29 de junho de 2015

Oposição dispensável

Sempre defendi a existência de executivos multipartidários nas autarquias como forma de assegurar uma melhor governação e algum controlo da deriva populista, cacique e corrupta do poder local. Mas estou quase a ceder. A realidade é o que é e não o que gostaríamos que fosse: a inoperância das oposições autárquicas é confrangedora, nomeadamente em Pombal.
Nem discuto a coisa com base nos argumentos económicos ou das necessárias poupanças: é evidente que os custos inerentes aos vereadores da oposição são insignificantes. Mas ganham significado quando o valor gerado é nulo ou próximo disso. Na verdade, não é o custo que pesa, mas o remorso do embuste.  
A agenda da última reunião do executivo municipal (que antecede a próxima assembleia municipal) continha vários e importantíssimos assuntos:
- Relatório de Gestão e Prestação de Contas Consolidadas – Ano de 2014
- Parecer do auditor externo sobre as Contas Consolidadas – Ano de 2014
- 3.ª Revisão às Grandes Opções do Plano 2015/2018
- Contratos Interadministrativos com as Juntas de Freguesia para a criação do Espaço Cidadão
- Protocolo de parceria entre o Município de Pombal e a Vodafone Portugal
- Projeto de Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Pombal
- Normas do Orçamento Participativo de Pombal
- Relatório final da Ação de Acompanhamento à Operação POVT
- Relatório de Execução Orçamental da PMUGest – 1.º Trimestre – Exercício de 2015
- Apoios às Juntas de Freguesia do Concelho de Pombal
Todos votados por unanimidade, sem uma observação, um reparo, uma crítica.
É a oposição que temos. Demitam-se, poupem-nos o remorso do embuste.

25 comentários:

  1. A ser verdade (ainda quero acreditar que haja aí uns "mas..." pelo meio) é preocupante.

    ResponderEliminar
  2. Eu quero acreditar que existiram, mas que não passaram para o exterior - no crivo da nossa solícita imprensa. Se assim não for, estou como o João Coelho :/

    ResponderEliminar
  3. Atenção aos leitores: o Malho assume uma leitura do papel da oposição que passa preferencialmente pelo voto contra a maioria das coisas significativas que são apresentadas pelo PSD; há outras correntes que entendem o papel da oposição, principalmente na política local, como algo mais colaborativo. Tentei defender esta segunda teoria sem grande sucesso, excepto numa abstenção do PS na Assembleia Municipal, criticada pela falta de coincidência com o voto do PS na Vereação. Seja como for, entendo que todos os votos são justificáveis desde que haja uma justificação. Considero preocupante não se saber a justificação, nem que fosse num comunicado.

    ResponderEliminar
  4. Boa Tarde a todos,
    Fico um pouco admirada com este tipo de criticas, que no meu entender, são pouco sérias, porque não correspondem á verdade.
    Quando dizes Malho, que foram aprovadas por unanimidade sem um unico reparo, sem uma única observação...Primeiro devo-te informar que:
    -O Relatório de Execução Orçamental da PMUGest - 1º trimestre de 2015; Relatório final da Acção de acompanhamento á operação do POVT; o Parecer do auditor externo sobre as contas consolidadas 2014 são documentos que são para conhecimento da Câmara. Não foram votadas, ou seja, faltas á verdade quando dizes que foram votadas por unanimidade. Contudo, se forem verificar nas actas respectivas, verificarão reparos nomeadamente do Vereador Adelino Mendes, no que diz respeito ao relatório de contas da ETAP.
    -Nas Normas do Orçamento Participativo, fui EU que fiz uma intervenção, onde coloquei várias questões: qual o modelo adoptado, como seria feito a dinamização das assembleias participativas (se se iria envolver as juntas de freguesia no processo) e mais, até escrevi num jornal local o que pensava sobre os orçamentos participativos, e a importância que estes assumem para a qualidade da democracia.
    - Sobre os contratos interadministrativos com as juntas de freguesia - espaço cidadão, foram aprovados na ultima reunião de câmara. Mais uma vez, foram colocadas várias questões, em termos da funcionalidade deste espaço nas freguesia. Achas que deviamos votar contra só porque sim? Só porque somos oposição? Mesmo que seja vantajoso para as populações?

