No geral, o poder local tem tido dinheiro a mais e políticos
a menos – incapazes e sem visão (sem modelo de desenvolvimento para o
concelho). Quando há boas ideias nunca há dinheiro a mais, mas quando não há
ideias pode haver dinheiro a mais. Pombal é um caso desses.
Nas três décadas posteriores ao 25-Abril de 74, o poder
local granjeou uma imagem positiva. Na maioria dos concelhos faltava quase
tudo: infraestruturas básicas (estradas, água, saneamento) e equipamentos
sociais (pavilhões, piscinas, escolas, lares, espaços de lazer, etc.). Logo,
não havia dúvidas no que fazer, só era necessário fazer. Os autarcas criaram a
imagem de grandes fazedores de obras e de reivindicadores de fundos. Os governos
interesseiramente foram-lhes alimentando os propósitos, as obras foram-se
fazendo e os orçamentos das câmaras foram crescendo, até que, as necessidades
de obras foi decrescendo mas os orçamentos continuaram a crescer. Há hoje
municípios onde está tudo feito, no que toca a infraestruturas e equipamentos
sociais. No entanto, muitos autarcas continuam a gastar o que têm e o que não
têm, a destruir recursos e a acumular endividamento com obras sem utilidade: asfaltagens
de estradas onde ninguém circula, construção ringues onde não há jovens,
recuperação de aldeias condenadas ao abandono, empedramento de estradas e construção
de parques de merendas onde não há vida, já tomadas pelas silvas.
No meio disto, encontram-se algumas câmaras com gestão mais
prudente, que satisfizeram as necessidades básicas e mantiveram sempre um bom
equilíbrio económico-financeiro. E há até câmaras, como a de Pombal, que satisfizeram
as necessidades básicas e acumularam reservas financeiras avultadas. Mas, como
diz o povo: após um poupador vem sempre um gastador.
A câmara de Pombal é um caso extremo de dinheiro a mais e
ideias a menos. Atiram-se a tudo: o que não é preciso e o que não lhes pertence
(infraestruturas e equipamentos do governo, IPSS, benfeitorias privadas). Chega
a parecer que a preocupação essencial é esvaziar o cofre.
A última “brilhante” ideia é uma OPA sobre a floresta. Por
várias razões, a OPA não terá sucesso. E ainda bem que não o terá. Se o tivesse
transformava um problema em dois; não resolveria o problema do ordenamento florestal e, se houvesse grande adesão e um investimento significativo, colocaria em risco a sustentabilidade da câmara. Logo, não é para levar a
sério, é mais um show-off próprio de campanha eleitoral.
Uma câmara que deixa morrer à sede as árvores que planta na
cidade não pode ter grande preocupação com o arvoredo,
o seu ordenamento e manutenção.Adenda: A apresentação da OPA foi um desastre: falta de espaço para as pessoas, não audível pela maior parte dos presentes e sem direito a perguntas. Pelos vistos, destinava-se unicamente à recolha de fotografias para os sites. Uma sugestão: não usem as pessoas.
Este Executivo continua a sua propaganda de 4 anos, invistam dinheiro nas pessoas mais desfavorecidas, através de bolsas, para os filhos estudarem e para as necessidades mais básicas... Conforto na família e distribuição de alimentação saudável e adequada as necessidades. VOLTA NARCISO QUE ÉS CÁ PRECISO.
ResponderEliminarCoincidência ou não. Um membro do governo veio anunciar em Pombal a OPA á floresta. Pombal ficou rodeado de fogo. Será este o resultado da Oferta Pública de Aquisição (OPA) á floresta?
ResponderEliminarA evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.
Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.
Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:
1 – Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?
Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?
Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?
Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?
Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo?
Em Portugal enquanto não se tomarem medidas drásticas e altamente punitivas para os bandidos dos incendiários e os seus mandantes ( que são quem lucra bom dinheiro com os fogos) haverá sempre a época dos fogos. Essa época é tão "normal" como a época da caça, como a época da praia, como a época do natal, como a época da pascoa... É mais um negócio e sem ele muitas empresas faliam... É verificar os milhões de Euros que a "industria" dos fogos movimenta por ano. Desde os equipamentos para os Bombeiros, viaturas que ardem nos fogos, floresta que depois vai servir para outros fins... Tudo isto é a ponta do Iceberg... Se aqueles que nos governam há décadas pensassem em ordenar as nossas florestas, em vez de comprar ou alugar aviões e helicópteros de combate aos incêndios, para beneficiar de luvas desses negócios sujos cujos contratos fazem em beneficio de amigos e deles próprios, então tem de arder, senão os negócios não ocorrem...Infelizmente tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado.
Os fogos são um negócio altamente lucrativo... e salvo raras excepções as causas dos incêndios não são causas naturais... São mão humana criminosa... E prevenir isso como se faz ? Só agindo pesadamente a nível penal. Não é sobre o alcoólico que coloca o fogo, mas sim sobre a rede que os motiva a fazer isso.
Tendo em conta as exigências de m2, o valor disponível para a opa apenas dava para comprar 2 terrenos. É só fazer as contas e rir depois com esta tentativa anedotica.
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