8 de agosto de 2019

Sete sóis sete luas: o que nos fica



O festival Sete Sóis Sete Luas é, provavelmente, o melhor que esta Câmara conseguiu puxar para Pombal nos anos recentes, em matéria cultural. Termina hoje, com um concerto agendado para as 21h30, no Teatro-Cine (e não na Praça Marquês de Pombal, por causa da chuva), e deixa-nos um rasto artístico vasto e diverso, o peito cheio. 
O festival - que se estende por palcos de locais tão diversos como Pombal, Elvas, Alfândega da Fé, Ponte de Sor, Castro Verde ou Odemira, mas também Ceuta, Piran (Eslovénia), Roma, Rovinj ou Umago (Croácia), e mais um punhado de cidades entre a Turquia, Marrocos, Espanha, França, Cabo Verde ou Brasil. É a simbiose perfeita entre a promoção das artes e culturas do mediterrâneo e do mundo lusófono, e a animação das praças e jardins no verão. Desta vez o tempo trocou as voltas à organização e a chuva mandou para dentro do Teatro os dois últimos espectáculos. Ontem foi em vão, pois que as esplanadas estavam cheias - como no auge de Agosto, e bem que podia ter sido feita outra divulgação do espectáculo e da alteração de local. Mas o que esperar da página de facebook da autarquia, quando ainda continua com a imagem do Bodo como foto de capa?
Os espectáculos começaram em Junho e terminam agora, trazendo à cidade muitos artistas conhecidos nos seus países, mas com pouca expressão internacional. A banda de ontem era do melhor que já aqui pisou: Gustafi, a banda croata que é uma explosão de alegria em cima do palco. Imaginei-os ainda melhor na rua, claro, ou mesmo nas festas de Carnide, da Charneca ou do Louriçal. Porque falta fazer ao nível local aquilo que este festival faz entre países. E não chove sempre. 
Na noite de ontem - com muitas cadeiras vazias no Teatro-Cine - quase não havia entidades locais (excepção feita à vereadora da Cultura, Ama Gonçalves). Já sabemos que Diogo Mateus prefere inteirar-se destes espectáculos em viagens como aquela que fez na primavera, e que Agosto é tempo de férias nos serviços públicos. Para conviver com os emigrantes já lhe basta a feira de Nanterre, ou o salão do imobiliário português. Só me falta perceber por que é que neste festival atribuíram a Pombal o epíteto de "cidade do diálogo - e da mobilidade internacional". Vou esperar pelas notícias dos jornais locais para melhor compreender. Afinal, na última viagem aos países do festival,  o presidente fez-se acompanhar de um escriba - certamente conhecedor das artes em causa - e era suposto que o festival merecesse algum acompanhamento dos media. Ou não?

2 comentários:

  1. D. Diogo está farto de Pombal e Pombal farto de D. Diogo...mas o povo vai votando na seta e siga...Já era hora de Pombal mudar de "mobiliário" sempre laranja. Sou estou mesmo a ver uma personalidade capaz de tirar as clementinas do convento do Cardal. Mas dada a sua carreira internacional não se deve disponibilizar a esse desígnio.

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  2. Uma apreciação séria na avaliação deste importante evento que acontece em Pombal.
    Muito do que aqui aprecia, mais do que indignar quem quer que seja, aponta algumas fragilidades e propõe melhorias a servirem de sugestões para que os responsáveis (Ana Gonçalves) possam ponderar nas próximas edições.
    Obviamente que isso não inclui as habituais picardias ao nosso PC.
    Mas tb ninguém é perfeito embora seja de felicitar ( em vez de "parabenizar") a autora pela qualidade e temperança aqui ostentada.

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