    Ó Malho, não sei quem é aqui o embuste…
    Quem tiver dúvidas, estou disponivel para esclarecer, ou então tem sempre á sua disposição as actas das reuniões de câmara.

    Com os melhores cumprimentos,
    Marlene Matias

    ResponderEliminar
  5. O Malho que se candidate por um Partido ou forme um movimento de cidadãos e depois verifique quantos votos consegue... Esse Sr. e outros que tais ja queimaram as suas carreiras politicas, nem a pilinha do menino Jesus os salva...

    ResponderEliminar
  6. Oh Malho, que tanto malhas,
    Passas a vida a malhar!
    Tantas vezes sem eira, que o malho, nem tem onde malhar.
    Julgas tu, caro Malho, que usares o malho dessa forma,
    é a melhor maneira de malhar?
    Engana-te caro amigo, porque assim, só o malho irás estragar!

    ResponderEliminar
  7. O Malho é um cadáver político. .. em putrefação

    ResponderEliminar
  8. Marlene,
    Não confundamos as coisas: quando digo que a agenda continha vários e importantíssimos assuntos, e que foram todos votados por unanimidade, refiro-me, logicamente, aos que são votados. Não desconversemos. Sabemos bem que há assuntos que vão a reunião do executivo ou da assembleia para serem obrigatoriamente votados e outros para serem apreciados/avaliados. Por isso é que vão obrigatoriamente às reuniões. Um político tem o dever de pronunciar sobre ambos.
    A principal força da oposição – se existir – tem o dever de escrutinar todas as decisões e acções. E deveria aproveitar os assuntos mais importantes para mostrar que, se fosse poder, faria melhor. Uma oposição que vota tudo por unanimidade mostra claramente que não sabe – é incapaz – de fazer melhor. Nos anos que tive responsabilidades no partido gastei muito latim a explicar isto. Sem resultados, pelo visto.
    Votar a favor é fácil – até os adversários agradecem. Votar contra custa, provoca dissabores, obriga a trabalhar/estudar.
    Por fim, a conversa fiada –se a houve – vale muito pouco. Quando discordamos das opções tomadas, no todo ou em parte, deveremos dizê-lo, essencialmente, pelo voto e justificá-lo com a correspondente “declaração de voto”. Fizeram alguma? Não. Porquê? Porque, com certeza, não tinham nada de valor a acrescentar.

    ResponderEliminar
  9. Bom dia Malho,
    Precisamente, não desconversemos, porque no teu post deixas implicito que todos os documentos foram aprovados por unanimidade sem qualquer reparo, observação ou critica.
    Em primeiro lugar, nem todos sabem que de entre estes documentos, alguns não foram votados (contudo foram apreciados, discutidos e foram alvo de discussão), como tal considero que faltaste á verdade e não foi sério da tua parte.
    - segundo, ácerca da tua visão de se fazer oposição: respeito-a, é a tua.
    - terceiro, como militante socialista com quotas em dia que tens, e já tive a oportunidade de te o dizer várias vezes pessoalmente, gostaria mais de te ver nas reuniões de militantes, onde poderás e deverás fazer todas as criticas e respectivas sugestões de melhoria. nunca te vejo por lá. nesse aspecto, admiro muito o José Gomes Fernandes, que critica as opções do seu partido, mas não deixa de participar e de contribuir com aquilo que acha que é o melhor caminho a seguir.
    Aceitaria com mais naturalidade todas, e mais qualquer critica da tua parte, se tu como militante com quotas em dia, fizesses o óbvio e o correcto: em sede própria "despejasses" tudo aquilo em que não te revejas, e naturalmente, propusesses outro caminho. Garanto-te que prefiro isso, porque acho que os partidos também precisam disso: várias vozes, nem que sejam discordantes.
    Mas tu não fazes isso. Porquê? Talvez porque também não tenhas nenhum valor a acrescentar? Pois eu não sou como tu.Eu acho que há sempre um valor a acrescentar.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Marlene,
      Centremo-nos no essencial: os vereadores da oposição (PS) votaram tudo por unanimidade ou não? Esta é a verdade que conta, responde.
      O resto conta muito pouco: eu conto pouco para o PS e o PS conta pouco para mim. No PS – e suspeito que nos outros partidos, também – há muito tempo que não há qualquer interesse na discussão.
      O meu espaço de intervenção e discussão política é, e continuará a ser, o Farpas.

