27 de novembro de 2009

A fome da água

Na minha aldeia, no verão, era uma guerra por causa da água. Como a principal cultura era o milho, e este exige muita rega, a água não chegava para todos. A situação agravava-se devido à cultura profundamente individualista e até invejosa reinante na aldeia que nunca permitiu um acordo de partilha da água. Assim, os que estavam mais próximos das nascentes regavam muito e os que estavam longe das nascentes regavam pouco ou nada.
Os meus avós paternos viviam junto à nascente e, consequentemente, achavam-se no direito de usar e abusar do uso da água.
A discussão das medidas preventivas sobre o aquífero da mata do urso trouxe-me à memória as histórias à volta da água na minha aldeia.
Decididamente, a natureza humana não evoluiu nada.

19 comentários:

  1. Isso é como em tudo na vida. O homem tem a tendencia de primeiro nós, segundo nós e os restos que nós não precisarmos então distribuimos. Na CMP então é tudo para nós e os outros que façam pela vida.

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  2. E o que se decidiu sobre a água da Mata do Urso, sempre se vai abastecer todo o concelho a partir dai??
    È que já ouvi falar nisso, se puder, ou quiser,visto que assistiu, eu pessoalmente não, diga-nos, o senhor ou outro comentador, o que decidiram sobre a água da mata do Urso.

    Neste caso não tou a ser irónico e sinceramente gostava de saber que decisões foram tomadas na Assemblei sobre o tema.

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  3. O que se votou favoravelmente foi o alargamento das medidas contidas no Aviso nº25065/2008 DRE II Série (pode encontrar na internet). Já nesse documento a Câmara Municipal de Pombal expressa a sua intenção de que esta seja a fonte para o abastecimento do concelho.

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  4. Amigos e companheiros, boa noite.
    O nosso camarada Adelino Malho falou em “fome da água”.
    Esta noite, nos Netos, houve água (e vinho) que Deus a deu.
    Foram testemunhas molhadas os “farpeiros”:
    O próprio Adelino Malho, o Jorge Ferreira (que veio a correr de Lagos, de Lagos, mesmo do Algarve) e o Nuno Gabriel que chegaram à contenda da cabidela atrasados e todos molhados.
    Confortavelmente instalados já estavam:
    O nosso “pistoleiro” de serviço JGF, o Senhor DBoss e familiares do nosso anfitrião Ernesto Andrade.
    Aguardamos, pacientemente, pelo nosso mui nobre membro da Assembleia de Freguesia de Pombal, Dr. João Alvim e a Senhora sua esposa, mas o Benfica foi mais forte do que a cabidela.
    Marcamos falta aos restantes “farpeiros”.
    Não se faz!
    Faltar é faltar!
    Ernesto Andrade, muito obrigado por nos teres proporcionado mais uma grande tertúlia, principescamente acompanhada de uma divinal cabidela de galo, de galos que semeiam e colhem e são “colhidos no teu quintal” e acompanhada de um vinho capaz de ressuscitar mortos matados.
    Ernesto, encontrei-te ontem (fui no teu Mercedes com a JA e o Silveirinha) na Aldeia de Santo Antão, na Batalha, num jantar de homenagem ao nosso vizinho Dr. José Miguel Medeiros e ouvi o Dr. Mário Soares a falar da bondade do homem que merece mais do que aquilo que o Partido Socialista lhe destinou.
    É outro o cargo que ele merece!
    E isso foi reiterado pelo Presidente da Câmara de Ansião, de onde ele é natural, e pelo Presidente da Câmara da Batalha, onde estava a decorrer o evento.
    O nosso amigo Júlio Henriques, ex-Deputado da AR, ex-Governador Civil do Distrito de Leiria e ex-Presidente do Serviço Nacional dos Bombeiros, foi o grande impulsionador deste jantar.
    Bem haja!
    O Dr. Duarte Caldeira falou, também, de tudo o que o Dr. José Miguel Medeiros fez sobre a nobre causa dos Bombeiros.
    Estavam no jantar mais de mil amigos do Dr. José Miguel Medeiros e cada um pagou o seu.
    Em tua casa, amigo Ernesto Andrade, estávamos menos mas todos estamos agradecidos.
    E desejamos-te um bom regresso aos Estados Unidos.
    Obrigado e
    Até ao teu regresso aos Netos.
    Abraços.

