18 de dezembro de 2021

ADILPOM – exemplar maior do falso associativismo

A ADILPOM é uma “associação” – que de associação tem pouco ou nada – criada em 1991, pelo poder político local da altura, com o objecto da “promoção do desenvolvimento no concelho de Pombal, através de uma integração adequada com os espaços e entidades no âmbito regional, nacional e internacional, visando o desenvolvimento global e equilibrado do concelho, mediante o apoio directo à actividade produtiva e à promoção e valorização dos recursos locais, especialmente os humanos” - música.

O estratagema por detrás deste tipo de entidades foi sempre dar-lhes um objecto vasto e aparentemente virtuoso suscetível de disfarçar o verdadeiro propósito - usá-las para esquemas da mais diversa índole, nomeadamente como alçapão para a saída de dinheiros públicos sem controlo. O problema – ou a virtualidade - destas entidades é a (sua) essência determinar tudo - o pecado original cumprir-se.

Nos primeiros anos e nos mandatos de Narciso Mota a ADILPOM serviu como estrutura para a realização de alguns eventos e como antecâmara para dar emprego à malta do partido que não podia entrar directamente na câmara. Com Diogo Mateus - menos adepto destes esquemas - foi definhando, até se tornar numa estrutura sem vida própria: sem autonomia, sem recursos, sem competências – sem nada. Por ser composta por outras entidades no mesmo estado (AICP e ACSP) ou que nunca se envolveram na sua gestão e nas suas actividades (Cooperativa Agrícola, Caixa de Crédito Agrícola) tornou-se um mero apêndice da câmara. Definhou até mirrar. Presentemente é um “esqueleto” que a câmara usa para contornar o regime de contratação pública e dar um ou outro emprego aos amigos. A forma como o doutor Pimpão usou a ADILPOM para montar os festejos de Natal roça o obsceno – pode ser observado e examinado na informação submetida e aprovada pelo executivo, disponível no link abaixo. 

Diogo Mateus conduziu a ADILPOM para a agonia. Agora, a bem da decência, e antes que malignidade se expanda, é preciso dar-lhe o golpe de misericórdia - como foi dado à funesta PombalViva. Um assunto a acompanhar nos próximos tempos.     

Link: https://drive.google.com/file/d/1gKbLbke56GfQMau6EOG0ajpCQWtj2nkP/view?usp=sharing

8 comentários:

  1. Em busca do Orçamento Participativo!
    Na participação democrática e na análise estratégica de uma Autarquia, gastos públicos em tempos pandémicos devem ser extremamente ponderados, não só enquanto satisfação imediata, de uma determinada necessidade, mas de qual a repercussão de atendimento em número de famílias efectivamente atingidas por essa acção. A considerar a situação vivida, uma nova variante de uma doença que não possui cura, altamente contagiosa qual o impacto deste evento para o transmissão comunitária em Pombal em óbitos e internamentos?
    A exigência de certificação de vacinas e/ou testes para determinados locais [restaurantes] aumentaram o fluxo de atendimento com essa ação?
    Se para o ensino do século XXI a ferramenta fundamental são os computadores na efectiva consagração de emancipação, principalmente na urgência ou não, de um novo confinamento todos jovens e crianças pombalenses possuem esses equipamentos?
    Outras categorias ponderadas devem ser:
    1. A visita de familiares vindos de outros países/regiões mas, com muitas interações.
    2. A baixa temperatura para o uso de carrosséis e exposição aos concertos;
    O impacto para o comércio local numa racionalidade prática da Administração Pública:
    • Será que não seria mais importante incentivar a distribuição de vouchers para impulsionar livremente o comércio local?
    • O emprego de uma acção desta dimensão arrecada quanto ao Município em impostos?
    • Os gastos empregues serão para mais-valias a médio/longo prazo do investimento?
    Mas, não podemos esquecer dos problemas no concelho ligado à dignidade humana e sua função orgânica:
    - Ausência de saneamento básico em vários lugares;
    - Ausência de transportes públicos para todas as regiões;
    - Malha viária a necessitar de reparações urgentes;
    - A fome que bate à porta de muitos(as);
    - O frio que chega às famílias sem aquecimento;
    - Utentes sem dinheiros para comprar remédios;
    - O assoreamento ao longo do rio Arunca;
    E por fim, penso naqueles que não sabem o que fazer no dia-a-dia antes, durante e depois do Natal para manter os agregados em segurança alimentar, de moradia, educação, etc… É neste mundo que vivo e é essa realidade que vejo.
    Mas, pergunto-vos Sr. Presidente da Câmara de Pombal, vive-se somente para o momento sem projectos reais, sustentáveis e sociais e usa-se de forma questionável a Adilpom para justificar a maior parte das despesas?
    Ou o Concelho de Pombal precisava resgatar o espírito de Natal de forma surreal com valores questionáveis de uma empresa que nem sabemos de facto sua razão de existir? Espero que o Ministério Público possa verificar a situação da Adilpom e seus integrantes. «Por um Pombal Limpo»

