Dizes tu, Paula, que "não vejo aqui (resultados das legislativas) os resultados das autárquicas, embora neles leia alguns sinais". E concordo absolutamente contigo. Porque convém não fazer como muitos fazem, que vêem vitórias onde há derrotas ou que comparam resultados entre duas eleições tão díspares. Para mim, a luta de dia 11 pouco retira do que se passou ontem. Tratam-se de dois boletins de voto diferentes, onde as ligações locais (mais) e a escolha reduzida a 4 partidos (menos) terão o seu peso. Isto porque ainda acho que não basta aparecer no boletim para se conseguir levar centenas de votos. Quanto a isso, a partir de amanhã, abertura oficial da candidatura, vamos ver o que acontece.
Quanto a ontem, abre-se agora a dúvida sobre qual o formato do Governo. Por muito que eu gostasse de expôr o Bloco de Esquerda, o que é certo é que mesmo dividindo os votos dos círculos da emigração, PS+BE contarão com 114 votos (a 2 da maioria absoluta). Com o BE no Governo, rapidamente a sua base de apoio evaporará, e não passaria muito tempo até que fosse inevitável surgir uma nova coligação ou mesmo novas eleições. A solução PS+PSD parece naturalmente excluída (e convenhamos, que de todas as combinações, é francamente a pior por ser a mais propensa ao atrofio da actuação política), sobrando a solução PS+PP. Excluo a hipótese PS+BE+CDU, porque os tempos das Frentes Populares já lá foram. Como estaremos em campanha nas próximas duas semanas, ficará por aí a sombra a pairar.
Sobre vencedores e vencidos, José Sócrates vence, sem sombra de dúvida, mas é Paulo Portas aquele que tem mais razões de satisfação. Louçã não consegue tornar o BE na 3ª força, mas os votos e deputados obtidos geram uma vitória com sabor amargo. Já Manuela Ferreira Leite perde (e assume, sem ambiguidades, o que é sempre de registar) e Jerónimo de Sousa também (mesmo que insistam, como sempre, na tese contrária), apesar de ter mais 1 deputado que em 2005. E venha o Governo que se segue.
Quanto a ontem, abre-se agora a dúvida sobre qual o formato do Governo. Por muito que eu gostasse de expôr o Bloco de Esquerda, o que é certo é que mesmo dividindo os votos dos círculos da emigração, PS+BE contarão com 114 votos (a 2 da maioria absoluta). Com o BE no Governo, rapidamente a sua base de apoio evaporará, e não passaria muito tempo até que fosse inevitável surgir uma nova coligação ou mesmo novas eleições. A solução PS+PSD parece naturalmente excluída (e convenhamos, que de todas as combinações, é francamente a pior por ser a mais propensa ao atrofio da actuação política), sobrando a solução PS+PP. Excluo a hipótese PS+BE+CDU, porque os tempos das Frentes Populares já lá foram. Como estaremos em campanha nas próximas duas semanas, ficará por aí a sombra a pairar.
Sobre vencedores e vencidos, José Sócrates vence, sem sombra de dúvida, mas é Paulo Portas aquele que tem mais razões de satisfação. Louçã não consegue tornar o BE na 3ª força, mas os votos e deputados obtidos geram uma vitória com sabor amargo. Já Manuela Ferreira Leite perde (e assume, sem ambiguidades, o que é sempre de registar) e Jerónimo de Sousa também (mesmo que insistam, como sempre, na tese contrária), apesar de ter mais 1 deputado que em 2005. E venha o Governo que se segue.
Esta foi a vitoria de ontem
ResponderEliminarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vit%C3%B3ria_p%C3%ADrrica
A vitória do CDS terá resultados curiosos, parece-me. Paulo Portas tem que segurar o governo de Sócrates, para não correr o risco de parecer o PRD de 1987. Só que isso penaliza-o (e ao PS, convenhamos). No entanto, não pode deixar o BE ou a CDU a fazerem de PRD, porque os votos de cada um desses partidos não chegam para esse papel. Nesse sentido, têm a sua vida de partido de oposição mais facilitada. Tenho um palpite quanto ao estilo de governação do Sócrates, nos próximos tempos: manda as propostas para cima da mesa, com pouco esforço de entendimentos. E alguém que "segure" o diploma, porque de outra forma, provoca uma queda do governo. E dessa queda sai um eng.º Sócrates vitimizado, sedento da maioria que o Cavaco Silva teve em 1987!
ResponderEliminarCreio que grande parte das pessoas consegue distinguir as necessidades e os objectivos inerentes à escolha que é feita para autárquicas, de tudo o que implica a decisão nas legislativas. São realidades muito diferentes, até porque ao nível local a tendência de voto ocorre muito mais de acordo com a pessoa que concorre como cabeça de lista e não propriamente com o partido que representa.
ResponderEliminarPor exemplo, não acredito que o candidato o BE em Pombal veja espelhados (nem nada que se pareça) os resultados das legislativas daqui a 15 dias.