15 de janeiro de 2025

Coisas de Pimpão, coisas de Rabadão

Consta que o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) quer deslocalizar os cursos de formação superior em Desporto para Pombal. Se há coisa de que o país não precisa é de mais escolas superiores. Mas continuamos a ser desgovernados por políticos e dirigentes que não sabem estudar os problemas nem priorizar a acção, uns por desconhecimento, outros por falta de seriedade.



Sabe-se que num país pequeno e pobre, como este, com variada e difusa oferta educativa de nível superior, é muito difícil e custoso erguer e consolidar uma nova escola de ensino superior. Nas últimas décadas surgiram pelo país escolas superiores como cogumelos no Outono, sem obedecer a qualquer critério racional de utilidade ou viabilidade. A maioria vegeta pelo país, sem passado que as recomende, sem presente que as justifique e sem futuro algum, sorvendo recursos públicos, sempre escassos, sem retorno palpável.

Apesar de tudo, Leiria é uma honrosa excepção; conseguiu com o esforço e a dedicação de muitos erguer um instituto que oferece alguma formação de reconhecida qualidade e com valor para a região e país. Mas o trabalho não está concluído nem consolidado em várias áreas/cursos. Por conseguinte, fragmentar a escola sem a consolidar, não por razões de necessidade de expansão ou de interesse público, mas por simples motivações e interesses particulares - arranjos políticos – desligados de qualquer política ou resposta educativa é um péssimo serviço que se presta ao IPL, à região e ao país.

Estamos perante um devaneio ignóbil, que desbarata avultados recursos públicos e compromete a consolidação do IPL, na forma de favor político destinado a satisfazer a vã glória do “nice to have”. 

2 comentários:

  1. Estimado Camarada Adelino Malho,
    A importância de um polo de ensino superior em Pombal não pode ser subestimada. A juventude do nosso concelho enfrenta desafios significativos, como o gasto com arrendamento de moradias, transporte e alimentação, especialmente para aqueles que estudam em outras capitais de distrito. Ter um politécnico local seria excecional. Por outro lado, sem investimento intelectual, continuaremos a desperdiçar recursos públicos em áreas menos prioritárias. Contudo, sem massa crítica e intelectualidade, as autoridades e lideranças políticas se apropriarão desta fragilidade demográfica, iludindo as populações sensíveis que têm medo de enfrentar esse mesmo poder instituído: desonesto e abusivo. O ensino superior empodera, formata o ser, desenvolve competências de raciocínio, oratória e discernimento, inclusive de astucia política. Devemos lutar por bolsas de estudo e cursos livres gratuitos, garantindo igualdade de oportunidades. Estudos alarmantes mostram que muitos jovens estão desorientados, sem atividades ou oportunidades de inclusão, os conhecidos «nem-nem», que não estudam nem trabalham, lógico que por fragilidades económicas, sociais e psicológicas não concluem os estudos.
    Além disso, adultos desempregados necessitam de formações inovadoras e, aos 40 e 50 anos, são desafiados a mudar de carreiras, caso contrário não sobrevivem. Conheço muitos que se formaram em cursos técnicos de formação superior, em licenciaturas e mestrados pelo próprio instituto e hoje são profissionais extremamente competentes. A educação é o único caminho para combater a pobreza. Com o polo de ensino superior, poderemos produzir e oferecer conhecimentos, aproveitando a infraestrutura viária e ferroviária. O desporto oferece saídas profissionais e promove a saúde e o bem-estar. Em Pombal, figuras como Mestre Bimba e o Professor Vítor, como tantos outros junto com as famílias dos jovens, têm inspirado a juventude. A inclusão de um polo de ensino superior com foco no desporto fortaleceria essa tradição e promoveria um ciclo positivo de progresso e inclusão.É óbvio que em tempos de eleições o Presidente da Autarquia de Leiria está preocupado, já que perder e dividir polos com Pombal forçarão menos arrecadações directas e indirectas à Capital distrital, é compreensível. No entanto, pela primeira vez, estaremos em condições de produzir e oferecer conhecimentos, com um sistema operacional que contará com a facilidade dos anéis: viário e ferroviário e forçará, esse mesmo Poder Público reestruturar o amparo e os equipamentos em educação básica, creches, saúde, habitação, lazer e cultura, olha a expansão que poderemos ter? Esse é o verdadeiro ciclo produtivo e de progresso. A ETAP, desenvolve um excelente trabalho, mas é fundamental garantir a inovação e a competitividade. Somente com investimentos cresceremos e prosperaremos, como a Finlândia. Em 2015, o Projecto E3T recomendou o ensino superior para Pombal.

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  2. Cara Marisa,
    Ainda consegui ler o seu escrito até à sua brilhante conclusão: Ter um politécnico no quintal de casa seria excepcional. Desisti imediatamente de ler o resto. Nunca fui muito propenso a ilusões, mas agora, nesta provecta idade, fujo a sete pés do registo delirante.

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