20 de outubro de 2019

A ditadura da felicidade


Ao ler a recente entrevista de Bárbara Wong do jornal O Público a Edgar Cabanas, psicólogo, investigador no Max Plank Institute for Human Development, em Berlim, e um dos autores do livro "A ditadura da felicidade", lembrei-me das conferências de motivação, dos Pedros Vieirasdos Drs Negrellis e de todos os que se deslumbram com os seus discursos bacocos. 

O livro apresenta-se como "uma crítica à forma com a felicidade é apresentada pela Psicologia Positiva, como esta se tornou numa indústria, a do bem-estar, e num negócio que movimenta milhões de euros. Mas esta é também uma forma de controlar a vida das pessoas, concentradas em si mesmas, não se preocupando com o que se passa à sua volta."

Numa altura em que os nossos autarcas vivem tão obcecados em vender a felicidade em comprimidos, dando eco a práticas que se revestem de uma linguagem e padrões estéticos científicos mas que, no fundo, não passam de mera banha da cobra, é importante ler quem ainda não perdeu a lucidez. Citando Edgar Cabanas: "mais importante do que impor a ideia de felicidade é dar ferramentas às pessoas para que compreendam que há que resolver os problemas políticos e sociais primeiro. Só assim poderão ser felizes." Assino por baixo.

4 comentários:

  1. Amigo Adérito, bem aparecido seja.
    Em letras pequeninas e discretas assino também essa conclusão esclarecida, mas desta forma humilde porque a minha opinião não pretende ombrear em valor com a de um lente de superior inteligência que todos lhe reconhecemos.
    Talvez seja da aproximação natalícia ou dos idos do verão que acontece mais atividade, "da boa", neste blogue.
    Fica a minha sugestão a que nos brinde com mais intervenções do calibre elevado que sempre lhes confere porque é essa também uma forma de contribuir com "ferramentas que nos ajudem a ir compreendendo como resolver os problemas políticos e sociais primeiro, porque todos queremos ser felizes de forma natural".
    Um abraço deste "clementina"(Roque dixit) que se sente bem no meio de todos desde que seja para aprender mais alguma coisa.

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  2. Amigo Serra, o Sr. já não é Clementina...Eu sim já fui até aos 30 anos. O Sr. é no mínimo uma Laranja grande e gorda e eu até mudei de cores. Abraço.

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    1. Oh Roque, agora fiquei chateado consigo porque Laranja Grande ainda aceito agora "gorda"??? Olhe que nem tudo o que parece é. Eu serei talvez desenvolvido, forte, bem constituído... agora gordo é mesmo só para me chatear...:))
      Mas olhe, nem mesmo assim eu fico muito ofendido, para mais vindo de um caleidoscópio político como o meu amigo se assume.
      Aquele abraço aqui do Oeste.

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  3. Caro Manuel Serra,

    A apesar dos meus camaradas terem tomado bem conta da casa, também sinto que tenho o dever de contribuir com mais assiduidade. Obrigado pelas palavras.

    Abraço,
    Adérito

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