18 de maio de 2021

A Oeste, as posições estão marcadas

Depois de muitas hesitações, avanços e recuos, o presidente da UFIGMM - o independente Gonçalo Ramos - tomou posição pública de apoio ao Investimento da Lusiaves na Guia. E deu os passos seguintes: mobilizou o seu “exército” e começou a fazer campanha pela causa. Posições claras são sempre de louvar, nomeadamente em Política. 

Nas últimas autárquicas, foi o posicionamento sobre a agregação das freguesias que definiu o vencedor. Agora, será o posicionamento sobre o caso Lusiaves a fazer a diferença – independentemente dos méritos ou deméritos da governação. Até porque, o Investimento da Lusiaves na Guia tem - em si - tudo o que é necessário para ser fracturante; a que se junta um contexto já muito fracturado: rivalidade entre freguesias; ou melhor: rivalidade com a Guia.

Um investimento da dimensão do da Lusiaves na Guia tem inevitavelmente impacto relevante naquela faixa de território (UFGIMM). Muitos chamar-lhe-ão, e defendê-lo-ão, como um investimento estruturante. Considero-o anti-estruturante porque não reforça o potencial daquela região, enfraquece-o, nomeadamente da Guia, a freguesia com maior potencial de crescimento, mas também de todo o Oeste. 

A politização do Investimento da Lusiaves na Guia é natural e desejável. Mas se assentar unicamente nos potenciais dividendos eleitorais, como parece, é redutor. Daí que não se perceba, também, a posição fortemente contestatária do núcleo de PSD no Oeste, que se limite a defender a deslocação da indústria alimentar (matadouro e processamento de carnes) para umas centenas de metros da periferia do núcleo urbano, como se, ao afastá-la ligeiramente da vista, deixasse de senti-la.

Por agora, não dou palite sobre qual a posição vencedora nas urnas. Mas sei qual é a posição virtuosa no médio e longo prazo, para a Guia e para a UFIGMM.

Em política, o verdadeiramente pernicioso não é tanto um político enganar-se numa ou noutra opção relevante; é ser somente tacticista ou desconhecer o potencial do seu território.

3 comentários:

  1. A instalação de uma unidade de produção industrial de grande dimensão deve ter um protocolo devidamente elaborado com as entidades públicas de modo a não prejudicar o modo de vida das populações. Cuidados a ter com o ambiente, ruído e mesmo fluxo de transito. Se estes princípios forem devidamente acautelados esta industria será uma enorme mais-valia para a União de Freguesias, pois vai gerar muitos empregos qualificados e fixar população jovem. O mais caricato era se alguns dos contestatários fossem lá pedir emprego para eles e família.

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  2. h Malho, aqui nem sei por onde começar tal o manancial de assuntos que levanta.
    O Presidente da Junta clarificou a sua posição contrária a uma deliberação da AF de junho de 2020, com 12 votos a favor em 13 possíveis, logo não soube respeitar a sua AF que assim sendo nem se percebe bem para que servirá a AF?
    Podia ter tido uma decisão muito mais cautelosa e próxima dos seus fregueses, mas resolveu armar-se no paladino da causa aviária, com meia dúzia de cavaleiros do PS, que à boleia de tal causa pensam restaurar a hegemonia Rosa na Freguesia.
    Diz bem sobre o paradigma das últimas autárquicas, a desagregação, mas repare, não é curioso no mandato de 2013-2017 os elementos do executivo atual e apoiantes do Gonçalo terem feito dois abaixo assinados pela desagregação, e neste mandato em que são poder e prometeram iniciativas nesse sentido, não terem mexido uma palha que fosse para tal desejo? Nem discussões, nem propostas em AF, nem abaixo assinados, nada... será que se esqueceram da promessa eleitoral? E sobre as rivalidades, é indubitável que este executivo teve iniciativas, aliás recriminadas em AF, de estímulo dessas rivalidades, ao transferir iniciativas culturais da Guia para as outras ex-freguesias, Noites de Verão da Guia por exemplo, comemorar aniversário da elevação da Guia a Vila, com convidados oficiais e ir-se confraternizar o evento em almoço nas tabernas da Mata-mourisca…e há mais….
    Todos os investimentos são estruturantes na medida em que acrescentam atividade ao território e sustentabilidade e até mesmo o desejável crescimento à sociedade, porém esse desenvolvimento e crescimento deverá ser feito com inteligência e planeamento estratégico para que, ao se promover algo desejável e necessário, não se ponham em causa outros valores essenciais à manutenção e promoção da sã vivencia e desenvolvimento urbano equilibrado.
    Os potenciais dividendos eleitorais, neste momento, são negativos para quem quer que os defenda, embora a miopia de alguns, executivo incluído, possam pensar que não.
    Está espalhada a dúvida e o receio sobre o que lá vem, no local em que é, e a nossa junta a defender desastradamente essa opção? Acabou de dar último tiro no pé, a juntar a outros antes, e brevemente a população irá dar a sua real opinião contrária a tão obstinadas e turvas visões. E para bom entendedor está-se mesmo a ver que a atual junta irá fazer companhia ao Presidente da Câmara, ou seja, pregar para outra freguesia.
    Sobre a posição fortemente contestatária do PSD no Oeste há aí uma ligeireza de apreciação sua, porque o PSD do Oeste é responsável e nunca desejou recusar investimento e também sabe que a atividade industrial tem sempre alguns custos ambientais. Por isso, afastar este investimento para 500m mais a poente não será a opção ideal, mas entre onde está prevista e 500m a poente garanto que o ganho de qualidade de vida para a zona urbana e habitantes cresce em proporção geométrica, dada a orientação dos ventos dominantes que desviam muito os possíveis cheiros do centro, posicionam o imóvel na zona que todos aceitam como industrial e permitem incluir a empresa no seio da Guia.

    Evidentemente que a situação ideal seria ainda mais a poente, a meio caminho para poente, a 1 ou 2 Km da linha férrea, mas isso só com muito empenho e determinação negocial das autoridades autárquicas para com o empresário, para o que as atuais nem vontade têm nem competência suficiente, na minha opinião obviamente!
    Talvez o empresário saiba ver mais longe e prefira ele instalar-se num espaço menos conflituoso e pernicioso para a população e assim ajudar a encontrar uma solução mais consensual.
    Sobre a conclusão no fim do texto eu sou obrigado a concordar com que afirma, simplesmente retiro daí outra conclusão mais simples e justa, porque desconhecer o potencial do território e utilizar posições tacticistas apenas para marcar uma posição é mais do que mau, porque é a incompetência no comando e quando a incompetência se espraia e não se trava é sempre o desenvolvimento e o povo que sai a perder.
    O povo tem agora mais razões para saber decidir bem.

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  3. Bom dia seguinte questão não encontrada na autoria da internet a lusiaves vai ser só processamento de carnes e congelação? ou também vai ser matadouro?
    Pelo que tenho seguido pelos projectos não são de todo visíveis não vejo a parte de esgotos e fossas a céu aberto do matadou ?
    Gostava de ter essa informação obrigado

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