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  2. Amigo Malho, estou em descordo consigo.
    Não ponho em causa desmandos e desvarios do passado que me parece hoje já não acontecerem.

    O legislador, para limitar certos excessos das Camaras que colocaram muitas em agonia financeira e responsabilidades incumpríveis apertou a malha dos compromissos, remetendo quase todas as contratações para os concursos públicos e convites diretos, regra dos três orçamentos, para valores menores.
    E por isso não é difícil perceber a morosidade dos procedimentos públicos que não se compadecem com urgências ou prazos curtos.

    Sobre o que disse da ADILPOM e a sua utilidade eu, ao contrário do meu amigo, acho muito bem que se utilize esse expediente legal para agilizar processos e acontecimentos que de outra forma não se poderiam realizar. Mas os responsáveis executivos são obrigados a realizá-los, logo estão lá para utilizar os instrumentos aos seu dispor para tornar realidade a necessidade e desejo dos pombalenses.

    Do que li do protocolo com a ADILPOM há um compromisso de transferir 180.000€ a que poderão vir a crescer 50.000€, mais as receitas próprias do evento, num total de 230.000€ possíveis, a que se acrescenta uma devolução do remanescente após apresentação de contas.

    Não percebo nem aceito essa classificação arbitrária do "Obsceno" porque há fiscalização dos custos que têm termo de comparação no mercado, e um ou outro "emprego para os amigos" é a habitual forma de denegrir a coisa com aquele argumento demagógico, mas sem substância, que os críticos tanto gostam de usar.

    Se a lei resolver ainda mais apertar a forma de movimentação dos executivos que o faça, mas certamente sairemos todos prejudicados porque há muitas necessidades e eventos que ficarão simplesmente sem solução, porque quando se chegar ao fim das necessárias formalidades já a oportunidade há muito passou e a necessidade por satisfazer ficou.

    A Câmara fez bem o seu trabalho, fez o necessário para que estas festividades acontecessem e a população sente-se orgulhosa da sua cidade.

    E depois há aqueles que vêm com um rosário de necessidades por satisfazer que são muito mais importantes e que aventam hipotéticas atuações das autoridades porque se arrogam o direito de classificar de ilegal o que não é, e blá blá blá, e a esses eu digo, candidatem-se e ganhem e depois vão lá resolver angelicamente tudo aquilo que, no conforto de quem fala mas não tem de fazer, tudo vitupera e critica.

    E se há coisa que quem tem dignidade, honestidade e coragem não faz é ter receio de opiniões grandiloquentes, que no peso de suas orações tentam transmitir atuações mafiosas e irregulares que nem são uma coisa nem outra.

    Concluindo: Acho bem o que se fez e a forma como se fez; Acho bem a manutenção da ADILPOM e a sua utilização criteriosa, e dar-lhe o sugerido golpe de misericórdia, que não acontecerá, seria dar igual golpe a alguma agilização possível dos processos funcionais; Obscenidade é termo que tanto pode servir para classificar o que se fez como a forma como se critica, e este executivo está a funcionar de forma muito eficaz e sem mácula e é uma injustiça conotar a sua ação com algo de incorreto ou ilegal que não é!

    Um Feliz Natal e aproveite bem o que está a acontecer na nossa cidade, apesar dos pesares...

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  3. Estará o meu amigo a perder qualidades?
    Nunca o tinha visto escrever tanto para dizer tanta coisa sem sentido.
    Boas, abraço.

