Contam os registos oficiais, sem concretizar data e hora,
que por finais de Março de 2014, a Protecção Civil foi alertada para o risco de queda de
pinheiro ou de pinheiros, para a estrada, numa encosta, onde o talude tinha
sido limpo, poucos meses antes, aquando do alargamento e asfaltagem da via. Contam igualmente os registos que o pinheiro foi forçado a cair, provocando
ou um incidente com prejuízos para terceiros. Mas há testemunhas que
garantem que o incidente ocorreu dois anos antes e não provocou prejuízos
significativos.
Os dados por agora conhecidos indicam que o incidente com o
pinheiro desgovernado daria uma bela novela jornalística. Aqui, vamos tratá-lo
de acordo com o nosso estilo: curto e afiado. Consta que a vereadora com o pelouro da Floresta, alertada para o potencial perigo, contactou imediatamente
o comandante e expôs-lhe a situação. Puseram-se logo de acordo no que fazer:
abater imediatamente o pinheiro (ou os pinheiros). Pegaram na motosserra,
montaram-se na 4x4 e partiram para o local. A história tem mais protagonistas e
envolveu mais meios, mas como os registos oficiais os ignoraram, ignoremo-los
também.
O comandante (homem de acção) chegado ao local verificou que
alguns pinheiros na encosta poderiam cair para a estrada e colocar em risco
quem passasse na via. As coisas não se passaram bem assim, mas porque assim
rezam os registos oficiais, e porque diferente versão não desvirtua a moral da
história, adiante, que há muito para contar, e ficcionar). O que não consta dos
registos é se foi feita avaliação dos riscos para a casa próxima.
Verificado o perigo avançou-se para ele. O comandante deu
corda à motosserra, aproximou-se do pinheiro com o propósito de o derrubar
encosta abaixo. Corte de um lado, outro do lado oposto, e zás. Ainda o segundo
corte não ia a meio e já o maldito pinheiro se começava a deitar, não sem antes
ter rodado pela ponta cerca de um quarto de volta, talvez por ter nascido e
crescido retorcido e quisesse agora libertar as tensões que acumulou. Ou talvez
porque tivesse sido alvo de mal-olhado, mal próprio de certo tipo de pessoas,
mas que não está provado que não possa também atingir outros seres. Ordenou
pois a sorte, e o diabo (que nem sempre dorme), que o pinheiro não obedece-se
ao comandante, e desabasse na direcção errada. Quando o triste destino se
começou a desenhar, a vereadora ficou em pânico e suplicou
à Virgem Santíssima que o endireitasse, mas ela estava ocupada noutros serviços
ou não lhe quis valer (e lá terá as suas razões, e não foi por estar a dormir –
o diabo dorme, mas os santos não dormem, fazem-se esquecidos, ás vezes,
muitas vezes, até).
O pinheiro, conduzido pelas leis e forças da física, e
desobedecendo à metafísica e à fé, acelerou o retorcido movimento e
estatelou-se no solo, atingido a casa próxima.
À La Fontaine, moral da história: Com tantas coisas algumas ficam para trás e fruto da imensa relevância dos factos o PS absteve-se.
ResponderEliminarCaso para dizer. "Que A Nossa Senhora do Cardal os ilumine e nos guarde a nós".
Volta Narciso, o Reino dos Céus é teu.
Adelino Malho, A Vereadora não teve culpa nenhuma, coitada da moça que até é esforçada e dedicada á causa pública. Aqui se há algum culpado será quem executou a operação sem estudar todas as situações e implicações desse corte. Não vamos atribuir responsabilidades politicas a algo que é somente de responsabilidade Técnica. No entanto cabe á CMP pagar os prejuízos, e depois pedir responsabilidades a quem as tiver.
ResponderEliminarAdelino Malho, vai ao site da CMP verificar a quem cabe esse pelouro... Acho que mesmo que Narciso é cá preciso.
ResponderEliminarA questão não é técnica, um incidente menor qualquer um tem, é política, senão não estava no Farpas. É política porque é uma mentira pegada, e desconchavada porque, talvez, corriqueira.
ResponderEliminarBem esteve o vereador Jorge Claro ao desmontar, em grande parte, o caso, só lhe(s) faltou ser(em) consequente(s).