15 de dezembro de 2020

Trambiquices perfeitas

Sexta-feira, o Gabinete de Apoio à Presidência levou à reunião do executivo (não transmitida) uma proposta para a atribuição de um subsídio à junta de freguesia das Meirinhas, no valor de 14.300 € + IVA, que foi aprovada. O subsídio destina-se ao pagamento de um servicito de arquitectura - requalificação da antiga escola primária - ao amigo Renato Guardado.

Para que tudo pareça normal, e legal, a proposta refere que foi lançada uma consulta prévia a três gabinetes de arquitectura da praça, e que "a proposta mais vantajosa" (?!) foi a do Arqt. Renato Guardado.

No tempo de Narciso Mota estas coisas faziam-se com uma “certa” moralidade - "se não ajudarmos os nossos...". Agora é negócio puro e duro.



7 comentários:

  1. Adelino, ainda que esta possa ser a tua forma de escrever, recorrendo à insinuação, não deves tentar levar as pessoas a formularem uma opinião negativa sobre os “alvos” que escolhes de forma tão leviana.

    E neste caso terás de te esforçar muito mais para o conseguires

    1. O que queres dizer com “a proposta mais vantajosa(?!)”
    Quererás dizer que o valor é exagerado? Por acaso sabes o preço de mercado para este tipo de projetos? No caso de arquitetura e especialidades! (ao contrário do que com certeza "inocentemente", insinuas ser só o valor da arquitetura).

    2. O que quereres dizer com “servicito de arquitetura”?
    Que por ser uma requalificação não precisará de projeto? Não quero acreditar que aches verdadeiramente isto!

    3.O que quereres tu dizer com “se não ajudamos os nossos” e com “é negocio puro e duro”?

    Queres-me fazer um ataque pessoal ou será que no fundo no fundo, quererás dizer que por ter tido atividade politica executiva no anterior mandato (2014-2017) não posso exercer a profissão para a qual me formei, de forma competitiva com os colegas de profissão?

    E agora pergunto-te, será que o facto de ter tido essa experiência profissional nesse mesmo mandato com o acompanhamento do grande volume de projetos do município de Pombal, e a minha praticamente inexistente participação em projetos públicos no meu concelho, não é o reflexo bastante do distanciamento e decoro que aqui tentas insinuar que não tenho?

    Acredito que saibas! Mas quem nos lê pode não saber e não deixarei, que pelo menos tão facilmente, possas sequer gerar essa dúvida

    Estou, naturalmente e como sempre estive, ao dispor para esclarecer "qualquer dúvida” 😉

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  2. Amigo Renato Guardado,
    Antes de mais, louvo a frontalidade de vires aqui defenderes-te do que apelidas de insinuações levianas. A cidadania e a coisa pública ficam sempre mais enriquecidas e fortalecidas quando damos a cara pelos nossos actos públicos, quando prestamos contas, e deixamos as pessoas fazer os seus juízos livremente. Outros, com mais deveres e responsabilidade que tu, deviam fazê-lo com mais regularidade.
    Depois, e ainda antes de responder aos teus pontos/dúvidas, deixa-me dizer-te que na crítica política que faço (que fazemos) procuro sempre distinguir dois patamares de responsabilidade bem distintos: o dos decisores políticos/agentes públicos e o do cidadão comum. Por isso, a minha/nossa crítica incide quase exclusivamente sobre os primeiros - os segundos só são visados, e indirectamente, quando se relacionam com os primeiros, mas não são o alvo – como dizes.
    Sabes: nestes casos aplica-se bem o lema Romano “quem toma o cómodo deve ficar também com incomodo”
    Indo então aos teus pontos:
    1. A interpretação da afirmação que diz que "a proposta mais vantajosa" é a do Arqt. RG deves esclarecê-la, em primeiro lugar, com o autor da proposta. Se bem reparaste a expressão está entre aspas. Se queres que te diga, também fiquei muito curioso sobre o alcance da afirmação, e dei nota disso. Mas posso dizer-te mais: acho o valor exagerado, sim. Tu tens todo o direito de cobrar 14.300 € + IVA por aquele serviço (servicito), ou até 143.000€, mas eu como cidadão, que os pago, tenho o direito de achar exagerado. E é-o. Sabes porquê? Porque é mais do que o rendimento anual de um cidadão da classe média.
    2. Um servicito de arquitectura é um projecto para a requalificação duma escola primária do tempo da Velha Senhora.
    3. O que quis dizer com o “se não ajudamos os nossos…”`? Não te faças sonso. Andas cá, na política, há muito tempo, conheces com certeza o sentido da expressão. A expressão “é negócio puro e duro”, é mesmo isso - "negócio"; "puro"; "duro".
    Para rematar: tens todo o direito a fazer todos os negócios legítimos. Mas quero que saibas que não tenho qualquer interesse nos teus negócios, e desejo até que os faças por bom valor. Já o mesmo não digo de quem tem o dever de defender a coisa pública e os dinheiros públicos.
    Bons negócios.
    Abraço.