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  5. Caro Jpão Coelho
    Obrigado
    Fui ler o aviso e aquilo é só medidas de protecção ao equifero, infelizmente ainda não é o começo do abastecimento de água ao concelho a partir da mata do Urso, que pelo o que sei(ou penso saber)é uma água melhor do que aquela que agora é distribuida(eu disse melhor, não disse que aquela que é distribuida é má), essencialmente menos calcárea

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  6. Rectifico
    Caro João Coelho(Sr, DR, Sr DR)

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  7. Engenheiro, não se troca uma Cabidela pelo Benfica. Pelo Sporting ainda vá que não vá, mas mesmo assim... Contudo, nem um nem outro, como o nosso amigo (e meu familiar) Ernesto já sabe, motivaram a ausência de mais dois (ou três, depende da perspectiva) comensais. Reporei a "falta", não se preocupe.

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  8. Amigo e companheiro João Alvim, bom dia.
    Tens a falta relevada.
    Mas quem sou eu para te relevar a falta?
    Desejo à Senhora tua Esposa que a hora do parto seja curta e boa.
    Tudo bom para vocês. Os dois agora e, mais “logo”, os três.
    Abraço.

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  9. Cara Alegria (isto do anonimato dá em frases curiosas),

    Escusado seria dizer que os títulos comigo ficam de fora.
    Ainda não é efectivamente o começo do abastecimento desde a Mata do Urso, mas se a dúvida era em relação à intenção da CMP pelo menos essa esta está lá expressa.
    Da minha parte não tenho qualquer crítica a fazer em relação a essa intenção e apoio as medidas de protecção do aquífero, como aliás disse na Assembleia Municipal. E esse apoio não é apoiar a CMP contra nenhuma empresa ou pessoa, como as Águas do Mondego, nem é um voto bairrista, é apenas associar-me à protecção responsável de um bem, que deverá ser disponibilizado para Pombal e outros concelhos mas em condições negociadas.

    Já tenho algumas dúvidas em relação ao futuro do financiamento do sistema de abastecimento e tratamento de águas no concelho e no país, mas como o futuro a que me refiro é de um prazo superior a 5 anos vou deixar para outra oportunidade. Aflorei o assunto também na Assembleia Municipal para corrigir alguns engodos que foram lançados e estou disponível mais uma vez para continuar a corrigi-los.

    Humildemente...

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  10. Amigo e camarada João Coelho, boa noite.
    Permite-me dizer-te que a humildade é prima da vaidade.
    Mas estou muito contente por ter um adversário como tu na Assembleia Municipal de Pombal, apesar eu estar ai “emprestado”, já que há votações, que não discussões, em que os Presidentes de Junta só servem para manter o quórum, não podendo votar.
    Eu acho (Deus queira que não) que a próxima guerra mundial terá a sua razão na água não salobra.
    Por outro lado a riqueza de um país, de uma região ou de um município, como é o caso em apreço, é o somatório de várias parcelas.
    E duas delas, que o Estado central reivindica, são o nosso espaço aéreo e o nosso subsolo.
    Felizmente que há ferramentas que permitem defender o nosso subsolo. Não direi o mesmo do espaço aéreo.
    Mas adiante.
    Na Assembleia Municipal só defendemos os nossos direitos e sem qualquer reserva mental.
    Assim, não entendo porque é que falas em engodos.
    Foram utilizados argumentos e argumentos válidos, discutíveis está visto, mas argumentos que somos capazes de defender.
    Defendemo-los, então!
    Abraço.

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  11. Camarada João Coelho, concordo contigo na medida em que tentaste alertar para a necessidade de começar já a preparar o futuro que não se adivinha nada risonho no que diz respeito à àgua. Não só devido à crescente poluição (infelizmente, por mais medidas que sejam tomadas, a água continua a ser uma das vítimas da poluição), mas fundamentalmente porque os apoios financeiros não são eternos, e há que preparar a população para o que possa acontecer no futuro e trabalhar no sentido de minimizar os aspectos negativos.

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  12. A mim também me honra fazer parte duma equipa de 45 representantes das pessoas do meu concelho, para zelar pelos seus interesses.

    Custa-me um pouco reproduzir a minha intervenção para o Eng. Marques porque mostrou na Assembleia que não estava atento. De qualquer forma vejo-me obrigado a demonstrar onde estava o engodo.