      Eliminar
  10. Marlene... Pregar com Cadáveres políticos é pregar em vão. Esse Sr. só pagou ou pagaram-lhe as quotas só para ir armar confusão no dia das eleições internas do PS. Politicamente R.I.P.

    ResponderEliminar
  11. Caro Roque
    Tu que alternas a tua estadia entre o PSD e o PS, fica-te mal censurar a crítica e atacar pessoalmente o autor, revelando o desconforto que sentes enquanto indivíduo comprometido com o atual PS de Pombal.
    Por outro lado, bem sabes que a oposição não está a ser oposição e que só o será quando tiver coragem e não tiver comprometimentos.
    Sei do que falo, porque conheço a realidade política local e porque, em tempos passados há vinte e tal anos, estive na oposição ao PS na assembleia municipal e não deixei de ser interventivo, acutilante e duro.

    ResponderEliminar
  12. Caro amigo ZGF, está a confundir amizades com opções politicas. Já entreguei o meu cartão de militante do PSD á uns anos, não frequento actividades do PSD, no entanto mantenho as grandes e boas amizades com a totalidade dos Dirigentes do PSD local. E se por vezes estou em convívio com essas pessoas não que dizer que estou em actividade politica, mas convivio simplesmente social. Qualquer duvida que tenha sabe quais são os meus contactos, tanto da empresa como o pessoal. Saudações Leoninas

    ResponderEliminar
  13. Bom dia Malho,
    Queres que te responda, pois como tu bem sabes, sim nós votamos favorávelmente! Agora, também eu quero que me respondas. Assumes que erraste ao afirmar, que votaram favorávelmente sem um único reparo, sem uma unica observação, sem uma unica critica? E não, não venhas desconversar, que isso só através do voto desfavorável é que se verifica!
    Quanto ás participações politicas serem dentro ou fora dos partidos...se quiseres a minha opinião, só lamento não existirem mais fora dos partidos, contudo, o que quis dizer que tu como militante tens responsabilidades acrescidas com o teu partido. Se o Partido não te diz nada ou cada vez menos...tens 2 caminhos (no meu entender): fazer melhor ou cortar de vez.
    Abraço

    ResponderEliminar
  14. Marlene,
    Admito que tenham dito alguma coisa, até porque deve ser difícil estar lá (na reunião) tanto tempo sem dizer nada. Mas que conte – declarações de voto – nada. E convenhamos: seria ridículo que o fizessem votando favoravelmente. Consequentemente, mesmo que tenham dito alguma coisa, nada chegou á assembleia municipal onde os documentos iriam ser discutidos e votados ou só apreciados.
    Sobre a militância no PS prefiro não fazer comentários. Mas se fazes questão nisso, não me escusarei. Normalmente, não fujo a uma boa polémica (com pessoas interessantes, como tu).
    Bjs

    ResponderEliminar
  15. Malho, num aspecto estamos de acordo: estranhamente as copias das actas das reunioes de camara, onde os documentos foram discutidos e votados, deixaram de ser entregues aos membros da AM...teremos que questionar a quem de direito!
    Estou sempre disponivel para discutir qualquer assunto, mesmo aqueles em que possamos estar em desacordo, ou que porventura, tenhamos visões diferentes. O debate politico sério e construtivo, é feito precisamente das diferenças de opinião! E a democracia precisa urgentemente ser alimentada, e esse alimento não pode prover unicamente pelos politicos, sob pena ela brevemente estar condenada.
    Bj