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    1. Amigo Malho, sei lá se estou a perder qualidades, talvez esteja, fruto dos anos que vão passando, mas ainda não ao ponto de dizer coisas sem sentido, porque se as vê assim é porque não se apercebeu da propriedade implícita, e aí talvez a falta de qualidades lhe assista a si.
      Eu sempre fui um pragmático porque é a melhor forma de solucionar os problemas. A perfeição poética dos procedimentos e a eficácia são coisas que não conjugam, logo não funcionam, e eu prefiro que funcionem.
      Os excessos funcionais controlam-se e fiscalizam-se, mas achar que se deve acabar com estruturas agilizadoras em certos processos onde não há grandes alternativas, é o mesmo que defender acabar com os automóveis para acabar com os acidentes, porque podemos e devemos todos é andar de comboio...

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    2. Continua inspirado, amigo Serra…!
      Na verdade, cada um fala - ou só pode falar – da realidade que conhece, ou que lhe convém.
      Por isso, falo-lhe também de uma realidade que conheço.
      Tive um director financeiro (que também acumulava as Compras, e posteriormente foi Dir. Geral), que infelizmente já partiu mas deixou muitas saudades e muito conhecimento em muita gente, que quando o Chefe da Manutenção (numa empresa com centenas de equipamentos, e muitos muito complexos) lhe batia à posta com uma mão-cheia requisições de peças para responder às avarias lhe respondia, “vá-se embora…”, e o outro suplicava-lhe “ mas ò engenheiro…”, e ele repetia “desapareça”, e o outro insistia “as máquinas estão paradas…”, e ele respondia “o XXX quando está sentado na sanita é que se lembra de ir compar papel higiénico? e o outro respondia “mas então aprove-me só as muito muito urgentes que o motorista já está na carrinha…”.
      Quando a coisa chegava a este ponto, o director finalmente virava-se para o enrascado e dizia-lhe “então escolha aí as requisições muito urgentes”, ao que o outro respondia com uma escolha apressada…”; o director recebia as requisições, batia com elas na secretária para as juntas bem, depois punha-lhes uma mão numa ponta e a outra na outra ponta, resgava-as ao meio, colocava-as no caixote do lixo, e virava as costas para o interlocutor. Depois do enrascado sair, exclamava “este tipo não aprende!”
      Hoje as requisições são – TODAS – são aprovadas no Mónaco; e a empresa, da nossa região, continua a funcionar. E a ganhar dinheiro numa das industrias mais eficientes.

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    3. Amigo Malho não entendo a ligação porque senão repare, o chefe da manutenção já estaria na empresa há muitos anos, logo seria pouco previdente, e aqui o Pedro acabou de entrar e quando teve oportunidade de se sentar na sanita já o papel higiénico faltava há muito e ele nada podia ter feito para antecipar a inconformidade.
      Hoje tudo é aprovado no Mónaco, num tempo de uma ida e vinda de um mail, ao passo que para a administração publica, hoje ainda, o mesmo caso demoraria o tempo de ida e vinda da malaposta, mas com calma para se poder mudar de cavalos e reparar a tipóia e descansar os cocheiros...
      Logo, nada como poder recorrer a expedientes mais rápidos para o remédio chegar antes de o doente passar a finado...

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  4. Amigo Serra, não entende…? Mas devia entender, e devia até fazer a boa pedagogia...

    Mas, para o ajudar a compreender & al, acrescento mais duas razões: primeira, a exigência no controlo do dinheiro deveria se muito mais apertada no Estado do que no privado, porque o dinheiro no privado tem dono e no Estado não; segunda, se não se matar a má-prática nunca se implementa a boa-prática – nunca se sai da cepa torta.

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    1. Amigo Malho, aqui o meu amigo é que não entende.
      Porque afinal defende as boas práticas que eu até concordo, mas não diz como respeitando-as de forma fundamentalista se dá solução ao que não pode esperar.
      Observando integralmente as mesmas as iluminações de Natal estariam disponíveis lá para Abril ou Maio, e se para si esse desfecho poderia servir já para a população seria uma inutilidade.
      Porque o meu amigo defende a pureza das regras mas não dá é a solução de como se poderia fazer em tempo útil. E também faz vista grossa ao período muito curto de funcionamento do executivo.
      Desculpe lá, mas eu estou sempre disposto a aprender, desde que me consigam ensinar, o que até agora ainda não aconteceu. E se sem a boa prática não se sai da cepa torta não será a mesma que endireitará a cepa quando o tempo urge...

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