3 de outubro de 2021

Prelúdio outonal, em Pombal

Depois de um verão tórrido começou o outono: choveu forte, reina um céu nublado e sereno que entrelaça nuvens escuras e brancas; sente-se a brisa fria, uma a húmida melancolia, o ar pesado e a miséria oculta; caem as primeiras folhas.

Como dizia Pessoa, na vida tudo se renova: à primavera segue-se o verão, ao verão o outono, ao outono o inverno, e ao inverno a primavera, e assim gira e regira o tempo nesta volta contínua. Só a vida humana corre para o seu fim, ligeira, mais do que o tempo, sem esperar o renovar-se, a não ser na outra, que não tem termos que a limitem. Cada outono que vem é mais perto do último outono que teremos.

Por cá, depois do outono que agora começa virá um inverno, que trará uma primavera ou não - ou não. 



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