12 de outubro de 2025

Autárquicas 2025 em Pombal – tudo na mesma

O PSD voltou a ganhar; e os outros a perder. Por conseguinte, o doutor Pimpão continuará a presidir à “junta” e às juntas, acompanhado por criaturas ainda mais imberbes que ele. E os outros continuarão a assistir, ou a desistir. E assim tudo continuará na mesma, devagar e devagarinho, como a lesma. É uma vitória que tem tanto de plena – arrebanhou todos os “tachos” - como de pequena, que não traz nada de novo, só estragos no dia seguinte. 

O resto é só derrotados. Todos iguais (na fatalidade), e todos diferentes (no estado de espírito momentâneo:  uns felizes, com pequenos nadas; outros desiludidos, com o estilhaço das ilusões ocas; e outros simplesmente aliviados do martírio a que inutilmente se submeteram).  

A “história” eleitoral repete-se demasiado por aqui. A repetição, como diz a psicanálise, protege da agitação da vida individual, impõe a paz mortal de uma cultura que bane a surpresa, é “morte”. Os resultados mostram o declínio da confiança dos cidadãos nos políticos locais, nos partidos e no poder local, uma orfandade colectiva e uma falta de sentido de colectividade e de comunidade assente numa representatividade justa e plural. Em Democracia é a oposição que determina o exercício do poder. Deixaremos de ter oposição, papel reservado simbolicamente a um ou outro ramo de enfeite. Na verdade, já não a tínhamos; e daí vem, com certeza, uma das explicações para este desastre da dita oposição. 

O PS não conseguiu nada (relevante), nem poderia conseguir, míngua para o mínimo absoluto. Só mentes muito etéreas poderam crer em coisa diferente… Nas coisas dos humanos, a essência precede sempre a existência. E como diz o povo, o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. É um resultado que deixa marcas no partido e em quem deu a cara pela aventura. Mas sejamos justos: a responsabilidade maior não deve ser assacada aos que deram a cara pela desventura, mas a que traçou todo o guião e, depois, perante o evidente desastre, se escondeu na toca.

O Chega participou e mostrou o que é... Pelo meio e no final, proporcionou o cumprimento do desejo de Manuel Serra: chegar a vereador.  

O Independente Luís Couto cumpriu com brio o desafio inglório de tentar chegar a vereador. Jogava nestas eleições a afirmação do seu movimento político e o seu destino político. Falhou. A política nunca é só um desafio pessoal. Falhou o objectivo. 

Do resto não vale a pena falar - o nada é nada. 


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