    O Sr. Presidente da Câmara Municipal já vinha há algum tempo a tentar passar a ideia que a água só pode ser barata enquanto estiver sob a responsabilidade da CMP. O Dr. João Coucelo deu a entender o mesmo, alegando que assim que a CMP integrasse uma estrutura supramunicipal de abastecimento e tratamento de água esta passaria a ser mais cara.
    O que eu me tive que dizer foi que a água vai ser mais cara, seja de que forma for.

    Porque é um bem cada vez mais escasso.
    Porque é um bem ainda demasiado mal utilizado.
    E porque o financiamento das estruturas é cada vez mais caro.
    E neste ponto dou-lhe um exemplo, o de Pombal. Apresentou candidaturas ao QREN para construções de ETAR's no valor de 13 milhões de euros, mais de metade da capacidade de investimento anual do município.
    Se não fosse o QREN onde é que a CMP estava já a reclamar o dinheiro para as obras? Aos pombalenses, na factura da água, e junto do Estado Central, que os srs, Marques e Coucelo e Mota tanto recriminam. Não tenhamos nisso qualquer dúvida.

    Quando é que questão se vai colocar? Quando acabar o dinheiro da UE. Dizem que é 2013. Não é ano de eleições em Pombal?

    Felizmente não é preciso ser Eng. para perceber isto...

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  13. Então tb não tmos duvidas que nas intermunicipalidades (aguas de Portugal), a água sai mais cara aos municipes.
    Nalguns municipios esse preço pagua ás adPortugal, é mascarado aos municipes, porque é o próprio municipio uqe paga o diferenciql, entre o que municipe paga e o que a camara paga ás adPortugal.

    È claro que o QREN, existe para isso mesmo, para financiamento, e se não fosse isso a Camara teria de ir buscar esse dinheiro a algum lado, nesse aspecto tem razão.
    Mas enquanto por aqui ao menos fazem-se candidaturas para financiar etars, deve ser esse o tal mau exemplo que por aqui tanto se fala.

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  14. ???
    Apre!... um bom exemplo do vizinho não é um mau exemplo próprio... ainda estou para perceber as "cócegas" que a palavra "exemplo" provoca.
    A questão do preço da àgua é dissociável da questão das etars. Como saberão, o preço da àgua foi alvo de um parecer da autoridade para a concorrência. O que será questionável, sendo este um serviço essencial que, a meu ver, deveria ser gerido exclusivamente por entidades de direito público. O facto é que já não existe liberdade de fixar o preço, por parte das câmaras.
    Quanto às etars, são um investimento essencial. E como tal devem ser vistas. Quando se fala de investimentos essenciais em àreas como a saúde pública, não se fazem contas para saber se o investimento é economicamente rentável.
    Quanto ao acesso às verbas do QREN, 100% de acordo. Cuidado, não se entreguem candidaturas 10 minutos depois do prazo, que não cola. Mas apresentem-se candidaturas, claro! Toda a ajuda é bem recebida!

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  15. Mas a CMP também suporta em grande medida o custo da água. Se assim não fosse ela já seria mais cara.
    Mas isso é uma realidade nacional, todas as Câmaras que têm oportunidade de o fazer ainda o fazem. É uma opção, legítima, mas inviável a prazo. Não alimento ilusões.

    Não quero fazer disto qualquer tipo de diferendo político, apenas alertar responsavelmente para o que temos e para o que aí vem.

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  16. Só uma dúvida, agora o farpas também tem uma secção de informação sobre jantares?

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  17. "Jantares" é um tema que muito interessa a algumas pessssoas. Talvez por uma questão de educação. É que a educação vê-se é à mesa! Ou sou eu que já estou a trocar isto tudo?
    De qualquer forma, como não noticio jantares, também não sou a pessoa ideal para responder a essa (pertinente) questão, sr.ª Cardal!

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  18. Só para terminar... eu sou mais adepto do "comer e calar". Só nestes casos... ;)

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  19. Amiga e companheira Sra. Cardal, boa noite.
    O nosso camarada Adelino Malho colocou um post sob o título “A fome da água”.
    E terminou dizendo que “Definitivamente, a natureza humana não evoluiu nada”.
    Aqui é que está o âmago da questão.
    A natureza humana alimenta-se de coisas tangíveis mas, também, de coisas intangíveis.
    A sobrevivência humana, entre outras coisas, sobrevive se se alimentar de umas e de outras.
    Não sei quais é que são as mais importantes. Mas sei que se não se alimentar das tangíveis não se poderá alimentar das intangíveis porque, pura e simplesmente, definha.
    Até lá… alimente-se das tangíveis.
    E bebe muita água.
    Beijo.

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