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  3. Conheço o Renato Guardado, é do melhor que o PSD ainda conserva. Como Profissional é muito bom, portanto acho mesmo que deve cobrar pelo que vale. Não me choco com valores quando as obras são bem elaboradas e com bom gosto. Por exemplo não pagava um cêntimo pelo projecto do "acimentado" do jardim do Cardal. Vamos a ver as coisas sem distorção politica.

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  4. Percebe-se aqui a intenção do Farpas de em 9 linhas "malhar" no executivo e em todos os envolvidos.
    Parece-me questionável a crítica do valor do "servicito" dado que "uma requalificação da escola" não quantifica o trabalho envolvido. Se for para repintar e mudar as louças dos WC será talvez demais, mas se for para intervenções de fundo com eventual ampliação teremos de quantificar esse trabalho especializado para chegarmos à conclusão de ser caro ou barato.
    Qualquer que seja a participação do Arq. Renato Guardado em relacionamentos comerciais com a Camara será sempre alvo da critica política que se compreende, mas que eu saiba não existe lei de incompatibilidades que o impeça.
    Não acredito que haja combinação entre os arquitetos escolhidos para combinarem preços e oportunidades do hoje vou lá eu e amanhã irás tu, embora essa possibilidade exista sempre na nossa sociedade nacional, o que não nos dá o direito de lá porque um outro caso ocorreu que passemos a considerar todos igualmente mafiosos.
    Sou amigo do Arq. Renato Guardado e já tive com ele diversas conversas sobre estes temas da igualdade de oportunidades para todos, mas essa ética que ele observa não o deve excluir de se poder candidatar a essas oportunidades também, porque aí seria ele o injustiçado.
    Sobre o montante empatado nessa obra e a sua oportunidade já é critério valorativo que qualquer cidadão pode ter e aí a crítica existe sobre o decisor político não cabendo ao fornecedor qualquer responsabilidade.
    Mas num país onde se empregam milhares de milhões em elefantes brancos garantidos, que se esfumam nas PPP. no Novo Banco, no Banif, no BPN, e na TAP, tudo garantidamente não retornavel e duvidosamente eficaz ( basta ver o histórico destas decisões), o que me espanta é que nenhum decisor publico consiga desviar uns 10 ou 20 milhoes para replantar a nossa Mata do Urso e da Marinha Grande ardidas em 2017.
    Ao pé destas grandes incúrias estes assuntos domésticos são lana caprina...

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  5. Adelino, , vamos lá a ser frontais então …
    Em primeiro lugar, um principio básico de qualquer discussão em que alguém que se diz “defensor da causa pública” entra deverá ser saber minimamente do que fala. Quando revelas que “não se sabes o que vão fazer”, nem conheces a dimensão, duração de obra, valor, ou abrangência da intervenção, e simultaneamente afirmas de forma perentória que o valor é exagerado, revelas a total desonestidade intelectual com quem vens para a discussão! Se não tens dados, como podes avaliar se o valor do projeto é caro ou barato!? É só uma laracha? Ou será que por o arquiteto ter tido intervenção politica convém-te tentar criar um bocado de lama? Lamento mas não posso deixar, e aqui nem é pela politica, é pessoal!
    Em segundo lugar se (alegadamente) não sabias que a proposta era para a totalidade do projeto, (arquitetura e especialidade, que traduzindo, paga o trabalho da equipa de arquitetura e engenharia numa proporção grosso modo de meio/meio), e se eu já te expliquei isso acima, quando continuas a induzir em erro os teus leitores dando a entender que o valor é na globalidade só para um projeto de arquitetura, já não é falta de informação! É para vender a ideia da "negociata"
    Como dizes fica ao critério dos leitores avaliarem a fiabilidade da divulgação de informação que fazes.

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    1. Renato, eu tenho a vantagem de o conhecer a si, o contrario nao acontece.
      14 300 Euros + Iva ?????!!! Olhe Renato, desculpe o meu "frances" mas voce é um barateiro!!! Em Lisboa isto era um orcamento para valores entre 35000/40000 Euros!!! e nao estou a falar de gabinetes de um Tomas Taveira, ou da Enzo, Guedes Cruz, ou Studio A108 por exemplo!

      Cumprimentos.

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  6. Oh Renato,
    Eu avalio as decisões políticas pela informação disponível. Neste caso, pela informação disponibilizada aos decisores políticos (que decidiram o negócio).
    Eu até acho que neste caso, como em muitos outros, foi sonegada informação, com intenções muito claras - o que tem vantagens e desvantagens (para os envolvidos).
    Eu conheço minimamente a escola; conheço os propósitos do projecto – “requalificar a antiga escola primária no seu interior para outras funções, nomeadamente, (sala polivalente, Junta de Freguesia, gabinetes e instalação de elevador), para além de criar estacionamentos no espaço frontal do edifício e, nas traseiras da escola, a criação de espaço para jogar e brincar”- uma coisa gira -; conheço o preço do projecto; e conheço os estratagemas – parte – de como isto se processou.
    Achas pouco? Poderá achar que o descascar deste negócio não é de interesse para o eleitor?
    Eu sei, e tu sabes, que se o(s) envolvido(s) fosse(m) outro(s) seria um pitéu para ti.
    É a vida. Temos pena. Repito: “quem toma o cómodo deve ficar também com o incómodo”.

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