19 de fevereiro de 2019

Pombal, boa ou má governação?

Na ausência de melhor, a central de propaganda e os acérrimos defensores do executivo municipal socorreram-se dos indicadores do Anuário Financeiro dos Municípios, editado pela Ordem dos Contabilistas Certificados, para propagandear a suposta boa governação local. Foi mais uma operação de fogo-fátuo: parte dos foguetes eram de pólvora seca; os que não eram deveriam ter-lhes rebentar nas mãos - se houvesse oposição com alguma capacidade de análise e de contraditório.
Os indicadores financeiros são pouco efectivos para avaliar a qualidade da governação (como a última crise financeira demonstrou); contudo, quando aplicados para monitorizar a estratégia de organizações que operam em mercados concorrenciais, são úteis. Ora nenhuma destas duas condições se aplica aos municípios, nomeadamente a Pombal.
Na generalidade, os indicadores financeiros são ambivalentes; a sua leitura depende do contexto e da orientação estratégica (que em Pombal e na esmagadora maioria dos municípios não existe). Por exemplo, o executivo gaba-se de aparecer em 3.º lugar no indicador Equilíbrio Financeiro, Leiria aparece em 4.º e Alvaiázere em 6.º. Boas ou más companhias? O mesmo se poderia dizer do Resultado Económico, ou do Volume de Investimentos, …
No que concerne à qualidade/retorno dos investimentos, Pombal será mesmo um “case study” nacional: elevados níveis de investimento público concelhio e fraco retorno económico. Porquê? Porque grande parte do investimento público camarário, realizado nas últimas décadas, teve pouco ou nenhum retorno. O concelho está cheio de monos: Quinta Sant`Ana, CIMU-SICÓ, Casa da Guarda-Norte, Celeiro do Marquês, Parque da Praça Marquês de Pombal, Centro Negócios, Casa Varela, Casa Mota Pinto, etc. etc. etc. A isto, deve-se somar as dezenas de sedes de associações, equipamentos desportivos, parques de merendas e benfeitorias diversas que estão ao abandono ou sem uso condizente.
Pombal (tal como a generalidade dos municípios) investe/gasta muito porque tem receitas asseguradas; se estivesse dependente do retorno dos investimentos há muito teria deixado de investir.
Resumindo: primeiro, investir (muito) não é necessariamente bom; segundo, uma empresa com o nível de investimentos falhados da CMP já teria fechado portas há muito tempo; ou a administração já tinha sido corrida pelos accionistas.

1 comentário:

  1. Adelino Malho, concordo contigo nos elefantes brancos sem utilidade...discordo contigo nos equipamentos desportivos. As equipes de Pombal tem equipamentos desportivos de luxo comparado com os concelhos vizinhos em que há clubes ainda a jogar em pelados...Se fores verificar vez que na principal divisão distrital de Futsal a futebol aparecem clubes de Pombal. Temos de ser honestos e isentos.

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