.
    Ó companheiro Rodrigues Marques, deixa-te dessas cenas, de defender aquilo que não tem defesa.
    Contra factos não há argumentos!
    R.S.

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  5. Isto é apenas a ponta do aicebergue. Façam a auditoria mas é as contas da Camara, ai sim, é que se vai ver tamanha balda e incompetencia. Pobre povinho tão enganado tem sido.

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  6. Amigo e companheiro anónimo, boa noite.
    Não fora tamanha ignorância e/ou má fé e eu não estaria aqui e agora a escrever, tal mestre de escola dos tempos idos.
    Queira V. Exa. saber (estude e depois escarre) que as contas da Câmara Municipal são prévia e posteriormente fiscalizadas por uma multidão de organismos do Estado.
    Eles são os curadores, os contadores, os fiscais e outros que tais que, ciclicamente, todos os dias, fiscalizam as contas da Câmara Municipal.
    Qualquer reles amanuence sabe isto.
    Agora das duas uma.
    Ou um dos administradores do blog apaga estas obsenidades ou promove um curso de FORMAÇÃO para quem é ignorante nato.
    O povão, e não o pobre povinho, é que não devia permitir que ignaros e analfabetos escarrem neste, ou noutro espaço cibernauta.
    O Presidente da Junta de Freguesia de Albergaria dos Doze, com estima e consideração mas, também, com muita caridade por este pobre cidadão.

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  7. Sabem de uma coisa, para dois mil e dez os Bombeiros deviam concorrer á organização das festas.
    Organizado pelos Bombeiros só pode ser uma festa do Bodo verdadeiramente feita a pensar no concelho real, a Câmara entrava com um subsidio igual ao prejuízo de 2008, e podia-se fazer isto:

    Palco som e luz quatro dias
    OS ANJOS
    TONY CARREIRA
    Domingo é do folclore – seis grupos
    IRMÃOS VERDADES

    Quatro bailes
    Duas filarmónicas para a procissão
    Gaiteiros, mais o David e companhia

    Iluminação artística da cidade
    Som da cidade
    Palco com som e luz no jardim
    Palco com som e luz na Igreja Matriz

    Animação no jardim:

    Conjunto Maria Albertina
    Conjunto o MOV
    Vestidos de chita mais fados com Castela Parreira
    Armando Gama e Valentina Torres

    Animação na Igreja Matriz:

    Band Croll
    Pólo Norte
    UHF
    Vozes da Baía

    Pinturas faciais para as crianças
    Oferta de balões

    400 cartazes de 100 por 60 a cores feitos na Guida

    O melhor preço: 153.000,00 €

    Sobra, 147.000,00 € para outros gastos.

    Um abraço

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  8. O Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Albergaria dos Doze tem muita caridade pelo cidadão, mas não tem nenhum respeito pela língua portuguesa. Apesar de se armar em mestre escola dos tempos idos (vejam lá bem...), se voltasse à dita escola levava logo uma data de reguadas. Amanuense, caro senhor, escreve-se com "s" e não com "c"! Com "c" escreve-se "calinada". Escrever com erros tão palmares de ortografia nem o reles amanuense que o ilustre Senhor Engenheiro desdenha no seu comentário. O avô Manuel, que recebia de Lisboa o jornal "O Século", não conseguiu infelizmente despertar no neto o gosto pela língua pátria...

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  9. Ó Rodrigues Marques, um pouquinho menos de arrogância e um pouco mais de respeito pela opinião dos "outros", ficava-te muito bem!
    No nosso partido, como sabes, respeitamos todas as opiniões, mesmo aquelas com as quais não concordamos.
    Pelo menos, tem sido até aqui, uma das nossas diferêncas em relação a outras forças partidárias, que é tão somente a, TOLERÂNCIA E O PLURALISMO.
    Aceita um abraço meu, e não me tornes a "provocar"
    R.S.

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  10. Amigo e companheiro anónimo, mea culpa, mea culpa.
    Mas, realmente, quem sabe disto é quem foi amanuense.
    Do âmago da questão, nem uma palavra, donde concluo que está totalmente de acordo com o meu comentário.
    Deixe-me, entretanto, dizer-lhe que um dos meus bisavós foi Mestre-Escola. Mas não lhe apanhei o jeito, nem o saber. Os genes perderam-se.
    Abraço.

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  11. Há qualquer coisa nas ditas "Festas do Bodo" que não bate certo. Sou pombalense há cerca de 30 anos de residência e voto, passeava-me por Albergaria dos Doze, em todos os Verões, desde 1942, mas não posso com clareza saber o que eram as populares Festas do Bodo. No entanto, do que estudei pude constatar que eram festejos essencialmente religiosos, seguidos de arraiais como a maioria das festas populares por esse país fora. Ultimamente está-se a criar a Festa do Bodo Rock-festivaleira (assim como um parente pobrezinho de um Festival do Sudoeste, Vilar de Mouros & quejandos...)e o "Bodo" Bodo perdeu-se. Assim restringe-se a participação popular de grupos sociais e etários que não deviam, ser excluídos. Além da exorbitantes verbas que são sacadas ao erário municipal!
    Queria deixar só um recado para o anónimo que critica a minha crítica aos excessivos anónimos que comentam os blogues em Pombal. Não quero, longe de mim, afirmar qualquer tipo de iliteracia da sua pessoa, mas se clicasse na hiperligação PROFESSOR veria que é um título de que muito me honro e tenho orgulho em usar. Chamo-me como pode verificar no Blogue do Maia de Carvalho (em http://maiadecarvalho.blogspot.com), Luís Filipe Maia de Carvalho, professor do Ensino Básico, com Exame de Estado, feito em Lisboa, em 27 de Julho de 1962. Para minha satisfação sempre quando exerci funções, mesmo não docentes, em vários organismos públicos ou privados fui chamado de professor antes do Maia de Carvalho. Como vê há muitas diferenças entre vertebrados e moluscos!
    Cordiais saudações do prof. Maia de Carvalho

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