14 de dezembro de 2018

Os D. Quixote deste tempo



Pombal não sai da cepa-torta, nem sairá, porque está entregue a políticos impreparados, ocos, lunáticos, escravos da vontade e da acção, que querem fazer coisas mas não sabem que fazer, aventureiros que tudo quanto pensam, vêm, ou imaginam, lhes parece real, factível, útil – estereótipos do D. Quixote. Se quando olham vissem alguma coisa, perceberiam que o concelho está cheio de monos, de equipamentos e malfeitorias inacabadas, ao abandono ou sem utilidade nenhuma; pensavam duas ou três vezes antes de falar ou propor alguma coisa; facilmente concluiriam que não basta fazer, que fazer coisas úteis exige análise e estudo, que os recursos são escassos, e, se mal usados destroem valor.
Vem esta conversa na sequência da reintrodução, pela enésima vez, da recuperação dos moinhos das Corujeiras, agora pelo PS. Como se aquilo tivesse recuperação possível, como se aquilo tivesse algum interesse económico, turístico, cultural, etc.
Existiram dezenas de moinhos de vento e azenhas em Abiúl (e nas outras freguesias), que desapareceram pela lei da vida; e nas redondezas existem moinhos de vento e azenhas, bem recuperados, que preservam a memória. Por quê esta obsessão lunática em recuperar o que é irrecuperável? O concelho precisa de vida, não de coisas mortas e ultrapassadas, não de nostalgias bacocas. E acima de tudo, precisa de políticos que saibam distinguir o essencial do acessório.

5 comentários:

  1. Caro Malho, raramente comento o que aqui se diz, ate porque tenho sido um dos bombos da festa e, manda a educação e a bonomia, termos consciência das nossas imperfeições e por isso nunca alimento polemicas que me envolvam.
    Respigo de essencial e do meu particular agrado o que refere:
    O concelho precisa de vida, não de coisas mortas e ultrapassadas.
    Há muito que esse é o meu lema porque é nessa linha que podem surgir às melhorias de vida para toda a população.
    Infelizmente há alguns bem-pensantes que ao defenderem certos ideais desligados dos seus efeitos económicos, sem darem por isso,contribuem ativamente para que o nosso concelho possa ser cada vez mais um concelho adiado.

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  2. Caro M. Serra, é sempre bem-vindo, até porque apreciamos o contraditório, e sei que o meu amigo também e sabe fazê-lo.
    Sobre o ponto que refere, estamos de acordo - na verdade essa é umas das causas do nosso atraso e desfalecimento.
    Abraço.

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  3. A CMP ainda vive no séc IXX. Quando outros Municípios estão já a apostar na revolução Industrial 4.0 no nosso Concelho estamos preocupados com moinhos de vento, estátuas barrocas e homenagens ao 25 de Novembro. Precisa-se novamente e urgentemente de um Presidente de Camara virado para o futuro. Alguém que surja do meio empresarial e não de mais um de carreira politica. A politica terá que ser uma missão e não uma profissão.

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  4. "Tonto" era o companheiro do "Lone Ranger". O Mascarilha fartava-se de dar tiros, mas tudo pólvora seca. O indígena atirava setas sem nunca acertar no alvo. Era o Faroeste dos Xerifes de estrela ao peito e cheiro a estrume fresco. Mas ainda assim eu gostava de ver os cowboys. Lutavam pela Justiça e faziam o bem. Mesmo que disparassem à canhota. Nunca gostei foi dos pobres índios.Lembravam-me o " Tonto"

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  5. Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruina as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe. Deve-se temê-lo mais que a um assassino.

    Cícero

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