    ResponderEliminar
  16. Marlene, posso fazer uma sugestão? Podem enviar um email aos militantes com uma cópia do comunicado que enviaram à imprensa onde explicam a votação e a posição do PS nestes assuntos? Peço desculpa pela ousadia, parece-me que seria entendido como positivo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Amigo e camarada João Coelho, boa noite.
      Arquimedes de Siracusa, 287 a.C.-212 a.C. (coitados dos Gregos que se estão a ver gregos para dar a volta à situação, apesar do camarada António Costa concordar com tudo o que conduziu à situação em que se encontram) dizia aos seus netos que o quadrado de hipotenusa era igual à soma do quadrado dos catetos.
      Mas dizia mais.
      Dizia que se lhe arranjassem um ponto fixo no Universo, com uma alavanca, movia a Terra.
      Com todo o respeito e admiração que tenho pela inteligência de Arquimedes (muitos e muitos furos acima da minha) e medindo bem as distâncias, te digo, João Coelho, arranja-me o comunicado que referes que, eu próprio, me encarrego de o enviar, por e-mail, a 90 % dos militantes do Partido Socialista de Pombal, como a boa acção do dia.
      Com saudações social-democratas, sou
      Rodrigues Marques

      Eliminar
    2. A questão é essa, é que ele não existe. O PS não entendeu ser necessário explicar às pessoas cá fora porque é que votou ou vota de determinada maneira. Fosse por comunicado ou por sinais de fumo (onde lhe podiam pedir conselhos), o PS entendeu não ser necessário comunicar cá fora (a começar pelos militantes, depois pelos membros das listas tantas vezes esquecidos). Essa é a sensação de quem está afastado, pode ser injusta, mas é a que me fica. Abraço.

      Eliminar
    3. Caro Rodrigues Marques,

      No seu/nosso tempo, confundir o Arquimedes com o Pitágoras era um erro de palmatória. Agora, infelizmente, é cada vez mais desculpável.

      Eu percebo o apelo que possa sentir em querer enfatizar a sua cultura erudita. Mas essa postura exige redobrados cuidados.

      Um abraço,
      Adérito

      Eliminar
    4. Amigo e companheiro Adérito Araújo, boa noite.
      Desculpa-me!
      Sei que a cultura é aquilo que sobra depois de termos esquecido tudo aquilo que aprendemos.
      Aquela do Arquimedes não me soava bem, todavia a passagem pelo Paulo torvou-me o raciocínio.
      O Arquimedes era aquele que tomava banho na banheira e que descobriu que a impulsão…
      O “vizinho” Pitágoras de Siracusa (nascido entre 571 a.C. a 570 a.C. e falecido entre 500 a. C. e 490 a. C.) foi o que transmitiu aos netos aquela do triângulo.
      Mas o Arquimedes é o dono da alavanca, que era o âmago da questão em discussão, por falta de um ponto fixo (lê comunicado) no universo socialista e em particular no de Pombal.
      Quanto à tua maldadezinha em afirmares que eu tento enfatizar uma cultura erudita, que não tenho, não faço mais do que puxar para cima o debate de ideias, sem quaisquer cortinas de fumo, contrariando alguns Senhores Administradores do Blogue que, coitados, não vão além do chinelo.
      Na firme expectativa de que me relevas esta falta grave que cometi, sou
      Rebelde e atenciosamente

      Eliminar
  17. O PS está ativo e em debate no "Farpas". Então, e nos outros palcos?

    ResponderEliminar
  18. JGF quem escreve aqui é a Marlene, nao é o PS! Que fique claro. Ou quando escreve sobre o PSD, também escreve em nome do PSD? Ou então.quis dizer que os socialistas estão activos, e aí me calo.
    Abraço para si.
    João, não percebi o porquê do email especificamente sobre estes documentos...se te referisses a todas as decisões importantes ainda acharia interessante, agora a estes...beijinho para ti.

    ResponderEliminar
  19. Marlene, é isso, é para estas decisões porque estamos a discuti-las agora, mas é uma sugestão para ficar para sempre… Beijo e obrigado.

    ResponderEliminar
  20. O sucesso da forma como o PS de Pombal se apresenta como alternativa é sabiamente reflectido em cada acto eleitoral a que concorre. Uma medida fiável, creiam-me. Aplauda todo aquele que considerar o resultado como "bom".

    ResponderEliminar

O comentário que vai submeter será moderado (rejeitado ou aceite na integra), tão breve quanto possível, por um dos administradores.
Se o comentário não abordar a temática do post ou o fizer de forma injuriosa ou difamatória não será publicado. Neste caso, aconselhamo-lo a corrigir o conteúdo ou a linguagem.
Bons comentários.