18 de outubro de 2021

O primeiro dia do resto da vida do PS




 Ainda no andar de cima se arrumavam os restos da festarola que demos para receber como deve ser Pedro Pimpão & sua banda (vereadora Isabel Marto ao piano, exímia em Yann Tiersen e La Valse D’Amelie, pouco consentânea com o show dançante), e já no andar de baixo a meia dúzia de eleitos do PS para a Assembleia Municipal fazia aquilo que em 28 anos ninguém se lembrou de fazer: ouvir a sociedade civil, o que resta dela.

Num domingo à noite, João Coelho e os cinco que o acompanham conseguiram dar esse pequeno passo que é trazer à cidade gente de todo o concelho (e de vários quadrantes políticos) para saber o que espera o povo destes que agora se vão sentar na AM. É claro que a conversa descambou para uma catarse por parte de quem não consegue - por defeito, claro está - vislumbrar unicórnios ao virar da esquina da pastelaria Mota, estrelas cadentes na Várzea ou bolas de sabão multicolores no Cardal. Gente que viu os filhos partir, as fábricas e as lojas fechar, que pede mais do que os acordes do ‘ai meu Pombal’ para se sentir feliz, que gostava de ver de novo alegria nas ruas [não confundir com isso da felicidade, como bem lembrou Francisco Faro]; que esperava mais de uma Oposição, estes anos todos, como apontava Jaime Portela, candidato da CDU nestas autárquicas. E que oposição será esta na Assembleia? - quis saber (e bem) Célia Cavalheiro, última (e única) eleita do Bloco de Esquerda. Terá a mesma posição sobre os contratos de associação dos colégios? Pois. Faz-nos muita falta falar. Discutir. Perceber o concelho onde vivemos e quem o habita, o que pensa, por que o pensa. Nem todos estão dispostos a fazer esse exercício, como ficou claro na noite (que não das facas longas, apenas de uma nova ambição). A começar pela própria estrutura do PS. 

É sintomático que num encontro como este nenhum dos vereadores eleitos se tenha dignado lá por os pés. Quem sabe tudo, não precisa de aprender nada, muito menos de perceber, quanto mais de ouvir.

Jorge Claro fez na sua intervenção a síntese perfeita do estado da arte.

Depois queixem-se do eleitorado. 

1 comentário:

  1. Paula Sofia...Qual PS ? O que estava ali era um grupo de militantes do PS reunido com iluminados de esquerda do PS...Eu já nem sei quantos PS existem em Pombal. Somos poucos mas bem divididos. Porca miséria.

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