15 de agosto de 2022

No adeus ao Pimpão dos Santos



Faleceu o José Ferreira Pimpão dos Santos. Muitos já sabem da notícia (porque era pai do presidente da Câmara e o anúncio de falecimento foi divulgado). Mas a maioria não sabe quem foi para Pombal Pimpão dos Santos - e importa saber. 

Ontem morreu o Pimpão. O homem que entre o final dos anos 80 e princípio dos anos 90 deixou uma marca importante na rádio e na imprensa desta terra, primeiro no departamento de informação do Rádio Clube de Pombal, depois quando fundou O Correio de Pombal. Quem chegou há poucos anos ao espaço público talvez não imagine o que foi essa revolução feita por ele, e da qual tive a sorte de participar. O Pimpão dos Santos rompeu com décadas de quinzenários em tom morno e arriscou criar um semanário, que ainda por cima confrontava o poder - o que até então nunca acontecera. Fez o melhor que sabia, foi muitas vezes além do que podia, com (muito) prejuízo da sua vida pessoal. Desentendemo-nos algumas vezes, como acontecia nas Redacções. Mas saldámos sempre todas as nossas contas. 

O Rodrigues Marques costumava dizer que ele vivia a meio metro do chão. Sei hoje que foi esse lado sonhador que lhe permitiu oferecer à terra um jornal livre, durante uns anos. Guardo um milhão de histórias vividas com ele a partir do 3º andar da Rua de Ansião, primeiro, e do 1º andar da avenida Heróis do Ultramar. Das reportagens que eram quase sempre aventuras. Da amizade que ficou para sempre. Percebi que já cá não estava há semanas, quando o vi, depois dos incêndios, e não me reconheceu. Para mim, será inesquecível. 

Obrigada por tudo, Pimpão.

Ao João, ao Pedro e ao Nando, um sentido abraço.

2 comentários:

  1. Há um momento na vida em que cessam todas as críticas e vêm à nossa memória as boas coisas, e convívio a que deixámos de ter acesso, e esse momento é o da morte de um nosso conhecido.
    Conheci mal o José Pimpão dos Santos, mas lembro-me bem dele nos idos de 90, na camara municipal, certamente na sua lide habitual de recolher a informação que profissionalmente divulgava à comunidade pombalense.
    Agradeço à Paula que nesta homenagem que aqui lhe faz o esclarecimento adicional das principais atividades deste nosso conterrâneo na divulgação das notícias e opinião que marcaram uma época e ajudaram a dar corpo a esta democracia e liberdade em que gostamos de viver.
    O Correio de Pombal foi, durante anos uma referência em Pombal e hoje uma memória boa de uma época a que acresce hoje mais outra memória boa e mais pessoal, a do seu fundador, agora perpetuada pelo marco do seu falecimento.
    Terá certamente deixado muito mais referencias importantes na sociedade pombalense e certamente essa sua influência na vida coletiva terá estimulado os seus familiares a darem também contributos públicos a nível associativo e politico, a pontos de hoje termos dois dos seus filhos em funções publicas, um como Presidente da Câmara e outro como Presidente de Junta.
    A vida de um homem é marcada pelo que fez e pelo que deixou para o mundo, e parece-me que o José Ferreira Pimpão dos Santos, cumpriu bem a sua missão e deixou obra feita e descendência que nas suas respetivas missões e ações agora lhe retribuem a honra que ele merece.
    À família enlutada as mais respeitosas condolências.
    Ao conterrâneo que agora nos deixou, um solene e derradeiro agradecimento pelo que todos beneficiámos da sua ação.
    Que Descanse Em Paz.

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  2. Uma alma livre, com o poucas. Uma pessoa á frente do seu tempo. RIP

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