28 de março de 2014

O milagre da multiplicação dos lugares

A novela em torno do Conselho Geral Transitório (!) do Agrupamento de Escolas de Pombal conheceu novo episódio esta semana, como deixa adivinhar o post que o Adelino Malho aqui colocou, ontem mesmo. É verdade que a tomada de posse chegou a estar marcada, como aqui também relatei em Fevereiro, um mês depois dessa chatice que foi a eleição dos representantes dos pais, ao invés de uma nomeação directa, ou um faz-de-conta-que-elegemos-para-lá-uns- dos- nossos, da Associação de Pais. Mas foi desmarcada. Era preciso esclarecer dúvidas sobre a legalidade do acto eleitoral para os representantes dos pais. Ouvidos juristas, consultados os serviços da DGEST, reunida a cúpula, o fumo branco saiu na semana passada, com nova convocatória.
à medida que vou conhecendo melhor os intervenientes (isto de não ir à missa regularmente está a revelar-se fatal, há que dizê-lo), imaginei vários cenários: ou que não iam, simplesmente, ou que apareciam os quatro membros da lista A, que insistem em fazer tábua rasa dos 58 pais que votaram na lista B, a que carinhosamente passaram os membros da lista A a chamar de "proposta independente". Curiosa, a designação. Mas foram. Escoltados pelo presidente da Câmara, pelo ex e pelo actual vereadores da Educação, lá foram. Para debitar a cassete da legitimidade ou falta dela para ocupar ali lugares. São dois, senhores. Dois lugares em 21 (a totalidade dos membros que integram o conselho geral).
À medida que isto se desenrola vamos todos percebendo como é que nada pode ser deixado ao acaso (entenda-se fora de controlo) em Pombal, até nas aparentes inofensivas representações da sociedade. E para isso vale tudo, até morder na mão que nos dá de comer.
Ao longo dos anos vi muita coisa por aí. Muito lobo com pele de cordeiro, muita humilhação, muito herói daqueles que são fortes com os fracos e fracos com os fortes. Vi os sapos vivos que Diogo Mateus engoliu, na frente de Narciso Mota, para chegar a 29 de Setembro último. Vi sucessivas oposições calarem e consentirem para chegarem a lugar nenhum; jogos de bastidores, transformações de bestiais em bestas e vice-versa, e, enfim, de tudo um pouco.
Mas nunca tinha assistido a nada como aquele linchamento do Manuel António, presidente do conselho geral cessante, que teve o azar de coordenar este processo. Ora, se a mensagem é má, mata-se o mensageiro. Depois dos mimos com que foi brindado pelo antigo presidente do conselho geral do extinto agrupamento marquês de Pombal, em modo amplificador dos mimos já doseados pela presidente da associação de pais, foi o próprio presidente da Câmara que lhe anunciou, na presença de todos, que iria fazer queixa dele à Inspecção Geral da Educação. E pedir a abertura de um inquérito.
Aguardemos, então, as cenas dos próximos capítulos.
Para já, estou mais preocupada com coisas banais. Por exemplo, o facto do elevador da escola do meu filho nunca ter funcionado, nos últimos cinco anos. Só o descobri agora, que lhe faltou a mobilidade.

nota: na noite das eleições na escola, a 17 de Janeiro, a presidente da associação de pais insistia numa frase: "isto é tudo política". Tinha razão, como a foto documenta.

4 comentários:

  1. É pena que os comentadores não possam publicar fotos. Porque a dona Paula Luz tem razão quando diz que "isto é tudo política". Convido a visitarem o Facebook da última candidatura do PS à Câmara de Pombal (https://www.facebook.com/adelinomendesps/photos/pb.527404987295073.-2207520000.1396000247./573318832703688/?type=3&theater) e contarem as fotos onde aparece a autora deste escrito e que teima em fazer parte do órgão escolar a que refere. Assim terá razão, como as fotos documentam,

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A Colónia Perfumada, por bem informada, sabe o que se passou.
      O que aconteceu foi de tal modo grave, a todos os níveis (democrático, bom-sense, Educação e Respeito ) que não haverá uma qualquer colónia, por mais perfumada que seja, que apague o mau cheiro provocado pelos "democratas" eleitos.

      Eliminar
  2. Toda esta história é sinistra. A gula do "poder" sempre foi tenebrosa. Pombal não é excepção alta. É regra. Baixinha - como é própria dos pigmeus indígenas. Felizmente, nada do tudo disto me provoca mais do que um bocejo. Ou a mesma pulsão fisiológica que um farrapo de papel em rolo no fim resolve o mais limpamente.

    ResponderEliminar

O comentário que vai submeter será moderado (rejeitado ou aceite na integra), tão breve quanto possível, por um dos administradores.
Se o comentário não abordar a temática do post ou o fizer de forma injuriosa ou difamatória não será publicado. Neste caso, aconselhamo-lo a corrigir o conteúdo ou a linguagem.
Bons comentários.