A política pombalense tornou-se uma alegoria banal, inepta e insípida, que em muitos momentos roça o deplorável. Até ao final do ano, as próximas eleições autárquicas proporcionar-nos-ão vários actos caricatos e/ou penosos.
No arranque, bastou a “oposição” não se apresentar a duas freguesias para o doutor Pimpão cavalgar vitória antecipada. Em política, vitória é sempre vitória, nem que seja de “pirro” por ausência/incapacidade dos adversários. Mas convinha não embandeirar em arco… Todos já perceberam que o doutor Pimpão vai sentado num jumento, não num puro-sangue…
A “oposição”, coitada, continua em estado de negação, incapaz de olhar os factos e a realidade que a rodeia. Prefere vitimizar-se: transferir para outros erros seus - caminho que não resolve nenhum problema, só os agrava. Ao fraco já deveria chegar como desgraça carregar as suas fragilidades. Mas não: a dita oposição gosta de amplificar a sua desgraça, expondo na praça pública as suas fragilidades, os seus medos e os seus fracassos.
O pior cego não é aquele que não vê; é aquele que não quer ver.
A crónica publicada assinada pelo Exmo. Adelino Malho, oferece-nos uma vez mais o exercício habitual de ironia e espicaçamento, com o qual já nos familiarizámos. Porém, importa sublinhar que, quando o sarcasmo se torna sistemático e se volta contra quem tenta, com esforço e seriedade, reequilibrar uma democracia local enfraquecida por 32 anos de poder contínuo do PSD, estamos já para além do comentário crítico — entramos na zona da condescendência injusta. A dita «oposição», tão depreciativamente tratada, não pode ser reduzida como grupo amorfo e desorientado, da maneira como tenta fazer crer. Vê-se, sim, parcialmente reestruturada — é verdade —, mas com o propósito de apresentar as próximas eleições autárquicas candidaturas formadas por pessoas da sociedade civil, livres, honestas, com vontade de servir e dignidade no trato da coisa pública. Pessoas que não vivem da política, e, que por isso mesmo têm tudo para nela actuar com responsabilidade, proximidade e espírito democrático. É fácil satirizar quem está a reconstruir. Mais difícil é reconhecer que estamos diante do princípio duma alternativa exequível que ousa pensar diferente, por exemplo, que questiona se faz sentido continuar a investir em mais um campo de futebol, quando tantas famílias procuram casas a preços acessíveis; que considera urgente; a prestação de contas de forma transparente, canalizar recursos para saneamento básico, saúde pública eficaz e transportes que sirvam o concelho com justiça territorial. Essa é a mudança de ótica de que falamos — e que, pelos vistos, constrange. O que vivemos em Pombal não é apenas desgaste político, constitui enraizamento prolongado do poder que se confunde com as instituições, que se comporta como dono dos lugares e dos recursos. Trinta e dois anos do mesmo partido no poder funciona como ditadura das coisas públicas — da forma como se pensa, como se decide e como se persegue e constrange, quem discorda. Mas, felizmente, há quem prefira construir. Enquanto uns se ocupam em caricaturar, outros preferem ouvir as pessoas, apresentar soluções e fazer diferente. Adelino Malho, estaremos nas ruas com os nossos candidatos. Vem connosco camarada, ou Vossa Excelência não é mais do PS?
ResponderEliminarCaro ANONIMO, subscrevo na integra tudo o que diz. Mas temos de admitir que o problema do PS é ha 30 anos, o mesmo. Começar sempre tudo do Zero. Não tem havido continuidade na estrutura, nem nos quadros. Nunca se aproveita nada das anteriores Comissões politicas. Muda o Secretariado, muda tudo: Quadros, estratégia, rumo, objectivos...
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