A “Junta” reuniu na passada quinta-feira. Mas nem o presidente nem gabinete da propaganda divulgaram a dita. Perdemos há muito o interesse pelas reuniões da “Junta”, mas a ausência de propaganda acicatou a curiosidade…
Na dita reunião, não transmitida, o Pedro fez aprovar um empréstimo bancário no montante de 9 854 000 € - o dobro da dívida bancária de longo prazo herdada dos seus antecessores. O Pedro justificou o avultado empréstimo com a necessidade de realizar investimentos, nomeadamente nas descabidas promessas eleitorais (por exemplo, nos parques verdes nas freguesias). Mas percebe-se que se destina a dar asas ao seu despesismo, em ano de eleições.
O concelho precisa de muita coisa, mas não pode nem deve desbaratar recursos, sempre escassos, em benfeitorias de fachada que só dissipam meios e geram despesa (re)corrente. Para estas deveriam chegar os abusos que se cometem no acesso indevido aos fundos comunitários, recorrentemente desbaratados sem propósito e sem critério. O crédito bancário - sempre oneroso – é uma decisão complexa e de último recurso, justificável quando não se dispõe de meios próprios para responder a uma necessidade premente ou a uma oportunidade (rentável), após rigorosa e ponderada avaliação da relação custo-benefício. Esporadicamente, também se justifica/impõe para resolver problemas ou rupturas de tesouraria, como parece ser o caso... A acção política do Pedro é um jorro dissipador de recursos como se não houvesse amanhã, que seria, em grande parte, inócua se lhe retirassem a capacidade de contrair dívida e de fazer despesa extraordinária. Como actualmente isso não parece possível, restará a possibilidade de tirá-lo do poder. Mas parece que amanhã ainda não será a véspera desse dia…
Convém, no entanto, recordar que o Pedro recebeu a câmara numa situação económico-financeira invejável, fruto de abordagens prudentes, centradas no essencial e no controlo da despesa, geradoras de resultados sempre positivos. Mas bastou comutar para o modo despesista, focado no acessório e no folclórico (festas e diversão), para se passar de explorações positivas para um resultado líquido negativo de 3 600 mil euros, em 2023 - último conhecido.
O Pedro é um bom-rapaz, mas muito impreparado e insensato para este campeonato, porque não distingue o acessório do essencial, confunde despesa com investimento, acção com estratégia, prioridades com desejos. O que o leva a fazer escolas onde não há crianças, e a não as fazer onde as há (crianças); o que o leva a plantar árvores onde as há a mais (somos um dos concelhos com a maior mancha florestal), porque acha que assim se liga à natureza, quando o esforço deveria ser colocado no seu desbaste; o que o leva a fazer parques verdes onde não falta verde - verde do melhor, verde natural -, em vez de cuidar dos pequenos núcleos urbanos das freguesias, etc. etc., etc.
Com o Pedro & C.ª esta terra nunca encontrará seu ideal. Salva-se quem gosta do natural.
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