15 de setembro de 2017

Tempo de balanços

Realizou-se ontem a última sessão da Assembleia Municipal (AM) deste mandato. Foi uma sessão política, aproveitada pelos políticos que por lá ainda restam para balanço e campanha eleitoral.
O presidente da assembleia – Narciso Mota – despediu-se do cargo com mais desculpas que brilho. Não conseguiu compatibilizar o exercício do cargo com o de candidato opositor. Deveria ter renunciado ao cargo após o anúncio da candidatura.
O presidente da câmara – Diogo Mateus – foi o que mais política fez na sessão e ao longo de todo mandato; mal, vezes demais, para ele e para os outros. Conseguiu transformar um passeio triunfal num calvário com final imprevisível. Mas fez correctamente o balanço dos outros: uma oposição preguiçosa e cómoda, quando deveria ser mais estudiosa, mais assertiva, mais rigorosa e trabalhadora.
A bancada do PS, por comodismo e por não gostar de incomodar, por preguiça e falta de capacidade de trabalho, nunca fez política - desperdiçou até factos políticos que provavelmente não surgirão na próxima década. Foi uma bancada de gente em serviços mínimos e de corpos presentes.
No CDS nunca existiu bancada, só dois atiradores: Ricardo Ferreira e Henrique Falcão. O primeiro foi uma surpresa: Jovem, astuto, preparado e com intento político em tudo que faz; o segundo foi uma desilusão: acomodado e colaboracionista (os favores pagam-se), limitou-se a dar uns tiros de pólvora seca. No entanto, na última intervenção mostrou que, se quisesse, poderia ter feito um bom mandato: desmascarou as figuras que se pavoneiam pelos cargos públicos, pedindo-lhes que reportassem à assembleia as actividades e os resultados atingidos nas entidades/comissões para onde tinham sido eleitas como representantes da AM. Não se ouviu uma única informação substantiva; mas ficou a saber-se que algumas só tomaram posse…
Do representante da CDU não vale a pena falar.
A bancada do PSD não quis ou não conseguiu fazer política. Muito corpo presente e pouco discernimento político. O Pedro Brilhante foi o único que cresceu ao longo do mandato – melhorou a retórica e a substância, falta-lhe abandonar o que resta de paleio jota.

PS1: a maioria dos membros da AM terminou o mandato sem nunca ter lido o regimento, e o democrata Pedro Pimpão tentou aproveitar essa fragilidade para silenciar a oposição mas não deu carta-branca à sua malta para violar o dito regimento.
PS2: A oposição (e os desalinhados) pouco rigorosa e pouco estudiosa vai ao tapete sempre que levanta a garimpa porque esquece-se que aprovou uma medida e mais tarde faz oposição à medida. 

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