28 de julho de 2015

A quimera das festas do bodo

O silêncio é de ouro e as regras da organização social impõem-no em determinados períodos do dia, designadamente à noite. Porém, o direito dos cidadãos ao descanso e ao repouso é suprimido nas festas do bodo. Nem tão pouco há misericórdia para os doentes e moribundos do Hospital (para doentes terminais) da Misericórdia de Pombal, atualmente em remodelação e recentemente objeto de festa política.
O ruído começa com foguetório às 9h, continua com música de rua, dos carroceis e das tascas durante dia, repete-se com foguetório às 24/0h e prolonga-se com música até às 6h.
O ponto alto das festas foi a procissão ou o cortejo das vaidades, onde, este ano, até os dirigentes da Misericórdia mostraram a sua religiosidade, as suas máscaras e as suas indumentárias. A feira das vaidades continuou nas poses para as fotografias a exibir…
Todos tiveram um pouco de ilusão da quimera fugaz da festa: sobretudo os políticos sedentos de protagonismo, comerciantes sedentos de receitas e o público sedento de prazer.
Simultaneamente, as ratoeiras dos pinos e das pedras pontiagudas continuaram e continuam cravadas nos pavimentos a fazer tombar e a ferir vítimas, até que alguém demande judicialmente o município ou apresente queixa contra os autarcas pelo crime de ofensa à integridade física por negligência e exija indemnizações.

De toda esta habitual “cultura” de festa, destacamos de positivo a anunciada redução das despesas comparativamente aos anos anteriores.

7 comentários:

  1. Está tudo bem, graças a Deus, no Reino de Palumbare. O Príncipe controlou a sua corte, os Barões das várias casas Reais estão em paz, pelo menos até algum perder direitos. A Corte conta com a colaboração do Clero para a submissão do povo aos temores de Deus. O que o Príncipe não esperava era ter afrontado o Deus BACO e os seus súbditos terem aparecido no BODO com uma indumentária de protesto.

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  2. Amigo e companheiro da racha, boa noite.
    Tu e as tuas vacas sagradas.
    Fazes-me lembrar aquela mãe extremosa que foi ver marchar o seu amado filho, na tropa, e que, extasiada, exclama embebecida:
    - O meu querido filho é o único que vai com o passo certo.
    Todos os outros vão com o passo trocado.
    Por isso, eu assino, por baixo, o comentário do Florzinha, cujo fato te fica mesmo a matar e que transcrevo.
    “Flores Silva 27 de Julho de 2015 às 08:53
    Bom dia
    Tinha dito para mim mesmo que não voltava a escrever no Farpas, não resisti.
    Em anos transactos fizeram críticas severas à organização das festas por serem opulentas e houve críticas pelo esbanjamento de dinheiros públicos. Tudo fizeram para que as festas fossem realizadas com uma visão economicistas e não com uma visão para o futuro, sendo assim, conseguiram transformar umas festas de vanguarda na festa de bairro à medida da pequenez das mentes de muita gente.
    De notar que o BODO de Pombal era a grande atracção de Verão da região centro sendo o espelho da economia local e todos os agentes económicos rivalizando com a EXPOFACIT de Cantanhede, esta última está hoje com uma pujança impressionante, e o nosso Bodo está à dimensão da mentalidade dos críticos que sempre quiseram festas económicas, O Sr. presidente da CMP fez-lhes a vontade. Têm o que merecem!
    Finalmente, já o disse e volto a afirmar, discordo do modelo das festas do bodo há já muitos anos, quem quer palhaço paga!”
    Choro por ver os meus amigos com pensamentos pequeninos, mesmo, mesmo, pequeninos.
    Abraço, mas, também, pequenino e por estarmos em fim de festa

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  3. Caro rapaz da racha dos doze
    Da minha parte fiz a referência à "greta", pela qual passo rijamente montado numa bicicleta. Em contrapartida, foste tu quem fez referência à racha, a que te aproximas timidamente em formato murcho. És, pois, tu o rapazito da racha dos doze, emblema que trazes na testa.

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    1. Amigo e companheiro da Racha gretada, ou da Greta rachada, não sei bem, boa tarde.
      Fico muito, muito, muito contente por tu reconheceres que eu tenho uma idade mental diferente da idade física.
      Sou velho no corpo, mas jovem na mente.
      Outros são velhos na mente e jovens no corpo.
      É da vida, só que o rapazito da racha dos doze fez hoje 66 anos.
      É uma chatice! Um monte de anos!
      Preferia fazer 46 anos, na próxima Sexta-feira, dia 31 de Julho, como faz o nosso companheiro e Presidente Diogo Mateus.
      Mas é, outra vez, da vida.
      Salvé, Presidente Diogo, pelos teus 46 aninhos.
      E para ti, o da cana rachada, um abraço, mas muito, muito pequenino

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  4. Este post está sagrado, barulhento e brilhante. Obrigada!

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  5. Brejeirice à parte, esta troca de mimos só contribui para percebermos o incómodo, a farpa ali espetada. É muito menos o que nos une do que aquilo que nos separa, como é sabido, JGF. À semelhança do que fiz nas redes sociais, também aqui tenho que tirar o chapéu à clarividência da quase totalidade do post (há coisas com as quais não concordo, mas adiante). Ainda agora estou para perceber como é que isto nos aconteceu, em Pombal. Como é que regredimos a este ponto medieval. Andei eu 20 anos à espera de uma mudança para isto.

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  6. Caro Dr. José Gomes Fernandes, também eu fui testemunha mais uma vez, das ratoeiras que teimam em permanecer quer no cardal quer na ponte. Mais uma vez, em reuniao de Câmara mostrei a minha indignação e apelei, exigi, que o executivo retirasse os pinos, como o já o havia solicitado há um ano atrás! Fui informada, pela vice presidente (o presidente encontra-se de férias) que se esta já a estudar alternativas aos pinos, pelo pareceume que irão ser substituidos. Lamentei, que decorrido 1 ano em que uma vitima pediu indemnização e que fora indeferido, seja preciso alguém magoar-se seriamente para que os responsáveis políticos tomam medidas.
    No que se refere a este assunto, embora já o tenha levantado algumas vezes em reunião de Câmara, continuarei a insistir no assunto.
    Abraço

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